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domingo, setembro 19, 2010

Intuição e preconceito

A Folha Online fez uma reportagem interessante.... Pediu ao ilustrador Gilberto Lefevre que entrevistasse alguns deficientes visuais e fizesse um retrato falado de cada candidato à presidência baseado em suas descrições.
O resultado pode ser visto em vídeo clicando aqui.
"A gente olha a aparência e julga caráter", disse Lefèvre. "Eles, não. A partir do caráter, formam a aparência."
Claro que a reportagem tem apenas o objetivo de entreter e não pretende ser "científica".  Obviamente, a imagem dos candidatos é formulada também pela descrição feita pelas pessoas com as quais os deficientes visuais convivem e por outras informações a que essas pessoas tem acesso.
Mas o que me motivou a fazer essa postagem foi o preconceito contra os pré-conceitos.
Malcolm Gladwell, em seu livro Blink, aborda, entre outros temas, o poder das primeiras impressões, e os exemplos que oferece impressionam desde o princípio.
Na esteira da obsessão pelo politicamente correto estamos desqualificando o julgamento pela aparência.
Essa iniciativa, além de natimorta (já que é impossível, na prática, evitar as avaliações feitas pelo nosso inconsciente), é uma estupidez.
Nosso cérebro acumula informações ao longo da vida e as processa de forma não linear com velocidade e poder muito maior do que o raciocínio consciente.  Descartar o resultado desse trabalho automático (que algumas pessoas chamam de intuição) por puro preconceito é um desperdício.
Confiar cegamente nesse processo também não é a melhor opção, mas combiná-lo com os processos conscientes costuma dar um ótimo resultado.
Minha intuição já se mostrou equivocada várias vezes, e na maioria delas até consegui identificar a razão posteriormente.
Mas já paguei um preço alto por ignorar essa informação e aprendi a respeitá-la.
Recomendo a leitura do livro, que tem tradução para português.  É um dos poucos best-sellers de neo-auto-ajuda que vale a pena ler até o final...

14 comentários:

Lê Fernands disse...

Que sirva de complemento em forma de poesia, não de tratado. Talvez assim consigamos perceber melhor certos conceitos e modos.

Abçs.

Suzana disse...

Reciclar certos conceitos que por "vicio" nem percebemos mais.
Necessário a todos.
bjs

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

A proposta é genial... inclusiva... e isso nos dias de hoje já não é mais pra inglês ver, tem tomado ares de postura moral/social/cultural...

Muito bom! Tow vendo o vídeo e o restante da reportagem agora...

Abraço! :)

Ju ♥ disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ju ♥ disse...

o livro parece interessante, depois eu leio, pq agora estou na minha fase 'muçulmana'.

Anônimo disse...

Sim, porque dar importância à intuiçao não é coisa de horóscopo(nada contra) , como pode parecer à primeira vista.O bom e velho caminho do meio, do bom senso, do equilíbrio entre a intuiçao e a análise é como sempre a escolha mais eficaz.
Beijo
Lú.

Batom e poesias disse...

Concordo plenamente sobre a intuição. Diria que a minha tem estado 90% certa.

Queria que retornasse ao "batom", pois só consegui inserir uma canção hoje para complementar a postagem e gostaria que ouvisse.

Ótima semana!
Beijinho

Rossana

A. Marcos disse...

Flávio já leu o livro: "Os passos do bêbado"?

Lá conheci algo chamado: "viés de disponibilidade", já ouviu falar a respeito?

Em caso negativo, procure ler alguma matéria sobre isso. É bem interessante!

A. Marcos disse...

Uma correção: o livro é "O Andar do Bebado".

Mulher de Fases disse...

Já li esse livro e aprovei.Muito bom...
Abços

Luna Sanchez disse...

Intuição é uma aliada, sim, só não pode nos escravizar. Acho bom me dar o direito de errar feio por outras razões que não só essa.

ℓυηα

Insana disse...

eu odeio o preconceito o pre-julgamento a condenaçao daqueles que nao entende ...

bjs
Insana

Paulinha Costa disse...

Que belo post, adorei a dica! Já tinha ouvido falar deste livro, mas agora vou colocar na minha listinha de livros para ler, com certeza.
Não podemos dispensar, realmente, nossos mecanismos de reconhecimento, sejam qual forem. No entanto, avaliar o que se apresenta requer além de intuição, dicernimento para distinguir o que é realmente intuição. O ser humano adora uma fantasia...
Mas é essa a graça da vida, descoberta e auto descoberta, só vivendo para aprender!
Bjs

Jorge Lemos disse...

Príncipe:

Realmente existe algo novo para se pensar.

Fiquemos com o velho: Meu livro pode ser pedido lá na Cultura.
Titulo: "VENTO QUE LEVA VENTURAS E DESVENTURAS DE TONHÃO DA FONSECA" - ficarei feliz se for lido por você.
Abraço amigo

Jorge Lemos