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segunda-feira, agosto 20, 2012

Os 4 tipos de sexo



Em seu livro “Outliers”, Malcolm Gladwell afirma que para ser excepcionalmente bom em alguma coisa é necessário ter 10.000 horas de prática.  Claro que talento e habilidade ajudam mas, segundo o autor, o tempo de dedicação é um divisor de águas.
Fiz minhas contas e, no ritmo atual, só vou atingir essa marca para atividades sexuais daqui a uns 5 anos (sendo otimista).
Mas já pratiquei o suficiente para me sentir confortável falando sobre o tema.
Observei que existem 4 abordagens bastante diferentes para o sexo, que classifiquei como “animal”, “ritual”, recreativo e “protocolar”.
Chamei de “animal” aquele sexo que praticamos motivado pelos instintos.  Não escolhe hora ou lugar e nem requer grandes preparativos.  É feromonial, antecedido por um sentido de urgência, por uma sensação de extrema necessidade.  Seu objetivo é a penetração e o orgasmo.  É explosivo e deixa aquela sensação de realização e alívio (quando é bom), ou de frustração (quando, por alguma razão, não gostamos).  É um sexo, corporal, de entrega física.
No outro extremo está o sexo “ritual”, que se distingue do “animal” principalmente pelo seu objetivo.  No sexo “ritual” a penetração e o orgasmo são menos importantes.  O prazer está na condução do encontro e o objetivo é a mágica do prazer, o estímulo da energia sexual.  Pode ser erótico, místico, religioso, fantasioso e até selvagem.   Mas é necessariamente longo e rico em detalhes e sutilezas.  Nunca é urgente ou necessário.  É apenas desejado.  Termina com uma sensação de plenitude, de intimidade, de cumplicidade (quando bem realizado).  Raramente deixa um sabor ruim.   A entrega é integral.
No meio do caminho está o sexo "recreativo".  Simples, gostoso, sem nenhuma motivação especial.  Apenas fruto da oportunidade.  Normalmente praticado por pessoas que já tem alguma intimidade e que gostam de compartilhar carícias, de dar e receber prazer.  Não tem maiores pretenções mas nem por isso é banal.  É uma daquelas coisas que tornam o dia mais agradável e a vida mais feliz.   Não tem a intensidade do sexo "animal" ou a profundidade do sexo "ritual".   É lúdico, divertido, descompromissado.
O quarto tipo de encontro sexual que merece classificação é o que chamei de “protocolar”.  Bastante comum em relações longas e sexualmente desgastadas, se caracteriza pela obrigação. Não há urgência, desejo ou necessidade física.  Existe apenas a necessidade formal de “cumprir tabela”.   Em situação normal é feito com algum prazer (normalmente mais para o homem do que para a mulher), mas está longe de satisfazer algo além do “compromisso” social.  Quando bem feito deixa a confortável sensação de dever cumprido.  Muitas vezes serve apenas para nos lembrar de que a vida poderia ser mais interessante.  Não há entrega.
Limitei-me a mencionar os casos convencionais de sexo consensual, embora boa parte das práticas menos convencionais (como BDSM - bondage, discipline, dominance, submission, sadism, masochism, Ménage ou Swing) e até mesmo a masturbação possam ser classificadas nesses quatro grupos.
Já o sexo praticado de forma destrutiva (como instrumento para degradação) mereceriam uma postagem à parte que deixo para os psicólogos de plantão.
Minha motivação para essa postagem foi alertar os que praticam, com mais frequência, o sexo do quatro grupo (“protocolar”), para o fato de que a vida é curta e o sexo pode ser uma grande fonte de prazer. 
Claro que todo mundo sabe disso ... mas não custa nada lembrar.

4 comentários:

Carla P.S. disse...

Como boa bruxa que sou, gosto muito do ritual.

Um café!

Flavio Ferrari disse...

Imaginei, Carla ... Depois de um rápido encontro com a namorada na hora do almoço dei-me conta de que havia esquecido de um quarto tipo ... o "recreativo" ... rs

Erika disse...

Como tudo na vida... apesar de alguns serem mais gostosos que os outros tipos,tem tempo e espaço para todos eles. Circunstancia e companhia ideal fazem diferença para cada um.

Ju ♥ disse...

ainda bem q na vida de solteiro o protocolar se encaixa quase nada... ou não! rs