Então o sujeito te diz:
- Quero te agradecer .. você é um bom anfitrião !
Antes de ficar contente com a gentileza, melhor conhecer a origem do termo "anfitrião".
Na comédia grega homônima de Plauto, Anfitrião é o marido da bela e incorruptível Alcmena, por quem Zeus resolveu interessar-se.
Para seduzir Alcmena, Zeus assume a aparência de Anfitrião, enquanto Hermes fica de guarda no portão assumindo a aparência do escravo Sósia.
Alcmena fica grávida de Zeus e Anfitrião duvida da fidelidade de sua esposa.
No final da peça tudo se esclarece e Anfitrião fica feliz por ter como mulher uma "escolhida" do grande Zeus.
Em função dessa história, a palavra anfitrião passou a ser utilizada com o sentido de "aquele que recebe em casa" (e sósia adquiriu a conotação de pessoa muito parecida).
Por isso, quando alguém disser que você é um bom anfitrião, pode coçar a cabeça.
(fonte: wikipedia)
quarta-feira, agosto 29, 2012
sexta-feira, agosto 24, 2012
Um amor maior ...
Curioso como temos o hábito de associar a
palavra amor a relações específicas.
Amor familiar (pais, filhos, irmãos,
parentes próximos), amor romântico (parceiros), amor fraternal (amigos) descrevem as
relações que mais usualmente são associadas ao sentimento.
Os gregos oferecem quatro palavras com
diferentes significados para o amor: Ágape, Eros, Philia e Storge.
Ágape é o amor incondicional ou o
“verdadeiro” amor.
Eros é o amor passional, a paixão.
Philia é o amor virtuoso, a amizade
Storge é a afeição natural, o gostar de
alguém.
Muitos autores se limitam a considerar que
apenas os três primeiros termos se referem ao amor.
Uma certa hierarquia está implícita nessa
classificação, um gradiente de intensidade e profundidade, começando pelo Ágape
– o amor absoluto (intenso, profundo e eterno), passando por Eros (intenso e
profundo, eventualmente fugaz), Philia (menos intenso, eventualmente profundo,
sujeito à reciprocidade) e terminando com Storge (suave e volúvel).
Ágape é considerado a forma mais nobre de
amor. Os cristãos se apropriaram da
palavra para descrever o amor incondicional de Deus. Talvez o único exemplo humano passível de
corresponder a essa descrição seja o amor da mãe pelo bebê.
Eros, por sua fugacidade e pela comum
associação com a sexualidade, costuma ter uma conotação negativa.
Philia, ao contrário, tem uma conotação
positiva (dissociada do sexo) e pode ser considerado a melhor forma de amor
possível entre os seres humanos “comuns”.
Storge não costuma merecer maiores
atenções.
Eu, que tenho por hábito contrariar o senso
comum, vejo grande valor na afeição natural (storge).
Creio que é nela que está a semente de um
amor universal.
A afeição natural é espontânea. Costuma nascer do reconhecimento de si mesmo
no outro.
Isso não é ruim. É um bom início.
Embora seja percebido como uma forma de
sentimento egoísta, porque é auto-referenciado, o caminho para um amor
universal e incondicional começa no amor próprio.
Acredito que não é possível amar o próximo
sem se amar primeiro.
Além disso, reconhecer algo de nós no outro
é reconhecer algo do outro em nós mesmos.
É aí que começa o amor universal, evoluindo até a consciência de que somos parte do universo e o universo é parte
de nós.
Pode parecer um conceito estranho.
Mas acredito que cultivar o Storge, a
afeição natural, pelas pessoas e por todas as outras manifestações da natureza,
dedicando nossa atenção a descobrir-nos nelas, resulta numa gradual
identificação com tudo aquilo que nos cerca.
Em algum momento, essa identificação irá
resultar na transferência do amor próprio para todas as pessoas e coisas.
Não será
Ágape, Eros ou Philia.
Esse novo sentimento transcenderá as três
definições.
segunda-feira, agosto 20, 2012
Os 4 tipos de sexo
Em seu livro “Outliers”, Malcolm Gladwell
afirma que para ser excepcionalmente bom em alguma coisa é necessário ter
10.000 horas de prática. Claro que
talento e habilidade ajudam mas, segundo o autor, o tempo de dedicação é um
divisor de águas.
Fiz minhas contas e, no ritmo atual, só vou
atingir essa marca para atividades sexuais daqui a uns 5 anos (sendo otimista).
Mas já pratiquei o suficiente para me
sentir confortável falando sobre o tema.
Observei que existem 4 abordagens bastante diferentes
para o sexo, que classifiquei como “animal”, “ritual”, recreativo e “protocolar”.
Chamei de “animal” aquele sexo que
praticamos motivado pelos instintos. Não
escolhe hora ou lugar e nem requer grandes preparativos. É feromonial, antecedido por um sentido de
urgência, por uma sensação de extrema necessidade. Seu objetivo é a penetração e o orgasmo. É explosivo e deixa aquela sensação de
realização e alívio (quando é bom), ou de frustração (quando, por alguma razão,
não gostamos). É um sexo, corporal, de entrega
física.
No outro extremo está o sexo “ritual”, que
se distingue do “animal” principalmente pelo seu objetivo. No sexo “ritual” a penetração e o orgasmo são
menos importantes. O prazer está na
condução do encontro e o objetivo é a mágica do prazer, o estímulo da energia
sexual. Pode ser erótico, místico,
religioso, fantasioso e até selvagem.
Mas é necessariamente longo e rico em detalhes e sutilezas. Nunca é urgente ou necessário. É apenas desejado. Termina com uma sensação de plenitude, de intimidade,
de cumplicidade (quando bem realizado).
Raramente deixa um sabor ruim. A entrega é integral.
No meio do caminho está o sexo "recreativo". Simples, gostoso, sem nenhuma motivação especial. Apenas fruto da oportunidade. Normalmente praticado por pessoas que já tem alguma intimidade e que gostam de compartilhar carícias, de dar e receber prazer. Não tem maiores pretenções mas nem por isso é banal. É uma daquelas coisas que tornam o dia mais agradável e a vida mais feliz. Não tem a intensidade do sexo "animal" ou a profundidade do sexo "ritual". É lúdico, divertido, descompromissado.
No meio do caminho está o sexo "recreativo". Simples, gostoso, sem nenhuma motivação especial. Apenas fruto da oportunidade. Normalmente praticado por pessoas que já tem alguma intimidade e que gostam de compartilhar carícias, de dar e receber prazer. Não tem maiores pretenções mas nem por isso é banal. É uma daquelas coisas que tornam o dia mais agradável e a vida mais feliz. Não tem a intensidade do sexo "animal" ou a profundidade do sexo "ritual". É lúdico, divertido, descompromissado.
O quarto tipo de encontro sexual que
merece classificação é o que chamei de “protocolar”. Bastante comum em relações longas e
sexualmente desgastadas, se caracteriza pela obrigação. Não há urgência, desejo
ou necessidade física. Existe apenas a
necessidade formal de “cumprir tabela”.
Em situação normal é feito com algum prazer (normalmente mais para o homem
do que para a mulher), mas está longe de satisfazer algo além do “compromisso”
social. Quando bem feito deixa a
confortável sensação de dever cumprido.
Muitas vezes serve apenas para nos lembrar de que a vida poderia ser
mais interessante. Não há entrega.
Limitei-me a mencionar os casos convencionais
de sexo consensual, embora boa parte das práticas menos convencionais (como
BDSM - bondage,
discipline, dominance, submission, sadism, masochism, Ménage ou Swing) e até mesmo a masturbação
possam ser classificadas nesses quatro grupos.
Já o sexo
praticado de forma destrutiva (como instrumento para degradação) mereceriam uma
postagem à parte que deixo para os psicólogos de plantão.
Minha
motivação para essa postagem foi alertar os que praticam, com mais frequência,
o sexo do quatro grupo (“protocolar”), para o fato de que a vida é curta e o
sexo pode ser uma grande fonte de prazer.
Claro que
todo mundo sabe disso ... mas não custa nada lembrar.
sexta-feira, agosto 17, 2012
sexta-feira, agosto 10, 2012
Pensando dentro da caixa
Porque
é quem não pensa dentro da caixa começaria a pensar fora dela ?
Há um grande conflito tomando conta do
ambiente organizacional.
De um lado, acionistas pressionam por
resultados financeiros de curto prazo.
De outro, o volúvel mercado demanda
constante inovação.
Nas empresas, o departamento de recursos
humanos é chamado a implementar programas de treinamento para estimular a
criatividade das equipes, e os executivos implementam comitês, protocolos e
políticas de inovação.
Mas quem tem tempo para ser criativo e onde
está o dinheiro para implementar novas ideias ?
Os profissionais são convidados, então, a
“pensar fora da caixa”.
Nós, latinos, adoramos analogias. Os norte-americanos costumam utilizá-las como
instrumento de marketing, mas nós realmente mergulhamos das imagens que
escolhemos para simplificar o entendimento da realidade.
Os europeus não latinos costumam ser mais
diretos em suas análises. Tive
consciência disto na primeira vez em que, conversando sobre o comportamento “independente”
dos consumidores com um parceiro alemão, utilizei uma analogia (de um
adolescente rompendo com os pais) e ele me perguntou porque é que eu havia
mudado de assunto.
“Pensar fora da caixa” é uma representação
(analogia) que pretende nos estimular a sair de nossa zona de conforto (a
caixa) e pensar mais livremente e sem restrições (as paredes).
Estendendo a analogia, eu me pergunto: quem
não pensa dentro da caixa irá pensar fora dela ?
Qual é a caixa que nos impede de pensar
? De que serão feitas as paredes dessa
caixa para que tenha tamanho poder ?
No contexto organizacional, fico imaginando
paredes muito espessas, construídas com as restrições financeiras, a limitação
de tempo, as “prioridades” cotidianas, as políticas e práticas, os planos e
objetivos, a hierarquia, os problemas, a carência de know –how e competências
específicas, tudo isso amalgamado pela cultura corporativa.
Seriam paredes rústicas e desagradáveis de
se observar. Mas tendemos a “dar um
acabamento” melhor a essas paredes, chapiscando-a com uma certa rebeldia
cosmética e aplicando uma demão de conformismo logo em seguida, para finalmente
pintá-las com nossos medos e inseguranças, e pendurando fotos das aventuras que
já vivemos e que justificam a aceitação desta prisão. Afinal, dentro da caixa costuma ser mais
seguro e lá fora, quem sabe ? Melhor nem
pensar no assunto.
Correa Navas, meu amigo e sócio da Media Gurú (Costa Rica),
posta um comentário no Facebook lembrando-me do “paradoxo de Schrödinger”, um
experimento imaginário concebido en 1935 pelo físico Erwin Schrödinger para
expor uma das consequências menos intuitivas da mecânica quântica. No experimento, um gato é trancado numa caixa
com um dispositivo que tem 50% de chance de matá-lo após um determinado espaço
de tempo. Passado esse tempo, temos uma
caixa com 50% de chance de conter um gato vivo e 50% de chance de conter um
gato morto. Até que o observador abra a
caixa, isso é o que temos: probatilidades.
A abertura da caixa pelo observador modifica o sistema e causa o “colapso”
das probabilidades. Agora, o observador
tem uma caixa com um gato vivo ou morto, de acordo com sua observação.
Nesses quase 80 anos que se passaram desde
que Schrödinger imaginou seu experimento, famosos acadêmicos de todo o mundo
dedicaram boa parte de seu tempo a analisa-lo e discutí-lo.
A caixa, o gato e o dispositivo de Schrödinger
são construções imaginárias, que ajudam a “tangibilizar” (fazendo mal uso da
palavra) fenômenos quânticos de difícil observação.
Nossa caixa, aquela que nos impede de
pensar, também é uma construção imaginária, por mais bem acabada que seja em
nossa imaginação.
Ela foi “construída” para que não tenhamos
que pensar, para justificar o fato de que preferimos não pensar.
Tal qual como ocorre no experimento de Schrödinger,
enquanto houver a caixa, existe a probabilidade de pensar fora dela.
É um conforto quântico.
Mas se eu convidasse meu parceiro alemão a
pensar fora da caixa ele me perguntaria: “Wo ist die kiste?” (onde está a caixa
?).
segunda-feira, agosto 06, 2012
Atenção
O grau de maestria da atenção define a
qualidade de nossa relação com o Universo.
Nossa capacidade de realizar e de sentir,
de viver o presente, de ter prazer e expandir nossa consciência, dependem dessa
maestria.
Mas viver numa grande cidade é um convite
para dispersar a atenção. A quantidade e
intensidade das informações visuais e auditivas que recebemos é grande e
constante e muitos agentes disputam nossa atenção. Pessoas a nossa volta, smartphones, cartazes,
motoristas irritados, vendedores ...
Além de um sem número de “responsabilidades” às quais nos obrigamos
(sempre devendo) e que ocupam o nosso pensamento disputando a atenção com os
demais estímulos.
O resultado disso é que costumamos navegar
ao sabor dessa multiplicidade de estímulos, e nossa atenção salta
constantemente de um ponto para outro, raramente mantendo-se num único
“assunto” por muito tempo.
Dois tipos de “exercícios são possíveis
nessa condição.
O primeiro, e mais óbvio, é focalizar a
atenção em apenas um estímulo de cada vez, por períodos longos.
O segundo, mais desafiador, é distribuir a
atenção uniformemente pela maior quantidade de estímulos possível, sem
priorizá-los (atenção holística).
sexta-feira, agosto 03, 2012
Coisas gostosas que não custam nada
(uma pequena lista preparada para a amiga blogueira Andrea Beheregaray)
Procurar estrelas cadentes no céu de uma
noite sem lua
Observar a mulher amada secando os cabelos,
nua
Colocar um barquinho de papel na água que
corre ao meio-fio da rua
Entregar-se, num momento de paixão que
desvirtua
Desobrigar-se das rimas
Caminhar sem destino, esquecido das dores
No parque ao cair da tarde
Sentindo o aroma das flores
Trocar carícias
Abraços, beijos
Purezas e malícias
Respirar profundamente
Suspirar
E espirrar sem pudores
Descobrir os prazeres do corpo
Aceitar os desejos da alma
Comer morango e framboesa
Desvencilhar-se do pecado e da culpa
Observar a beleza
Amar-se para poder amar
quinta-feira, agosto 02, 2012
Prazer e competência
Ter prazer no trabalho anda ganhando importância.
Numa conversa com CEOs no final do ano passado, a retenção de profissionais talentosos surgiu como uma preocupação relevante em comum.
Nos últimos anos, as empresas investiram bastante no desenvolvimento de seus profissionais, privilegiando os mais habilidosos, oferecendo-lhes treinamentos em áreas específicas de conhecimento e oportunidades de "coaching" para questões atitudinais.
Muitas delas vem "falhando", entretanto, no que se refere à motivação, pela falta de interesse em conhecer e atender aquilo que trás satisfação e prazer para a equipe.
Atividades que não proporcionam um mínimo de prazer são, na melhor das hipóteses, percebidas como "obrigação" e desempenhadas sem muito entusiasmo.
Para organizações que buscam eficiência, o entusiasmo pode fazer a diferença.
E um talento desmotivado não demora muito para partir em busca de novos desafios.
Bons profissionais gostam de desafios e gente inteligente não convive com a frustração por muito tempo.
Assinar:
Postagens (Atom)