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sábado, janeiro 21, 2012

Rotos e rasgados

Mais uma meta postagem.  Blogs e redes sociais repercutem, ou melhor seria dizer, ressonam.
Ressonância é um fenômeno que a física descreve como a amplificação de uma frequência de vibração por estímulos de frequência idêntica.  Como não a idéia aqui não é dar explicações científicas, basta lembrar que estou me referindo àquele fenômeno que faz com que uma pessoa possa "explodir" um copo de cristal com um grito agudo (alcançando a frequência natural de vibração do cristal).
É isso que, de certa forma, explica as "explosões" virais nas redes sociais.
Tamém ocorre em escala menor a cada postagem seguida de comentários no facebook, principalmente as postagens mais "agudas" (críticas) ou "graves" (emotivas).
Tomando com exemplo alguns temas das últimas duas semanas, "Luiza está no Canadá" e "Ai se eu te pego" (Teló) "explodiram".  "Vada a bordo, cazzo" (do desastre do Costa Concordia) vibrou a ponto de ser ouvido no mundo todo.  E estupro no BBB (lembrou-me da Batalha de Itararé) veio logo atrás.
Curioso é que para cada tema, surgia um contra-tema, resultando em sub-grupos ressonantes.
Sempre que minha avó via duas pessoas se acusando mutuamente, sem que nenhuma tivesse verdadeiramente razão, ela dizia: "mas é o roto falando mal do rasgado".
Pessoalmente, não vejo qualquer diferença entre repercutir a viagem da Luiza para o Canadá ou qualquer outro tema que a imprensa nos diga que merece nossa indignação.
Ou melhor, vejo sim.  Embora a Luiza tenha se dado bem com essa história, a repercussão foi expontânea, provavelmente iniciada por alguém que, com fino senso de humor, captou nas entrelinhas do comercial do empreendimento imobiliário, as sutilezas da sociedade paraibana.  Não é isso que costuma acontecer quando a mídia escolhe para onde devemos dirigir nossa atenção.
Então, enquanto a Veja promove o Eike "Xiaoping" na sua capa eu discordo do Carlos Nascimento, o jornalista do SBT que diz que nós "já fomos mais inteligentes". 
Acho que vamos ficar mais inteligentes ou, pelo menos, temos uma chance, na medida em que podemos escolher mais livremente os temas sobre os quais queremos conversar e o rumo que daremos à discussão.
Como não estamos acostumados a isso, claro que vai demorar um pouco.
Mas a gente ainda chega lá.

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