Páginas

domingo, fevereiro 25, 2007

Sobre Musas e Fadas


Inspirado pelas trocas de comentários Assertiva-Arguta dos últimos dias, senti-me motivado a postar algumas digressões sobre essas duas importantes entidades do imaginário (?) coletivo.
É comum o uso indiscriminado das duas denominações para fazer referências a mulheres belas, interessantes ou relevantes por alguma razão.
Mas fato é que Fadas e Musas tem origens e papeis muito diferentes.
Fadas são elementais, seres mágicos da natureza, associadas aos bosques e florestas, com suas flores e fontes. Estão referenciadas em praticamente todas as culturas. São festivas, portadoras de boas notícias, carinhosas, afetivas e utilizam seus poderes mágicos para provocar interferências que modificam o mundo em favor de seus protegidos. O adjetivo “feérico”, que hoje tem o sentido de deslumbrante, teve como origem a palavra francesa “féerique” – relativo ao mundo das fadas (fée). Elas foram representadas de diversas formas ao longo dos séculos, mas a referência atual mais comum (pequenas, lindas e sensuais mulheres, dotadas de asas e com vestidos esvoaçantes e semi-transparentes) corresponde aos primeiros registros históricos das suas ancestrais "Lasas" etruscas, em 600 a.c. (fonte: www.rosanevolpatto.trd.br/fadas.html).
Já as Musas tem sua origem claramente definida na Grécia antiga e foram, segundo os poetas gregos, criadas pelos Deuses para inspirar a arte entre os mortais. Hesíodo foi o primeiro poeta grego a nominá-las e descreve-las, curiosamente na mesma época em que os Etruscos descreviam suas Lasas (VII a.c.). – fonte: http://clio.rediris.es/clionet/fichas/ant_musas.htm .
Há, portanto, uma grande diferença entre Fadas e Musas. Enquanto as primeiras são agentes da felicidade de seus protegidos, com os quais desenvolvem uma relação afetiva, as segundas inspiram suas obras, sem interferência direta ou relacionamentos pessoais. Umas se apaixonam, e tem por objeto a pessoa. Outras inspiram a paixão, desapaixonadamente, e tem por objeto a arte.
Fadas podem atuar como Musas, inspirando seus protegidos. E aí serão musas exclusivas.
Musas nunca serão fadas. Não tem poderes nem vocação para isso.
O artista pode evocar sua Musa, mas precisa merecer sua Fada, sendo escolhido por ela ou, em descobrindo-a, lutando para conquista-la.

6 comentários:

Anônimo disse...

Assim como na história de Peter Pan a cada vez que se diz "não acredito em fadas", uma fada morre.. Você aqui faz o contrário, estimula o nascimento de outras!!!

Udi disse...

Já disse aqui uma vez e repito: Ti Bel é nome de fada e, pelos seus comentários, faz por merecer o nome.
Flávio, fiquei sem fôlego! ...e com vontade de escrever um poema.
E como se chamam essas entidades que inspiram e elevam a alma das mulheres? Blogueiros?

Anônimo disse...

Estou flutuando ...

Flavio Ferrari disse...

Feliz aquele que, durante sua curta vida, tem o privilégio de despertar fadas e musas ...

Anônimo disse...

Acho que foi semana passada, enviei uma mensagem de texto no celular que dizia: "...boa noite, fada!" Agora entendo melhor o por quê. Grato!

Flavio Ferrari disse...

Opa .. gente nova no pedaço ...
Quem é Jãnio ?