quarta-feira, novembro 15, 2006
Moderna Escravidão
O próximo 20 de novembro é o Dia Nacional da Consciência Negra.
Embora as comemorações de hoje estejam mais relacionadas aos problemas sócio-culturais, sua escolha se deve à morte, em 1695, de Zumbi dos Palmares, um ícone da luta contra a escravidão.
A escravidão explícita ainda existe no Brasil, lamentavelmente, embora não mais institucionalizada como outrora. Já não se restringe a uma raça específica. Trabalhadores (principalmente no nordeste), mulheres (geralmente levadas para o exterior), imigrantes ilegais (aqui mesmo em São Paulo) constituem a face mais visível desse vergonhoso problema.
Mas existem outras faces da escravidão sobre as quais os convido a pensar.
O conceito de escravidão como restrição das liberdades individuais é mais amplo e complexo, repleto de sutilezas.
Pitágoras (aquele do famoso teorema) disse que nenhum homem é livre se não puder comandar a si mesmo.
John Donne, o poeta inglês, afirmou que nenhum homem é uma ilha (o que, obviamente, não deve ser tomado no sentido literal), o que nos faz recordar de que nossa liberdade sempre terá limites.
Meu filho Rodrigo, secundando alguns outros filósofos (como Nietzsche), afirmou em seu blog que o livre arbítrio não existe.
E o The Guardian (jornal Inglês) de hoje, publicou uma interessante matéria sobre pessoas e empresas que estão enriquecendo às custas da venda de informações pessoais não autorizadas (crime precursor da escravidão virtual – aguarde, para um futuro próximo de você).
Talvez possamos pensar em criar um Dia Internacional da Consciência Humana ...
PS – Deixo a discussão da potencial redundância da expressão “consciência humana” para outro momento.
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3 comentários:
Seu texto me conduz a uma dezena de idéias, faz pensar, estimula os neurônios! Não é esse o objetivo? Conseguiu!
De tudo que me ocorreu penso que essa crônica do Tutty Vazquez (do último sábado) é a que está mais próxima no espaço e no tempo, recomendo: http://nominimo.ig.com.br/notitia/servlet/newstorm.notitia.presentation.NavigationServlet?publicationCode=1&pageCode=14&textCode=23966&date=currentDate
Flávio,
A liberdade é uma sensação rara, ocorrida em momentos em que o racional encontra-se com o sentimental, e o seu "poder de escolha" nada mais é do que a concordância entre o consciente e o inconsciente..
Curioso que só vocês duas comentaram esse texto.
Justamente duas pessoas que prezam muito a liberdade de ser ...
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