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quinta-feira, julho 08, 2010

Acelerando

Depois de 4 dias em Maringá (vila ao lado de Visconde de Mauá), num simpático hotel do lado mineiro (a vila é cortada por um rio que divide RJ de MG), acordando às 10h da manhã para tomar café e caminhar na trilhas cortadas por cachoeiras lindíssimas, muito bem acompanhado por um grupo para lá de agradável e sossegado, relaxei.
Somando a isso, dois pequenos episódios ratificaram uma conclusão a que já tinha chegado.  Estamos vivendo de forma cada vez mais acelerada.
Resolvi assistir novamente um filme antigo: "Me chamo Trinity" (They call me Trinity), uma comédia faroeste com dois personagens muito divertidos (Terence Hill e Bud Spencer).  Como aconteceu com vários outros filmes antigos dos quais tinha boa lembrança, fiquei impressionado com a lentidão das cenas e a ingenuidade da trama.  Aliás, de todos os que andei resgatando, o único que não me deu essa impressão foi  "9 e 1/2 semanas de amor", que já andei comentando por aqui.
Na mesma noite, fomos à uma pizzaria muito simpática (Girassol, Oficina de Pizza), do lado carioca de Maringá, e nossas pizzas levaram aproximadamente uma hora para ficarem prontas. Pudemos observar a produção "artezanal" enquanto discutíamos, justamente, essa questão de ritmo da comunicação em geral.
Um pizzaiolo da capital paulista teria preparado umas 50 pizzas no mesmo intervalo de tempo.
A verdade é que, apesar da fome depois da caminhada vespertina, nos divertimos com a demora.  Observar o mau humor do pessoal das mesas ao lado contribuiu para a cena.
Acredito que ninguém tinha nada mais para fazer naquele momento ou depois dele, já que a cidade não oferece qualquer diversão noturna.  E o público do restaurante (os mau-humorados) era formado quase que exclusivamente por casais, que provavelmente escolheram esse recanto romântico para curtir alguns bons momentos juntos.
Mas estamos tão acelerados que a "lentidão" nos irrita.  A ociosidade nos incomoda.
Não é por acaso que a depressão é a doença da modernidade.

13 comentários:

Anônimo disse...

Eu me incomodo com a ociosidade e muito. Esse marasmo só serve para férias, nada mais.! rs

beijos ú&e =***

e daí? disse...

ocio pelo ocio, me incomoda de verdade. Se é pra ficar no ocio, que seja um ocio criativo, sozinha ou acompanhada...Mas, desacelerar, não necessariamente significa ficar na inercia e sim, re-aprender a olhar as coisas simples da vida, dar-se um tempo pra ser...

Anne M. Moor disse...

Pressa pra que?

A. Marcos disse...

Antes de namorar eu não conhecia o beijo de língua. Provei e gostei. Não namoro mais sem beijo. Aconteceu o mesmo com o sexo.
Algumas coisas são incorporadas à nossa dinâmica de vida e, porque são boas, não queremos abrir mãos delas.
É isso o que se dá quando deixamos o ócio para lá. Marasmo é não é para mim.
Eu amo conversar, "perder" tempo jogando conversa fora, apreciando o mar, vendo filmes, escrevendo no blog, brincando com meus cachorros e tal.
O que não dá é ver alguém fazendo pizza no triplo de tempo que se pode fazer normalmente, por exemplo.
Os outros casais ficaram mal humorados, vc disse, eu talvez tivesse levantado da mesa e ido embora por uma questão simples: não há nada de produtivo em esperar tanto tempo por algo simples. Mais ou menos como ocorre no trânisto paulistano. Afinal a conversa enquanto se esperava a pizza poderia rolar enquanto se comia uma pizza, uma sobremesa, numa caminhada e por aí vai.

Luna Sanchez disse...

Eu fico insuportável quando estou com fome, e esperar é coisa que realmente me irrita.

Juntando tudo, eu estaria, se numa situação idêntica, rosnando e quase mordendo.

Beijo.

ℓυηα

Suzana disse...

Fome, fome mesmo, nem sabemos o que é,
e sim vontade de comer.
Não conheço ninguem que tenha paciência com "fome".
Por outro lado, a questão do tempo é mais do que séria,sou da velha guarda,do tempo em que os malotes demoravam dois ou três dias!Depois vieram os FAXes e ficavamos irritadissimas quando o numero estava ocupado, o que levava aproximadamente de 5 a 10 minutos!Um horror!
Hoje navegamos a uma velocidade de 3G enquanto no Japão a velocidade média e de 120G,e há quem reclame!
Podemos então pedir uma pizza pela internet e enquanto aguardamos,muito bem acompanhados,aproveitamos para postar!

Anônimo disse...

Ui taquicardia! hauhauhauha
Li Maringá e já me veio uns xingos daqueles de italianos na cabeça. hahaha
Mas em fim, eu sinto essa diferença quando saio daqui e vou pro interior a 1hr e ¹/2 daqui. Londrina tem meio milhão de habitantes, mas vivi grande parte da minha vida numa cidadezinha a 20 kms de Maringá (cidade), uma cidadezinha de 2 mil habitantes.Minha avó alguns tios e primas vivem lá a mãe tem chácara lá, então qualquer feriado vamos, mas guri du céu eu fui parar no médico da última vez.Fiquei entediada o médico disse que tenho um ritimozinho de matá (coisa nada boa) hahahahaha
Ah a doença moderna é gastrite isso sim! hahahaha

Ana SSK disse...

É incrível como estamos submersos nesse delírio generalizado de que o tempo é curto, tempo é dinheiro e blablablá.
Perde-se 95% da vida aí.

Batom e poesias disse...

Por isso o chamado "slow food" está virando uma filosofia de vida.

Necessário sim desacelerar, mas não é possível no dia-a-dia.

Infelizmente...

Beijocas

Jorge Lemos disse...

Na incerteza do amanhã prefiro ficar no ocio do hoje

Ju ♥ disse...

eu já vi gente ir embora de restaurante q 'prepara' a comida na hora, acho q é o costume de self service e fast food.

Amélia disse...

Nada como uma excelente cia!!!

Beijocas relaxadas!

Carolina Louback disse...

Oi Flavio, interessante estive em Maringá (RJ) e Maromba na pousada Portal dos Ventos recentemente. Uma delícia aquilo lá. Já havia ido muitas vezes a Penedo, mas não tinha seguido viajem.
Estudo em São Paulo e vivo na Dutra ou na Ponte Aérea. No momento de férias, mas retorno as atividades no início de Agosto.
Abraços para ti.