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quinta-feira, janeiro 12, 2012

Matéria e energia

Sócrates, um importante personagem da filosofia grega, teria dito: "só sei que nada sei".
Tendo a concordar com ele.
A razão é um poderoso instrumento, mas limitada à nossa ignorância.
No mundo ocidental tendemos a valorizar o pensamento lógico em relação aos sentimentos.
Isso me parece um equívoco esquizofrênico.  Razão e sentimento são complementares.  E me parece que essa complementariedade ajuda a expandir os limites do nosso conhecimento.
Fiz essa pequena introdução para contextualizar o tema da postagem, que reúne o que sei e o que sinto.
A princípio, tenderia a dizer que sei o que me ensinaram na escola, o que lí nos livros ou aprendi com pessoas ilustradas.  É assim que costumamos caracterizar o saber "oficial", legitimado por autoridades institucionais.
Aprendemos de tal forma a ignorar os sentimentos, que não incluímos o que sentimos na categoria de "conhecimento", a não ser no que se refere aos 5 sentidos "autorizados" e, ainda assim, com ressalvas.
Posso dizer que "sei" que está frio, mesmo sem consultar um termômetro, ou que "sei" que algo está estragado pelo cheiro, sem fazer uma análise química.  São afirmações aceitáveis.
Mas quando digo que "sinto" uma energia positiva emanando de um objeto ou de uma pessoa, corro um grande risco de não parecer uma pessoa "séria".  Sentir energias não é uma capacidade humana cientificamente legitimada.
Uma experiência curiosa que costumo repetir as vezes, quando estou dormindo fora de casa.  Deito na cama relaxadamente e procuro encontrar a posição em que durmo em minha própria casa.  Mudo de posição na cama até "sentir" que meu corpo esta alinhado na mesma posição em que estaria se estivesse na minha própria cama.  Uma vez encontrada a posição que sinto como "familiar", verifico o alinhamento em relação aos pontos cardeais (norte, sul, leste, oeste) - o que ficou mais fácil agora que tenho um iPhone com bússola integrada.  Pasmem:  acerto sempre.  E como já fiz a experiência com chuva e com sol, de manhã e à noite, podemos descartar a referência da luz do sol (embora alguém sempre possa argumentar que meu ardiloso cérebro tenha registrado os pontos cardeais durante o dia e minha espantosa percepção espacial permita que, inconscientemente, saiba qual é a exata posição da cama do quarto do hotel em relação aos pontos cardeais).
Minha "explicação" para isso é que sou capaz de "sentir" o campo magnético da Terra.
É, claramente, uma percepção sutil, diferente daquela oferecida pelos 5 sentidos "oficiais". 
Mas, como a energia magnética é cientificamente comprovada e nosso corpo contém metais sensíveis a ela (além de produzir, ele mesmo, alguns fenômenos eletromagnéticos), estou certo de que não serei considerado totalmente louco ou charlatão por essa afirmação.
A física quântica anda fazendo algumas descobertas interessantes sobre as relações entre matéria e energia e está perto de concluir que tudo que existe é formado por energia (nesse dia a expressão comum a muitas religiões - "Deus está em todas as coisas" - ganhará um novo sentido metafísico).
Minha amiga Deborah Worthington postou um artigo lá no facebook sobre a energia eletromagnética gerada e emanada pelo coração que, segundo o autor, tem bases científicas.
É o tipo de artigo que minha "razão" recebe com desconfiança, mas que não contraria o que sinto no dia a dia.  Minha reação ao artigo foi algo como "essa é uma explicação meio estranha para justificar algo que eu tenho a impressão de que sinto".
A vantagem de estar ficando "velho" é que aos velhos e às crianças é permitido um certo grau de "insanidade"....

13 comentários:

OutrosEncantos disse...

"A vantagem de estar ficando "velho" é que aos velhos e às crianças é permitido um certo grau de "insanidade"...."

... é Flávio..., e pouco mais.
abraço.

e daí? disse...

como tudo é maneira de interpretar... eu ja veria pelo lado espiritual esse seu sentir energias...

Ana Andreolli disse...

Flavio, seu blog dá um banho de realidade em mtos dos seus post. ando fã de cronicas. hahaha

=*

Flavio Ferrari disse...

Andrea: não importa o nome que damos às coisas, desde que permitamos que aconteçam.

Flavio Ferrari disse...

Ana: seu blog também está lindíssimo e a última postagem foi saramaguesca.

Flavio Ferrari disse...

Outros encantos: minha amiga portuguesa ... poderias dar um nome a vossa pessoa, ora pois ? Nos acompanhamos mutuamente há tanto tempo que já caberia uma apresentação ... rs

e daí? disse...

rsrsrs, com certeza...

Anônimo disse...

Eu sei o que descobri nas caminhadas da vida e que sinto com todos os sentidos que temos - os conhecidos e os não explicáveis.

Interessante teu text... Gostei...

A esta altura da minha vida, tendo a "saber" coisas que vem não sei de onde e me "abraçam" não sei como. :-)

bjs
Anne

Amélia disse...

Grande sabedoria!!!

Beijos

CHRISTINA MONTENEGRO disse...

Nunca vi essa história ser contada com tanto (e ótimo) sabor... DILÍÇA!... Beijos!

Flavio Ferrari disse...

Anne: é o que eu disse .. estamos ficando velhos, mas com alma de criança.

Flavio Ferrari disse...

Ti: é a inspiração da musa.

Flavio Ferrari disse...

Christina: tks. Mas quem conta um conto aumenta um ponto .. rs