Jogando sinuca

Acabo de chegar em casa depois de oito relaxantes partidas de sinuca com meu amigo Pedro.
Duas horas desligado do mundo de dentro e de fora.
Como de hábito, o desempenho do Pedro foi bastante superior ao meu. Jogamos 8 partidas e ele ganhou 5 delas.
Minha relação com jogos em geral é relativamente incomum. Sou bastante competitivo, mas comigo mesmo. Gosto de fazer melhor a cada vez.
Entretanto, isso não é uma prioridade. É parte da diversão.
A sinuca é um jogo multifacetado que pode ser vivenciado de várias formas.
É matemático, cheio de ângulos, tangentes, efeitos (spins) e transferência de energias (do corpo para o taco para a bola branca para a bola colorida).
Um jogo de atenção e concentração, de planejamento, premeditação e observação do adversário.
Também é um jogo de superação e equilíbrio emocional, principalmente para quem não é um grande jogador, como é o meu caso.
Pode ser um jogo erótico, de tacos, bolas e caçapas (ensinar a garota a jogar sinuca é sempre sensual).
Ou um jogo para o aperfeiçoamento da motricidade, da postura e da disciplina do corpo.
É, ainda, um jogo de relacionamento, pois permite conversas francas e longas, com oportunos intervalos para uma tacada antes da resposta.
Mas pode ser um jogo chato, para quem não se interessa ou não é capaz de viver nenhuma dessas opções.
Como ensina a milenar filosofia oriental, não importa o que você faz, mas como você faz.