Pesquisa boa é aquela que comprova aquilo em que já acreditávamos !
Quem trabalha no negócio de pesquisa de mercado sabe como é difícil apresentar resultados que divergem da percepção (ou do desejo) do contratante.
A reação antagônica a notícias indesejadas é da natureza humana. Há que se aprender a lidar com as frustrações, de parte a parte.
Embora esse aspecto da humanidade fique evidente nesse caso, creio que vale a pena aproveitar a lição para pesar seus desdobramentos em outras situações.
Tenho observado que é bastante comum, quando temos uma tese para qual necessitamos de comprovação, tomarmos os fatos do cotidiano como “provas” dessa tese.
De certo modo, interpretamos os fatos de forma a que possam servir de apoio a nossos argumentos.
Em situações normais, fazemos isso dentro do limite do razoável.
Em situações limite, como diria minha avó, “focinho de porco vira tomada” ou, como diria meu avô, “chamamos urubu de meu louro”.
E nessa situação, o que podem os fatos diante da força dos argumentos ?
Vale observar ...
terça-feira, janeiro 31, 2006
quarta-feira, janeiro 18, 2006
Poltrona do Diretor: o futuro dos negócios
Meu bom amigo Marcelo Coutinho acaba de me encaminhar um artigo da McKinsey, assinado por Ian Davis e Elizabeth Stephsenon, comentando quais são as tendências identificáveis hoje com potencial para impactar os negócios futuros de forma relevante.
Julguei interessante partilhar com os amigos do Arguta Café.
1. Ocorrerão importantes deslocamentos dos centros econômicos. que resultarão em um maior equilíbrio de forças entre USA, Europa e Ásia.
2. A idade média da população será maior, demandando aumento de impostos (para sustentar serviços públicos) e oferecendo novas oportunidades de negócio.
3. A massa de consumidores deve se expandir com significativa mudança de perfil.
4. O impacto de novas tecnologias (que se consolidam) trará importantes mudanças de hábitos e atitudes.
5. O perfil da força de trabalho demandada pelas empresas em geral sofrerá profundas transformações.
6. O antagonismo às grandes corporações deverá aumentar e será compensado pelo posicionamento socialmente responsável comprovado por ações concretas.
7. A limitação de recursos naturais será sentida de maneira mais intensa e afetará os negócios de forma direta.
8. Novos modelos de negócio, mais colaborativos, suplantarão os modelos competitivos vigentes nas últimas décadas
9. Como conseqüência, os modelos administrativos também serão revistos e os processos “científicos” de decisão serão preponderantes
10. A produção e a gestão do Conhecimento, num mundo de excessivas informações, serão atributos indispensáveis à sobrevivência.
Os executivos que dedicarem uma parte significativa de seu tempo avaliando antecipadamente o impacto dessas (e de outras) tendências sobre os negócios, alinhando a estratégia de suas empresas, estarão reduzindo riscos e otimizando suas chances de sucesso no cenário futuro.
quinta-feira, janeiro 12, 2006
A importância do "não sei"
(O amigo Sidney Fernandes, motivado pela leitura da postagem anterior (Patavina), enviou-me o espirituoso texto abaixo).
Se você ainda não sabe qual é a sua verdadeira vocação, imagine a seguinte cena: você está olhando pela janela, não há nada de especial no céu, somente algumas nuvens aqui e ali.. Aí chega alguém que também não tem nada para fazer e pergunta:
- Será que vai chover hoje???
Se você responder "com certeza"...a sua área é Vendas: o pessoal de Vendas é o único que sempre tem certeza de tudo.
Se a resposta for "sei lá, estou pensando em outra coisa"... então a sua área é Marketing: o pessoal de Marketing está sempre pensando no que os outros não estão pensando.
Se você responder "sim há uma boa probabilidade"...você é da área de Engenharia: o pessoal da Engenharia está sempre disposto a transformar o universo em números.
Se a resposta for "depende"...você nasceu para Recursos Humanos: uma área em que qualquer fato sempre estará na dependência de outros fatos.
Se você responder "ah, a meteorologia diz que não"...você é da área de Contabilidade: o pessoal da Contabilidade sempre confia mais nos dados no que nos próprios olhos.
Se a resposta for "sei lá, mas por via das dúvidas eu trouxe um guarda-chuva": então seu lugar é na área Financeira que deve estar sempre bem preparada para qualquer virada de tempo.
Agora, se você responder "não sei" há uma boa chance que você tenha uma carreira de sucesso e acabe chegando à diretoria da empresa.
De cada 100 pessoas, só uma tem a coragem de responder "não sei" quando não sabe. Os outros 99 sempre acham que precisam ter uma resposta pronta, seja ela qual for, para qualquer situação.
“Não sei”, é sempre uma resposta que economiza o tempo de todo mundo, e pré-dispõe os envolvidos a conseguir dados mais concretos antes de tomar uma decisão.
Parece simples, mas responder "não sei" é uma das coisas mais difíceis de aprender na vida corporativa.
Por quê?
Eu sinceramente "não sei".
quarta-feira, janeiro 11, 2006
PATAVINA
Quando submetida a um conjunto de informações aparentemente desconexas ou de difícil compreensão, minha avó costumava desfilar o bordão: “não entendi patavina”.
Se ela fosse italiana, poderia estar se referindo à Província Patavina di Santo Antonio, em Padova.
Mas não; minha avó era descendente de portugueses. E Adventista, ademais, o que torna pouco provável sua visita a uma Igreja Franciscana (como é o caso da Patavina).
Os dicionários atuais explicam que patavina significa nada.
Uma injustiça, já que ao esclarecer o não entendimento, significa muito.
E, verdade seja dita, nos tempos de hoje quem afirma estar entendendo tudo é porque deixou escapar alguma coisa.
Entendeu ?
quarta-feira, janeiro 04, 2006
Inteligência e Conhecimento
A volta ao trabalho demanda mais pragmatismo do que filosofia.
Eis que estou aqui às voltas com um tema no mínimo instigante: Inteligência.
Não me refiro à inteligência individual, cujo conceito muito se flexibilizou desde os antigos testes de QI (ainda bem !).
Falo da Inteligência Empresarial, genericamente definida como a forma pela qual os agentes que recebem informações executam ações.
Obviamente, o assunto é por demasiado extenso e complexo para uma blog-postagem.
Mas seguramente é um bom tema para começarmos o ano, profissionalmente falando.
Nos últimos anos os processos de Gestão de Informação foram amplamente discutidos em eventos públicos e no âmbito privado das grandes empresas.
Tive a oportunidade de participar de muitos desses encontros, dada a minha posição de Diretor de uma grande empresa dedicada justamente a produzir informação.
Percebi, em inúmeras ocasiões, que a Gestão da Informação (ou mesmo a Gestão do Conhecimento) acabava por assumir um papel central na estratégia das empresas (o que é bom) sendo tratada como objeto autônomo, ou seja, um fim em si mesmo (o que é não é tão bom).
Muitas vezes perde-se de vista a razão pela qual se deseja fazer a Gestão da Informação.
Seduzidos por técnicas e conceitos como Redes Neurais, Árvores de Decisão, Agentes Lógicos, Algoritmos de Busca entre outros, fica difícil lembrar que o que queremos ao final é tomar decisões inteligentes.
Para isso, é claro, é necessário conhecimento, fruto da interação entre a observação, a informação e a experiência.
Certa feita ouvi de um empreendedor que Inteligência de Negócios é uma coisa muito simples: repetir o que funciona e evitar o que não funciona, sabendo distinguir entre uma coisa e outra.
Pessoalmente, gostaria de acrescentar que a Inteligência Empresarial é de natureza coletiva. Desenvolve-se com o compartilhamento de informações, idéias, experiências e pontos de vista, preferivelmente em meio de acaloradas discussões.
E se torna eficientemente aplicável a partir de sua formalização.
Mais para frente compartilho com vocês alguns tópicos interessantes sobre o assunto ...
segunda-feira, janeiro 02, 2006
O primeiro passo
Hoje já é dia 2 de janeiro de 2006 e tudo continua igual a 2005.
Ora ... as coisas não mudam assim, de graça. Você tem que fazer a sua parte.
Um velho ditado polonês diz que dar o primeiro passo já é 50% do percurso.
Bem ... talvez seja um novo ditado polonês.
Um amigo recomendou a leitura do livro “Execution – The discipline of getting things done” de Larry Bossidy e Ram Charan.
O livro resgata o conceito de Execução, não como uma tarefa menor ou tática, mas como a disciplina necessária para o cumprimento da estratégia. É interessante e estimulante. Vale a pena ler. Principalmente se você estiver precisando de uma boa desculpa para adiar o primeiro passo.
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