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quarta-feira, dezembro 31, 2008

Hora da promessa ...


Olho no olho
daquele rosto imperfeito
com o qual me acostumei
a despeito
Mais que uma promessa
um compromisso
que só a nós interessa
filosofei
No próximo ano
(olhei ao redor)
decidi:
Vou te tratar melhor !

domingo, dezembro 28, 2008

Hybris (ou Hubris)

Escutei essa palavra pela primeira vez há alguns dias, numa reportagem "making off" do filme RockNRolla. O sujeito que comentava não sabia bem o que queria dizer. Relacionou-a com intensidade e disse que, de um modo ou de outro, "hybris" estava presente em todos os filmes e, mais intensamente, nesse.
Como a essa altura do campeonato é raro escutar uma palavra ou um conceito sobre o qual não tenha absolutamente nenhuma informação (e esse foi o caso), resolvi pesquisar.
Descobri que Hybris (ou Hubris) é uma palavra de origem grega.
Significa, primariamente, o arrebatamento por sentimentos que passam da medida, em particular o orgulho, a insolênica e a violência. É expressado pelo tratamento arrogante e pela humilhação, que fatalmente resultam em retribuição e, consequentemente, em tragédia (tão ao gosto do antigo teatro grego).
Os gregos antigos consideravam Hybris um crime, e o maior dos pecados.
Independentemente de qualquer juizo de valor, a verdade é que Hybris é uma constante nas relações masculinas, particularmente quando a inveja está presente.
É, realmente, muito dificil para um homem não reagir a esse tipo de manifestação, mesmo sabendo que a humilhação (ou tentativa de) é alimentada pela inveja.
O impulso para revidar é visceral e potencialmente destrutivo.
E, mesmo quando controlado, deixa marcas profundas.
Talvez seja o aspecto mais crítico da psique masculina.
Valeu a pena pesquisar.
Veio em boa hora para ajudar em um momento de introspecção.

sexta-feira, dezembro 26, 2008

Para garantir um 2009 melhor ...

Mensagem de hoje, gerada automaticamente na minha página do Orkut:

"Sorte de hoje: A pessoa que lê sua sorte foi demitida. Enquanto não contratamos outra, visite o álbum de um amigo"

Bom sinal .....

Adivinhações

A Débora recomendou um site muito divertido, onde um gênio adivinha o nome do personagem escolhido por você. Boa diversão para esses dias de marasmo.
O site é http://www.akinator.com/ . Vale a pena conferir essa "mágica" da informação.

terça-feira, dezembro 23, 2008

Férias .... EBA !!!

Resolvi comemorar em grande estilo....

Feliz Natal

Queridos companheiros da blogaldeia e frequentadores do Arguta Café:
Se estivesse mais rabujento nessa manhã, faria uma postagem criticando o disvirtuamento do Natal. Ou talvez uma outra, falando sobre como a igreja Católica se apropriou das festas pagãs.
Mas acontece que, apesar de esgotado e insone (êta final de ano difícil), não estou rabujento.
Talvez porque, apesar de tudo, a vida tenha sido generosa comigo nesse ano que termina. Tenho muito mais rezões para comemorar do que para reclamar.
Então vou, simplesmente, desejar a vocês um feliz dia de Natal.
E também, que sejam felizes todos os dias depois dele, porque um dia só de felicidade é bom, mas é pouco. Vocês merecem mais.

domingo, dezembro 21, 2008

O ciclo reverso da vida



Melhor seria nascer velho e doente para, desde cedo, conhecer o valor da saúde e a importância de cuidar-se.
Ai, ir rejuvenescendo aos poucos, recuperando a saúde e aproveitando a aposentadoria para observar o mundo.
Depois, trabalhar bastante, realizar grandes coisas e viver amores maduros.
E ir desaprendendo todas as regras e impossibilidades até chegar à adolescência, no furor dos hormônios e na melhor das disposições.
Curtir adoidado os anos dourados e descançar nos braços da mamãe, agarrado no cobertor predileto e de chupeta na boca.
Até voltar para o conforto infinito do útero materno e desaparecer num orgasmo.

(imagem: http://www.dzoo.uevora.pt)

sexta-feira, dezembro 19, 2008

PUBIS

Irreverentes irreversíveis, nossos companheiros da blogsfera preparam mais uma surpresa.
Está em gestação uma nova revista digital que, desde o início desta madrugada, já tem nome: PUBIS.
Pubis vem do latim; significa penugem. O título, além de remeter sonoramente a "publicação", faz referência à puberdade.
Puberdade: período de transição entre a infância e a adolescência, no qual ocorre o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e a aceleração do crescimento, levando ao início das funções reprodutivas.
Que seja fecunda, divertida e produtiva, sob a proteção de Afrodite.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Desvelando


O olhar de uma mulher revela o que ela esconde até de si mesma.

domingo, dezembro 14, 2008

E o velho Ferrari vai cada vez melhor



Para os que acompanharam com preocupação o torturante problema de saúde do meu pai nesses útimos dois anos, é com alívio que que posso dizer: ele, agora, está melhorando a olhos vistos.


Graças à incansável e determinada dedicação da Glaura, que não sossegou até encontrar o diagnóstico correto (como foi difícil e angustiante) e, mais recentemente, aos cuidados atenciosos do Claudio e da Marcela (que acolheram meus pais em sua casa no período de convalescência pós-cirurgica), o já não tão velho Ferrari está reencontrando o prazer de viver que sempre teve.
E eu tenho mais um motivo para ser grato ...








(a caricatura foi feita por um amigo do Paulo Souza, um cara muito bacana que trabalha com a gente na no IBOPE, e faz parte da carinhosa turma do Monitor, da qual o Ferrari foi diretor).

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Seikatsu Do

Para onde
Vai você ?
E o quê
a vontade esconde ?
Fácil dizer ...
Mas quem responde ?
Só te resta
viver
para
ver !

quarta-feira, dezembro 10, 2008

ZEN

Admiro que consegue manter seu equilíbrio emocional nesse mundo louco.
Tudo tão rápido, tão intenso, tão estúpido e sem sentido.
Bilhões de pessoas ocupando a maior parte do seu tempo em atividades cujo principal objetivo é sustentar a própria existência.
E, claro, vivendo um pouco quando sobra tempo.
Quando fcam velhas, recebem o direito de aproveitar seu tempo, mas geralmente não tem saúde para tanto.
Mas há quem consiga superar tudo isso, aproveitar os intervalos e viver muito bem, a maior parte do tempo.
Sem fingir, sem mentir para si, sem subterfúgios.
Apenas vivendo, sem maiores complicações.
Zen.

domingo, dezembro 07, 2008

Imaginando o futuro

Inspirado pelo comentário da Udi no último capítulo publicado do "Rastro do Butadieno" (abaixo), mencionando a "subdressing", decidi discorrer um pouco sobre o desafio de manejar um personagem do futuro.
Até agora, esse "pepino" estava nas mãos (especializadas) do Ernesto. Mas como seu personagem veio parar no quarto da "minha" Cristine, tive que me virar.
Imagine-se, você, voltando 400 anos no passado. Você irá usar expressões diferentes para designar coisas equivalentes do passado. Vai falar, com naturalidade, de coisas que não existem. E logo vai estar procurando palavras para conversar com aquela gente "primitiva", como se fossem crianças.
"Subdressing" foi um exemplo dessa situação. Imaginei que, no futuro (400 anos à frente), seguiremos utilizando algum tipo de roupa íntima, mas certamente palavras como "calcinha" e, principalmente, "cueca", serão substitídas por outras. Provavelmente, não será subdressing. Mas escolhi uma palavra que, embora diferente da atual (cueca), pudesse ser compreendida. Imaginei, também, que não fará mais sentido lavar roupas íntimas. Calcinhas e cuecas serão vistas como as fraldas de pano hoje em dia. Quem tiver dinheiro para isso, usará descartável (as "tech", que mencionei no texto).
As escolas serão certamente diferentes. O modelo de ensino atual está mais do que esgotado, e os jovens de hoje não tem a menor motivação para assistir aulas aborrecidas sobre temas desinteressantes. Tive que imaginar um novo modelo de escola, as "Servant", que são unidades dinâmicas de aprendizagem. Nas "Servant" os alunos não são distribuidos por idades e nem precisam "passar de ano". Não existem professores, mas sim, orientadores. Alunos escolhem assuntos de seu interesse, aprendem com a experiência e com referências do "Speicher" (sotão, em alemão), uma espécie de biblioteca virtual com tutor holográfico, e compartilham seu conhecimento com os colegas. E, o que é mais interessante, nunca saem realmente da escola (se é que podemos chamar assim).
Ou seja, embora esses e outros detalhes não estejam descritos no texto do "Butadieno", não é possível construir um personagem convincente sem imaginar seu contexto sócio-cultural.
Para vocês verem o trabalho que o Ernesto está tendo com o seu "núcleo" nessa minissérie....

sábado, dezembro 06, 2008

Dando o troco (pensamento da noite)

É dificil ouvir uma crítica.
A primeira reação é a defesa.
A segunda, é pensar em dar "o troco" ou, se for uma pessoa "do bem", esperar que a vida faça isso.
Olhar para si, entender o porquê, aproveitar a oportunidade ... coisa rara.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

O Rastro do Butadieno (10)

.... e se você perdeu, não deixe de ler os capítulos anteriores !

Capítulo 1 - A visita
Capítulo 2 - Sonhos e Safiras
Capítulo 3 - Um nome de mulher
Capítulo 4 - Perturbações Próximas
Capitulo 5 - A ponta do véu
Capítulo 6 - Segredos e Surpresas
Capítulo 7 - Lantejoulas
Capítulo 8 - Libido e Lascívia
Capítulo 9 - Ponto de não retorno



Ménage et Mémoire

Gusmão, nu, tentava controlar a descarga de adrenalina. O parco verniz civilizatório não parecia ser capaz de conter a reação instintiva do macho diante do território invadido.
Cristine, momentaneamente esquecida de seu parceiro, contemplava o fantasma encarnado, embevecida.
O ciúme do irmão de Giordi decrescia rapidamente, acompanhando o pênis de Gusmão, e era substituído por um turbilhão de pensamentos incongruentes.
A euforia pela súbita consciência de que Cristine, a sua Cristine, estava ali, nua, ao alcance de suas mãos. O terror de constatar que alguma coisa de muito errada havia acontecido com a Vizio e a intuição de que suas chances de voltar ao seu tempo seriam remotas. A deslocada preocupação com autorização do pagamento da mensalidade do seu novo sintetizador de alimentos. O desejo de haver vestido sua subdressing de linho ao invés da tech descartável habitual. A sensação de alarme pela presença do primitivo e raivoso Gusmão.
A situação não poderia ser mais surrealista.
- Cristine ....... – Nobrú, o irmão gêmeo de Giordi, supirou, aproximando-se e tocando suavemente o seio esquerdo da mulher dos seus sonhos.
Cristine tomou a mão de Nobrú e apertou-a contra seu seio, sorrindo.
- Você é real ........
- Que merda é essa ? – vociferou Gusmão. Se ia rolar um ménage, alguém podia ter me avisado antes, porra ! Quem é esse cara ?
Nobrú recuou um passo, distanciando-se de Gusmão, que havia se aproximado dos dois.
- Gusmão ... esse é ..... – começou Cristine.
- Nobrú, é meu nome. Nobrú Tesla. E vai ser muito difícil explicar o que estou fazendo aqui, Gusmão.
- Tesla ??? Você é parente do Bruno ? Nobrú ... Bruno ... Puta brincadeira de mal gosto !
Gusmão voltou-se para Cristine.
- Grande atriz ! Bela piada você, o Bruno e a Denise armaram.... Cadê os dois ? – olhou em volta procurando seu assistente e a fogosa namorada.
Cristine não havia prestado a menor atenção às palavras de Gusmão. Nobrú era tudo que interessava.
- Bruno Tesla ? Em que ano estamos ? Por volta de 2000, não ? – Nobrú parecia verdadeiramente supreendido.
- Deixa de palhaçada.
- Você não entende .... um antepassado meu, com esse nome, viveu nessa época. Meu nome é uma recomposição do dele. Foi a solução que encontraram para a falta de nomes em função da superpopulação do planeta. Toda família tem o direito de reaproveitar os nomes de seus antepassados.
Gusmão deu uma última olhada para Cristine e Nobrú, sacudiu a cabeça e começou a recolher suas roupas do chão, resmungando.
- É nisso que dá abaixar a guarda .... Mulher é foda ... não dá para confiar nunca. Amiga do Bruno, então .... imbecil ....
- Quem é você ? – Cristine perguntou, ainda hipinotizada.
Nobrú deixou Gusmão de lado por um momento e sentou-se na cama, ao lado de Cristine.
- Eu vim do futuro, Cristine. Futuro, para sua referência temporal. Na verdade, você está no passado, segundo a minha referência. Isso não deveria ser possível.
- Como assim ? – a magia dava lugar à curiosidade científica.
- Há aproximadamente 30 anos, no meu tempo, ou uns 400 anos a frente do seu do seu, um grupo de jovens estudantes do Servant encontrou as anotações de cientistas do século XXI sobre transporte de matéria, baseada em conceitos arcaicos de física e química quântica. As anotações descreviam uma máquina que havia sido batizada de Glúon Projecta, que seria capaz de projetar a matéria á distância através de uma onda portadora equivalente em espectro a um gás muito utilizado na época, chamado Butadieno.
Gusmão, com a camisa desabotoada e a calça semi-enfiada em uma das pernas olhava para o intruso boquiaberto. Glúon Projecta era o nome que havia imaginado dar para sua máquina, se um dia fosse capaz de construí-la.
Nobrú prosseguiu.
- Os estudantes decidiram, por pura diversão, retomar o projeto substituindo os conceitos quânticos antigos por colorários da anarcospínica. O resultado foi supreendente. Construíram uma projetor dimensional, uma máquina capaz de projetar a matéria para qualquer lugar no espaço e no tempo, não em sua totalidade, mas o que poderíamos chamar de sua essência, sua forma.
A mão de Nobrú havia descido para a coxa de Cristine, que ele alisava suavemente enquanto falava.
- Alguns anos depois, um dos jovens decidiu testar a máquina pessoalmente, e descobriu que a máquina também projetava a consciência o que, diga-se de passagem, colocou por terra o conceito de alma imaterial e complicou bastante a vida das antigas religiões, mas isso é outra história.
Nobrú distraiu-se momentaneamente com os pelos de Cristine.
- Bem .. para encurtar, hoje em dia todo mundo tem uma Vizio em sua casa e pode projetar sua consciência no espaço e no tempo, assistindo ao vivo eventos distantes geográfica ou temporalmente. Quanto mais potente a máquina, maiores as possibilidades de deslocamento.
- E você... ? - balbuciou Cristine, prendendo a mão de Nobrú entre as pernas.
- Eu estava assistindo você ....quer dizer, deveria estar assistindo ... mas por alguma razão, materializei-me aqui.
- Puta-que-pariu !!!!! – Gusmão gritou, levando as mãos para o alto. Puta que pariu ....

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Para posteridade

E no dia em que morrer
Que alguém escreva na minha lápide
Ele viveu
Todas as aquelas coisas fantásticas
Que alguém imaginou no cinema
Fez da ficção
Realidade
E da realidade
Ficção
Amou
Chorou
Riu
E fez sorrir
Não odiou ninguém além de si mesmo
E esteve sempre
Muito bem acompanhado

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Ela

Está alí
Sem exigir, sem pedir
Num sempre sorrir
Derramando carinho
Pelos olhos
Pela boca
Pelas mãos
Despida sob o vestido
Nua em sua afeição
Ela
Sempre
No meu coração