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quarta-feira, janeiro 04, 2006

Inteligência e Conhecimento


A volta ao trabalho demanda mais pragmatismo do que filosofia.
Eis que estou aqui às voltas com um tema no mínimo instigante: Inteligência.
Não me refiro à inteligência individual, cujo conceito muito se flexibilizou desde os antigos testes de QI (ainda bem !).
Falo da Inteligência Empresarial, genericamente definida como a forma pela qual os agentes que recebem informações executam ações.
Obviamente, o assunto é por demasiado extenso e complexo para uma blog-postagem.
Mas seguramente é um bom tema para começarmos o ano, profissionalmente falando.
Nos últimos anos os processos de Gestão de Informação foram amplamente discutidos em eventos públicos e no âmbito privado das grandes empresas.
Tive a oportunidade de participar de muitos desses encontros, dada a minha posição de Diretor de uma grande empresa dedicada justamente a produzir informação.
Percebi, em inúmeras ocasiões, que a Gestão da Informação (ou mesmo a Gestão do Conhecimento) acabava por assumir um papel central na estratégia das empresas (o que é bom) sendo tratada como objeto autônomo, ou seja, um fim em si mesmo (o que é não é tão bom).
Muitas vezes perde-se de vista a razão pela qual se deseja fazer a Gestão da Informação.
Seduzidos por técnicas e conceitos como Redes Neurais, Árvores de Decisão, Agentes Lógicos, Algoritmos de Busca entre outros, fica difícil lembrar que o que queremos ao final é tomar decisões inteligentes.
Para isso, é claro, é necessário conhecimento, fruto da interação entre a observação, a informação e a experiência.
Certa feita ouvi de um empreendedor que Inteligência de Negócios é uma coisa muito simples: repetir o que funciona e evitar o que não funciona, sabendo distinguir entre uma coisa e outra.
Pessoalmente, gostaria de acrescentar que a Inteligência Empresarial é de natureza coletiva. Desenvolve-se com o compartilhamento de informações, idéias, experiências e pontos de vista, preferivelmente em meio de acaloradas discussões.
E se torna eficientemente aplicável a partir de sua formalização.
Mais para frente compartilho com vocês alguns tópicos interessantes sobre o assunto ...

3 comentários:

Anônimo disse...

Gostaria aqui de registrar minha total concordância com você Flávio e me permito acrescentar à sua colocação,além da inteligência empresarial, se não faz, deveria fazer parte dela também a chamada Inteligência Emocional. Ela torna o empresário uma pessoa que, além de tomar suas decisões de forma bem fundamentada face a boa gestão do conhecimento, toma decisões mais ousadas quando a questão ou o problema transcende somente a razão e o concreto. É aquilo que muitas vezes fazemos, sem a certeza absoluta do acerto, mas que acreditamos e por isto um risco mais do que calculado. É neste ponto que a inteligência emocional se aflora, pois chegamos ao ponto de saber o que devemos fazer na remota hipótese daquilo não se concretizar exatamente conforme planejado. O grande problema que vejo hoje em dia é que os dirigentes de grandes corporações e empresas cada vêz mais se utilizam da gestão do conhecimento, o que é muito bom e produtivo, porém sem a coragem de ousar, um pouco que seja e assim estão "matando" a sua Inteligência Emocional. O compartilhamento de informações formalizadas é de fato muito importante, porém devemos tomar o cuidado de não tolher ou engessar o informal e criativo.

Acredito que no mundo que estamos vivendo e para que tenhamos um futuro promissor, precisaremos cada vez mais ter a habilidade de gerir com competência o Conhecimento e aguçar nossa Inteligência Emocional.

Que 2006 seja um ano brilhante para você, para mim e para todos aqueles que acreditem na capacidade de se ousar com responsabilidade.

Parabéns pelo tema escolhido!!!

Flavio Ferrari disse...

Caríssimo Alberto,
Já pensou em ter seu próprio blog ?
Entusiasmo e talento para escrever não vão faltar ...
Embora não goste muito do termo "Inteligência Emocional" concordo com seus comentários sobre sua importância.
Mas como você mesmo concluiu, uma coisa complementa a outra.
De nada vale a gestão da informação sem a plenitude das demais competências requeridas de um bom executivo, particularmente sua capacidade de gerir pessoas (estimular e desenvolver talentos).
A gestão da informação apenas alimenta os processos de decisão.
E, na verdade, não deve se limitar a informações técnicas, comerciais e financeiras.
Conhecer as necessidades e motivações da equipe também é fundamental para o gestor.

Anônimo disse...

Flavio...Parabéns pelos textos...são ótimos!!!Fica aqui uma pergunta...Porque a maioria dos dirigentes públicos estão ocupando as cadeiras erradas?Muitos estão disseminando empresas públicas, o patrimonio do nosso Brasil!!! A maioria deles estão agindo com interesses particulares e visto que estão de passagem, nao fazem nada para que haja uma melhora e modernização.O pensamento deles é arcaico:Por que melhorar?Para deixar para o próximo Presidente da empresa???Claro q n posso generalizar...mas assisto isso e faz parte do meu mundo profissional.Desculpa minhas palavras nao tenho o dom das palavras como voce!!!Tenho 42 anos, estou cursando 2º ano de Direito e Inteligência empresarial é o qtodos deveriam ter um pouco antes de um ocupar uma cadeira na empresa!Felicidades na sua vida pessoal e profissional!!!