Em seu livro “Outliers”, Malcolm Gladwell
afirma que para ser excepcionalmente bom em alguma coisa é necessário ter
10.000 horas de prática. Claro que
talento e habilidade ajudam mas, segundo o autor, o tempo de dedicação é um
divisor de águas.
Fiz minhas contas e, no ritmo atual, só vou
atingir essa marca para atividades sexuais daqui a uns 5 anos (sendo otimista).
Mas já pratiquei o suficiente para me
sentir confortável falando sobre o tema.
Observei que existem 4 abordagens bastante diferentes
para o sexo, que classifiquei como “animal”, “ritual”, recreativo e “protocolar”.
Chamei de “animal” aquele sexo que
praticamos motivado pelos instintos. Não
escolhe hora ou lugar e nem requer grandes preparativos. É feromonial, antecedido por um sentido de
urgência, por uma sensação de extrema necessidade. Seu objetivo é a penetração e o orgasmo. É explosivo e deixa aquela sensação de
realização e alívio (quando é bom), ou de frustração (quando, por alguma razão,
não gostamos). É um sexo, corporal, de entrega
física.
No outro extremo está o sexo “ritual”, que
se distingue do “animal” principalmente pelo seu objetivo. No sexo “ritual” a penetração e o orgasmo são
menos importantes. O prazer está na
condução do encontro e o objetivo é a mágica do prazer, o estímulo da energia
sexual. Pode ser erótico, místico,
religioso, fantasioso e até selvagem.
Mas é necessariamente longo e rico em detalhes e sutilezas. Nunca é urgente ou necessário. É apenas desejado. Termina com uma sensação de plenitude, de intimidade,
de cumplicidade (quando bem realizado).
Raramente deixa um sabor ruim. A entrega é integral.
No meio do caminho está o sexo "recreativo". Simples, gostoso, sem nenhuma motivação especial. Apenas fruto da oportunidade. Normalmente praticado por pessoas que já tem alguma intimidade e que gostam de compartilhar carícias, de dar e receber prazer. Não tem maiores pretenções mas nem por isso é banal. É uma daquelas coisas que tornam o dia mais agradável e a vida mais feliz. Não tem a intensidade do sexo "animal" ou a profundidade do sexo "ritual". É lúdico, divertido, descompromissado.
No meio do caminho está o sexo "recreativo". Simples, gostoso, sem nenhuma motivação especial. Apenas fruto da oportunidade. Normalmente praticado por pessoas que já tem alguma intimidade e que gostam de compartilhar carícias, de dar e receber prazer. Não tem maiores pretenções mas nem por isso é banal. É uma daquelas coisas que tornam o dia mais agradável e a vida mais feliz. Não tem a intensidade do sexo "animal" ou a profundidade do sexo "ritual". É lúdico, divertido, descompromissado.
O quarto tipo de encontro sexual que
merece classificação é o que chamei de “protocolar”. Bastante comum em relações longas e
sexualmente desgastadas, se caracteriza pela obrigação. Não há urgência, desejo
ou necessidade física. Existe apenas a
necessidade formal de “cumprir tabela”.
Em situação normal é feito com algum prazer (normalmente mais para o homem
do que para a mulher), mas está longe de satisfazer algo além do “compromisso”
social. Quando bem feito deixa a
confortável sensação de dever cumprido.
Muitas vezes serve apenas para nos lembrar de que a vida poderia ser
mais interessante. Não há entrega.
Limitei-me a mencionar os casos convencionais
de sexo consensual, embora boa parte das práticas menos convencionais (como
BDSM - bondage,
discipline, dominance, submission, sadism, masochism, Ménage ou Swing) e até mesmo a masturbação
possam ser classificadas nesses quatro grupos.
Já o sexo
praticado de forma destrutiva (como instrumento para degradação) mereceriam uma
postagem à parte que deixo para os psicólogos de plantão.
Minha
motivação para essa postagem foi alertar os que praticam, com mais frequência,
o sexo do quatro grupo (“protocolar”), para o fato de que a vida é curta e o
sexo pode ser uma grande fonte de prazer.
Claro que
todo mundo sabe disso ... mas não custa nada lembrar.
4 comentários:
Como boa bruxa que sou, gosto muito do ritual.
Um café!
Imaginei, Carla ... Depois de um rápido encontro com a namorada na hora do almoço dei-me conta de que havia esquecido de um quarto tipo ... o "recreativo" ... rs
Como tudo na vida... apesar de alguns serem mais gostosos que os outros tipos,tem tempo e espaço para todos eles. Circunstancia e companhia ideal fazem diferença para cada um.
ainda bem q na vida de solteiro o protocolar se encaixa quase nada... ou não! rs
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