Pensamento da noite

"Ninguém disse que a vista é justa ... é apenas movimentada."
(Law & Order SVU - 10a.temp/episódio 16)

E a pedidos, uma das piadas que contei para as garotas (postagem anterior):

Um touro enorme, preso em seu cercado, percebe uma bezerrinha jovem e linda caminhando no gramado do outro lado da cerca.
Excitado, dá duas ou três bufadas e um mugido profundo.
A bezerra percebe a movimentação de canto de olho, vira de costas e dá uma reboladinha.
O touro enlouquece, corre em direção à cerca, tenta pular, mas colide contra as ripas de madeira forte.
A bezerra já não disfarça. Afasta ligeiramente as patas trazeiras e balança o rabo de um lado para o outro lentamente.
O touro decide que vai ser tudo ou nada. Toma a maior distância possível em seu pequeno espaço de confinamento, acelera com toda sua potência e pula, passando raspando sobre o madeirame e caindo firme sobre as patas do outro lado.
Aproxima-se lentamente da bezerra e lhe dá uma instigante fungada na orelha esquerda.
A bezerra pisca os olhos charmosamente, batendo suas longas pestanas e diz:
- Oi ... meu nome é Florisbela ... mas pode me chamar de Bela, porque as flores já se foram faz tempo ...
E o touro responde, com sua voz grave:
- Ooooi .... meu nome é Carambola ... mas pode me chamar de Cara porque as bolas ficaram penduradas lá na cerca ...

(ps - fica bem melhor quando interpretada ao vivo)

A angústia da tartaruga

A Tartaruga foi convardemente atacada e roubada por um bando de lesmas. É socorrida e levada à delegacia para esclarecer os fatos.

O delegado pergunta:

- Então dona Tartaruga, como foi que tudo aconteceu ?

E a Tartaruga responde:

- Não sei ... tudo aconteceu tão devagar ....

(depois de haver contado 3 piadas para um grupo de garotas sem muito sucesso, pedi que uma delas me contasse uma piada para que eu pudesse entender melhor seu senso de humor - essa foi a piada que escutei)

Mundo muda mudo

O ruído ensurdecedor das coisas que permanecem nos impede de ouvir o murmúrio silencioso dos ventos da mudança.

Sin perder la ternura ...

Encaro com coragem...
mandar
não faz bem para a imagem

(foto tirada na apresentação do curso de teatro amador)

Mordidinha no pescoço

Nossa amiga Ferrockxia do Exoticlic publicou uma postagem sobre a origem da lenda dos vampiros.
As lendas mais antigas foram registradas pelos egípcios, mas esses seres mitológicos evoluem e se adaptam de acordo com a cultura vigente.
Vampiros atuais não são mais monstros e arrancam suspiros das pré-adolescentes.
Alguns sociólogos acreditam que a inspiração para a criação desses personagens é o fato das mulheres não resistirem a uma mordidinha no pescoço.



(foto: blog Cozinha dos Cullen)

Pensamento impaciente

Paciência vem com o tempo ....

"Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência..." (Lenine)



(foto: do blog Cruciality)

Pensamento feliz ...

Que bom que teus olhos são tão próximos da tua boca.
Assim posso me deliciar com teu sorriso enquanto me perco em tua alma.

Solidão masculina

Essa é para a cultura geral das moças ...
Sabe quando um homem se sente sozinho e abandonado ?
Resp.: quando está cortando as unhas do pé, em plena madrugada.

ps - Este espaço de cultura inútil estará semi-abandonado nos próximos 10 dias ... vou viajar e não sei se terei acesso fácil à internet. Encontro vocês na volta. Bjs.

O segredo do vovô

- Vovô ! Como é que a gente faz para encantar uma mulher ?
- Piadas curtas e engraçadas ... trepadas longas. - vovô era sempre objetivo em suas respostas.
- E funciona ?
- Nem tente fazer o contrário, meu netinho ...

O bode na sala

Piada clássica do anedotário brasileiro é aquela em que o caipira procuro o padre para dizer que pretende abandonar sua casa porque não aguenta mais a falação de sua mulher e das duas filhas.
O padre lhe pede para colocar um bode para dentro de casa e, uma semana depois, o caipira volta a procurar o padre dizendo que já está pensando em suicídio, tamanha a confusão que se armou com o bode na sala.
No final, o padre lhe diz para tirar o bode e o caipira conclue que sua casa, com a mulher e as filhas, mas sem o bode, é um sossego.
Piadas clássicas costumam estar fundamentadas na realidade cotidiana.
E muito comum buscarmos soluções para os nossos problemas colocando um bode na sala.
Nem sempre tem um final engraçado e feliz.

(imagem: Blog da Dona Zefinha)

Cantadas culinárias

- Cozinheiro francês: teu olhar flamba meu coração
- Cozinheiro italiano: deixa eu ser o pepperoni da sua pizza
- Cozinheiro árabe: queria agasalhar meu kibe nessa esfiha
- Cozinheiro português: adoro esse teu cheirinho de bacalhau
- Cozinheiro inglês: você é a coisa que eu mais amo depois das batatas
- Cozinheiro alemão: você eu comia até sem chucrute
- Cozinheiro brasileiro: já te mostrei como é que organizo a despensa ? Fica num quartinho logo alí atrás ...

Auto-definições

Quando eu era adolescente proibi uma namorada de ir ao cinema com uma amiga que considerava meio dada demais.
Um amigo me chamou a atenção, perguntando como e´que um cara moderno e liberal (palavras dele) como eu estava tendo uma atitude tão careta.
Minha primeira reação, lembro-me, foi de desconforto. Concordei com o amigo e questionei meu comportamento.
Na época fazia terapia (comportamental cognitiva, como era chamada na época) e levei o "problema" para a sessão com o psicólogo.
Foi aí que me dei conta do perigo das auto-definições.
Eu me definia como alguém liberal, gostava disso e procurava me comportar de acordo com o conceito que tinha de uma pessoa liberal.
Mas tinha que admitir que não me agradava a idéia da minha namorada ser influenciada por uma amiga animadinha demais para o meu gosto.
Claro que tinha a opção de me redefinir como um liberal possessivo, mas felizmente preferi encarar o fato de que não me encaixava na minha própria definição e me aceitar como era.
De lá para cá procuro ficar atento a essa armadilha que criamos normalmente em função da necessidade de aceitação social (ou de contestação), e que pode provocar danos irreparáveis.

Arteiros na Bienal

Deu na coluna da Mônica Bergamo: pichadores vão entrar pela porta da frente na Bienal deste ano.
Excelente oportunidade para discutir a questão Liberdade X Respeito...
No ano passado, os pichadores invadiram o evento sob a liderança de Rafael Guedes, picharam paredes, lutaram com os seguranças. Uma das pichadoras, Caroline Pivetta, foi presa e condenada.
Em função disso, os organizadores da Bienal resolveram convidar a turma para participar em 2010.
Lembra os filmes sobre a Máfia, onde sempre tem um dono de loja que paga uma taxa de "segurança" para garantir que seu negócio não será vítima de alguma fatalidade.
Bem ... está certo que os pichadores não são, exatamente, mafiosos. Há quem considere a pichação uma forma de arte, diga-se a favor dos bienales.
Não tenho qualificação opinar se pichação deve ser classificada como arte ou não.
Mas não me agrada ter minha propriedade pichada sem minha autorização, incluindo nesse conceito, também, o bem público, que é de todos nós.
Reconheço o direito à liberdade de expressão do pichador, desde que ele reconheça o meu direito de não querer sua pichação na minha parede.
Liberdade e respeito podem e devem andar juntos.
Liberdade sem respeito é vandalismo.
E, na minha opinião, um vândalo não deveria ser considerado artista. No máximo, arteiro.

(Foto: do blog Incautos de Ontem)

Avaliações

A Marjorie de BH me mandou um simpático e-mail elogiando o Arguta Café.
Não fez qualquer crítica ou considerações maiores. Apenas disse que gostava de ler.
Um ato de generosidade.
As pessoas nem sempre são generosas em sua avaliação, mesmo as positivas.
Sou um bom executivo e dado a atos de irreverência.
Há pessoas que me admiram e me elogiam por uma coisa ou por outra.
Algumas que acham interessante que eu possa fazer ambas as coisas.
Mas são poucas as que simplesmente gostam ou não gostam, sem juizo de valor.
Somos todos, e me incluo nisso, juizes. É parte da nossa natureza, ou da nossa educação, da nossa cultura, ou uma mistura das três coisas.
Por isso comemoro quando acontecem atos de generosa suspensão de julgamento como esse.
Nem sempre comento por aqui (devo reconhecer que os frequentadores do Arguta, amigos especiais, costumam ser generosos comigo).
Mas desta vez deu vontade ...

O dorso e o esforço

Há quem reclame das mulheres
De quem a futilidade emana
Mas o que queres ?
Crescem entre Susies, Barbies e a Hannah Montana
Nem todas assim são
Como é o caso de Romela
Que decidiu, na contramão
Ser mais forte do que bela
Mirando a fotografia
Que registra 0 malfadado esforço
Declaro aqui minha preferencia
Por mais suave dorso
Dou-me conta nessa idade
Quando observo a menina

Que prefiro de verdade

Maquiagem a vitamina



(fotos: UOL)

Quem ou o quê somos

Meu pai, 71 anos, caiu e bateu a cabeça. Formou um hematoma enorme que precisou ser extraído cirurgicamente através de um orifício de 7cm x 7cm aberto na caixa craniana.
Está na UTI, semi-lúcido, com um contato randômico com a realidade.
Não parece meu pai, digo, aquela pessoa que conheço como meu pai.
Me faz pensar como somos frágeis.
Não estou falando do incidente em sí, ou de nossa fragilidade física.
O que me toca é a facilidade com que deixamos de "ser" o que estamos acostumados a reconhecer.
Um baque para algumas certezas ..

Ensaio sobre a cegueira

Curto e nada original, mas vale para o início da madrugada:

O PIOR CEGO É AQUELE QUE NÃO QUER OUVIR.

Sobre a morte e o morrer

A pior maneira de viver é ignorando a morte.
Nada mais comum ... ninguém gosta de pensar na morte, e muito menos na própria.
Chega a ser engraçada a tentativa de negação.
Ocorre que negar a morte é negar a existência e, pior, sua finitude.
Negar a morte desvaloriza a vida.
É a perspectiva da morte que dá o valor exato a cada instante de vida.
Você pode morrer a qualquer momento e não não adianta negar ou ficar triste com por isso.
Mas pode ficar feliz por viver agora. E aproveitar muito bem esse que pode ser seu último instante sobre a terra.
Negar a morte nos leva a desperdiçar a vida.
Se eu fosse imortal, poderia deixar tudo para depois. Poderia desperdiçar meu tempo com banalidades.
Mas, não ... eu sou mortal. Posso morrer daqui a pouco. Não vale a pena brigar no trânsito, ficar irritado com o atendente da loja, reclamar da vizinha ... Deve haver alguma coisa melhor, mais importante, mais divertida para fazer nesse que pode ser meu último instante de vida.
Quero passar meu último momento amando.
E para garantir isso, melhor amar em todos os momentos, já que cada um pode ser o último.
É assim que se aproveita a vida, diante da perspectiva da morte.
O resto, como diz a Nanna Bezerra em sua postagem de hoje, é morrer lentamente.

Patê poético

Então a Mari postou uma simpática poesia no seu Cantinho, sem usar a letra "A" uma única vez ...
Lembrei-me de um jingle que criei, quando era sócio de uma agência de propaganda ...
Concorríamos pela conta da linha Swift e a idéia era posicionar a marca como prática&chique, e a linha de patês como lúdica e nutritiva. Mamãe poderia servir aos amigos que chegam de surpresa e também preparar o lanche das crianças com o patê.
A melodia do jingle era inspirada na música In the summer time do Mungo Jerry.
A letra segue a mesma métrica e privilegia as letras P e T do patê ...





Pratico e perfeito
Para produzir
Petiscos palpitantes
Prontos para pedir
Partilhando
Pedacinhos de paixão pelo patê
Pode predizer
Se é prazer tá patente que é patê

Reflexão matinal

O ápice do sintoma é o diagnóstico.

(Lacan, em interpretação livre de Jacques-Flaviô - inspirado pela postagem da Vanessa, criticando um livro de Miller, publicada lá no Amálgama)

A chuva e a cidade

Úmida, caio sobre você
Te toco em cada ponto
Te cubro
Te envolvo
Lavo teu corpo e tua alma
Te congestiono
As emoções intensas
seguem
por avenidas imensas
em pura letargia
Te inundo
e contamino
Sou teu caos
Agora, me pertences
Depois, te deixo
Em total desordem
Somos assim
um para o outro
sem fim

Legítima Defesa - capítulo 8

Pessoal ...
O oitavo capítulo de Legítima Defesa, a minissérie policial de Ernesto Dias e Flavio Ferrari, está lá no Assertiva (finalmente).
Vale a pena ler...
E para quem não acompanhou os 7 primeiros capítulos, tem o link para os anteriores.

O lado negro da Páscoa ...

E no final do domingo
de chocolate
nem mais um pingo





(foto: ChinaDaily BBS)

Hai-kai do meu avô

E que me importa o destino
Se não funciona
O intestino

Viver com

Embora o universo internautico seja, ainda, mais masculino, a blogsfera não profissional segue sendo mais feminina.
As mulheres trocam a intimidade de seus diários coloridos da adolescência pela acolhedora troca de confidências dos blogs.
E eu que estou navegando por esse espaço há quase 5 anos, venho tendo a honra de acompanhar fragamentos das vidas de muitas dessas generosas mulheres.
Um dos temas mais recorrentes, como não poderia deixar de ser, é a qualidade dos relacionamentos.
Conviver (viver com) não é uma tarefa fácil.
Postei outro dia uma definição pitoresca de amor:
- O amor é um encontro de neuroses complementares
Não sou muito experiente no assunto. Sou uma pessoa afetiva, me apaixono com facilidade, tenho a sorte de encontrar companheiras excepcionais e, por isso mesmo, sou dado a relacionamentos longos. Exatamente dois, até o momento. Ou seja, poucos casos de muito sucesso.
Mesmo assim, arrisco um palpite ... Tenho a sensação de que a chave para um relacionamento é o respeito em seu sentido mais amplo e a legitima preocupação com a felicidade do outro.
Como é difícil aprender a respeitar e mais dificil ainda contentar-se com a felicidade do outro (principalmente quando o outro, para ser feliz, precisa fazer alguma coisa que você não gosta), poucos relacionamentos são longos e felizes.
Mais comum encontrar relacionamentos felizes, mas curtos, ou longos e infelizes.
Para quem deseja ter relacionamentos longos e felizes, o que está a seu alcance é aprender.
Depois disso, tentar encontrar alguém que também tenha aprendido esses fundamentos, que são muito difíceis de ensinar durante um relacionamento.
Beijos e boa Páscoa para vocês.

O dia do Homem

Li lá no blog da Tatiana que alguns blogueiros estão iniciando um movimento para fazer do dia primeiro de abril o dia do homem.
Pelo que indica, pelo menos a motivação não é comercial, o que já é alguma coisa.
E, embora seja absolutamente avesso a determinação de dias específicos para estimulo à proteção das minorias desfavorecidas, me senti estimulado a postar um Hai-Kai comemorativo:

Entre todas as criaturas surge o homem
cuja maior preocupação
são os músculos do abdomen