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quinta-feira, janeiro 12, 2006

A importância do "não sei"


(O amigo Sidney Fernandes, motivado pela leitura da postagem anterior (Patavina), enviou-me o espirituoso texto abaixo).

Se você ainda não sabe qual é a sua verdadeira vocação, imagine a seguinte cena: você está olhando pela janela, não há nada de especial no céu, somente algumas nuvens aqui e ali.. Aí chega alguém que também não tem nada para fazer e pergunta:
- Será que vai chover hoje???
Se você responder "com certeza"...a sua área é Vendas: o pessoal de Vendas é o único que sempre tem certeza de tudo.
Se a resposta for "sei lá, estou pensando em outra coisa"... então a sua área é Marketing: o pessoal de Marketing está sempre pensando no que os outros não estão pensando.
Se você responder "sim há uma boa probabilidade"...você é da área de Engenharia: o pessoal da Engenharia está sempre disposto a transformar o universo em números.
Se a resposta for "depende"...você nasceu para Recursos Humanos: uma área em que qualquer fato sempre estará na dependência de outros fatos.
Se você responder "ah, a meteorologia diz que não"...você é da área de Contabilidade: o pessoal da Contabilidade sempre confia mais nos dados no que nos próprios olhos.
Se a resposta for "sei lá, mas por via das dúvidas eu trouxe um guarda-chuva": então seu lugar é na área Financeira que deve estar sempre bem preparada para qualquer virada de tempo.
Agora, se você responder "não sei" há uma boa chance que você tenha uma carreira de sucesso e acabe chegando à diretoria da empresa.
De cada 100 pessoas, só uma tem a coragem de responder "não sei" quando não sabe. Os outros 99 sempre acham que precisam ter uma resposta pronta, seja ela qual for, para qualquer situação.
“Não sei”, é sempre uma resposta que economiza o tempo de todo mundo, e pré-dispõe os envolvidos a conseguir dados mais concretos antes de tomar uma decisão.
Parece simples, mas responder "não sei" é uma das coisas mais difíceis de aprender na vida corporativa.
Por quê?
Eu sinceramente "não sei".

4 comentários:

doppiafila disse...

Esta estòria tambem explica porque - geralmente - os especialistas que mais chegam a CEO sao os da area financeira... ;-)

Anônimo disse...

Como lamento não ter deixado você dizer com mais freqüencia "não sei"! Mas seu blog está cada vez mais "filosófico".(Saudade da vovó!)

Flavio Ferrari disse...

Querida mamãe,
Não se preocupe. Creio que fui capaz de dizer "não sei" com a frequencia necessária e suficiente (tanto é que virei Diretor).
E continuo não sabendo uma porção de coisas.
Creio que, com um pouco mais de experiência de vida, poderei parafrazear o filósofo que disse:
"Só sei que nada sei."

ps - não sei quem foi o filósofo ...

Flavio Ferrari disse...

Caro Paolo (doppiafila),
Os primeiros CEOs foram os egressos do chão de fábrica, a turma da produção.
Foram seguidos pelos Administradores profissionais.
Depois veio a turma de vendas, em boa parte Engenheiros.
Na sequencia, o pessoal do Marketing.
Mais recentemente, os Financeiros.
Houve um movimento forte de Advogados assumindo a posição, mas parece que não vingou.
Na minha opinião, a próxima onda será a do pessoal de RH.
Afinal, dirigir uma empresa nada mais é do que fazer a boa gestão dos seus recursos humanos.
A visão estratégica, em tese, independe da origem do candidato.