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sexta-feira, dezembro 30, 2011

Io no posto ¡

Se esse negócio funcionasse, eu estaria postando com singular alegria aqui da praia.
Lamentavelmente, só funciona às vezes, depois das duas da manhã.
Então, hoje, só na semana que vem ...

terça-feira, dezembro 27, 2011

Tangerine Tango


Composto por 82% de Magenta e 80% de Yellow e batizada de "Tangerine Tango" pela Pantone (empresa especializada em cores) essa será a cor da moda em 2012.
Pode ser uma homenagem à banda eletrônica alemã Tangerine Dream (que tem um nome incrível e músicas que só fazem sentido para quem já está chapado) ou ao fantástico (embora efêmero) suco de tangerina, que virou moda aqui em Sampa - o que não creio, porque Bergamota Tango ou Mexirica Tango não soariam tão bem.
Fato é que "tangerina" é uma cor quente e tango una musica caliente que vai ficar ótima com um toque de sabor tropical.
Eu, como os frequentadores do Arguta já sabem, sou fã da música do Pavilhão 9 - Ritmo e Poesia, a trilha do futuro dos aliados.
Tudo a ver, tudo ao vivo, não dando mancada, não pagando vacilo ...
E se for com tangos e tangerinas, ainda melhor !

sábado, dezembro 17, 2011

O medo do Padre Alberto

Padre Alberto estava em seu leito de morte, carinhosamente acompanhado por Maria de Fátima, uma das mais dedicadas senhoras de sua paróquia.
Consciente de que seu momento de partir estava próximo, Padre Alberto parecia resignado, mas preocupado.
Maria de Fátima ousou perguntar:
- Padre Alberto, o senhor está com medo de morrer ?
- Não, Maria.  Não tenho medo da morte.  Minha fé permita que entenda a morte apenas como uma passagem.  Mas estou com medo do julgamento.
Maria de Fátima se espantou:
- Do julgamento, Padre Alberto.  Mas logo o senhor, que teve uma vida tão justa, tão caridosa, tão dedicada a ensinar o caminha aos outros e cuidar do bem estar de sua comunidade !
- Pois é, querida Maria.  Não tenho medo de ser julgado por não ter sido tão caridoso quanto Madre Tereza de Calcutá, porque não sou Madre Tereza .....
E o Padre Alberto continuou ...
- Também não tenho medo de ser julgado por não ter sido tão importante para humanidade como Gandhi, porque não sou Gandhi.  Nem de não ter sido tão eloquente quanto Santo Agostinho, porque não sou Santo Agostinho.
- E de que o senhor tem medo, então, Padre Alberto ?
- Tenho medo Maria, de ser julgado por não haver sido Alberto, em toda minha plenitude.  Essa responsabilidade era só minha !

quinta-feira, dezembro 15, 2011

Uma colherada de bom humor ...



Na pontual ausência dela
uma bela colher de Nutella
que não substitue a menina
mas estimula a serotonina

quarta-feira, dezembro 14, 2011

Agradecer

Então me deu vontade de agradecer...
Mais um ano de postagens aqui no Arguta, compartilhando pensamentos nem sempre muito coerentes com pessoas que generosamente investem parte do seu tempo (essa coisa preciosa) para ler, comentar e as vezes levar o que escrevo para outros espaços.
Neste último mês de novembro o Arguta Café completou 6 anos como espaço aberto à participação, sem qualquer tipo de restrição.
Dá para contar nos dedos, talvez de uma única mão, as vezes em que alguém se deu ao trabalho de utilizar esse espaço de forma desagradável.
Um ou outro anônimo de quando em vez, possivelmente atuando (no sentido psicanalítico da palavra) sua inveja.
Alguns poucos episódios em que fui estabanado com as palavras e acabei incomodando pessoas que tiveram a gentileza de me informar como se sentiram, e tudo foi resolvido sem maiores dramas.
Um par de pessoas que não soube compreender o caráter ficcional do Arguta e decidiram julgar e condenar, sem direito a defesa, o que eu lamento.
Alguns outros que nem soube porque deixaram de frequentar o Arguta, mas de quem senti falta.
E uns poucos que exigem que eu seja diferente do que sou e que, considerando que isso seria injusto para os que gostam de mim como sou (incluindo-me), não pude atender.
Considerando que o Arguta já recebeu 130 mil visitas e tem 270 seguidores, não posso reclamar.
Ao contrário, preciso é agradecer a todos e a cada um de vocês que me dão o prazer da presença e das palavras.
Esses encontros fazem diferença !

terça-feira, dezembro 13, 2011

Observando a transcendência

Oportunidades raras ... nessas últimas duas semanas pude acompanhar o momento em que duas pessoas diferentes transcenderam seus limites.
Transcender me pareceu uma palavra melhor do que ultrapassar ou superar, porque dá a idéia de algo integral e definitivo.
Foram situações bastante diferentes.
No primeiro caso, a pessoa desejava essa transcendência e seu "radar" encontrou o "mentor" que poderia ajudá-la nessa travessia.  Confiou em seus instintos, aceitou a vivência proposta superando consciente e corajosamente seus medos e se deu de presente uma experiência transformadora.  Foi um passo importante em direção à ampliação de sua consciência e percepção.  Ela está motivada com a perspectiva que se abre diante dela e disposta a aproveitar essa oportunidade.
No segundo caso, uma amiga decidiu que a pessoa em questão precisava viver uma experiência transformadora e a convenceu-a, ainda que relutantemente, a tentar, mesmo contra seus instintos.  Ela conseguiu entregar-se, algo insegura, à vivência proposta e também transcendeu seus limites.  Ainda não a ví após essa experiência mas tenho a sensação de que não estará tão bem quanto a primeira pessoa.
De qualquer forma, a razão da postagem é comentar a beleza desse momento de transcendência e, particularmente, o brilho do olhar naquele exato momento em que o mundo fica diferente.
Eu participei ativamente dos dois processos.  No primeiro como "mentor", no segundo como expectador coadjuvante.
O resultado é que conclui que ando acomodado, curtindo minhas próprias transcendencias passadas.
Está na hora de criar coragem para dar mais um passo transcedental ... Só preciso descobrir qual.

sábado, dezembro 10, 2011

"Libertad" (Zenós Fudakis)


"O prazer de libertar-se dos moldes que nos aprisionam. "
( ou ... "quer saber ? Tô fora !")


sexta-feira, dezembro 09, 2011

E o Willian Bonner diz que a idade é uma merda !

E o Willian Bonner disse isso para uma revista, segundo a Folha.
Com 48 anos, rico, famoso, bonitão e aparentemente bem casado, o sujeito ainda reclama.
Alguém deveria explicar para o moço que a alternativa é pior, como costuma afirmar minha mãe que já passou dos 70 há algum tempo.
Eu estou com 52 (4 anos fazem diferença, principalmente sem maquiagem) e, honestamente, não concordo com o Bonner.
Claro que preferiria ter o corpinho dos 30, mas no conjunto da obra gosto mais de mim agora.
Não sou daqueles que celebra as rugas e as marcas na pele como sinal de uma vida bem vivida.  Fico bem melhor sem elas.
Também acho um porre todas e cada uma das consequencias nefastas da decreptude (ok, exagerei).  Não tem nenhum lado bom nisso.
Mas viver é uma tarefa complexa e leva algum tempo para aprender a fazer isso bem.
O resultado é que aproveito muito mais um ano de vida hoje do que 5 anos aos 30.  Matematicamente, viverei (em termos qualitativos) outros 50 nos próximos 10.
É possível que o Bonner não tenha dedicado muito tempo de sua vida a aprende-la.
E o segredo, meus caros, eu conto para vocês (se alguém for amigo do Bonner pode dar um toque para ele):  é prestar atenção no que está fazendo.
Qualquer dia faço uma postagem explicando isso com mais detalhes.
Beijos de um "velho" feliz.

quarta-feira, dezembro 07, 2011

Um pé na cozinha

Essa expressão ("um pé na cozinha"), tão popular quanto preconceituosa, tem origem no Brasil colonial, época em que as escravas negras habitavam as cozinhas das fazendas dos produtores de cana e café.
É, na verdade, duplamente preconceituosa, porque também sugere, implicitamente, que cozinhar é uma tarefa de menor valor.
Ou triplamente, se considerarmos que no ambiente empresarial as linhas de produção e áreas de operações também recebem a alcunha de "cozinha" e seus profissionais são menos valorizados do que os que estão na "linha de frente". 
Minha tataravó cafuza (índio+negro), conta a parlenda familiar, era dona de pensão e mãe solteira.
Meu bisavô português era "banqueteiro", e servia as festanças dos barões do café na Av. Paulista.  Não fosse ele viciado em jogo, teria eu heradado, talvez, um império gastronômico.
Os ancestrais poloneses, dizem, eram nobres ou judeus.  Fato é que vieram para o Brasil fugindo de alguma perseguição na Polônia e chegaram aqui com uma mão na frente e outra atrás.  Pobres, mas eruditos.  O avô pololnês operário, que não conheci mas de quem herdei o nome, lia muito e escrevia poemas.
Diferentemente dos italianos, os Ferrari, que eram pouco instruídos mas engenhosos.  Enquanto o avô polonês escrevia poesias, o italiano (que também era operário) construia miniaturas de locomotivas a vapor no porão de sua casa.
Resumindo, para decepção dos que valorizam o "pedigree" eu tenho, geneticamente, pés e mãos na cozinha.
Não é algo para se ter orgulho ou vergonha.  Como toda herança, não tem mérito próprio.
Mas confesso que tem lá seus benefícios.
A carga genética me permite ser eclético e a história familiar deixa pouco espaço para preconceitos.
Mas voltando ao título da postagem, creio que essa expressão tende a perder seu sentido pejorativo.
Cozinhar está ficando mais chique.  Os novos apartamentos de alto padrão tem até "terraço gourmet".
E bons profissionais de produção e operação estão ganhando importância no mercado de trabalho.  Já não é incomum que cheguem a presidir as empresas, justamente por sua capacidade de realização.
Tenho a impressão de que, em breve,  "realizar com elegância" será mais valorizado do que "aparentar elegância" e ter "um pé na cozinha" será uma forma discreta de elogio.
Bem ... "pé", excetuando-se o fetiche, pode ser um tanto grosseiro.  Talvez a expressão mude para "ter uma mão na cozinha".
Just in case, meu diploma de cozinha siciliana já está na parede....

terça-feira, dezembro 06, 2011

E no final da tarde ...

Um pensamento síntese: 

"Não estou disposto a fingir que sou uma pessoa diferente para conseguir o que desejo, mas estou disposto a mudar se valer a pena."

domingo, dezembro 04, 2011

Eu, em você.

Já comentei aqui minha preferência pelo politeísmo (o que, aliás, custou-me a perda de alguns leitores monoteístas mais aguerridos e menos dispostos a aceitar minhas ilações filosóficas).
Fui abandonado por mais alguns quando comecei a manifestar meu apreço por pensamentos orientais, em particular os relativos ao Tantra.
Uma das coisas que que me encantam nos ensinamentos esotéricos e nas filosofias orientais milenares é a idéia de que as palavras não são suficientes para "iluminar" o indivíduo.
Há coisas que não podem ser ensinadas.  O máximo que se pode fazer é conduzir o aprendizado.
As maioria as religiões monoteístas ocidentais se baseia "na Palavra", assim mesmo, com "P" maiúsculo, para que não seja contestada ou questionada.  A "Palavra" deve ser ouvida e assimilada sem discussão, porque assim deve ser a fé.  Respeito e temor são os instrumentos desse aprendizado.
Já no outro mundo, as palavras são artifícios para estimular o questionamento - os "koans" (uma espécie de pergunta sem resposta) são um bom exemplo. E, sempre que possível, o aprendiz é levado a participar de vivências que tem o mérito de tirá-lo de sua zona de conforto e expandir sua percepção.
Até nos pequenos detalhes essa diferença se faz sentir.
Se tomamos os 10 mandamentos, imperativos como só os mandamentos podem ser, a exceção de "guardar o sétimo dia" (que como mandamento, convenhamos, deixa a desejar) todos os outros poderiam ser substituídos por uma única orientação dada em Levítico 19,18 - "Ama a teu próximo como a ti mesmo".
Teria sido melhor, talvez, afirmar "ama o teu próximo como ele gostaria de ser amado", mas as palavras, principalmente quando mandatórias, são sempre limitadas.
Em parte do oriente, particularmente na India e no Nepal, hindus e budistas entre outros costumam utilizar uma saudação simples, mas profunda: "Namaste".   Muitas vezes essa saudação é apenas gestual, dispensando o uso da palavra.
A tradução da palavra Namaste é, ao pé da letra,  "eu me curvo diante de você", mas seu significado é o reconhecimento no outro da mesma divindade que anima quem faz o cumprimento.
Nesse sentido, pode ser interpretada como "o Deus que está em mim saúda o Deus que está em você", com o reconhecimento implícito de que se trata do mesmo Deus, independentemente da forma pela qual eu e você costumamos tratá-lo.
Indo mais além, é uma forma de reconhecer que temos algo muito importante em comum, que partilhamos algo essêncial.  Um passo importante para aceitar que somos mais do que irmãos. Somos, na verdade, uma só divindade distribuida momentaneamente em duas embalagens diferentes.
Essa aceitação cria uma condição bastante favorável para o amor ao próximo que será, por força da similaridade, igual ao amor por si mesmo.
Mas não como uma imposição ou mandamento.  Como decorrência da compreensão de que não há como ser diferente.
E se a razão não bastar, você sempre poderá contar com vivências (individuais ou grupais) preparadas pelos mestres para facilitar essa compreensão.
Por isso não estranhe quando eu te tratar com mais intimidade e carinho do que seria esperado.  É porque estou me reconhecendo em você.

sábado, dezembro 03, 2011

Sobre as pedras ...

Não são as pedras do caminho
Que contornamos ou escalamos
Nessas, a águia faz seu ninho
Mas as que nós mesmos colocamos
A cada pequeno gesto mesquinho
Quando enfim nos declaramos
Incompreendidos e sozinhos
Para as quais nos acabamos
É o que o poeta diz ...
O fim de tudo começa
Com o medo de ser feliz.

terça-feira, novembro 29, 2011

Mais sobre o humor ...

Um estudo realizado por acadêmicos da Universidade do Novo México nos EUA confirma que os homens são mais engraçados do que as mulheres.
Muitas mulheres questionarma a seriedade do estudo cujas principais conclusões foram:
1) Os homens são mais engraçados;
2) Senso de humor está diretamente relacionado com inteligência;
3) Pessoas mais engraçadas tem vida sexual mais ativa
Claro que como em todo estudo de correlação, as relações de causa e efeito podem estar invertidas.
Poderíamos concluir que um sujeito que está "se dando bem", se for inteligente, anda rindo à toa.
Ou que um cara inteligente consegue as melhores mulheres e, portanto, está sempre de bom humor.
Ou, ainda, incluindo uma quarta variável não mensurada pelo estudo, que pessoas "ardilosas" tem vida sexual mais ativa, são necessariamente mais criativas e se saem melhor em testes de inteligencia.
Melhor começar a decorar algumas piadas ...
Mas não adianta se esforçar para parecer bem humorado.  Um outro estudo, realizado por pesquisadores da Universidade Estudual de Michigan (EUA), concluiu que o riso forçado piora o estado de espírito.
Quem quiser escolher as melhores piadas com o auxílio da ciência, pode visitar o Lagh Lab e descobrir quais são as melhores piadas do mundo.

(ps - as dicas dos sites e os estudos mencionados forma extraídos da matérias da Superinteressante)

Humor e arte

Estava eu lá na Mercearia da Vila Madelena, prestigiando o lançamento do livro da amiga blogueira Christina Montenegro - "Homem ainda não existe", uma lacuna que talvez pudesse ser preenchida com minha ausência ...
Na conversa entrecortada pela chegada dos amigos, ela comenta algo sobre a importância da arte e do humor ... não me lembro exatamente o que ela disse porque estava lutando por um pastel naquele momento.
Uma particularidade desse bar é que você não pode ordenar pastéis.  A cada aproximadamente 20 minutos um garços circula entre as mesas perguntando quem quer pastéis e a quantidade não é suficiente para todas as pessoas presentes.   Creio que é para estimular a competitividade.
Christina nos apresenta uma amiga recém chegada, que carrega a cúpula de um abajur.
Sem pensar duas vezes eu digo:
- Percebe-se que você é uma pessoa iluminada !
Christina já está conversando com um outro amigo, curador, que ainda não teve a oportunidade de ler seu livro, insistindo que sua opinião seria muito importante para ela.
E eu me pego dizendo:
- Faça algum comentário sobre o número de páginas ou a qualidade do papel ...
Nesse momento, a conexão entre humor e arte tomou forma em minha mente.  O humor, como a arte em geral, tem natureza catártica, purgatória.  A pintura, a escultura, a música e a piada simplesmente transbordam porque não cabem mais dentro da pessoa.   É uma energia que busca a oportunidade para escapar ... um papel em branco, uma pedra especial, um instrumento musical ou uma situação inusitada (como a chegada da mulher com a cúpula).
A piada espontânea, como a arte, não são produzidas para agradar ou entreter, seja a platéia ou o autor.  Nem mesmo para instigar ou chocar.  Nascem para aliviar uma espécie de pressão interna.
O resultado deste insight é que vou dormir me sentindo um artista.

(arte: Fine Art America)

domingo, novembro 27, 2011

A indignacao cosmetica e a militancia virtual

Ando espantado com as militancias facebuqueanas.
A disposicao com que todos se engajam nos mais diversos movimentos contra ou a favor de causas politicamente corretas ê surpreendente.
O facebook ofereceu uma alternativa interessante para os ativistas de sofa (aqueles que manifestam veementemente sua oposicao a tudo aquilo que o Jornal Nacional ou a Veja denunciam para a pessoa sentada ao lado e afirmam com conviccao que alguem deveria fazer alguma coisa e que isso nao pode continuar assim).
Agora, ainda no conforto dos seus lares, eles podem fazer mais.  Postam seus comentarios indignados e compartilham denuncias em tom inflamado e agressivo.
Eh a nova militancia virtual.
Nao me interpretem mal, por favor.  Apesar do tom sarcastico do comentario acima, nao tenho nada contra esse movimento.
O que vem me incomodando eh a agressividade, facilitada pela seguranca da distancia fisica e estimulada pela neurose coletiva.
Faz tempo que aprendi que agressividade gera agressividade.
Meninos costumavam aprender isso nas brigas de rua . Voce pode ateh ganhar uma briga, mas sempre sai machucado.  E, no dia seguinte, corre o risco do cara que apanhou voltar com um par de amigos e devolver a "humilhacao".
Mas as brigas de rua estao mais raras e no facebook, se o oponente nao concorda com voce, basta bloquear.
O resultado disso eh que algumas pessoas andam dando vazao a raiva acumulada e promovendo uma curiosa catarse coletiva.
Nao sei onde isso vai dar.
Pode ser passageiro. 
Pode motivar exercicios concretos de cidadania (como ja vem acontecendo em alguns casos).
Ou pode gerar um crescente clima de intolerancia e  ressentimento, alimentado por discursos estimulados por essa agressividade mal resolvida que pode ser liberada "sem risco".
Meus amigos costumam dizer que sou otimista demais e que sempre vejo o melhor nas pessoas.
Sempre discordei.  Mas ultimanente ando em duvida.  Talvez eles tenham razao.

sábado, novembro 26, 2011

Robocop amarelinnho ...

Os cientistas sul-coreanos criaram um robocop para patrulhar as penitenciárias à noite.
De acordo com a matéria publicada no site do UOL ele terá sensores para identificar comportamentos "anormais" como violência e tentativa de suicídio.
Fiquei aqui pensando: o que seria dos cientistas se não fossem os escritores para inspirá-los.

quinta-feira, novembro 24, 2011

Isso tudo que está aí

Inspirado pela postagem da inspiradora Lis Cereja, proprietária da igualmente inspiradora Enoteca Saint Vin Saint (que apesar do nome, também é um restaurante inspirador), resolvi fazer um apelo aos leitores do Arguta.
A Lis postou lá no facebook:
"Muito inteligente essa nova lei seca. Agora as pessoas nao podem mais tomar vinho no jantar por causa de um bando de bebados desgovernados que provavelmente encheram a cara de vodka com energetico e sairam atropelando todo mundo pela frente com seus carroes importados. Bravo!"
Na semana passada eu mesmo havia postado uma crítica à lei (ora, a lei) aprovada pela assembleia legislativa que proibe a carona ("garupa") nas motos para previnir roubos, já que muitos assaltos são praticados por pares de ladrões em motos.  E não foi o Tiririca que propos a lei, é bom lembrar para os críticos do rapaz. Foi o deputado estadual Jooji Hato (médico formado na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com curso de pós-graduação nas especialidades de Cirurgia Geral e Cirurgia Pediátrica, de acordo com sua home page).
Moro aqui ao lado da Avenida Paulista e todas as semanas (agora virou moda) escuto os gritos enraivecidos de protestos variados (boa parte deles justificados, diga-se de passagem), acompanhados de "palavras de ordem" com o objetivo de motivar a população a lutar contra tudo isso que está aí.
Meus queridos companheiros blogueiros.  Eu realmente acredito que o ódio pode ganhar batalhas mas é o amor que ganha as guerras (já andei postando isso também).
Essas atitudes restritivas, punitivas e agressivas não levam a lugar nenhum.  Ou melhor, levam a um lugar pior no final do caminho.
Estado policialiesco, revoluções, greves e piquetes, são exemplos do raciocínio autoritário típico de um nível de consciência medieval.  Daqui a pouco voltaremos às cruzadas e os presidentes poderão desvirginar as noivas desse país.  Ou pior, as noivas precisarão voltar a ser virgens !
O pedido que faço a vocês é:
"Por favor, nas próximas eleições, vamos incluir felicidade no critério de seleção dos candidatos."
Quem é infeliz não convive bem com o fato de que os outros possam curtir a vida de forma responsável e aproveitam qualquer desculpa para complicar a vida.
Já quem é feliz sabe o valor que isso tem e procura soluções mais inteligentes e agradáveis para os problemas que existem e precisam ser resolvidos, não substituidos por outros.

terça-feira, novembro 22, 2011

Opções para considerar ...

A vida pode ser mais interessante, por vários caminhos.
Um deles é fazer coisas diferentes de vez em quando.
Eu andei escolhendo algumas.  Na verdade, já há algum tempo adotei a idéia de fazer pelo menos uma coisa diferente todos os anos.
E já que o final do ano está aí, compartilho algumas das quais gostei muito como sugestão para a lista dos leitores do Arguta:
1. Curso de mergulho (scuba dive), preferivelmente com batismo em Fernando de Noronha
2. Curso de teatro amador, com direito a participar de uma peça no final
3. Passeio de balão (chegando cedo para acompanhar a preparação, que é mágica)
4. Salto de paraquedas (pular de um avião a 4.000 metros de altura é uma experiência única)
5. Massagem tântrica (faça um curso, ou pelo menos experimente uma massagem - vale a pena)
6. Final de semana num hotel hedonista (sugiro o Desire em Cancun)
7. Assistir um show ao vivo do Cirque de Soleil
Sete é um número cabalístico, então paro por aqui.
Claro que tudo fica mais divertido em boa companhia.  E nesses casos, boa companhia é alguém que topa qualquer parada e está pronta para encarar qualquer coisa de bom humor.
Ah ... ficarei muito grato se vocês puderem colaborar com novas idéias.  Ainda não decidi qual vai ser o projeto divertido para o ano que vem ;)

quinta-feira, novembro 17, 2011

Te cuida, Gabriel .... rs

Já temos a letra, falta a música.


Chegou 2012 – Relaxa

Chega o fim do ano
O saco vai acabando
A grana ta faltando
O povo reclamando

A vida ta corrida páca
Relaxa
Tira o paletó, desabotoa essa bombacha
Assim cê vai acabar na maca
Relaxa
Abre o coração, fazer amor não paga taxa

E se a garota do escritório puxou o seu tapete
E se o escroto to teu chefe vem te descendo o cacete
Sair de casa cedo, cheirando a sabonete
E o trânsito parado por causa de um piquete


A vida ta corrida páca
Relaxa
Tira o paletó, desabotoa essa bombacha
Assim cê vai acabar na maca
Relaxa
Abre o coração, fazer amor não paga taxa

Mas tem notícia boa, chegou 2012
Compra uma roupa nova e começa a fazer pose
E se for verdade que o mundo vai acabar
Você ainda uns meses melhor aproveitar

Esquece essa revolta e parte pro abraço
Vai se divertir, não fica aí marcando o passo
Vê se põe de lado essa régua e esse compasso
Pra entrar felicidade você tem que abrir espaço

A vida ta corrida páca
Relaxa
Tira o paletó, desabotoa essa bombacha
Assim cê vai acabar na maca
Relaxa
Abre o coração, fazer amor não paga taxa


Beija, abraça, capricha na pegada
Cai de boca no filet, deixa de lado essa salada
Passeia, viaja, curte com a moçada
Pra aproveitar a vida não existe hora errada

quinta-feira, novembro 10, 2011

Conversa de cáfila

Um camelo e um dromedário se encontram numa cáfila e começam a conversar.
- Do que  estás rindo ? - pergunta o dromedário.
- Ah ... h'abibe ... desculpe-me.  Mas não pude deixar de achar graça desse teu jeito desengonçado.  Mas não deveria rir da tua desgraça. - responde o camelo, com um ar de superioridade.
- Mas, por Allah, de que desgraça estás falando ?
- Não precisa envergonhar-te ... não é culpa tua haver nascido assim, alijado de uma corcova.
- E o que o faz pensar que sou eu quem tem uma a menos ? Olhando daqui me parece que você é quem tem uma depressão no lugar onde deveria ter uma corcova.  Na falta de uma exuberância, te sobram duas protuberâncias.
- Mas que conclusão absurda !  Será que a corcova que te falta é a do bom senso ?
- De um camelídeo para outro, você anda com pensamentos muito ocidentalizados ...
- Mas isso já está se transformando em assédio moral !
- Eu disse ... daqui a pouco vai querer me processar.
- Hara .. isso é que dá discutir com desprovidos.
- Olhe ... eu poderia perder meu tempo tentando convencê-lo de que tenho razão, mas não vejo utilidade nisso.  Segundo Darwin, se camelos fossem uma opção evolutiva melhor, seriam maioria. Fato é que existem 10 dromedários para cada camelo na face da Terra.
- Pois é !  São necessários 10 dromedários para fazer o trabalho de 1 camelo ... Rá !
Enquanto isso, um pequeno falcão que sobrevoava aquele trecho do deserto em busca de comida, vislumbrando a longa fila de camelos sorriu e pensou:
- Cara ... não posso reclamar da vida.  Imagine ter que atravessar essa região em cima de 4 patas !!

quarta-feira, novembro 09, 2011

Qual será o assunto "importante" da semana ?

O pessoal já esta ficando enjoado dos protestos na USP, do SUS e da crise europeia.  Ministro caindo virou regra (aqui e lá fora) e não vende mais jornal.  Expressões curiosas como "ativos tóxicos" e "obesidade tarifária" parecem não provocar reações emocionantes.
Vou telefonar para o Zé Ramalho ...





Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal
("Vida de Gado" - Zé Ramalho)

domingo, novembro 06, 2011

Vem chegando o verão ...

Pela bagatela de £ 13,99 você pode encomendar seu "mankini" na loja inglesa Find-me-a-gift.
A indumentária de verão, popularizada pelo Borat, recebe o nome por derivação da versão feminina, o biquini.  Na verdade, assemelha-se mais a um maiô.  Entretanto, há de se convir que "maniô" soa pior.
Pensei em encomendar um para o caso de realmente termos um verão nesse ano, o que está parecendo tão pouco provável que as lojas já estão em liquidação.
Falando nisso, você pode encontrar modelos mais baratos na loja inglesa, mas não dá para correr riscos numa situação dessas.
Parei em frente ao espelho e tentei imaginar o resultado da aqusição.  Concluí que Ronaldo, Adriano e eu não ficaríamos bem com o modelito.
Quase entrei em depressão.  Resolvi comprar um pacote de maçãs da Turma da Mônica e começar uma dieta, não sem antes dirigir um pensamento solidários a minhas amigas edonistas que, como eu, aproveitaram o inverno para acumular calorias de felicidade (massas deliciosas, vinhos sedutores, fondues e outros quitutes hibernais).
Um amigo comentou no facebook que foi sozinho ao cinema e recebeu olhares de estranhamento das pessoas a sua volta. 
Deve ser um sinal de solidariedade.
As pessoas realmente gostam de cuidar da nossa vida, as vezes mais do que das próprias.
Creio que geraria um surto de solidariedade coletiva se aparecesse na praia trajando o porta-bandeira.
Ah ... e sobre as maçãs ... Dizem que a história de Adão e Eva, tal como é contada, apresenta um erro de cronologia.  Segundo alguns estudiosos, eles perceberam que estavam nús e, então, decidiram fazer a dieta da maçã.
Fazer dieta por vaidade seria, então, o pecado original.

segunda-feira, outubro 31, 2011

Correndo do abraço

Hoje, no final da tarde, encontrei com alguns estudantes fazendo um experimento na calçada da Avenida Paulista, próximo ao prédio da Gazeta.
Ofereciam um abraço grátis para quem estivesse passando por alí.
Recebi o meu e decidi ficar por alí observando.
Algumas pessoas desviavam, outras sorriam condescendentes, muito poucas aproveitavam a oferta.
Na verdade, não esperava que fosse diferente.  Mesmo no dia a dia com conhecidos as pessoas tem "medo" do abraço.
Sempre achei engraçado que muitos amigos que terminam seus e-mails dizendo "um abraço" nunca abraçam quando nos encontramos pessoalmente.
Abraço entre homens, quando não pode ser evitado, precisa ser rápido e firme, meio de lado, encostando apenas os ombros. 
Entre um homem e uma mulher que não tem intimidade é quase um crime.
E entre mulheres se resume a um roçar de seios rápido acompahado do tradicional encontro de bochechas e o estalar de lábios do beijo no vazio.
A garota que eu abracei na rua não estava preparada para um abraço "de verdade", mas reagiu bem.  Foi corajosa.  Abraçar um homem estranho na rua, mesmo sob a "guarda" dos amigos, pode ser um risco.
Não sei quanto tempo esses estudantes ficaram por alí, mas creio que foi tempo suficiente para terem aprendido algo sobre as pessoas e sobre eles mesmos.
Temos um longo caminho pela frente até chegar ao próximo nível de evolução social e esses "experimentos" são tão singelos quanto importantes.

domingo, outubro 30, 2011

Caquí e cacófatos

Pode suprender aos incautos, mas a famosa Festa do Caquí realmente existe e é bem organizada.  Acontece anualmente em Itatiba, no interior de São Paulo.  Quer conhecer, clicaquí.
Não consegui descobrir, entretanto, apesar de intensas pesquisas, onde o Judas perdeu as botas.
Expressões idiomáticas, cacófatos e trocadilhos sempre me divertiram.
Tenho uma amiga especializada em frases de duplo sentido.  Neste último final de semana desfiou um "potpourri" delas.  Lembro de duas:
- Chegou há pouco de fora ?
- Se eu cozinho todos comem ?
Essa atração pelas "abobrinhas" linguísticas começou na infância, quando alguém recitou-me o famoso poema:
Meu coração por ti gela
Meus amores por ti são
Já que não posso amar ela
Já nela não penso não
Singelo ... como eram as piadas para criança de antigamente (lembram daquela do homem com duas bananas no ouvido ?).
Na adolescência os trocadilhos eram mais elaborados e maliciosos:
"Não confunda a grande obra do mestre Picasso com a grande pica de aço do mestre de obra".
No mundo adulto, ambiente de negócios, a minha preferida tem a ver com as revisões de orçamento.
Você faz o orçamento (budget) que é a primeira previsão (forecast).
Ai, alguns meses depois, tem que apresentar a primeira revisão, o FUF (first upgraded forecast).  Depois o SUF (second upgraded forecast), o TUF (third upgraded forecast) e quando as coisas vão piorando a cada revisão, dizemos que no final teremos o SIFU (sem correspondente em inglês).
Pois é, você fica aí imaginando que as reuniões de executivos são sérias e aborrecidas, mas isso não é verdade quando você trabalha com uma equipe que sabe rir de si mesma, mesmo quando a coisa está feia.
Há quem diga que bom humor é sinal de inteligência.  Acho que depende da definição de inteligência.  Conheço muitas pessoas que considero inteligentes e que raramente contam uma piada.  A maioria delas tende a considerar que isso seria algo como "brincar em serviço".
Talvez estejam esperando para "rir por último".
Mas tenho a impressão de quem ri primeiro e com frequencia, ri melhor.

quarta-feira, outubro 26, 2011

Breve ... Tattoo Trend

Na foto ao lado, a equipe da Yodeley, que está produzindo o vídeo "Tattoo Trend", a representação audiovisual de um interessante trabalho da UNIT34 apontando a relevante tendência de migração das referências institucionais externas para as pessoais (self).
Gente ... como esse negócio de produção de vídeo da trabalho !!!!
Meus agradecimentos profundos a essa equipe de "santos".

terça-feira, outubro 25, 2011

Seu negócio é fazer sucesso ?

A campanha do Sebrae até que é bacana e eu gosto do Gabriel Pensador (embora me lembre da música "Ideologia" do Cazuza cada vez que vejo o GP fazendo um comercial).
O Sebrae é uma instituição interessante.  Tive a oportunidade de conhece-lo um pouco mais a fundo quando atendi a "conta" produzindo alguns trabalhos pela Ferrari, Higgins & Isnenghi.
Fornecem informações preciosas e boas orientações para os pequenos empresários.
Mas o que me chama a atenção é o refrão da música da campanha:
"Minha vida hoje virou verso e meu negócio é fazer sucesso"
No comercial que está sendo veiculado, Gabriel conta a história do pedreiro que resolveu vender sabão com a mulher e com a ajuda do Sebrae, fez sucesso.
Nada contra empresários.  Eu mesmo sou um (de novo) no momento.
Mas também não acho que ser pedreiro seja um caso de fracasso.  E, de certa forma, fico com a impressão de que esse tipo de campanha passa essa mensagem.
A mensagem de que sucesso é ser empresário, é ser patrão.
De algum modo, indica que qualquer pessoa pode abrir um negócio e se dar bem.  Só precisa de coragem e iniciativa.  Faz você se sentir mal por não tentar.
Abrir uma empresa de "assessoria" como acabo de fazer é relativamente fácil.  O capital necessário é predominantemente intelectual (embora você precise ter algum dinheiro guardado para pagar as contas pessoais nos primeiros meses).  E, ainda assim, é burocraticamente complicado.
Requer conhecimentos básicos de diversas áreas ou dinheiro suficiente para contratar quem entenda, correndo o risco de errar por não ser capaz de avaliar a competência de quem está sendo contratado.
O sujeito sabe fazer sabão ?  Ótimo !  Mas entre fazer em casa e abrir uma empresa  a distância é enorme.
Pessoas com espírito empreendedor precisam empreender e costumam estar mais preparadas para correr riscos e superar os imprevistos.
Eu tenho uma vocação intermediária, e convivo bem com riscos moderados.  Além disso, a longa experiência como executivo permitiu-me conhecer um pouco de cada uma das áreas de conhecimento necessárias para cuidar de uma empresa (risco menor).
Estimular alguém que não tenha um perfil emprendedor e um preparo mínimo a começar uma empresa, através do discurso indireto de que será um fracassado caso não o faça é trágico.
E eu já ví essa tragédia de perto várias vezes.
Se perder um emprego é ruim, enfrentar uma falência é infinitamente pior.
 

sábado, outubro 22, 2011

Para combater as lanchonetes que andam diminuindo os sanduíches

A matéria é do UOL.
O X-salada aí ao lado tem 540.000 calorias.
É o que chamamos em terras tupiniquins de "enfiar o pé na jaca".
Se estiver preocupado com o peso, melhor pedir sem maionese.

terça-feira, outubro 18, 2011

Vítima ou protagonista ?

Até os 14 anos fui vítima.  Aí decidir ser protagonista.
Ser vítima é acreditar que os outros são responsáveis pelos seus problemas e que não há nada que você possa fazer. 
Ser protagonista é decidir tomar parte da ação e assumir alguma responsabilidade pelo resultado.
Na esmagadora maioria das vezes podemos interferir no resultado.  E interfirimos, mesmo quando adotamos a posição de vítima, esperando que alguém nos socorra ou "pagando" pelos nossos insondáveis pecados.
Ser vítima é relativamente fácil, mas muito desagradável.  Mesmo quando a gente consegue o que quer, sobra um gostinho amargo na alma.
Ser protagonista é mais difícil.  Mas mesmo quando a gente não consegue o que quer fica a certeza de que fizemos o que estava ao nosso alcance.
O fracasso dói mais quando não fizemos nada para evitá-lo.  O sucesso é mais gostoso quando trabalhamos para merecer.
Mas a coisa mais difícl da posição de protagonista é que sempre nos sentimos responsáveis pelos nossos atos.  É uma espécie de "efeito colateral". 
Claro que não somos mais responsáveis do que quem assume a posição de vítima.  A responsabilidade é igual.  Mas quem está na posição de vítima não se sente responsável por nada.
Isso é "pesado", principalmente quando se refere às pessoas que amamos.
De qualquer forma, já não é uma escolha.  Nem sei se foi um dia.
É assim que é, e fico feliz que não seja diferente.

sábado, outubro 15, 2011

Inovação

Li em algum lugar que o Blackberry estaria prester a ser descontinuado, e o que indicaria isso é que já estava a 6 meses sem apresentar inovações.
É verdade que a RIM (fabricante do aparelho) tem lá os seus problemas e que pode ser vendida.
Mas o que me chamou a atenção foi o indicador.
Inovar virou uma obsessão. 
A inovação está para as empresas assim como o entretenimento está para os indivíduos.  É um processo diversionista.
Pessoas que buscam obsessivamente o entretenimento costumam estar fugindo de si mesmas.
Empresas obsessivamente inovadoras fogem de seus problemas internos.
As neuroses se retro-alimentam e caminhamos alegremente para o apocalipse, de mãos dadas, empresas e consumidores.
Não tenho nada contra a inovação, muito pelo contrário. 
Mas acredito que o marketing da inovação não é a única e nem a melhor alternativa para a maioria das empresas, assim como penso que passar a vida "na balada" não seja a melhor alternativa para o indivíduo.
Diversão e inovação são necessárias e interessantes.  Na medida certa, enriquecem.  Nos extremos, empobrecem, tanto as empresas quanto as pessoas.
E esse não é um pensamento inovador.
Platão (filósofo grego) teria dito que "a necessidade é a mãe da inovação".
Faz sentido.  Uma necessidade não atendida motiva a criação de uma solução para atendê-la.
A questão é que estamos invertendo a ordem natural das coisas e transformando a inovação numa necessidade.
Como consumidores, estamos pagando para alimentar nossas neuroses.
Como empresas, estamos criando um efeito semelhante àquele que solapou o sistema financeiro.
E é por isso que boa parte das empresas inovadoras tem uma carreira meteórica.
Não deixa de ser uma estratégia: criar, inflar e vender.
Mas as empresas que pretendem permancer não podem se deixar hipnotizar pelos fogos de artifício.
Existe sempre uma empresa altamente inovadora liderando um mercado.  Uma diferente a cada dois anos.
Preste atenção nas "inovadoras" que permanecem.  Microsoft, Apple, Google.  Boa parte de suas "inovações" cotidianas são apenas cosméticas, para atender (e alimentar) a demanda neurótica dos consumidores.  Apresentam inovações disruptivas em intervalos consideráveis de tempo e sustentam seus negócios com produtos "tradicionais".
Pessoas felizes também costumam ter o mesmo perfil.  Constroem uma base consistente para suas vidas e variam as formas de entretenimento.
Alguém pode dizer que as 3 empresas que mencionei não seriam comparáveis.  Mas são.  A explicação iria tornar essa postagem um tanto longa e estou com preguiça.  Mas posso explicar depois para quem quiser me pagar um chopp.

sexta-feira, outubro 14, 2011

Medidas e medidas

Como bom corinthiano, devo agradecer ao Ronaldo e ao Adriano por possibilitar que eu, finalmente, possa considerar que tenho um corpo de atleta.
Entretanto, confesso que minhas medidas já estão requerendo outras medidas, tanto pela saúde quanto pela estética, embora o impacto seja mais eficiente para a primeira, que ainda tem jeito.
Felizmente o problema não é grave.  Foi avaliado em 4 kilos (3,5 mais a pizza do feriado).
O problema é que hedonistas não gostam de dietas e exercícios.  Preferem milagres.
Mas perder uns quilinhos também da prazer.  A questão é o ajuste entre as perspectivas de curto prazo e largo prazo, como na economia.
Resolve-se tal qual a crise dos bancos europeus: basta reduzir os ativos tóxicos que produziram a expansão artificial do patrimônio.

Bom, vou comer um sanduiche de queijo antes de dormir e amanhã eu resolvo isso.

quinta-feira, outubro 13, 2011

O senhor das borboletas

Meio da noite, um sonho absolutamente bizarro me desperta.
Depois de alguns minutos rolando entre os lençois, vem a idéia da peça:


O Senhor das borboletas (7 atos)

Ato 1 – O farfalhar
- quando Ele reconhece a borboleta no âmago da mariposa
Ato 2 – O canto
- quando Ele atrai sua atenção, escutando-a
Ato 3 – O bailado
- quando Ele a seduz em sua dança
Ato 4 – A cópula
- quando Ele a insemina
Ato 5 – A transformação
- quando Ele, pacientemente, aguarda e sonha
Ato 6 – A contemplação
- quando Ele contempla sua obra
Epílogo
- quando Ele, finalmente, descansa

quarta-feira, outubro 12, 2011

Detalhes que contam

Sentado no sofá da sala, ouvindo discos remasterizados do Pink Floyd (auto-presente de dia das crianças), abro os olhos por um momento e a velha cristaleira chama minha atenção.
É um dos poucos cantos da casa onde "coleciono" objetos e deposito os livros em fase de deglutição.
Distanciado de mim mesmo (Floyd explica) analisei o que ví.  Um rádio antigo, presente de um casal de amigos muito queridos  para a casa nova.  Uma miniatura de uma Ferrari (que ganhei num posto de gasolina hace tiempo), a garrafa vazia de licor de cereja transformada em castiçal (para iluminar os jantares românticos e as noites de viagem), incensos e essências e, obviamente, livros.
"Intercâmbio das Psicoterapias" faz companhia para "As Particulas Elementares" (do Houellebecq), "Excution" (Bossidy & Charam), "Medo Líquido (Bauman), "Gene Egoista" (Dawkins) e para o par perfeito "Cavaleiro das Trevas" (Frank Miller) e "Sandman" (Neil Gaiman).  "Caim" (Saramago) e o imperdível  "Evangelho de Barrabás" (Torero & Pimenta), na pilha ao lado de "Myths and Legends" e "The Atlas of Languages" oferecem a perspectiva histórcio-sociológica.
"The Algebraic Mind" (Marcus), "Pensamento Complexo" (Mariotti), "Métodos Estatísticos Multivariados" (Manly) e "Pesquisa Operacional" (Moreira) recordam as pendências de trabalho.
"How to draw Mangá" lembra um desejo/desafio antigo.
Dou falta do "The history of things that never were", um dos meus preferidos (deve estar com o Rodrigo).
"Pecado e Capital" e "Tirando o Macaco", alí, no meio dos outros livros, me faz sentir quase um "escritor".
Na prateleira de baixo, alguns maços de cigarro, um despertador de campainha e 3 copos de conhaque antigos com detalhes dourados que herdei da minha madrinha.  Ah ... e uma pequena garrafa (que continha azeite caseiro grego, presente da amiga mexicana Luisa), esperando para virar, ela também, um castiçal.
É curioso como esse espaço de um metro quadrado pode dizer tanto sobre como sou.
São os detalhes que contam a história.

Moral e bons costumes

A Hope faz um comercial sensual onde a Gisele Bundchen faz beicinho, vestindo apenas os produtos da marca, para seduzir o marido e evitar uma bronca por haver batido o carro e os guardiões da moral e dos bons costumes caem matando.
A Renault faz um comercial incitando o consumidor a colocar fogo no seu carro da marca concorrente (possivelmente para receber o dinheiro do seguro) e comprar seu novo modelo e ninguém fala nada.
Ambos os comerciais são soluções criativas bem humoradas para conquistar a atenção e simpatia do consumidor, demonstrando seus pontos positivos.
A questão não está na qualidade ou na criatividade, mas na reação que provocam nos "guardiões".
Agressividade e trapaça parecem incomodar menos os moralistas de plantão do que a sexualidade.
A coisa está feia.
Mas ... there is Hope !

terça-feira, outubro 11, 2011

Placebo


Uma pesquisa conduzida pela Harvard Medical School comprova que os placebos (medicamentos sem princípios ativos) funcionam mesmo quando o paciente é informado de que se trata de um remédio falso.
A pesquisa foi feita na esteira do pensamento politicamente correto.  A idéia fundamental é que ministrar ao paciente um medicamento inócuo sem avisá-lo antes disso é um desrespeito.
Quase caí do sofá de tanto rir quando comecei a ler o texto.
Mas, para a surpresa de todos, inclusive dos pesquisadores, os pacientes informados da farsa indicaram melhora nos seus sintomas em proporção significativa (equivalente a testes anteriores que haviam sido efetuados sem esse respeitoso cuidado e semelhante aos tratados com medicamentos verdadeiros).
Várias hipóteses podem ser levantadas a partir dos resultados desse estudo, mas creio que a principal conclusão é a de que a estatística está para a medicina assim como a medicina está para a estatística.
E ninguém me leva a sério como médico só porque sou formado em engenharia ... Pode ?

segunda-feira, outubro 10, 2011

Pequenas coisas

Já aprendi que devemos aproveitar as pequenas coisas da vida, mas isso me pareceu um exagero.
O site do McDonalds explica: reduziram as calorias da porção de batatas para as crianças.  Fiquei imaginando se a Coca-Cola tivesse feito o mesmo com a Coca Zero.
Não tenho nada contra o McDonalds, muito pelo contrário.  Gosto dos sanduiches, das batatas, do sorvete e adoro as campanhas da Taterka.
As saladas ainda precisam de um upgrade, principalmente nos molhos, mas temos que considerar que os hamburgueres dos restaurantes vegetarianos também não são lá essas coisas.
Em resumo, comparativamente, acho que o Mc oferece uma excelente relação entre o custo e o benefício., principalmente nas lojas mais bem cuidadas (limpas e com o pessoal bem treinado).
Mas essa onda do politicamente correto conduzindo ao fade-out das batatinhas é de matar.
A boa notícia é que ganhei um bonequinho do professor Girafales ...

sábado, outubro 08, 2011

Pelo novo movimento feminista

Então, a Gisele bateu o carro ... tadinha.
E para não levar bronca do marido resolve contar o que aconteceu semi-despida.
A mensagem é clara:
- Querido, bati o carro, mas o importante é que estou inteira !
Não é essa a primeira preocupação de um marido amantíssimo quando sua esposa bate o carro ?
A Secretaria de Política para as Mulheres reclama:
“A propaganda promove o reforço do esteriótipo equivocado da mulher como objeto sexual de seu marido e ignora os grande avanços que temos alcançado para desconstruir práticas e pensamentos sexistas. Também apresenta conteúdo discriminatório contra a mulher, infringindo os arts. 1° e 5° da Constituição Federal.”
Falo por mim.... Discrimino (faço distinção) homens e mulheres.  Sou sexista, ou seja, acredito que homens e mulheres não são iguais.
Não acho a campanha da Hope brilhante, mas é engraçadinha.  E não vejo qualquer outra razão para uma mulher usar calcinhas rendadas que não seja a de exercer sua sensualidade (ceroulas de algodão são, certamente, mais confortáveis).
Darwin postulou e Dawkins (o Gene Egoista) explicou melhor porque a sensualidade feminina tem mais chance de ser replicada do que a preferência por ceroulas.
Ocorre que vivemos em um momento complexo (embora profícuo) onde a moral e os costumes tradicionais (referências externas) estão em conflito com a necessidade de descobrir-se, conforme sugerido pela inscrição do pórtico do Oráculo de Delfos (Conhece-te a ti mesmo).
Sexo segue sendo um gigantesco tabú.  Prazer ainda é sinônimo de pecado, principalmente se obtido através do corpo.
Demonizar a sensualidade feminina é manter a mulher em sua prisão histórica, simplesmente porque não sabemos o que fazer com nossos desejos.
Embora me pareça melhor do que queimar na fogueira, criticar o uso da sensualidade (ou da sexualidade) feminina para aplacar a ira do marido me parece uma estupidez equivalente, apesar da camada de verniz civilizatório.
Eu acho que está mais do que na hora das mulheres criarem um novo movimento feminista e lutar pelo seu direito de serem sensuais se quiserem e quando quiserem.
Se da primeira vez queimaram seus sutiãs em praça pública, agora é hora de despi-los ao som do Libertango....

sexta-feira, outubro 07, 2011

A quinta maçã

Como uma homenagens à Steve Jobs multiplicou-se no Facebook um comentário sobre as quatro maçãs que mudaram o mundo:
1. a maçã de Eva e Adão, que simboliza a consciência, a moral, a religião, a culpa e todas as outras coisas que nos fazem sentir pecadores
2. a maçã de Newton, que representa o insight, a descoberta, a ciência e tudo aquilo  que remete à nossa capacidade de aprender através da interação com o mundo
3. a maça dos Beatles, que representa a música, a arte e a criatividade
4. a maçã da Apple, que representa a nossa capacidade de inovar e renovar negócios, nossa habilidade mercadológica.
E eu fiquei pensando em qual poderia ser a quinta maçã que completaria a lista no final deste século.
E como, por mais paradoxal que pareça, tenho a impressão que o século XXI será marcado pela preocupação com o desenvolvimento da capacidade da amar, escolhi a maçã correspondente.
Acho que acordei otimista hoje !

terça-feira, outubro 04, 2011

Por analogia (ou conclusões de um mantecal)

Os peruanos são famosos por sua culinária esquisita (no sentido espanhol).  Realmente come-se muito bem por aqui.
Mas há que se reconhecer que os "petit four" não são sua especialidade.
No intervalo de uma reunião de trabalho, encontro a companheira portoriquenha ao lado da mesa de "amenidades" (café, chá, refrigetantes e docinhos) com uma expressão horrível de desgosto.
Mastigava um mantecal, de aparência simpática e gosto nem tanto.
Engoliu, por falta de alternativa, o pedaço que já havia mordido, com a ajuda de um largo gole de Inca Kola (também chamada de Golden Kola, refrigerante nacional do Perú que vende mais do que a Coca-Cola).
Recuperada, comentou:
- E o pior é que não estava com fome ... nem com vontade ... mas como estava disponível .....
Eu demonstrei minha empatia concordando que a vida é assim mesmo.
E ela, de súbito, foi acometida por um insight e me disse:
- Creio que acabo de compreender os homens ...  Sigo não aprovando, mas agora creio que entendo melhor.
Eu apenas sorri, cumplice da descoberta.
Quando ela terminou seu copo de Inca Kola e fez menção de retornar à mesa de trabalho, lhe ofereci outro mantecal.
- Quer mais um ? - perguntei com singular ingenuidade.
- Eu ?  Não quero mais ver isso na minha frente.
- Ok? - respondi.  Foi só uma pergunta retórica para que você possa completar seu insight.

segunda-feira, outubro 03, 2011

Casar ou comprar a bicicleta ?

Minha avó adorava essa frase ...
Hoje estou num desses dias (ou noites).  Não sei se continuo lendo "Pantaleão e as Visitadoras" (Mario Vargas Llosa) ou retomo a leitura dos livros sobre Decision Theory.  Se trabalho nos "cases" da UNIT34 ou se penso na minha (futura) banda de pop-rock.  Se sigo escrevendo o capítulo do livro sobre Gestão Estratégica, se retomo a história da garota de programa que dava conselhos para executivos, se começo a escrever o livro sobre massagem erótica ou se retomo a peça sobre o céu e o inferno.  Isso, para não mencionar o projeto da Ópera Rock que está engavetado há um par de anos (uma linda história sobre uma fada e um caveleiro).
Na verdade, não posso fazer nada disso.  Viajo amanhã para Lima à trabalho e preciso me preparar para a viagem.
Ou melhor, posso, já que essa é a melhor coisa de optar pelo arquétipo do Trickster.  A gente pode qualquer coisa, desde que esteja disposto a pagar a conta no final.
Mas uma das desvantagens de ser "psicalanizado" é ter consciência de que o livre arbítiro é uma ilusão.  Sendo eu quem sou, mesmo diante da aparente liberdade de decisão, já sei que vou dormir quando acabar essa postagem e gastar (investir) a manhã me preparando para a viagem de trabalho.
Por outro lado, também sei que vou continuar pensando no assunto nos próximos dias ...

quinta-feira, setembro 29, 2011

A corrente de Santo Marketing

Compartilhe essa postagem com 5 pessoas que lhe sejam particularmente queridas (supondo que você goste de alguém, é claro) desejando bons negócios no próximo mês.
Essa é a verdadeira corrente da sorte nos negócios.
Não mande dinheiro, vales-refeição ou pontos de seu programa de milhagem.  Essa é uma corrente espiritual.
O Sr. John Smith, gerente de produtos de uma grande empresa norte-americana, não deu continuidade à corrente e assistiu a participação de mercado de sua marca despencar 12 pontos.
O Sr. Angus Brown, assistente de gerente de produto, achou a postagem na lixeira do Sr. John Smith e passou adiante.  Três meses depois ocupava o lugar do Sr. Smith na companhia.
Acredite: essa é a corrente dos lucros e da saúde.
O Sr. João da Silva, que trabalhava na triagem do serviço de atendimento a clientes de uma importante empresa de telefonia, ignorou a corrente e foi substituído por um sistema computadorizado com mensagens pré-gravadas.
O computador que gerenciava o sistema encontrou a mensagem em seu "recicle bin" e disparou 2.132.145 e-mails para os clientes da empresa.  Um mês depois teve sua memória expandida e ganhou dois novos discos rígidos.
Dona Marta, secretária em uma famosa agência de propagada e responsável pela leitura dos e-mails de seu chefe, esqueceu-se de informá-lo sobre a corrente de Santo Marketing que havia recebido.  No entanto, acredite, quase morreu de bronquite.  Salvou-a o Run Creosotado.
Não arrisque, petisque.
Um conhecido diretor de marketing recebeu a mensagem e começou a preparar um e-mail para enviá-la para todos os seus amigos e clientes.  No mesmo momento recebeu um telefonema de um head-hunter com uma proposta de emprego milionária.  Na euforia, acabou deixando o e-mail na pasta de rascunho e esqueceu-se de enviá-lo.  Dois meses depois a empresa em que foi trabalhar faliu e ele teve que morar com a sogra e trabalhar para o cunhado.
Acredite.  Essa corrente é absolutamente verdadeira.
O Sr. Manoel, proprietário da rede de padarias Lusco-Fusco, sempre que recebe a corrente faz questão de copiá-la à mão em papel de pão e enviar 5 cópias para si mesmo.  Faz isso há 6 meses e já faturou um bom dinheiro vendendo papel para reciclagem.
Você deve respeitar essa corrente.
Um escritor desconhecido recebeu a corrente e ficou todo contente.  Quando se preparava para enviá-la, recebeu uma proposta de uma grande editora para publicar seu livro.  Achou que não precisava mais da corrente, deletou-a e reformatou o HD.   A editora cancelou a proposta e ele teve que continuar fazendo postagens sem graça no seu blog.
Se você está precisando de sorte, cole essa postagem no seu mural do Facebook.

(resgatado do livro Tirando o Macaco - Fabuletas do Marketing Moderno)

terça-feira, setembro 27, 2011

Hoje, só amanhã

Hoje foi um daqueles dias em que nada foi fácil.
Tudo que fiz foi arrastado, desnecessariamente complicado e dificil de terminar.
Um daqueles dias em que a gente entende melhor Jung e os budistas.
Ler o movimento do universo na borra do café e não tentar apressar o rio.
Nada de verdadeiramente ruim aconteceu.  Apenas uma sensível falta de sintonia com o universo, incluindo máquinas e pessoas.
Normalmente, quando isso acontece, paro tudo, medito um pouco e recomeço. 
Hoje foi diferente.  Me pareceu que deveria  insistir, que havia uma razão implícita nessa dissonância e que meu papel era persistir no desencontro.  O pior é que tenho a sensação de que seguirá assim nos próximos dias.
Pode parecer bobagem para qualquer pessoa mais racional (e, bom lembrar, sou engenheiro por formação, executivo por carreira e consultor de planejamento estratégico por opção), mas aprendi a lidar com o mundo dessa forma faz tempo.  Respeito essas leituras intuitivas que tenho dos momentos, porque acredito que somos capazes de análises inconscientes mais complexas do que as que fazemos com a razão cotidiana (a famosa intuição).
Quando a intuição desafia a razão (o que não é muito comum, por sorte) penso duas vezes.  Mas se o risco não for grande, fico com a primeira.  Diria que, em média, funciona bem, mas é dificil avaliar já que nem sempre dá para saber o que teria acontecido caso a decisão fosse outra.

domingo, setembro 25, 2011

A Paz Mundial

Se você pudesse ter um único desejo atendido, qual seria ?
Qualquer Miss responderia: "a Paz Mundial".
Por conta disso, estava eu hoje à tarde tentando explicar para a Luiza, de 9 anos, porque existem as guerras.
Comecei dizendo que uma boa parte das guerras acontece por diferenças de opinião sobre o que as pessoas acreditam que seja certo ou errado.
Ela não achou que isso fosse razão suficiente para justificar uma guerra, embora já tenha percebido que algumas pessoas são um tanto briguentas quando defendem seu ponto de vista.
Ocorreu-me um exemplo prático.  Convidei-a a imaginar uma situação na qual ela morasse numa região desértica, sem água e, portanto, com pouca comida.  E, também, que numa outra região ao lado da dela, cortada por um rio, houvesse muita água e comida para todos.  Ela poderia achar que seria injusto que aquelas pessoas fossem donas de um pedaço "melhor" do planeta que, no fundo, deveria ser de todos.  E se os que morassem naquele pedaço melhor não quizessem dividir com ela sua sorte, ela poderia ficar revoltada e decidir lutar pelo considerava seu direito.
Ela não tem perfil bélico e certamente não se imaginou invadindo um país.  Mas entendeu o ponto e ficou satisfeita por encontrar pelo menos uma razão que conseguiu entender para justificar a existência das guerras.
Eu pretendia continuar com exemplos de razões menos "nobres", e concluir que a Paz Mundial é uma utopia, mas ela já não estava interessada.
A história mostra que momentos de paz acontecem quando quem manda tem poder suficiente para desestimular qualquer tentativa de confronto e, de algum modo, ganha mais com a paz do que ganharia com a guerra.
Também acontece quando o poder esta dividido de forma equivalente entre várias partes, mas essa é uma situação que exige líderes inteligentes e emocionalmente equilibrados, dispostos a negociar.  Costuma durar menos.
Pode ser confortador imaginar um botão de "reset", capaz de ajeitar tudo e instalar a paz mundial, principalmente no domingo à noite, antes de dormir.
Mas na segunda-feira, acorde preparado para negociar ...

sábado, setembro 24, 2011

Verdades científicas

Os cientistas estão alvoroçados.  Tudo incida que os neutrinos de Genebra fizeram a luz pagar placê (chegar em segundo lugar, na gíria das corridas de cavalo).
Um experimento realizado em conjunto por laboratórios da Suiça e da Itália provou que a velocidade da luz, postulada como constante cósmica insuperável pela teoria da relatividade (restrita) de Einstein, pode ser ultrapassada.
Fiquei surpreso com a surpresa.  A física quântica já havia chegado a conclusões significativamente mais desconcertantes do que sugere esse episódio.
Teorias e modelos cientificamente construídos para explicar o mundo são úteis, mas não deveríamos nos espantar quando a realidade se mostra mais complexa. 
A história demonstra que nossa capacidade para modelar o mundo vem se aprimorando e oferecendo oportunidades para realizações realmente incríveis.  Basta ver que estou sentado no sofa da sala, digitando um texto no teclado que, "magicamente", será lido por alguém em outra parte do planeta (quiça, fora dele) em instantes.
Mas toda explicação, por mais cientificamente comprovada que seja, é decorrente da nossa capacidade de perceber o mundo e, portanto, limitada.
Isso não desqualifica o esforço científico que, como disse, além de divertido é bastante útil.
Mas há que lembrar que sempre será projetivo (da nossa visão de mundo) e não deveria ser surpresa quando novas conclusões contradizem as anteriores. 
Não é a ciência que afeta nossa percepção do mundo.  É a nossa percepção que impacta a ciência.