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segunda-feira, outubro 31, 2011

Correndo do abraço

Hoje, no final da tarde, encontrei com alguns estudantes fazendo um experimento na calçada da Avenida Paulista, próximo ao prédio da Gazeta.
Ofereciam um abraço grátis para quem estivesse passando por alí.
Recebi o meu e decidi ficar por alí observando.
Algumas pessoas desviavam, outras sorriam condescendentes, muito poucas aproveitavam a oferta.
Na verdade, não esperava que fosse diferente.  Mesmo no dia a dia com conhecidos as pessoas tem "medo" do abraço.
Sempre achei engraçado que muitos amigos que terminam seus e-mails dizendo "um abraço" nunca abraçam quando nos encontramos pessoalmente.
Abraço entre homens, quando não pode ser evitado, precisa ser rápido e firme, meio de lado, encostando apenas os ombros. 
Entre um homem e uma mulher que não tem intimidade é quase um crime.
E entre mulheres se resume a um roçar de seios rápido acompahado do tradicional encontro de bochechas e o estalar de lábios do beijo no vazio.
A garota que eu abracei na rua não estava preparada para um abraço "de verdade", mas reagiu bem.  Foi corajosa.  Abraçar um homem estranho na rua, mesmo sob a "guarda" dos amigos, pode ser um risco.
Não sei quanto tempo esses estudantes ficaram por alí, mas creio que foi tempo suficiente para terem aprendido algo sobre as pessoas e sobre eles mesmos.
Temos um longo caminho pela frente até chegar ao próximo nível de evolução social e esses "experimentos" são tão singelos quanto importantes.

12 comentários:

Unknown disse...

Flávio, outro dia vi um cara oferecendo abraços aqui na Suiça. Fiquei observando também e ele arrumou uma clientela. Aqui o povo mal se olha nos olhos.Abraço é quase um ato "ousado". Fiquei com um pouco de dó do cara e do povo que abraçou. Deu saudades de casa e dos meus abraços conhecidos!

Carla P.S. disse...

Que legal, Flavitcho!
Eu tb seria "cool" o suficiente pra dar um belo de um abraço se visse um experimento desses na rua..
Ah, e sobre Sampa: tinha menos de 2 horas de conexão, e nesse meio tempo ainda pegar malões (!) e fazer check in..Não valeria a pena, então, te contactar, mesmo se pudesses..
Mas nos encontramos ainda para um belo café ou chopp, enfim!

Um abraço!!!

Luna Sanchez disse...

Se tem uma coisa que eu gosto é abraço.

Gosto de beijo também, muito aliás, mas abraço tem um Q de magia porque compreende a pessoa toda e não apenas fisicamente, compreende dores, tristezas, choro, sorriso, né, Flavio?

Abraço é um gesto gerenoso.

Eu só sei abraçar de verdade. Não gosto daqueles abraços "duros".

Sei que tu me entendeu.

Maliciosamente falando, aprecio os abraços duros mas não é desse tipo que o teu post trata, bem sei.

Um beijo.

E um abraço.

Ana Andreolli disse...

hahaha q bonitinnhos, gostei da intenção. nao sei se eu abraçaria, provavelmente sim, mas nao sem antes ficar roxa de vergonha kkkkkkkkkk

Amélia disse...

Bacana este gesto... Seria legal se tivessem um contador ao lado, talvez incentivariam novos...

OBS: Claro que você preferiu abraçar a moça...

Beijos e muiiiitos abraços para você!!

Flavio Ferrari disse...

Adriana: fiquei com a impressão de que as coisas aí funcionam como um relógio, o que é meio entediante.

Flavio Ferrari disse...

Carla: um café e um abraço.

Flavio Ferrari disse...

Luna: tsk, tks.

Flavio Ferrari disse...

Ana: quem diria, roxa ???

Flavio Ferrari disse...

Ti: se me deixam escolher, não me deixam escolha ...rs

Noeli da Fonseka disse...

Amplexos

Ju ♥ disse...

eu adooooro abraço.
acabei de chorar com o vídeo de uma ong, falando sobre a inclusão social de deficientes, e a temática era abraço.