quinta-feira, outubro 26, 2006
Informação e entretenimento ...
Eis-me aqui em mais um congresso da ESOMAR, desta vez o latinoamericano, que acontece no Rio de Janeiro.
A frequencia até que está razoável para essa época do ano. As palestras é que são um problema. Até agora, nenhuma que envergonhasse o palestrante. Algumas poucas são realmente muito boas. Mas a maioria, como em todos os congressos de que tenho participado, não vale a viajem.
Realmente acho que quem vai preparar uma apresentação deveria levar em conta, no mínimo por respeito à audiência, que tempo é um bem precioso.
Se recebemos a honra de apresentar nossas idéias, devemos retribuir com uma contribuição relevante e, se possível, agradável.
O público espera, merece e paga por isso: informação relevante e entretenimento. Se a informação não for tão relevante assim, pelo menos que a apresentação seja interessante, divertida, relaxante. Isso é sempre bem vindo em meio a uma série de "papers" mais técnicos.
Mas como no meio acadêmico a informalidade é mal vista e ser sério é quase sempre sinônimo de ser chato, há que se conviver com alguns (muitos) chatos irrelevantes.
Pode parecer uma certa arrogância intelectual da minha parte. Mas não é.
Já fiz muitas apresentações durante minha vida profissional. E por mais que me esforce quase sempre termino a apresentação com a sensação de que não foi tão relevante quanto gostaria. Felizmente, alguns feedbacks positivos ajudam a elevar a auto-estima nesse ponto.
Mas sempre cuido para que sejam agradáveis, divertidas ou instigantes. Se não conseguir contribuir com algo novo, pelo menos ofereço um momento de relaxamento, de bom humor ou de estímulo ao pensamento, preferivelmente tudo junto.
E, se por um lado, oferecer informação nova e relevante é um desafio cada vez maior, por outro, ser agradável está ao alcance de todos.
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4 comentários:
Quando eu crescer, quero poder fazer coisas assim...
O problema é que é tão difícil...
A dificuldade está dentro de você, gafanhota ...
Quisera mais palestrantes compartilhassem deste seu espírito irreverente, jovial, que transparece em suas palestras, ou mesmo nas “atuações teatrais” que tive o privilégio de ver e compartilhar. Com certeza ressoaria com maior eficácia. O grande problema é que muitos esquecem que para informar ou formar opiniões, plantar idéias, é primordial entreter, envolver, ganhar a atenção para se produzir alguma reação. Ação e reação. Podemos até fazer uma brincadeira com a palavra INFORMAÇÃO (sem querer subjugar o mestre, é claro!): IN + FORMA + AÇÃO = IN, podemos dizer que derivado do inglês (dentro, interno), simbolizando a introdução, tornar interno, abrir campo para a FORMA. Esta, por sua vez, com a conotação de conteúdo ou algo que se manifesta, que se irá expor; e, finalmente a AÇÃO, para a qual eu diria a maneira como se é passada a mensagem. Naturalmente, das três partes desta palavra eu daria um peso maior à última, por tudo o que citei acima. O que acha deste meu devaneio, desta “idéia” da divisão desta palavra, como forma de orientar alguns palestrantes chatos ou cansativos? (Rsrs)
Adorei o "desmanche" da palavra. Eu, particularmente, adoro instigar, provocar a ação. E gosto de ver isso como uma contribuição.
É muito bacana encontrar uma parceira disposta a cometer pequenas ousadias para esse nobre fim. Creio que ajudamos algumas pessoas a re-pensarem a "seriedade" da vida.
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