Adoro a produção cinematográfica, rica e cheia de efeitos especiais.
Mas também gosto muito do teatro brasileiro, da televisão, dos curta-metragens, dos comerciais e da produção artística brasileira em geral.
Esse bando de pessoas criativas e apaixonadas capazes de produzir quase sem dinheiro me emociona.
Dificil competir com a "economia de escala" oferecida pela globalização.
A industria cinematográfica norte-americana produz para um mercado rico que lhe deu uma base histórica de sustentação e exporta para o mercado mundial, já habituado à sua linguagem.
Aqui, produzimos para um mercado difícil e pouco acostumado à nossa própria linguagem.
Certa vez disse, numa palestra, que filme brasileiro parece novela mexicana. Não foi uma crítica a nenhum dos dois. Apenas constatava o fato de que estamos acostumados com filmes americanos e novelas brasileiras. Estranhamos a novela que vem de fora e o filme que é produzido aqui, fora dos padrões norte-americanos.
O incentivo fiscal dado pelo governo é importante, mas não suficiente.
Há quem critique qualquer tipo de intervenção ou protecionismo governamental.
Mas fato é que a União faz a força.
Lamentavelmente, nosso país não tem um plano estratégico. Apenas apagamos incêndios e pensamos a curto prazo.
Nosso país tem, claramente, dois diferenciais competitivos: um vasto e rico território e um povo criativo, afetivo e com vocação para felicidade.
Um bom plano de governo deveria levar isso em conta. Incentivar, dar suporte e premiar iniciativas que aproveitassem esse diferencial.
Poderíamos alimentar e entreter o mundo.
E trocar isso por tecnologia e ciência, desenvolvendo essas áreas onde ainda não somos competitivos ao longo do tempo.
Talvez não seja o melhor plano. Pensava nisso enquanto assistia a entrega do Oscar 2012.
Mas certamente não seremos um grande país sem um plano. Essas coisas não acontecem por acidente.
segunda-feira, fevereiro 27, 2012
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6 comentários:
Concordo plenamente com você!
Temos tanta coisa boa, mas não temos organização e planejamento, e no fim quase não temos nada.
Vc tem toda razão.
Bjs.
A par das considerações pertinentes sobre o cinema nacional, é preciso admitir: muito criativa a idéia da estatueta "tupiniquim" no formato de Saci, que é figura lendária indígena do sul do país assimilada posterioremnte pelos africanos trazidos para cá que traduziram para elementos de sua cultura. Mais brasileiro, impossível.
Um brinde à criatividade.
Quem sabe, quando me aposentar, me dedico a criar a "Fundação Saci Pererê" ... rs
Falou e disse e eu assino em baixo! :-)
Vc tem razão quando diz que nosso país vive de apagar incêndios e sem empenho para estratégias, tão fundamentais ao crescimento de um povo que se preze!
Mas, é importante que as idéias sejam lançadas, assim como fez agora... "Vai que"... um dia, né? rs
Bj
Helô
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