Propaganda boa é aquela que funciona.
Para saber se funciona, há que se definir o que se espera dela.
Lembro de um anúncio de uma loja de autopeças na Avenida Sumaré, oferecendo amortecedores a um preço imbatível, muito provavelmente abaixo do custo. O anúncio, em sí, não era lá grandes coisas do ponto de vista criativo. Um título do tipo "promoção imperdível", foto do amortecedor e preço em letras garrafais.
Precisava trocar o amortecedor do carro e fui correndo para lá.
Desmontaram toda a suspensão e me informaram:
- O senhor precisa trocar também as coifas, os rolamentos e o pino da grampola.
Obviamente, as peças adicionais não estavam em promoção. Ao contrário, era alí que a loja recuperava sua margem, cobrando preços acima do mercado.
Prontamente afirmei:
- Não precisa. Quero trocar apenas o amortecedor.
- Se não trocarmos as peças, não podemos dar garantia nos amortecedores novos... - afirmou, ameaçando, o vendedor.
- Não me importa. Fico sem a garantia ... - afirmei, decidido, eu mesmo.
Aparentemente fui o primeiro do dia a dar aquela resposta. O vendedor abandonou meu carro desnudo por um instante, e foi falar com o gerente. Voltou em seguida com o veredito:
- Não podemos instalar sem garantia.
Pedi que remontassem a suspensão com os amortecedores originais, sai da loja e nunca mais voltei.
A maioria dos clientes deve ter agido de outra forma, porque a loja estava cheia e seguiu assim durante todo o final de semana.
Mas acredito que mesmo os menos assertivos, que concordaram com o trambique, não voltaram mais àquela loja depois.
A propaganda, em sí, cumpriu sua missão. A estratégia de marketing era desonesta, e deve ter prejudicado a loja a médio prazo.
Enquanto trabalhei em agências de propaganda, sempre me recusei a fazer esse tipo de campanha. Na verdade, poucas vezes tive o dissabor de atender clientes como esse.
Para mim a boa propaganda é aquela que comunica alguma característica diferenciadora e relevante (verdadeira) do produto de forma convincente e motivadora.
Se não for possível encontrar uma característica assim, o produto não tem futuro. Anunciar será um mau investimento.
Melhor investir no aprimoramento do produto.
Para saber se funciona, há que se definir o que se espera dela.
Lembro de um anúncio de uma loja de autopeças na Avenida Sumaré, oferecendo amortecedores a um preço imbatível, muito provavelmente abaixo do custo. O anúncio, em sí, não era lá grandes coisas do ponto de vista criativo. Um título do tipo "promoção imperdível", foto do amortecedor e preço em letras garrafais.
Precisava trocar o amortecedor do carro e fui correndo para lá.
Desmontaram toda a suspensão e me informaram:
- O senhor precisa trocar também as coifas, os rolamentos e o pino da grampola.
Obviamente, as peças adicionais não estavam em promoção. Ao contrário, era alí que a loja recuperava sua margem, cobrando preços acima do mercado.
Prontamente afirmei:
- Não precisa. Quero trocar apenas o amortecedor.
- Se não trocarmos as peças, não podemos dar garantia nos amortecedores novos... - afirmou, ameaçando, o vendedor.
- Não me importa. Fico sem a garantia ... - afirmei, decidido, eu mesmo.
Aparentemente fui o primeiro do dia a dar aquela resposta. O vendedor abandonou meu carro desnudo por um instante, e foi falar com o gerente. Voltou em seguida com o veredito:
- Não podemos instalar sem garantia.
Pedi que remontassem a suspensão com os amortecedores originais, sai da loja e nunca mais voltei.
A maioria dos clientes deve ter agido de outra forma, porque a loja estava cheia e seguiu assim durante todo o final de semana.
Mas acredito que mesmo os menos assertivos, que concordaram com o trambique, não voltaram mais àquela loja depois.
A propaganda, em sí, cumpriu sua missão. A estratégia de marketing era desonesta, e deve ter prejudicado a loja a médio prazo.
Enquanto trabalhei em agências de propaganda, sempre me recusei a fazer esse tipo de campanha. Na verdade, poucas vezes tive o dissabor de atender clientes como esse.
Para mim a boa propaganda é aquela que comunica alguma característica diferenciadora e relevante (verdadeira) do produto de forma convincente e motivadora.
Se não for possível encontrar uma característica assim, o produto não tem futuro. Anunciar será um mau investimento.
Melhor investir no aprimoramento do produto.
12 comentários:
Oi Flavo, gostei muito deste post: um lado "arguto" que leio com prazer! Voce segue o blog do Seth Godin? É interesante: http://sethgodin.typepad.com/seths_blog/
Um abraco, Doppiafila
Mas tu és íntegro... Essa é a diferença...
Genial a propaganda dos Chuppa Chupps! Inesquecível, decerto!
Agora... E a história de "propaganda enganosa"? "Onde estão os nossos direitos"??!
Profissional dos bons.
Pessoa, das ótimas.
Beijo.
Uma vez mestre, sempre mestre!
bjs
Gentis meninas ... não se trata de ser uma boa pessoa.
Embora realmente não me interesse, como pessoa, enganar quem quer que seja, o fato é que também não é um negócio sustentável.
O segredo dos trambiqueiros é o anonimato pré e pós.
Uma empresa estabelecida não tem esse privilégio.
Me ocorre agora que os políticos corruptos são uma excessão à regra.
Érica: minha mãe, a Zuleica, foi uma das precursoras da Defesa do Consumidor no Brasil.
Antes do trabalho dela (e de outros que a sucederam) nem reclarmar a gente poderia.
Existem orgãos de defesa do consumidor no Brasil.
Mas também existe o Conar, o Conselho de Auto-regulamentação Publicitária.
Ele não tem o poder de punir os infratores, mas pode evitar que a propaganda enganosa seja apresentada em veículos de comunicação sérios.
Paolo: vou visitar o site, tks.
E, certamente continuarão no anonimato. Sem a notoriedade dos bons, que se estabelecem pela qualidade.
A não ser que se façam conhecer por algum escândalo.
Mas, que a integridade pessoal norteia tb a conduta profissional, nao se pode negar.
Beijo, Flávio Modesto Ferrari(rs)
Tocou no meu ponto fraco (defesa do consumidor - mas você soube se defender sozinho!That`s my boy!
Ops...falha nossa: o almoço estava ótimo, o dia maravilhoso e a companhia excelente. MUITO OBRIGADA! BEIJOS.
...que foto é essa? Quase não dá prá te ver.
Tipica promoção para atrair ingenuos, mas de custo alto. A empresa perde a credibilidade e o numero de clientes atuais e potenciais. A má propaganda vem em efeito cascata.
Mas e os pirulitos??? Que fizeram eles? Bem ou mal?
Beijos
EXISTE uma longa proposta de
cunduta ética que norteia a propaganda. Um Código que estabelece rodos os limites
que enquadram a relação. Há "punição" para os que contrariam
os valores do bom relacionamento
Produto/cliente.
A atitude do Prícipe atinge o âmago
da necessidade de conduta. sANTO QUANDO VÊ MUITA ESMOLA, DESCONFIA.
Bom tema para modificar o comportamento dos mal inteencionados,
Oi Flávio,
Nossa adorei esse seu post, embora eu seja suspeita em falar sobre ele, mas acredito que muitas das pessoas pensem que o "publicitário" seja um profissional que viva de enganar as pessoas, porém na verdade publicitários existem para criar a necessidade nas pessoas, mas não enganá-las. E em relação ao post, a campanha foi válida, atingiu o objetivo que era de levar o consumidor até a loja, porém muitas vezes quando o consumidor chega lá não é bem atendido, ou é enganado e é aí que o responsável pela empresa acaba por dizer que a culpa é da agência que não atingiu os objetivos, sendo que o problema não está na comunicação e sim no relacionamento funcionário x Cliente.
Beijossss e saudades
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