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quarta-feira, dezembro 27, 2006

Metas e Promessas

Um bom planejamento estratégico para uma empresa deve resultar em um conjunto de metas realizáveis, com prazos definidos, planos de ação compatíveis e responsáveis bem definidos e comprometidos.
Uma boa prática é a eleição de prioridades estratégicas. De um modo geral não é possível realizar todos os projetos desejados de uma vez. A empresa deve respeitar a disponibilidade de recursos e definir metas ano a ano, segundo sua relevância para os negócios.
Num ambiente organizado e controlado como costumam ser as boas empresas, é relativamente fácil avaliar a capacidade de realização e entender a adequação dessa decisão.
Na âmbito pessoal a questão é mais complexa.
Estamos chegando no final do ano e é bastante comum elaborarmos listas de "promessas" para o ano novo. Emagracer, deixar de fumar, fazer exercícios. comprar um imóvel, viajar para um lugar diferente, trocar de emprego, arranjar um emprego, casar, fazer novos amigos, ser mais organizado, ser menos obssessivo, fazer um curso sobre vinhos, andar de balão, pular de para-quedas, voltar a frequentar a igreja aos domingos, levar os pais para aquela viagem, aprender inglês, fazer um curso de teatro, retomar a turma do volley, sorrir mais, chorar mais, viver mais ...
Fato é que, não raro, também não temos recursos para todos esses planos. Se tentamos realizar todos de uma vez, acabamos por não concretizar nenhum.
Por isso, vai aí uma sugestão. Escolha um. O mais importante segundo qualquer critério. E comece o ano se dedicando exclusivamente a ele. Se conseguir acabar antes do final do ano, pode começar outro. Mas não comece outro sem terminar o primeiro.
Daqui a 10 anos, você terá realizado as 10 coisas mais importantes de sua vida.
Parece fácil, não.
E se você acha que isso é pouco, examine o passado. O que você realizou nos últimos 10 anos tentando fazer tudo de uma vez ? É muito provável que, como a maioria das pessoas, você não tenha sido capaz de concretizar uma promessa por ano. Muitas devem ter ficado pela metade.
Por isso, meu desejo para você, caro companheiro (a) de café, é que seja capaz de realizar pelo menos uma coisa importante no próximo ano.
Feliz 2007.

sábado, dezembro 23, 2006

Feliz Natal


Vamos por partes ... Nesta postagem, apenas o Natal. Numa próxima, o Ano Novo.
Não sei bem o que a maioria das pessoas está comemorando no Natal. Não deve ser o fato de estar vivo, já que a gente chega quase morto nessa época do ano. Também não deve ser a saúde, certamente debilitada pelo stress e pelos excessos.
Mas calma ... não estou sendo pessimista. Como discutimos na postagem anterior, comemorações são relativas, mas não deixam de ser boas por isso.
Mas as vezes acho que todo mundo seria mais feliz sem as obrigações impostas pelo tal de Natal, incluindo presentes, visitas, cumprimentos, frutas cristalizadas (num país tropical), fantasias de Papai Noel dignas do Polo Norte (cadê o Guaraná Antartica que ainda não criou um Papai Noel brasileiro ?) e as comidas "típicas" (!?!).
Seja como for, e apesar disso tudo, espero que o Natal de todos, e particularmente dos frequentadores do nosso Café, seja muito feliz.
A participação de vocês, comentando ou apenas lendo as postagens, foi um grande presente para mim.
Espero que tenha sido bom para vocês também.
Beijos natalinos.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Pensamento da madrugada ...


A única comemoração absoluta é a do fato de estarmos vivos. Todo o resto é relativo.

sábado, dezembro 16, 2006

Tirando o dia para se dar mal...


Assisti outro dia uma palestra interessante do Dr. Wanderley Pires, especialista em qualidade de vida nas empresas.
Num dado momento ele perguntou para a platéia se alguém já havia acordado pela manhã, se olhado no espelho e decidido, com forte convicção:
- Hoje vou tirar o dia para me dar mal !!!
Obviamente, todos responderam que não.
Aí ele começou a listar uma porção de coisas que todos nós fazemos durante o dia e que, certamente trarão consequencias negativas...
Não se alimentar corretamente pela manhã (já começou o preparo para se dar mal), sair atrasado de casa (stress), chegar tarde para a reunião (desrespeito aos colegas), etc, etc.
A tese do Dr. Wanderley é a de que grandes acidentes são geralmente precedidos por vários incidentes, em muitos casos completamente evitáveis.
Ou seja, se você se deu mal, é porque praticou (ou poderia ter evitado) várias ações que levaram a esse acontecimento.
Lembram do filme "O pecado mora ao lado" ?
No caso dessa postagem, o filme seria "... e o culpado mora lá em casa".

domingo, dezembro 10, 2006

O respeito aos mais velhos


Quando minha mãe era criança minha avó lhe dizia, na hora do jantar, que o bife maior deveria ser deixado para meu avô, porque ele trabalhava para sustentar a família.
Nos dias de hoje, deixaríamos o bife maior para nossos filhos, que estão em fase de crescimento.
Mesmo sem pensar, estamos passando valores aos filhos em momentos como esse.
Traçando um paralelo, quando as empresas passam a valorizar o "sangue novo" e as "idéias arejadas" dos novos profissionais, em contraposição à "experiência" dos mais velhos, também esta´contribuindo para construção de um sistema de valores diferentes.
O resultado é que, grande parte das empresas aposenta compulsoriamente seus executivos de maneira automática, em muitos casos bem antes do que necessário, perdendo a oportunidade de conciliar de forma sinérgica a energia e a sabedoria.
Pessoalmente, conheço alguns profissionais "seniors" que poderiam dormir sobre suas escrivaninhas o dia inteiro e serem acordados para responder uma pergunta por ano, e ainda assim valeriam seu salário.
Empresas que sabem identificar e manter esses talentos maduros garantem um diferencial competitivo significativo em relação a seus concorrentes.
Respeitar os mais velhos não é apenas uma questão ética, moral ou de justiça. É um sinal de inteligência (e, no caso das empresas, inteligência competitiva).

sexta-feira, dezembro 08, 2006

A culpa e a dívida interna

Num papo que começou com o Pedro Galdi no Franz Café da Lorena e terminou com o Rodrigo entre as fritas do Fifities, consolidei uma ideia interessante que gostaria de partilhar com os frequentadores do Café.
Para simplificar a exposição, vou utilizar alguns termos da psicologia freudiana de forma coloquial e com larga licença poética (que os psicólogos me perdoem por isso).
A idéia é a seguinte...
Todo mundo já ouviu falar de Id, Ego e Superego, certo ?
Grosso modo, o Id é o nosso inconsciente, onde nascem nossos desejos, que por sua natureza imperativa constituem uma espécie de autoridade interna, fora do nosso controle consciente.
O Superego, por sua vez, pode ser considerado uma autoridade internalizada a partir de elementos externos, culturais, religiosos, educacionais e sociais.
O Ego é nosso "eu consciente", que toma as decisões.
Quando contrariamos a autoridade do Superego, sentimos culpa por que estamos fazendo algo "errado". São ações do tipo que temos vergonha de comentar, justamente porque estamos perpretando uma "contravenção".
Já quando contrariamos a "autoridade" do Id, criamos uma dívida interna, justamente porque estamos deixando de atender desejos de foro íntimo.
Bastante frequentemente essas autoridades estão em conflito, o que significa que atender a uma resulta em contrariar a outra.
Crianças, com o Superego ainda em desenvolvimento, costumam ser mais impulsivas.
Na medida em que a autoridade do Superego ganha força, tendemos a nos submeter a ela e, no período jovem adulto (20-40 anos), acumulamos uma divida interna cada vez maior, por sufocamento de nossos desejos. E, vez por outra, como válvula de escape, contrariamos o Superego cometendo pequenos "crimes" para atender grandes desejos, e passamos a acumular também culpas.
Ao chegar na meia idade, a dívida interna e/ou o sentimento de culpa podem ser tão grandes que o Ego se vê pressionado a lidar com a questão de forma diferente. É um momento de crise.
Aí, podem acontecer 3 coisas:
- o cidadão "surta", manda o superego plantar batatas e vira um adolescente revoltado
- o cidadão decide reprimir de vez o Id e assume a postura representada pelo arquétipo do Patriarca (Jung), um provedor e senhor da moral e dos bons costumes.
- o cidadadão desenvolve uma verdadeira autoridade pessoal (vamos colocá-la no Ego) e aprende a conciliar o Id e o Superego, e assume a postura representada pelo arquétipo do Malandro (Jung de novo), decidindo de acordo com seus desejos e assumindo a responsabilidade por seus atos, sem acumular mais dívidas internas ou culpas (numa situação ideal).
Olhando em volta, essa idéia me parece fazer sentido.
Gostaria muito que vocês comentassem ...

Ilustração referente ao comentário do post abaixo


Hierarquia de necessidades - pirâmide de Maslow (www.merkatus.com.br)

domingo, dezembro 03, 2006

Marketing cria necessidades ? (opinião do leitor)

Essa discussão se iniciou no blog do Rodrigo, que a transferiu para o Arguta como comentário.
Como o tema é interessante e a opinião do Rodrigo consistente, decidi publicá-la como "post" para estimular a participação dos demais frequentadores do Arguta Café.
Bom proveito !

- E, apenas para constar, o marketing bem feito não inventa necessidades ... apenas as explora (eu havia comentado isso no blog do Rodrigo, o Dysfemismo). Ele contesta...

Todo burgues publicitario acredita nisso. Mas é muita ingenuidade acreditar que Coca-cola e Marlboro apenas exploraram necessidades e não abusam de possibilidades humanas para transformarem-nas em necessidades inexoraveis. Se os meios de comunicação em massa não tivessem nenhum poder de reciprocidade (ou seja, o poder de ser criado por uma sociedade e de recria-la novamente) eu até concordaria. Mas é obvio que sua idéia só faz sentido porque a propria classe que cria e recria o mundo através da publicidade tem o interesse individual (o de livrar a propria consciencia) e coletivo (o de convencer a outra classe, mais numerosa, de que o marketing é inofensivo) de pensar assim... Isso me lembra inclusive boa parte da pauta dos apologistas do jornalismo: eles repetem tanto sobre o "jornalismo imparcial" que pretendem convencer a si mesmos e aos seus leitores que, de fato, existe imparcialidade e que as notícias são isentas de posicionamento político... Como se todos fossem esquizofrenicos e tivessem a capacidade de sair de sua propria existencia pra um plano etéreo e imaculado de imparcialidade na hora de escreverem notícias. A mesma coisa serviria pra propaganda, se a televisão, as revistas e os jornais existissem num plano superior aonde as necessidades do homem são absolutamente estáticas, imutáveis, perfeitas - e nunca no mundo real, num mundo em que voce acende um cigarro, entra em um carro importado, liga o seu ipod, conversa no skype e come no MacDonalds.
...
(Se bem que no caso do cigarro a propaganda já não é mais indispensável pra manutenção da necessidade porque o convívio social e o poder da droga já fazem todo o trabalho sujo...)

*recria-la reciprocamente, não novamente

(também adicionaria que o carro importado tem muito mais funções e potencialidades automotivas do que voce vai usar durante a sua vida, considerando as condições automobilísticas do transito e da qualidade das ruas de São Paulo..)

Rodrigo Ferrari (www.dysfemismo.blogspot.com)