Nicknames e Avatares

Já que comecei, sigo com a metapostagem arranhando outro tema curioso desse universo blogueiro.
Os nicknames (apelidos, pseudônimos) são uma prática oriunda dos tempos dos chats e da BBS. Com a internet, uma plataforma gráfica mais poderosa, veio a possibilidade de utilizar avatares (Avatar é termo normalmente usado para designar a imagem que representa o internauta, emprestado do hinduísmo, onde corresponde à manifestação corporal de um ser imortal).
De início, o anonimato e a possibilidade de incorporar personagens eram o grande barato da interação pela internet.
Mas acompanhando o desejo de transparência que começa a permear a cultura ocidental (e os blogueiros são, predominantemente, trendsetters) o anonimato já não é tão bem visto nessa internet mais amadurecida.
Aceita-se bem, é claro, a criação de personagens contextualizados, desde que o autor não se esconda atrás do personagem.
Embora a internet seja quase um exemplo de liberdade e democracia, alguns códigos de ética não escritos regem as comunidades.
Na maioria delas, a participação de internautas com nicknames e avatares criativos é aceita quando o autor é conhecido. Tolera-se um curto período de anonimato, como uma espécie de brincadeira de adivinhação. Depois disso, o “desconhecido” tende a ser ignorado.
É simples entender porque isso acontece.
A distância física entre os internautas também estimula a franqueza, a exposição pessoal. Espera-se que essa coragem seja retribuída com honestidade.
As exceções ficam por conta dos “grandes personagens”, que protagonizam blogs de um estilo que requer a identidade construída. Ainda assim, a consistência e a força desse personagem devem corresponder à de uma pessoa real para que ele sobreviva.
Muitos dos visitantes do Arguta Café usam pseudônimos, por razões diversas.
Em alguns casos, as razões até deixaram de existir, mas os freqüentadores habituais se acostumaram com o nickname do amigo virtual e fica por isso mesmo.
Um olhar mais atento, contudo, permitirá notar que, na medida em que se agregam à comunidade, os autores se deixam conhecer.

(o gato é um fantástico desenho a lápis de grafite da Cris Fonseca -http://cristianafonseca.blogspot.com )