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sábado, outubro 15, 2011

Inovação

Li em algum lugar que o Blackberry estaria prester a ser descontinuado, e o que indicaria isso é que já estava a 6 meses sem apresentar inovações.
É verdade que a RIM (fabricante do aparelho) tem lá os seus problemas e que pode ser vendida.
Mas o que me chamou a atenção foi o indicador.
Inovar virou uma obsessão. 
A inovação está para as empresas assim como o entretenimento está para os indivíduos.  É um processo diversionista.
Pessoas que buscam obsessivamente o entretenimento costumam estar fugindo de si mesmas.
Empresas obsessivamente inovadoras fogem de seus problemas internos.
As neuroses se retro-alimentam e caminhamos alegremente para o apocalipse, de mãos dadas, empresas e consumidores.
Não tenho nada contra a inovação, muito pelo contrário. 
Mas acredito que o marketing da inovação não é a única e nem a melhor alternativa para a maioria das empresas, assim como penso que passar a vida "na balada" não seja a melhor alternativa para o indivíduo.
Diversão e inovação são necessárias e interessantes.  Na medida certa, enriquecem.  Nos extremos, empobrecem, tanto as empresas quanto as pessoas.
E esse não é um pensamento inovador.
Platão (filósofo grego) teria dito que "a necessidade é a mãe da inovação".
Faz sentido.  Uma necessidade não atendida motiva a criação de uma solução para atendê-la.
A questão é que estamos invertendo a ordem natural das coisas e transformando a inovação numa necessidade.
Como consumidores, estamos pagando para alimentar nossas neuroses.
Como empresas, estamos criando um efeito semelhante àquele que solapou o sistema financeiro.
E é por isso que boa parte das empresas inovadoras tem uma carreira meteórica.
Não deixa de ser uma estratégia: criar, inflar e vender.
Mas as empresas que pretendem permancer não podem se deixar hipnotizar pelos fogos de artifício.
Existe sempre uma empresa altamente inovadora liderando um mercado.  Uma diferente a cada dois anos.
Preste atenção nas "inovadoras" que permanecem.  Microsoft, Apple, Google.  Boa parte de suas "inovações" cotidianas são apenas cosméticas, para atender (e alimentar) a demanda neurótica dos consumidores.  Apresentam inovações disruptivas em intervalos consideráveis de tempo e sustentam seus negócios com produtos "tradicionais".
Pessoas felizes também costumam ter o mesmo perfil.  Constroem uma base consistente para suas vidas e variam as formas de entretenimento.
Alguém pode dizer que as 3 empresas que mencionei não seriam comparáveis.  Mas são.  A explicação iria tornar essa postagem um tanto longa e estou com preguiça.  Mas posso explicar depois para quem quiser me pagar um chopp.

3 comentários:

Luna Sanchez disse...

Eu entendo isso. Gosto de estabilidade, gosto da minha rotina, não sou ávida por inovações externas mas pelas internas sou sim, estou sempre disposta a testar os meus limites mesmo sabendo que em alguns pontos não os tenho, assim como todos os seres humanos.

Isso me dá uma satisfação monstra e então dedico boa parte do tempo que meus amigos acham que eu deveria estar em baladas e shows, a cuidar da minha vida criativa.

Alguns deles dizem que sou chata. Eu digo que sou esperta.

E pretensiosa.

Tá, isso eu não digo, mas penso.

Te conto mais na hora do chopp.

Beijo grande, seu moço.

Ana Andreolli disse...

é bem isso, o lema da empresa q eu trabalho, INOVAÇÃO

Ju ♥ disse...

aha, eu preciso de inovação renovação ou qualquer ação q valha uma bela mudança...