Anestésicos

Toda dor é egocêntrica e possessiva, seja ela física ou emocional.
Para as emocionais, existe a meditação e os ansiolíticos.
Para as físicas, os anestésicos.
Isso é muito bom, principalmente para quem arrebentou as costelas como foi o meu caso.
Mas é importante lembrar que a dor tem sua utilidade.
No caso da dor física, ela está lá para alertar para um dano e recomendar providências e cuidado com o local afetado.
A emocional indica que um sentimento requer prioridade da sua atenção e que um esforço para melhor elaboração da situação vai ser requerido.
A utilidade, entretanto, não torna a dor mais agradável ou desejável.  Eu vivo muito bem sem elas.
É como dizia uma amiga minha grávida, nas vésperas de dar a luz, havendo escolhido fazer uma cesariana:
- Antes que me doa a dor do parto, parto sem dor ...

E num escritório qualquer ...

O chefe informa para a equipe:
- Identificamos oportunidades de melhoria nesse processo.  A empresa está disposta a seguir investindo, desde que com recursos da própria operação e sem o comprometimento dos dividendos. Vamos constituir um comitê para avaliar as propostas, com a participação de alguém da área de RH como moderador.  As conclusões do comitê serão apresentadas aos acionistas que terão a palavra final.   Sugiro especial atenção ao headcount, custos fixos e capex, já que precisamos nos manter competitivos.
Tradução:
- Tá tudo uma merda ! Não vamos botar mais um puto nesse negócio.  Se virem para arranjar o dinheiro.  E para garantir que vocês parem de me enxer o saco, vou trancar vocês naquela sala e botar alguém para tomar conta.  Se tiverem alguma idéia a gente ouve, mas quem decide aqui é o dono.  Se quiserem agradar, inventem um jeito de gastar menos e cortar algumas cabeças, porque é disso que a gente gosta.

Eufemismos são a moeda corrente nas empresas modernas desde que a preocupação com o assédio moral virou moda.
Ninguém trabalha mal ... os funcionários tem oportunidades de desenvolvimento.
O vagabundo que chega tarde e não faz o seu trabalho é um caso de desmotivação,
O cara que não está nem aí com a empresa precisa de estímulo para reafirmar seu comprometimento.
O chefe bundão necessita de coach para desenvolver suas habilidades de dar feedback negativo para a equipe.
O manipulador precisa trabalhar no sentido de desenvolver uma comunicação mais aberta.
O cara que vive puxando o tapete dos outros deve desenvolver seu espírito de equipe e  relacões de confiança.
Tudo é muito mais elegante e ninguém fica magoado.

"Civilidade é um verniz fino que precisa ser permanentemente retocado para resistir à luz do sol."

Resgate do corpo

Como efeito colateral da minha incursão tântrica, resolvi ler meu primeiro livro do Osho.
Ainda estou nas primeiras páginas mas, descontando a leve tendéncia doutrinária que sempre me incomoda nos líderes espirituais, estou gostando muito de suas propostas.
A primeira delas, básica, elementar e verdadeira, é a importância do corpo.
O corpo é essa coisa fantástica que ganhamos desde o nascimento e que é capaz de transformar sorvete de baunilha em sangue, ossos e cérebro.  Muito mais fantástico do que transformar chumbo em ouro, como buscavam os alquimistas.
Na cultura ocidental supervalorizamos a mente, travestindo-a de alma e satanizamos o corpo, culpando-o pelos desejos "carnais".  Truque barato da própria mente humana.
Mas o pensamento que ganhou minha atenção foi a referência ao fato de que podemos encontrar o paraíso aquí e agora, mas insistimos em deixar para a depois da morte ...
Confesso que tenho uma certa tendência a gostar das coisas com as quais concordo.

Atividades perigosas

E não é que depois de haver pulado de paraquedas e haver saído ileso, tomo um tombo no palco durante uma palestra e quase arrebendo as costelas e o joelho !!!!!
No calor da apresentação, entusiasmado, me aproximei da tela para indicar um ponto de um gráfico e não percebi que o palco (uma plataforma) terminava antes da tela.
Enfiei o pé no buraco e colidí com a barra de ferro que dava suporte à tela.
Levei alguns segundos para entender o que havia acontecido, e mais alguns para voltar a respirar.
Me recompuz antes da maioria dos presentes haver se dado conta do incidente e retomei a apresentação, obviamente, com menor atenção da platéia que ainda estava em estado de choque.
Se o público fosse constituido por meus colegas brasileiros, provavelmente a gargalhada teria sido grande.
Como se tratava de representantes dos principais canais de televisão da América Latina, recebi olhares consternados e preocupados.
Ha males que vem para bem, já dizia minha avó ... pelo menos ninguém teve coragem de falar mal da apresentação ...

Praia do Forte

Vou dar um pulinho na Praia do Forte para participar de um congresso e já volto.
Sempre é bom mudar de ares, ainda que seja para trabalhar.

Através da escrita

Ok ... ando um tanto pessimista ... e a escrita revela.  Nem precisa fuçar nas entrelinhas.
É que aqui me expresso com a liberdade de quem está entre amigos ... coisa de louco, ou de blogueiro de primeira hora ...
Blogs pessoais são catárticos, sempre.
Há quem diga e pense que representam um ato exibicionista ou narcisista (já me disseram isso por aqui).
Mas quem pensa assim ou não tem um blog ou não tem a coragem necessária para postar inspirado pelo que sente.
Postar o que sente não é, necessariamente, fazer relatos biográficos.  É elaborar (no sentido psicanalítico) os sentimentos através das postagens.
É isso que ando fazendo por aqui ultimamente ... tentando elaborar ...
E ainda bem que vocês aparecem por aqui para colaborar !

Tudo normal

Você é normal ?
Se segue as normas, se tende a se comportar como a maioria das pessoas, se faz aquilo que é mais provável, as pessoas te considerarão normal.
Eu sou um tipo um tanto anormal e, honestamente, não sinto que a normalidade seja natural.
Observo a frustração nos olhos das pessoas normais e fico me perguntando como é que alguém pode disperciçar essa dádiva única que é a a própria vida tentando corresponder às expectativas alheias.
Recebo olhares de desaprovação e questiono o que leva uma pessoa a optar por irritar-se com quem busca a liberdade de escolher ao invés de inspirar-se na coragem de divergir.
Ser normal tem suas vantagens.  O convívio social fica mais fácil e, de certa forma, a vida mais simples.
Mas eu não quero uma vida simples.  Quero-a plena.
Se puder ser plena e descomplicada, melhor.
Por isso acabo me cercando de amigos anormais ...

Pensamento da noite

O pior cego é aquele não quer ouvir e ainda fala bobagem ...

Do que a vida é feita ...

Entre margaritas e polinômios

As cores dessa vida

são de Anjas e Demônios

Extrema unção

O dia termina de sopetão

Embarco num sono profundo

Aguardando a ressureição

Intuição e preconceito

A Folha Online fez uma reportagem interessante.... Pediu ao ilustrador Gilberto Lefevre que entrevistasse alguns deficientes visuais e fizesse um retrato falado de cada candidato à presidência baseado em suas descrições.
O resultado pode ser visto em vídeo clicando aqui.
"A gente olha a aparência e julga caráter", disse Lefèvre. "Eles, não. A partir do caráter, formam a aparência."
Claro que a reportagem tem apenas o objetivo de entreter e não pretende ser "científica".  Obviamente, a imagem dos candidatos é formulada também pela descrição feita pelas pessoas com as quais os deficientes visuais convivem e por outras informações a que essas pessoas tem acesso.
Mas o que me motivou a fazer essa postagem foi o preconceito contra os pré-conceitos.
Malcolm Gladwell, em seu livro Blink, aborda, entre outros temas, o poder das primeiras impressões, e os exemplos que oferece impressionam desde o princípio.
Na esteira da obsessão pelo politicamente correto estamos desqualificando o julgamento pela aparência.
Essa iniciativa, além de natimorta (já que é impossível, na prática, evitar as avaliações feitas pelo nosso inconsciente), é uma estupidez.
Nosso cérebro acumula informações ao longo da vida e as processa de forma não linear com velocidade e poder muito maior do que o raciocínio consciente.  Descartar o resultado desse trabalho automático (que algumas pessoas chamam de intuição) por puro preconceito é um desperdício.
Confiar cegamente nesse processo também não é a melhor opção, mas combiná-lo com os processos conscientes costuma dar um ótimo resultado.
Minha intuição já se mostrou equivocada várias vezes, e na maioria delas até consegui identificar a razão posteriormente.
Mas já paguei um preço alto por ignorar essa informação e aprendi a respeitá-la.
Recomendo a leitura do livro, que tem tradução para português.  É um dos poucos best-sellers de neo-auto-ajuda que vale a pena ler até o final...

R.I.P.

O melhor desejo para o final de semana
descansar bastante
e ver gente bacana

Mania e depressão

Não costumo deixar que as chateações do trabalho afetem meu humor.  Simplesmente não lhes dou a importância necessária para que tenham esse poder.
Mas algumas (poucas) vezes não consigo e hoje foi um desses dias.
Lembrei daquela passagem da peça do Cacá Rosset, Ubu - folias físicas, patafísicas e musicais ...

O Rei (o próprio Cacá) havia sido corneado pela mulher, traído pelos amigos e estava sendo freneticamente perseguido pelo exército e pelo povo.  Num dado momento, a peça é interrompida, o rei aparece sozinho no palco silencioso sob um facho de luz e diz, candidamente para a platéia:
- Não tô legal ... sei lá ... mil coisas ...
É mais ou menos assim que estou me sentindo.
E o que é que vocês tem a ver com isso ?   Nada ... mas um blog também serve para isso ... postagens catárticas ...
Meu avô costumava dizer que o pior covarde é um covarde com poder.
Um covarde sem poder é apenas um puxa-saco que poderá nos trair algum dia.  Perfeitamente evitável.
Já um covarde com poder precisa que todos ao redor lhe puxem o saco para, através da diminuição do outro, sentir que vale alguma coisa.  Quem não aceita essa condição termina vítima de sua autoridade.  Mas não espere explosões autoritárias porque essas demandam alguma coragem (ou oponentes mais fracos).  A autoridade será exercida com a mesma covardia característica.
Lamentavelmente, nos últimos tempos tenho me deparado com mais pessoas que se enquadram nessa definição do que gostaria.
Neurose de Destino (Freud) ou Gestalt mal resolvida (Pearls),  diriam Carla PS, Ana SS, Vanessa e outras psicoafins que navegam por aqui.
Pode ser ... e se for, até que eu aprenda a lidar melhor com isso, a coisa vai seguir se repetindo.
O fato é que já estou ficando meio sem paciência ....

Inspiração buárquica

Ai, quem me dera ser Gardel
Tenor e bacharel
Francês e rouxinol
Doutor em champinhom
Garçom em Salvador
E locutor de futebol
Pra te dizer febril
Bem-vinda
Tua beleza é quase um crime
Tu és a bunda mais sublime
Aqui deste covil

Medidas de relevância

Faço uma postagem caprichada, quase filosófica e com um título pomposo: Tantra, tabu e trivialidades - resultado = 6 comentários.
Faço outra semi-safada sobre a camiseta da loira, com tema similar - 20 comentários.
Publico um poema épico-insone - 8 comentários.
Posto um verso sorumbático-matinal de 4 linhas - 17 comentários
O link para o curta Ilha das Flores (um dos melhores que já assisti) - 5 comentários
O meu vídeo poema de um minuto - 41 comentários (pelo menos sai ganhando)
Concluo que comentários não são medida da qualidade e da relevância das postagens.
Aliás, é difícil identificar os indicadores adequados de relevância em qualquer situação.
Muitos casamentos terminam porque o marido não é capaz de identificar quais são os comentários relevantes de sua mulher.  Outros porque a mulher acha qualquer comentário do marido irrelevante.
Alguns políticos pagam para descobrir o que os eleitores consideram relevante.  E quando não descobrem, ficam Tiriricas.
No Arguta, meu critério de relevância é o desejo de postar.
Mas que fico contente quando meus queridos amigos blogueiros fazer a gentileza de comentar, fico mesmo !

O Brasil vai mudar...

... com as agulhadas de Ronaldo Esper, Marcelinho Carioca jogando no nosso time, Maguila lutando por nós, com os beijos da Mulher Pêra, ao som da trilha sonora do Luciano Enéas, com a ajuda do marido da Mara Maravilha e dos filhos do Raul Gil e do Eli Correa, e no final, votando no Tiririca, garantiremos que pior do que está não fica.

(quem quiser assistir as propagandas dos supra-citados na sequência, é só dar um pulinho no Youtube)

Tantra, tabu e trivialidades

Se você fizer uma lista das coisas realmente importantes da vida, provavelmente irá concluir, como eu, que a maioria delas não se aprende na escola.
Para algumas delas recebemos as piores orientações em casa, em função de questões culturais, morais ou religiosas.
Auto-conhecimento, relacionamentos afetivos e sexo são três bons exemplos.
Os dois primeiros não estão em nenhum currículo escolar e o terceiro, convenhamos, quando incluído não passa dos rudimentos de anatomia, bordões moralistas e campanha pelo uso da camisinha.
Em casa não é muito diferente.  Nossos pais não fazem a mínima questão de que nos conheçamos, já que estão ocupados demais projetando suas expectativas e condicionando seu amor ao nosso desempenho.  No quesito "relacionamentos afetivos", outro desastre ainda maior: exemplos de uma relação desequilibrada entre pais e filhos, sem o respeito a individualidade dos filhos.  E sexo costuma ser o pior dos tabús entre as paredes do lar.
Partimos para vida adulta despreparados e somos vítimas constantes do tanto que nos desconhecemos, da necessidade de fazer por merecer o amor (modelo de relação com os pais) e dos tabús (e insatisfação) em relação ao sexo.  Dificil ser feliz assim ... E mais dificil ainda conseguir estabelecer um relacionamento amoroso saudável.
Uma boa notícia para os adultos que querem começar a enfrentar esse grande desafio de uma maneira mais divertida do que a psicanálise ....  O Tantra está aí para isso.
Neste final de semana fiz um módulo de um curso de massagem tântrica no Centro Metamorfose, na Vila Madalena (SP).
Foi uma experiência muito interessante e que pretendo repetir.
Não vou entrar em detalhes porque a internet serve justamente para isso (www.centrometamorfose.com.br).
Mas vou correr o risco de recomendar ás leitoras que aproveitem a oportunidade de se conhecer melhor através do mais longo e intenso orgasmo de suas vidas (caso ainda não tenham passado por isso).  E também aos leitores, que terão a oportunidade de aprender a lidar melhor com suas "necessidades" sexuais e, quem sabem, passar a olhar para as mulheres de uma forma diferente (se não chegarem a tanto, no mínimo irão aprender algumas técnicas muito eficientes para alegrar a Yoni).
Recomendaria, também e principalmente, para casais ... mas isso iria exigir uma abertura e uma qualidade de relacionamento que a maioria dos casais não tem. 
Bem ... acho que já descrevi o suficiente para aguçar a curiosidade de vocés.
Se eu contar como foi vou acabar cutucando tabús e impedir que alguns leitores tenham a chance dessa experiência libertadora.
Resta agradecer ao Deva Nishok, a Deva Manisha e ao Gilson pelo final de semana tão especial e pelo carinho com que nos receberam.

A pergunta que não quer calar

Vi essa foto ontem no blog de uma das seguidoras do Arguta, mas não me lembro mais qual foi para poder referenciar (sorry).
Fato é que a imagem me levou a pensar em uma questão elementar sobre a insatisfação feminina.
A frase da camiseta não poderia ser mais verdadeira.
As mulheres, principalmente as que estão num relacionamento sério (namoros, casamentos), controlam os homens pelo sexo tal qual ratinhos de laboratório de aulas de psicologia comportamental.
Normalmente usam a técnica de reforço intermitente, que é a mais eficiente.  O homem nunca sabe exatamente o que tem que fazer para ganhar seu prêmio, então se esforça mais.
Mas minha dúvida recai sobre minhas amigas "solteiras", que costumam reclamar de falta de sexo.
If you have a pussy, you certainly make the rules.
Até entendo as reclamações sobre a dificuldade de encontrar alguém que queira algo mais sério.  A tática vigente de não ter relações sexuais antes do terceiro encontro é a receita mais eficiente para perder as melhores oportunidades de conquistar os bons partidos.
Mas reclamar de falta de sexo, pura e simples, é inacreditável ...

Poemasonado

Por mais que da vida
o trabalho seja patrono
não há o que me impida
de ter um baita sono

("impida" é licenciosidade poética matinal por falta de competência para encontrar alguma rima natural)

Eletrons descansam na rede elétrica da Bahia

Surpreendentemente para alguns, um blackout atingiu a Bahia nesse feriado.
Baianos são nacionalmente famosos por sua ociosa sabedoria.  Não é por acaso que Domenico de Masi, sociólogo italiano e autor do best seller "O Ócio Criativo" adora passear por lá.
Coloque-se no lugar dos elétrons ... feriadão e você alí na rede .... Para que se cansar ?

O Ponto P

Vejam só ... tanta onda em torna do tal "fio terra" e só agora descubro que o Ponto G masculino existe e tem nome: Ponto P.
P de próstata, já que é o ponto para o estímulo dessa glândula.
Um pequeno detalhe faz com que a maioria dos homens ignore a existência desse ponto em particular.   O "problema" é que o acesso ao Ponto P se dá pelo ânus.
Embora boa parte da mulheres já tenham coragem de sugerir uma divertida excursão em busca do Ponto G (cujo acesso é vaginal),  os homens tem a impressão de que mesmo essas vão achar estranho um pedido para exploração anal, até porque eles também não se sentem confortáveis com a idéia depois do que aconteceu com Sodoma.
Os gays, é claro, levam uma certa vantagem nesse ponto.
Mas fica a pergunta para as meninas: topariam procurar o Ponto P do parceiro ?
E para os meninos: estariam "abertos" para a exploração ?

Algumas vezes eu fico sem palavras ...

Impositivo inoperante

É como disse
aquele famoso psiquiatra
Professor Lombasso
num seminário
logo depois de um doutor
que falava de marca-passo
"A insônia e o cansaço,
meus amigos da platéia,
desestruturam a psique,
tenho dito.
Pt e um abraco."
Para o deleite da platéia,
o ilustre acadêmico
apresentou um caso crasso.
"Este senhor"...
continou sem embaço
"... ilustre e faceiro,
costumava ter nervos de aço.
Mas observem agora o marinheiro,
em tamanho descompasso !"
E o pobre companheiro
um evidente bagaço
do fruto viçoso que havia sido outrora
ah ... meu senhor, minha senhora...
observava a audiência
em absorta displicência
tal qual um adicto em abstinência
pupilas dilatadas
sem qualquer referência.
Lhe roubara a paranóia
de humanidade qualquer traço,
ipso facto.
"Vejam só..."
tornou o palestrante
"que curioso dilema:
o homem, um caco,
desperta em meio a madrugada,
e desata a escrever um poema ...
Seria o fim da inspiração
se lhe resolvemos o problema !"
Com as forças que lhe sobram
o exasperado paciente
esboça uma reação...
levanta a mão
e com um olhar fulcro e demente
se dirige ao professor:
"Senhor,
será que posso agora,
escovar o dente ?"
Sonora gargalhada da assistência
diante de tal caso de demência.
Sem ter para onde ir,
fecha os olhos como em prece
e abaixa a destra.
Ao que tudo indica, lhe parece,
que não há melhor lugar para dormir
do que numa palestra...
Fim de festa.

Pensamento ideosincrático

Estou com a sensação de que a vida é muito curta ... mas acho que vai passar logo.

Analogias

E uma amiga me explicava como se sentia quando tomava muito vinho:
- Me sinto como um sorvete de creme ... vou me derretendo toda, pronta para levar umas lambidas ...
Nada como o talento analógico num mundo digital ...

Vida inteligente

Me ocorre, depois de um dia longo, cansativo e que ainda não acabou, que a diferença entre os seres humanos e os animais é, realmente, a inteligencia.
Enquanto nós, os humanos, somos capazes de inventar um milhão de tarefas de utilidade duvidosa para justificar nossa existência, os animais se limitam a comer, dormir, ter relações sexuais e passar o resto do tempo apenas aproveitando o que o mundo lhes oferece....