Os profissionais mais jovens tendem a identificar como “sucesso” a escalada dos níveis hierárquicos de uma empresa.
Diretores, portanto, costuma ser apontados como pessoas de “sucesso”.
Um primeiro comentário cabível é que essa definição de sucesso resultaria na frustração da grande maioria dos profissionais já que o número de postos de diretoria nas empresas é bastante restrito e, como conseqüência, a maioria dos profissionais não será capaz de ter sucesso caso esse seja seu objetivo (ser diretor).
Acredito que ter sucesso profissional é ser capaz de encontrar uma profissão ou posição onde sejamos capazes de nos realizar profissionalmente, obtendo satisfação e prazer no trabalho, e com uma remuneração que nos permita alcançar também os objetivos pessoais.
Admiro quem, apesar de toda a pressão social para escalar altos postos hierárquicos, é capaz de identificar qual, de fato, é seu melhor caminho pessoal-profissional, realizando-se em outras posições ou atividades que lhe pareçam mais de acordo com sua própria natureza.
Independentemente do caminho escolhido por cada um, creio que, em função da oportunidade que tive durante todos esses anos de acompanhar o desenvolvimento de inúmeros profissionais realizados, posso dar um palpite sobre qual seria o segredo do sucesso.
O primeiro grande segredo é o auto-conhecimento. Saber o quer, conhecer seus talentos e limitações e compreender a dinâmica de funcionamento pessoal são aspectos fundamentais para o sucesso profissional.
O segundo grande segredo é escolher o lado certo. A vida profissional é recheada de desafios e oportunidades; de problemas e soluções.
O profissional de sucesso, geralmente, é o que encara problemas como desafios e se dispõe a encontrar soluções que se transformam em oportunidades.
Nesse sentido, tenho observado que os profissionais se dividem em 4 tipos básicos:
- os Acomodados: não se preocupam com a empresa (e, portanto, a empresa não se preocupa com eles)
- os Alarmistas: estão sempre apontando um problema. São úteis para a empresa, mas muito aborrecidos e, portanto, acabam sendo preteridos quando surge uma oportunidade de promoção.
- os Solucionadores: encontrando um problema, são os primeiros a sugerir ou apoiar uma solução. São percebidos de forma bastante positiva na organização.
- os Realizadores: identificado um problema e uma possível solução, se oferecem imediatamente para participar de sua implementação, motivando toda a equipe. Esses costumam ser os “xodós” das chefias.
Profissionais solucionadores-realizadores são sempre os primeiros da lista de candidatos a uma promoção, porque estão do lado da solução.
Entre eles, a empresa deverá escolher os que tem outras competências compatíveis com a função a ser exercida.
segunda-feira, abril 17, 2006
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6 comentários:
adorei ler este!
lembra-me muito os conselhos que tive oportunidade de receber de você em tempos de mais tempo livre para dedicar-se mais individualmente aos "seus".
tomara que os os "seus" atuais possam perceber que este é o novo formato que você encontrou para continuar compartilhando, generosamente, as suas experiências.
De acordo, caro Flávio! Em gênero, número e grau... Espero que não se importe se um dia eu vier a citar essas classificações tão oportunas dos perfis profissionais numa empresa. Citando o autor, claro!
Um grande abraço,
Amanda
Gostei muito da linha de raciocíonio desenvolvida por você, mas não acredito que a carreira seja, em geral nas empresas, desenvolvida unicamente de forma técnica, onde os traços e habilidades sejam reconhecidos e recompensados com aquilo que se almeja.
Em minha opinião, além de todas as competências estarem atendidas, o crescimento na carreira depende de um outro componente muito importante, qual seja, o componente "relacionamento político" dentro da organização.
De alguma forma você precisa "cair nas graças" do seu superior hierárquico de modo que ele tenha o movimento de levá-lo junto com ele. Caso contrário você poderá até ser uma peça importante na organização, poderá ao menos segundo a sua ótica ter todas as competências e habilidades mínimas necessárias para o crescimento na carreira, mas não terá a oportunidade de desenvolver-se e crescer dentro daquela organização.
Caso a pessoa chegue ao ponto de ter este entendimento da situação, só lhe restam duas alternativas, a primeira é deixar tudo como está e se lamentar o resto da vida. A segunda que acredito seja a "real alternativa" e entendo que ficou faltando em suas "dicas", é O Empreendedorismo.
Creio que eu não conheça melhor pessoa para apresentar a definição de "Empreendedorismo" que não seja você.
Parabéns por sua abordagem em assunto tão importante.
Legal! Me deu vontade de clasificar os "conhecidos" dentro das 4 categorias! :-)
Doppiafila
Não pretendi esgotar o tema num único post.
A questão "política", como menciona o Alberto, é muito importante, particularmente em algumas empresas. E nessas empresas a competência "política" é necessária.
Cabe ao profissional, ao identificar essa característica corporativa, avaliar se a empresa está adequada ao seu perfil (ou vice-versa).
Lembrei de nossa conversa sobre trainees ... e como é bom saber que nem todos querem ser presidente de empresa, pois só há uma única vaga!!! Acho que na verdade o desafio para conquistar uma posição é infinitamente menor do que o desafio de manter-se nela...acho que muitos os profissionais ávidos por crescimento ainda não se deram conta disto! Além disto, todas as empresas precisam de profissionais "mantenedores", motivados, que todos os dias auxiliam para a concretização de missão e visão. Isto sem citar valores...que acredito que dão outra postagem. beijos
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