O Brasil é conhecido mundialmente pela abundância de sua fauna e flora.
A diversidade chama a atenção dos estrangeiros, particularmente no caso de nossas frutas exóticas.
Dentre elas, a Maracutáia assume, sem dúvida, o posto da fruta mais notória do momento.
A Maracutáia foi trazida para o Brasil pelos expatriados portugueses no momento do descobrimento.
A corte portuguesa era apaixonada por esse fruto polpudo, que já naquela época era alvo da volúpia dos governantes.
Muito comum, na corte, ouvir alguém comentar com voz melíflua ao pé do ouvido: “Adoro uma boa Maracutáia !”
A Maracutáia espalhou-se rapidamente pelo Brasil, incentivada pelos Bandeirantes e pelos governadores das Capitanias Hereditárias.
Seu cultivo é artesanal. As sementes da Maracutáia são plantadas em brechas abertas em terreno propício com auxílio de picaretas.
Existem alguns hábitos e superstições curiosas relativos ao cultivo, plantio e consumo da fruta.
Acredita-se que o cultivo da Maracutáia deve ser feito em grupo. A idéia, transmitida de geração para geração, é de que quando um grande grupo de amigos está dedicado ao cultivo da Maracutáia, o terreno fica mais fértil e a colheita é segura e generosa.
Diferentemente de outras culturas de frutas que tem a tradição de realizar festas no momento da colheita, os cultivadores da Maracutaia mantém a tradição de realizá-la de forma discreta e quase sigilosa. Essa tradição é alimentada por histórias contadas à boca pequena, sobre pessoas que comemoraram a colheita dos frutos da Maracutáia de forma muito expansiva e perderam tudo o que colheram.
Após a colheita, os frutos são guardados em local distante e seguro e a comunidade age como se não soubesse da existência de Maracutáias na região.
Outro interessante hábito relacionado com a Maracutáia se apresenta no momento do consumo pelas famílias. Quando o fruto da Maracutáia é colocado sobre a mesa, a família faz de conta que não sabe do que se trata. Acredita-se que dá azar mencionar a palavra Maracutáia em família, principalmente para as crianças.
Os frutos da Maracutáia também podem ser utilizados para aquisição de outros bens de consumo. E é curioso notar que, também nesse caso, os terceiros que recebem os frutos em troca de produtos, serviços ou favores, fingem ignorar sua procedência.
São particularidades da natureza supersticiosa do povo brasileiro.
Alguns segmentos da sociedade, uma minoria vale dizer, acreditam que o cultivo da Maracutáia é nocivo para o Brasil, na medida em que contamina o solo e compromete outros cultivos importantes. Esses grupos também defendem a tese de que o consumo dos frutos da Maracutáia tem efeitos nocivos sobre os seres humanos, com efeitos próximos ao de drogas pesadas, afetando a percepção e alterando a personalidade do indivíduo.
Várias iniciativas vem sendo tomadas por ONGs na tentativa de coibir a Maracutáia no país mas, até o momento, seu resultado tem sido pífio.
Embora já existam algumas leis específicas que visam reduzir seu cultivo, as estatísticas indicam que os frutos da Maracutáia seguem como o prato predileto das famílias mais abastadas, principalmente no planalto central.
quinta-feira, abril 13, 2006
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2 comentários:
Muito interessante a abordagem dada por você neste tema. Embora eu conheça o fruto eu nunca tive coragem de esperimentá-lo, até porque meu paladar não aceita o seu sabor. Como não esperimentei, eu tive apenas a oportunidade de ouvir os relatos de quem a esperimentou e o que ouvi me deixou até com náuseas. Além das náuseas, tive uma sensação muito estranha, se posso assim dizer, fiquei sentindo a ponta no meu nariz se aquecer, quase que como se estivesse "pegando fogo". Fui ao espelho e observei que ele, o meu nariz, estava muito vermelho e com uma forma de uma bola de golfe "vermelha", estranho não!!! Agora, com esta tão didática forma de expor o que é esta fruta, qual a sua origem, como ela age nas pessoas e seus efeitos quando ingerida, entendi o que se passou comigo e com a grande maioria do povo desta imensa nação, que luta, trabalha, ensina o valor da vida, do respeito e da dignidade à sua prole. Acredito que a "comercialização" desta fruta deveria ser definitivamente proibida, pois existem muitas pessoas, principalmente as ligadas com o "Poder" que pela sua própria condição de exposição, aliada a sua fraqueza de princípios não tem "anticorpos" básicos suficientes para se defenderem dos efeitos colaterais produzidos por esta "fruta" tão exótica.
Precisamos encontrar, urgentemente, alguma praga natural que combata a proliferação da maracutaia. Talvez o bichinho da punição seja um bom começo, mas será preciso o trabalho intenso de ongs que apoiem a criação deles bem como sua distribuição para todos os recantos do país.
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