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domingo, março 16, 2008

Sobre o amor e o casamento

De uma gostosa discussão com a presença de parte da tribo de nossa blogaldeia lá na terra do Walmir, surgiu um insight interessante.
Eu já havia postado lá no Prozac uma digressão sobre o amor:
“O amor é um encontro sinérgico de neuroses complementares” – afirmei eu, como se entendesse do assunto.
Correndo o risco de ser considerado ainda mais pretensioso, posto uma afirmação complementar sobre o casamento:
“Casamento é um estado de espírito”
Não estou me referindo ao casamento formal, de papel passado e/ou sacramentado pela igreja.
Me refiro ao vínculo, à comunhão, ao encontro ressonante de duas pessoas que se amam e sentem num instante que se bastam, que formam um “eu” maior, indestrutível e imortal.
Esse casamento é um estado de espírito.
E o que discutimos durante o encontro foi justamente a freqüência com que esse estado de espírito é unilateral, ou desencontrado.
Alguém chegou a mencionar algo sobre comportar-se ou não como “casado”.
Mas o ponto que importa aqui não é o comportamento observável (esse fica para o julgamento da platéia). É o estado de espírito.
E o conjunto de expectativas que acompanha esse estado de espírito.
E o nível de frustração que se alcança quando essas expectativas não se cumprem. O que, alias, acontece sempre. Eu disse, sempre.
Mas, por favor, não se apressem em culpar o “outro”. Ele (ou ela) também tem suas expectativas, proporcionais a seu estado de espírito.
É por isso que o amor é tão bom e o casamento tão complicado.
No primeiro, a gente aproveita o que o outro tem para dar.
No segundo, cria expectativas. Quer um “amor maior” (Jota Quest).
Quer saber .... ame muito, e case com você mesmo !

10 comentários:

disse...

Encontro ressonante: mais preciso impossível.
E "comportamento observável", de uma sutileza que dispensa maiores considerações sobre o assunto.
Pela amostra, o encontro (como sempre) foi delicioso.
Tomara que inspire muitos posts.
Mato a curiosidade e participo tardiamente da maneira possível.
Bjos.

Suzana disse...

Fiz isso e deu certo.kkk
Pelo menos suporto minhas manias!

bjs

Amélia disse...

Cuidado!!

Casar com você mesmo pode trazer grandes conflitos internos...

Simplesmente ame e deixe-se amar!!

Érica Martinez disse...

penso eu (e isso não deve ser lá uma idéia inédita) que esse também pode ser o princípio da fidelidade, não? esta, quando exigida, torna-se muito mais pesarosa do que quando "acontecida" naturalmente... E digo isso não só sobre a fidelidade à alguém, mas também sobre a fidelidade a si, aos seus desejos e princípios (às vezes eles conflitam (wow! isso dá post!)), ou melhor dizendo, aos seus momentos.
seria mesmo mais leve se ao invés de ficar pensando deixássemos só acontecer, mas quem aguenta ficar sem racionalizar as coisas...?
(uff... falando sem parar!)

Udi disse...

A palavra casamento parece ter adquirido uma carga bastante negativa.
E concordo totalmente com a caracterização que você faz sobre casamento ser fonte de expectativas.
Tá dando vontade de fazer uma postagem.

Anne M. Moor disse...

Imagino o encontro... Momento gostoso com certeza...

Ernesto Dias Jr. disse...

Não dá pra fazer isso morando junto?

Anne M. Moor disse...

Ernesto, esse é um ponto nevrálgico e acho que vale um post separado :-)

disse...

Não me atrevo a falar sobre casamento, porque acho a situação muito limitadora mesmo. Mas ,reconheço que dá certo pra alguns privilegiados.
Amor só vale e só é amor se for espontâneo , sem cobranças.
Senão, qual é a graça?

Anônimo disse...

Como descobrimos eu e a Udi, meu lado direito está mais travado que o esquerdo e, portanto, não estou em condições de comentar sobre casamento!
Sobre comportamento observável, então,Viiiccchhh!
Agora, que estar num estado de espírito de união é uma coisa bárbara, lá isso é!
Espero que esse espírito te acompanhe com frequência!
Bj