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quarta-feira, setembro 13, 2006

De tanto ver triunfarem as nulidades ...

A frase celebre de Ruy Barbosa foi um de seus poucos deslizes retóricos.
Nulidades, por definição, não triunfam.
Um elemento nulo é aquele que não provoca qualquer alteração nos resultados.
Com o triunfo das nulidades Ruy Barbosa queria se referir aos políticos e assemelhados que, em sua opinião, desprovidos das qualidades necessárias, alcançavam posições relevantes.
Uma nulidade que ocupa um posto relevante deixa de ser nula. Ainda que nada faça, estará impedindo que outro, mais capacitado, exerça a função.
Essa constatação é importante, não só para o mundo da política (com inequívoco impacto social) mas, também, para as empresas em geral.
Quando, por comodismo ou insegurança, deixamos de dispensar um funcionário que não atenda as demandas do cargo, justificando nossa atitude pela aparente "inofensividade" de sua presença (não briga com ninguém, não atrapalha nada), estamos deixando de considerar o prejuízo que causa por comparação com um substituto potencialmente mais eficiente.
Foi moda durante algum tempo em grandes impresas internacionais com foco em inovação, a substituição fsistemática forçada de 5 a 10% dos empregados (os com menores índices de desempenho) a cada ano.
Essa prática é provavelmente exagerada, mas o conceito de se buscar consolidar uma equipe de alto desempenho através da substituição dos menos competentes deve ser avaliado como opção, principalmente em mercados mais competitivos.
Se permitirmos que as "nulidades" triunfem, rapidamente se apoderarão de alguns zeros do resultado da empresa.

5 comentários:

Anônimo disse...

É..a acomodação diante de situaçoes complicadas(como demitir alguém) pode mesmo ser bem prejudicial. Ainda que existam mecanismos intermediários -um bom feedback, acompanhamentos, etc. Há momentos em que é preciso decidir. Nenhuma decisão é nula. Álias, nada é neutro; o que inevitavelmente me leva a crer que Ruy Barbosa fez uma concessão poética.
Ter (desenvolver) uma equipe de alta performance é uma arte.Vc não acha?

Anônimo disse...

Nunca podemos esquecer que, às vezes, as nulidades estão na chefia(sem discutir o caminho que as levou a ele) e as competências são perigosas para esse chefe que, de alguma maneira, se sabe não tão capaz.
Agora vem minha pergunta para a chefia de quem me orgulho pela competência:
Como, em não tendo nascido para chefiar, mas nem por isso sendo nulidade, devemos lidar com a nulidade que detém o poder?

Anônimo disse...

Sem falar em nulidade (!), vou tomar carona no seu blog e pedir para seus leitores lerem minhas poesias em www.zuleica-poesias.com

Desculpe, querido filho, mas isso foi irresistível!

Anônimo disse...

Nulidades à parte, infelizmente ou felizmente todas as empresas as tem e é por isto que se sustentam naquelas posições mercadológicas, adorei a "dica" da Zuleika. Eu gostaria de até ir mais longe, Flávio você poderia introduzir em seu Blog o "Cantinho da Poesia" o qual poderia, além de exercitarmos nossas mentes no seu blog, nos dar a oportunidade de nos deleitar com um pouco de poesia contemporânea.

Flavio Ferrari disse...

Para os fãs de poesia, vou colocar o link do blog da mama na entrada do Arguta ...
Anônimo(a): desenvolver uma equipe de alta performance é mais do que uma arte, exige real interesse pelas pessoas
Glaura: nulidades raramente detem o poder e, quando o fazem, deixam de ser nulas. E caso isso ocorra, sugiro que faça o seu trabalho, ajude a "nulidade" a fazer o dela, e deixe o tempo cuidar do resto.
Alberto: nulidades sobem e descem, tal qual seus elevadores...