Vou mimetizar o lado rabugento do Ernesto...
Estava lendo uma matéria da Época (aquela edição com o Fidel na capa). Uma entrevista com um tal de Edward Tenner, pesquisador da Universidade da Pensilvânia e do Museu de História Americana.
O rapaz publicou alguns livros sobre a influência da tecnologia na sociedade e advoga a tese de que os avanços tecnológicos mais complicam do que simplificam nossa vida.
Não sei se por culpa do jornalista ou do entrevistado (a matéria nem está assinada), é o pior texto sobre o assunto que já lí.
Embasado em teorias socio-econômicas duvidosas como na afirmação
"... o mau serviço de atendimento no varejo parece ser a consequencia indesejada do crescimento de outras oportunidades de emprego ..." e demonstrando uma ingenuidade absurda em relação aos modelos de negócio de uma sociedade capitalista como em
"... as empresas retiram do mercado equipamentos que podem solucionar os problemas dos modelos mais antigos porque querem vender o modelo novo ...", o "historiador" atira para todos os lados com balas de festim.
Ilustra seu conceito de "ilusão tecnológica" a partir dos sites de busca (Google, Yahoo, etc).
Segundo ele, como o usuário não sabe decidir qual informação é a melhor e mais confiável dentre as apresentadas pelo "buscador", isso significaria que o site de busca vende uma ilusão tecnológica de acesso à informação.
Resumindo, um pedante exemplo de tecnofobia galopante.
Reconheço que a tecnologia tem lá seus efeitos colaterais. Mas o que não tem ?
A questão é aproveitar o que ela tem de melhor e evitar ao máximo os problemas.
As pessoas se dizem escravas do BlackBerry.... e a culpa é do pretinho ? Eu tenho nesse exato instante 354 mensagens não lidas no meu. Consequencia de uma semana cheia de reuniões e de um final de semana de agradáveis compromissos sociais. A tecnologia me dá a oportunidade de ler os e-mails em qualquer lugar. Não a obrigação !
Vou ao banco uma vez por ano (lembram das filas ?), conversos com amigos de diversas partes do mundo por MSN e por e-mail (lembram das cartas?), acesso qualquer informação pela Internet (lembram das enciclopédias e das bibliotecas ?), isso só para falar de coisas mais recentes.
A revista que publicou a matéria é editada de forma totalmente digital. O tal Tenner já não deve ter uma máquina de escrever em casa e, seguramente, não enviou a matéria pelo correio.
Chego à seguinte conclusão: tem gente que ganha bem para escrever bobagens.
Aqui no Arguta, pelo menos é grátis !