Inspirado pela postagem do Marcos lá no
"A hora do flush" sobre casamentos que acabam, resolvi falar um pouco sobre o assunto.
Muita gente se pergunta porque um casamento acaba e como podemos saber que, de fato, acabou.
Ninguém "de fora" pode saber exatamente um relacionamento acaba. As vezes nem mesmo quem está "dentro" sabe.
De conversas, observações e experiência própria, vejo que existem algumas razões recorrentes.
A primeira e mais comum é o que chamaria de "erro de pessoa", que se caracteriza quando descobrimos que a pessoa com quem casamos não é como (ou quem) pensávamos que era.
A segunda é que as pessoas mudam com o tempo, e suas neuroses, antes complementares, passam a originar atritos que desgastam a relação.
A terceira, mais rara do que se pensa quando não associada a uma das duas primeiras, é o acontecimento de uma outra pessoa para um dos parceiros.
A quarta, e talvez mais cruel de todas, é a incapacidade do casal de superar uma crise pessoal, de um ou de outro.
E as outras razões que tive a chance de conhecer são muito específicas e estatisticamente pouco significativas.
Saber quando acabou, na minha opinião, é mais fácil.
Creio que um relacionamento acaba quando pelo menos um dos parceiros decide, com clareza e segurança, que não quer mais continuar casado.
Querer casar ou continuar casado não é uma decisão simples. Decidir terminar uma relação, posso dizer por experiência própria, é ainda mais complicado.
Mas o que sempre me espanta é o que acontece depois que um relacionamento termina.
Reconheço que o fim de um relacionamento longo e importante é um dos maiores traumas que podemos viver. Um relacionamento que termina é quase sempre percebido como o fim de uma história e a morte dos sonhos, e sentido como uma enorme perda.
Entretanto, é dificil entender como é que pessoas que partilharam, com amor, boa parte de suas vidas, passam a trocar agressões das mais diversas naturezas.
Mulheres que esquecendo seu discurso histórico de emancipação e independência, se sentem no direito (ou dever) de tirar tudo o que puderem de seus ex-maridos, seja como punição, seja sob a desculpa de que estão "protegendo" seus filhos da próxima aproveitadora...
Homens que infernizam a vida de suas ex-esposas das formas mais pitorescas e deprimentes, muitas vezes chegando à agressão física.
E os filhos, pobres filhos, raramente são poupados do papel de armas nas mãos dos ex-pais.
Admiro as poucas exceções que conheci.