A revista Superinteressante deste mês está super interessante. Além da matéria de capa sobre psicopatas (vale a pena ler), as sempre curiosas notas sobre curiosidades surpreendem.
Comento uma, que me fez pensar sobre os fatos e suas aleatórias, mas concatenadas conseqüências.
Segundo a revista, a infestação das cidades européias por Ratos foi responsável pela peste negra no século XIV e, posteriormente, pela grande praga em Londres no século 17, que fechou as universidades inglesas e obrigou o jovem físico Isaac Newton (na ocasião com 23 anos) a trancar-se em casa por 18 meses. Nesse período, Newton, jovem prodígio, reformulou a física e os métodos de cálculo, inspirando a matemático inglês George Boole a criar o código binário, base da linguagem lógica posteriormente utilizada para por Claude Sharon na construção de circuitos eletrônicos que deram origem ao Computador moderno que, curiosamente, a partir dos sistemas operacionais mais visuais, adotou o Mouse (rato) como companheiro.
O mouse recebeu esse apelido em função de seu formato e não da seqüência dos fatos, mas é interessante observar não só as conexões como a irônica coincidência.
É a vida.
2 comentários:
Caro Flávio:
Uma pequenina correção, e algumas curiosidades.
George Boole não foi o pai do sistema binário. Ele já havia sido divisado antes por outros, como Laplace e Lagrange. O feito extraordinário de Boole, sem o qual os computadores modernos não existiriam, foi a criação de uma álgebra peculiar, conhecida como Álgebra de Boole. É interessante notar que Boole a concebeu como uma ferramenta de lógica formal para ser aplicada ao pensamento! A álgebra booleana veio ao mundo com a publicação de suas “Leis do Pensamento”, de 1854. Não funcionou muito bem para a complexidade da expressão humana, mas é a essência do “pensamento” cibernético. Boole atirou no que viu e acertou no que não viu...
A primeira aplicação prática dos números binários foi feita por Charles Babbage, antes de Boole. Babbage construiu as primeiras calculadoras mecânicas da historia, computadores primitivos poeticamente batizados de “máquinas analíticas” pelo inventor e matemático.
A parte deliciosa de toda essa história é que as máquinas analíticas eram programadas por uma mulher, além dele próprio! Ada Lovelace, como é mais conhecida, nasceu Augusta Ada Byron, era filha de Lord Byron e eventualmente tornou-se a Condessa de Lovelace. Matemática, Ada foi homenageada ao batizar a linguagem de programação do mesmo nome (ADA), criada para uso exclusivo do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. A biografia dessa mulher merece uma visita.
Desde os tempos em que o Ernesto nos convidava para um samba no Brás já podiamos reconhecer traços da sua lógica booleana ...
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