Para ilustrar a minha cruzada contra a manipulação da indignação, informo que, numa nota de rodapé da primeira página do estadão, com muito menos destaque do que a foto de Congonhas vazio, menciona-se que 100.000 funcionários públicos estão em greve há 2 meses, o que afeta de maneira mais intensa os hospitais universitários.
Posso estar errado, mas me parece muito mais grave do que uma pista de aeroporto com defeito.
E não estou fazendo pouco da tragédia, que resultou na morte de 200 pessoas.
Ocorre que ninguém está contabilizando as mortes, o sofrimento e os transtornos causados por 100.000 funcionários públicos em greve.
quarta-feira, julho 25, 2007
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16 comentários:
Pois é. O bom é que as idéias e a visão do povo se estão clareando...(ainda bem)! Vão formando consciência.
E toda a razão tens meu amigo. Dizer o que? A imprensa faz um estardalhaço naquilo que vende o seu meio de comunicação pouco se importando com o que importa. Isso há tanto tempo ... Ando cansada disso tudo...
Walmir e eu pechamos (é assim?) nos comentários... O meu está concordando contigo Flávio... Será, Walmir, que a visão do povo se está clareando? Queria muito acreditar que sim...
Anne
O povo enxerga sim....porq existe a revolta de ver tanto dinheiro gasto por aí em coisas inúteis (pro povo, claro...) ...e não ter remédios no postos de saúde - eu vejo sempre - o descaso é muito grande...
Qto à educação...é um absurdo vc aprovar alunos só porq não pode reprová-los...
Acho bom parar....os problemas são muitos...mas q o povo tá vendo tá...talvez não saibam por onde começar...
É Márcia... Começar é a palavra... E alguém já disse que é só o primeiro passo que é difícil...
Caso sério!
Triste saber quais são as regras pra noticiar as coisas.
Pior ainda pensar, que infelizmente estamos à mercê delas, pois nossas espada justiceira, já não tem mais o mesmo brilho de antes.
;-(
Não é bem assim
voce comparou uma consequencia com uma causa, de problemas diferentes.
O ponto é que, embora eu tenda a discordar a priori de absolutamente tudo o que qualquer mídia veicule, a importância deste acidente em um contexto de acidentes cada vez mais frequentes ilustram determinada característica do governo.
Sim, a mídia a enfatiza da pior forma possível, concordo. Ataca pessoas, não a instituição. É o lula que tem problema, é a marta que é imbecil, é o assessor deste que mostra o dedo, o sofrimento desta mãe ou daquela filha, e tudo mais que voces que assistem televisão devem saber melhor que eu. E isto quando, na verdade, o problema não é a queda de um avião, é "mas que merda de sistema é esse?"
Se o problema lhes parece a queda deste ou daquele avião, é porque a midia vos convenceu de que o problema é uma consequencia, e não uma causa.
Ah.
E tampouco estão contabilizando o sofrimento dos que precisaram fazer greve, e aí já vão mais uns bons milhares. E das outras greves? todas, consequencias sem causa, presumo? Ou seriam consequencias ad hoc ergo ante hoc, retrocausalidáticas, cujas causas ainda estão por vir?
Independentemente de causas e consequencias, o que pretendi apontar é para o fato de que fico quase feliz por este ser um país de inertopatas.
Enquanto a indignação puder ser tão absolutamente manipulada pela mídia, melhor quedar-se no sofá.
bom, que pelo menos o estardalhaço sobre um assunto leve a população a começar a acordar para as tantas outras falhas que se arrastam por aí há não-sei-quanto-tempo.
(ou podemos explodir um hospital público para ver se causa frisson e comecem a investigar todos os pormenores... o que acha???) (brincadeira! NOOOT...)
Aiiiiiiiiiii... Este assunto poderia continuar ad eternum... Mas Flávio, os inertopatas são o que são pq não desenvolveram a capacidade de raciocinar depois que essa capacidade foi decepada na escola ou na própria família no início da vida de cada um!!!!!!!! Vou parar... Aqui...
Tenho dó das crianças e dos adolescentes que, com tanta mentira na sociedade, não têm como saber como agir...
Birrento com causa!
A indignação é um direito e um predicado dos que ainda pensam.
Diria até: Anestesiados!
O duro embate da sociedade atual
é definir-se por qual bandeira.
A que impacta pela tragédia das muitas perdas ou a silente perda
que se processa na dureza do dia-a-dia?
Ouvi esta manhã um termo novo. Trata-se de "ignorância crescente".
A midia explora a foto maior e esquece de pautar a contagem comulativa. Dai nossa total ignorância.
Parabens pela sua colocação, amigo.
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