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sexta-feira, outubro 13, 2006

Na contra-mão ...


Here am I at London...
Pronto para passar uma noite descansando ao lado do relógio mais famoso do mundo após 2 dias de trabalho intenso, não posso deixar de comentar um pequeno detalhe bastante conhecido desta fantástica cidade. Em Londres, como em toda a inglaterra, todos s carros andam na contra-mão.
Para os londrinos isso não parece ser um grande problema, já que todos concordaram em andar no sentido oposto ao da humanidade.
Mas para mim, embora tenha vivido na contra-mão nos últimos tempos, não deixa de provocar uma dissonância cognitiva, com direito a grandes possibilidades de atropelamento ao atravessar a rua.
Encontrar coisas estranhas em um país de cultura e tradição essencialmente diferentes, como na Ásia e no Oriente Médio, não provoca grandes surpresas.
Mas a Inglaterra é um país ocidental, portanto bastante semelhante ao nosso. Apenas decidiram usar um sistema métrico diferente e dirigir no sentido contrário.
E tudo funciona muito bem ... para eles, e enquanto estiverem em seu território.
Fosse apenas um londrino, diríamos que é maluco. Fosse um grupo, excentricos. Uma pequena cidade, exótica. Mas todo um país ... podemos dizer que defendem o direito de serem diferentes.
Claro que isso é facilitado (e talvez estimulado) pelo fato da Inglaterra ser uma ilha.
E esse é um ponto interessante. Pessoas diferentes procuram seus pares e tendem a viver em uma espécie de ilha. Mantém contato com o resto do mundo mas, sempre que possível, retornam para seu confortável grupo de referência.
Conheci vários ingleses que vivem fora de seu país. Sempre tive a impressão de que, embora capazes de se adaptar, pagam um preço alto por isso. Não por causa do sistema métrico ou da mão de direção, mas porque realmente pensam diferente e normalmente são educados demais para tentar impor sua forma de pensar. Obviamente estou me referindo ao londrino moderno, pós-colonização.
Deve ser por isso que percebo nos ingleses que vivem fora da inglaterra um certo traço de tristeza. Deixam transparecer uma incompreendida solidão.
Estando aqui, em sua terra, fica mais fácil de entender, de extrapolar, e pensar a respeito.
Valeu a visita.

4 comentários:

Anônimo disse...

Estando ou não na contra mão, meu irmão, o bom é que a vida sempre nos reserva um encontrão...
Saudades!

Anônimo disse...

Eu não uso o inglês há anos, mas não seria melhor dizer Here I am? Do contrário não é pergunta?

Flavio Ferrari disse...

Sei lá ... só sei que estava lá ...

Josué disse...

Olá Flávio,
gostei muito do seu depoimento, vocè sabe se expressar bem. E como eu não sei, quero lhe pedir permissão para usar partes d seu comentário; eu tb estive na estranha e bela London...

Grato,
um abraço fraternal,
Jsué.