Páginas

segunda-feira, agosto 28, 2006

“Side Effects” da Tecnologia – Pensamento da semana


Silenciosamente, a tecnologia afeta pequenos hábitos do cotidiano.
O UOL divulgou hoje uma matéria publicada pela Reuters comentando de que maneira o aumento da penetração de telefones celulares esta impactando a indústria de relógios.
Muita gente, principalmente entre os homens, está deixando de usar relógios. São desnecessários para quem tem celular.
Mas isso não significa o fim da industria de relógios. A mesma matéria aponta que o Swatch Group (fabricante de relógios como Omega, Tissot e Swatch) teve sua lucratividade aumentada em função do aumento de venda de modelos de luxo.
São relógios que cumprem o papel de acessório decorativo (jóia), símbolo de status e, adicionalmente, permitem que você veja as horas. Multifuncionais, portanto, como cabe a todo objeto moderno.
Após a leitura da matéria, dei-me conta de que eu também tenho usado relógio com menor freqüência, e recorrido ao celular para consultar o horário.
Não havia percebido.
Proponho aos leitores do Arguta descobrir que outros pequenos efeitos colaterais a tecnologia tem promovido e convido-os a partilhar as descobertas postando-as como comentário.
Pretendo fazer o mesmo exercício.

quinta-feira, agosto 24, 2006

BLINK – A decisão num piscar de olhos

Estou terminando de ler o livro em epígrafe, recomendado por uma inteligente amiga.
O tema central é o resgate das primeiras impressões, ou do que chamamos coloquialmente de “intuição”.
O autor, Malcom Gladwell, ilustra com riqueza de detalhes e suporta com miríades de estudos acadêmicos, científicos ou similares, a tese de que a “intuição” é uma espécie de raciocínio inconsciente e que, portanto, deve ser levada a sério.
Tenho particular apreço por autores que dedicam tempo e esforço para comprovar teorias nas quais eu já acreditava por experiência própria. E esse é um caso.
Apesar da minha formação acadêmica básica como engenheiro, sempre valorizei a intuição e pautei boa parte de minhas decisões por ela, algumas vezes contrariando o que minha razão (consciente) recomendava.
Obviamente, inúmeras vezes também já fiz o contrário, ou seja, descartei a intuição e segui os princípios da razão.
Essa parceria, razão e intuição, vem funcionando bem no meu caso. E nas poucas vezes que houve um conflito entre elas, errei mais quando privilegiei a razão do que quando dei ouvidos à intuição.
Sempre acreditei que minha intuição nada mais era do que uma avaliação baseada em conhecimentos armazenados e percepções sutis, dos quais não estava consciente no momento.
Amigos e companheiros de trabalho se surpreendem, com alguma freqüência, com a precisão com que avalio pessoas num primeiro contato.
Recentemente um colega contratou uma pessoa na empresa. Como temos uma excelente relação (considero-o um amigo), tomei a liberdade de alertá-lo para o fato de que a pessoa que ele havia contratado, a despeito de todas as avaliações positivas, iria lhe trazer problemas.
Alguns meses depois minhas suspeitas se concretizaram.
Meu amigo, estupefato, perguntou-me como eu poderia saber.
Eu não sei como explicar ... mas alguma coisa no jeito da pessoa me indicou que ela era muito ambiciosa, não trabalharia em equipe e tentaria passar por cima do seu superior imediato, o que, de fato, aconteceu.
Gladwell dedica alguns capítulos do seu livro tratando exatamente desse assunto, a primeira impressão sobre pessoas. Apresenta alguns estudos bastante interessantes sobre como as expressões do rosto são uma espécie de “espelho” do pensamento, e sobre a habilidade que algumas pessoas tem (e eu devo ser uma delas) de fazer a leitura rápida dessas expressões. Embora a linguagem não verbal já tenha sido objeto de inúmeros estudos e publicações, o contexto em que Gladwell aborda o tema é bastante interessante e, de certo modo inovador.
Recomendo a leitura.
Deixo para outro post a abordagem sobre o impacto negativo do excesso de informação para o processo de decisão, também abordado em Blink.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Reformas, mudanças e paciência


Esta semana vou dar uns pitecos no trabalho de uma equipe que vai estar dedicada a re-pensar seu modo de trabalhar. Farei parte do “sound board” (grupo de ressonância, que escuta e critica as idéias durante o desenvolver dos trabalhos, sem, entretanto, participar deles).
A idéia é re-criar a área, a partir do zero, “descolando” da situação atual.
Uma vez encontrada a estrutura ideal, gestor e equipe buscarão a melhor forma de promover as mudanças que levem a ela, num espaço de tempo razoável.
Mudanças .... palavrinha complicada essa.
Todo mundo que já reformou uma casa, apartamento ou escritório sabe muito bem o que acontece. A teoria é sempre muito mais simples do que a prática.
Orçamentos dobram e prazos triplicam. Isto para não falar das inúmeras dores de cabeça imprevistas, principalmente em relação aos empregados contratados para o serviço.
Pois é ... mudanças na empresa são ainda mais complexas. Porque significam que pessoas vão ter que mudar atitudes, hábitos, conceitos e, as vezes, até de posição.
Todas as vezes em que promovi ou fui catalisador de algum processo de mudança, ganhei vários inimigos momentâneos (alguns poucos perenes).
Absolutamente ninguém que tenha conhecido até o momento gosta de sair de sua área de conforto. Ainda que a área de conforto (aquilo com o que estamos acostumados) nem sempre seja realmente confortável, pouca coisa causa mais desconforto do que o desconhecido.
E é pior ainda quando o indivíduo está satisfeito. Não importa que seus companheiros não estejam ou que a empresa não vá tão bem como deveria. Sua reação será sempre “mudar para que ?” ou, “mudar agora ?” ou, “mas essa mudança ?” ou, mais sutilmente, “precisamos avaliar melhor ...”.
Dá muito mais trabalho convencer cada pessoa a aceitar e se engajar no processo de mudança do que realizar a própria mudança em si.
Por isso, se você está planejando implementar alguma mudança, calcule tudo como deveria ser, depois dobre o tempo necessário e triplique a paciência.
Vai precisar ...

terça-feira, agosto 22, 2006

Leão, Tevez e os modismos empresariais

Confesso que torci o nariz quando o meu Corinthians contratou o Tevez.
Um Argentino !!!! Um arqui-inimigo !!
Lembrei-me do Max Smart (agente 86), que ficou incomodadíssimo quando o principal agente da Kaos (Ziegfried) se bandeou para o Controle.
Alguns gols mais para frente, comecei a aceitar melhor a coisa. Afinal, nosso amigo Tevez veio do Boca, um time culturalmente semelhante ao Coringão, e rapidamente conquistou seu espaço junto ao plantel e a torcida alvinegra.
Eis que, quando já me acostumava com a idéia, meu time contrata o Leão.
O Leão !?! O mais palmeirense dos palmeirenses. Muito pior do que um argentino.
E não é que o primeiro a chutar o pau da barraca foi, justamente, o Argentino ?
Choque cultural ... O Leão, além de palmeirense (ou seja, vindo de uma equipe com cultura antagônica) é francamente anti-argentino.
Só poderia dar no que está dando. Tevez não joga mais enquanto o Leão dirigir o time.
O caso remete aos modismos empresariais, particularmente dois deles que passaram a compor todos os modelos de avaliação de excelência de gestão como pré-requisitos para o bom desempenho da empresa: inovação e diversidade cultural.
Ninguém tem dúvidas de que a inovação é uma premissa básica para a perenidade de uma empresa, e de que a diversidade cultural é sumamente enriquecedora.
Mas colocadas como “obrigação” transformam a oportunidade em risco.
Inovar geralmente requer investimentos diretos quantificáveis, mas sempre resulta em custos ocultos (necessidade de re-treinamento, perda inicial de eficiência, implicações decorrentes da resistência a mudança) e, como qualquer iniciativa, tem seu grau de risco.
Sou adepto da renovação como prática cotidiana e da inovação como meta estratégica de longo prazo.
Já as vantagens da diversidade cultural precisam ser melhor compreendidas. A diversidade de pensamento é um alimento inspirador para os processos de planejamento estratégico. Também é muito útil como pitada de tempero na renovação de processos.
Mas é um caos para o cotidiano da operação. Conflito de culturas é tudo o que não queremos no momento da execução. Vejam o caso do Timão.
A diversidade cultural é um poderoso promotor do re-pensar. É, de certo modo, indispensável para empresas maduras e bem estuturadas, com responsabilidades e autoridades bem definidas e processos de gestão excelentes. Esse tipo de empresa não só acomoda a diversidade nos níveis hierárquicos mais altos, como sabe tirar proveito dela, utilizando-a como energia contra a mesméride.
Já em empresas com processos de gestão mais frágeis, pode resultar em conflitos insuperáveis e na paralise decisória.
É bom tomar cuidado com as panacéias universais da administração moderna.
Leão de técnico ??? Eu, hein ... nem se for para ganhar.
Espera aí, Tevez, que eu estou indo para Buenos Aires com você !!!!

domingo, agosto 20, 2006

Sementes da intenção

Se não houver frutos, valeu a beleza das flores.
Se não houver flores, valeu a sombra das folhas.
Se não houver folhas, valeu a intenção da semente
(Henfil)

De boas intenções, o inferno esta cheio.
(ditado popular)

Se você não tentar, nem para o inferno consegue ir.
(a voz da experiência)

quinta-feira, agosto 17, 2006

TV na Web, ou senta que o leão é manso ...


Seguindo a trilha da ABC, a CBS norte-americana também vai distribuir seus seriados gratuitamente pela WEB, incluindo comerciais que não poderão ser “pulados” (quem diria...).
Aliás, também estão inserindo comerciais nos videogames.
O mundo converge e as opiniões divergem.
Uns acreditam no apocalipse publicitário.
Outros insistem que devemos permanecer sentados, porque o leão é manso (lembram da piada clássica ?).
Fato é que sua majestade o “comercial” segue reinando. Como as telenovelas, os talk shows, os jornais e revistas impressos, o lambe-lambe ...
E, também, a propaganda boca-a-boca, que virou viral (melhor que ela, só beijo de língua, com bem dizia o Zé Betio – mas pode dar sapinho).
Saímos do marasmo ao entusiasmo, como a seleção brasileira com Dunga,.
Uma porção de jogadores novos, mas o que vale mesmo é bola na rede (e a Noruega segue invicta).
Isso tudo para dizer que o leão não é manso mas que correr para qualquer lado também não resolve.
Melhor chamar alguém que entenda de leão ...

quinta-feira, agosto 10, 2006

O lado negro da Internet

Uma materia publicada no site do Terra de hoje conta a história de um jovem de 16 anos de Porto Alegre que se suicidou orientado por freqüentadores de um fórum de discussão virtual.
O jovem havia anunciado a intenção em seu blog e compartilhou cada momento derradeiro com seus “amigos” internautas.
Vai ter muita gente voltando a criticar a Internet por conta disso.
Fato é que, embora a existência da Internet possa ter facilitado a ocorrência da tragédia, obviamente não pode ser responsabilizada por isso.
Como facilitadora da conectividade, a Internet potencializa a comunicação entre pessoas.
Quem a pinta de negro são alguns poucos internautas ...

segunda-feira, agosto 07, 2006

Simplicidade


O renomado pensador moderno, Marcelo Coutinho, disse-me outro dia que é complicado ser simples.
Coutinho talvez não tenha sido o primeiro a dizer isso, o que não tira o brilho da menção ao fato no momento oportuno.
Eu, que além de Ferrari sou também Seabra, segui ruminando à respeito do assunto e cheguei à seguinte conclusão: o problema é que é simples ser complicado.
É por isso que as pessoas complicam tanto !
E, falando de simplicidade, lembrei-me de um amigo executivo que se considera uma pessoa simples.
Pela manhã, por exemplo, toma uma xícara de café preto e meio pão com manteiga e queijo. Nada mais singelo. Claro que sendo tão simples se reserva o direito de ser exigente. O café é orgânico e de padrão especial. O pão é ciabata do Santa Luzia. A manteiga é President (francesa) e o queijo é Ementhal (suíço). A simplicidade das pequenas indulgências.
Tal qual sua salada noturna. Vegetais pré-lavados e crocantes, azeite italiano, vinagre balsâmico, fragmentos de Pringles páprica, lascas de castanha-do-pará e raspas de queijo Parmigiano Regianno.
O lençol de algodão egípicio, convenhamos, é de uma simplicidade indispensável.
E o hábito de comer apenas um “quadradinho” de chocolate Lindt (suíço) antes de dormir é, no mínimo, frugal.
Um bom exemplo de como ser simples com capricho.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Bebendo água demais ...


Um estudo realizado pelo Centro Superior de Investigações Científicas da Espanha e o Instituto de Medicina dos Estados Unidos “revela” que beber água demais pode fazer mal para a saúde.
Um problemão para a moçada que anda por aí com suas indefectíveis garrafinhas, no escritório, no carro, na academia e nos parques.
A questão é que as quantidades recomendadas para consumo (2,7 litros para mulheres e 3,7 litros para homens) incluem também a água contida em alimentos e outras bebidas, ou seja, o consumo de água “in natura” necessário varia de acordo com as demais ingestas.
E não pensem que os riscos são pequenos. Segundo os autores do estudo, existe risco real de intoxicação por água. O excesso pode resultar na redução da concentração de sódio provocando tremores, confusão, perda de memória, colapso orgânico e morte.
Além disso, pode ocorrer uma reação anormal das células do cérebro. Como o líquido é mais do que o corpo necessita, os rins demoram mais tempo para filtrar. Até completar a absorção, as células se incham e podem levar a transtornos nervosos, coma e, de novo, morte.
Após diversos estudos, os cientistas concluíram, afinal, que o consumo de água deve ser regulado pela sensação de sede.
Ou seja, devemos beber água quando sentirmos vontade.
Ainda bem que podemos contar com a ciência para nos ajudar ...

(fonte: site do UOL – 02/08/06)