Estive num evento de mídia outro dia e escutei a afirmação de que o brasileiro não gosta de ler.
Minha resposta foi que isso era tão verdade quanto o fato do brasileiro não gostar de cherne ao forno com crosta de pistache.
De fato, o brasileiro lê pouco em comparação com os europeus, por exemplo.
Mas é por uma razão simples (de causas complexas): apenas 28% dos brasileiros sabe ler decentemente.
Aproximadamente um terço (32%) da população brasileira pode ser considerada funcionalmente analfabeta (ainda que saiba escrever seu nome e reconhecer letras, não compreende o que lê).
Os 40% restantes só são capazes de ler e compreender textos e instruções simples.
Sendo assim, não dá para "gostar" de ler.
(veja pesquisa completa no Instituto Paulo Montenegro - http://www.ipm.org.br/ipmb_pagina.php?mpg=4.02.01.00.00&ver=por )
quarta-feira, março 11, 2009
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27 comentários:
ai, flávio,
mas fico tão triste com isso...
comprovação de país de resto!!
Nois gosta de lê e de votá no lulla. Voce qui é preconsseituozo.
Ah, e você esqueceu de dizer uma coisa, Flávio:
Não há bibliotecas em número suficiente para o povo. E o preço dos livros não são assim tão acessíveis à maioria, né?
Outro dia vi um sujeito na TV que teve a idéia de colocar uma estante em um ônibus. TODO mundo viajava lendo! Uma maravilha.
Cada vez chego mais a esta conclusão... O maior problema do homem é a comunicação!!!
é verdade!!!
E isso me faz lembrar de um documentário q meu pai tava me contando q assistiu, sobre as condições e tabalho por lá... na frança, por exemplo... eles tem no minino 4 meses de férias mais ou menos... e folgam sempre q precisam...
por isso q eles tem tempo pra ler...
Aqui, a gente tem que, alem do trabalho, arranjar tempo pra dormir, comer, malhar, orar e cuidar dos filhos... o que dirá ler... uahuahua
;D
esqueci de citar "estudar" uahuahua
;D
Iliteracia é o palavrão para rotular aqueles que, sabendo ler, não percebem o que lêem... Acontece a muito boa gente...
Abraço.
António
Desde pequena tinha o hábito de ler antes de dormir (menos os livros da escola - course!) e o gosto pela coisa se deve muito aos gibis do Maurício de Souza... Talvez por isso, sempre gostei de ganhar e dar livros de presente, mesmo que a pessoa não goste muito de ler, pelo menos fiz minha parte...
Na realidade, mesmo com essa estatística horrível, HOJE o brasileiro lê mais que ontem sim. Há mais oferta de leitura para as crianças e pros adultos tbm. Temos livrarias como a Cultura na qual pode-se chegar sentar e ler sem comprar o livro... Temos muitos projetos no país como esse que o Ernesto nos conta que estao disponibilizando leitura para quem nao pode ir â Cultura, por exemplo. O grande problema é essa visao negativa que é a única que nos é oferecida!!!!! Se lê pouco sim comparado com a Europa (qtos anos mais tem a Europa que nós????) E tempo... tempo a gente acha quando gosta de ler...
Beijos
O X da questao, como bem aponta o António, é saber e ler e nao apenas decodificar... Ler nas entrelinhas :-) Ler o explícito, o implícito e o escamoteado...
Olá Flavio, tudo bem?
Nossa há tempos não faço uma visita aqui no Arguta, mas prometo ser mais assídua rsrr.
Deixei um post para comprovar minha visita, já que toda vez você cobra minha visita aqui.
Beijos
Um livro...uma viagem!
É uma desgraça a cultura do nosso país e cada vez mais é desgraçada.
Como uma criança, um jovem pode ter estímulo para ler se ele vai para a escola acertar contas com traficantes ou as garotas fugir de assédios e estupros nos banheiros?
Acho que teríamos que começar tudo de novo.
Quem sabe, pelo presidente do país?
ow ow
beijo pra vc
................Cris Animal
Teresa: fica triste não, apenas entenda que é assim e ajude no que puder.
Ernesto: acho que vão é colocar TV nos ônibus. Livro ninguém patrocina ...
Ti: fazendo rima !!!
Mariana: 4 meses de férias é ótimo para quem tira e péssimo para a empresa. E como qualquer negócio onde só uma parte sai ganhando, não se sustenta. Não é por acaso que a França enfrenta sérios problemas trabalhistas hoje.
Tapadinhas: até aos funcionalmente alfabetizados ...
Érica: também comecei com Gibis usados, fotonovelas, e livros da série ZZ7 (Brigite Monfort).
Anne: eu sou o último a ser apologista do pessimismo. Há 5 anos esse número era de 25%. Já subiu 3%. Mas, convenhamos, só um quarto da população alfabetizada !!
Esse desastre ainda é consequencia do regime militar, que tinha interesse num povo pouco educado, mais fácil de ser controlado. Mas os governos democráticos que se seguiram também gostaram da idéia.
Rebeca e Jota Cê: bem vindos e voltem sempre.
Mônica: uma visita já é um bom começo ... quem sabe você gosta e vai ficando ...
Cris: o Ernesto vai adorar seu comentário.
Mas o ponto é justamente que não interessa à maioria dos políticos populistas que o povo seja educado.
Príncipe:
Você pegou no breu, (ou seja) fez o balão subir. O sério problema brasileiro é o clima quente, tropical. Estatisticamente
estamos no mesmo grau daqueles
países entre a linha do Equador e
a de capricórneo. Belas praias, natureza bela.
O frio no Hemisfério Norte convida a reflexões e leitura.
Mas por aqui as são mais complicadas do que se imagina: editoras, algumas, levam 10 anos para pagar direitos autorais, isto fora o número de edições piratas
que não entram nos controles estatisticos, somado, naturalmente aos numero e proporções por você relatado.
Ler é um ´detalhe precioso que se adquire na primeira infância. Desde a leitura do primeiro "Tico-Tico". onde surgiram os personagens Reco-Reco, Bolão e Azeitona, dado pelo pai, eu não perei de ler. Os 10 mil livros da minha biblioteca falam do que é formação e educação.
Estou com o Ernesto e a Ti e outros comentários preciósos aqui deixados: Tapadinhas um deles.
A Mariana expressa o que é civilização realmente.
Tenho um irmã que desde 1950 mora na Suiça, quando ela vem ao Brasil
se entristece.
Ácrescente a seus dados: Buenos Aires possui mais livrarias que todo os estados de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro.
Eu ontem fui a um sebo e me deliciei comprando preciosidades literárias que enfeitavam bibliotecas de pseudos leitores.
Abração e parabens.
Jorge Lemos
Fora que muitos nao tem tempo, pq tem que trabalhar feito loucos para comer feijão e arroz, e não esse tal cherne ao forno com crosta de pistache.
Nosso país é uma vergonha, longe de ter o colorido e felicidade falsa que tentam passar aqui fora.
É uma pena, mas uma realidade que existe em nosso país.
Devemos fazer nossa parte, incentivando a leitura na infância. É assim que aprendemos a amar a leitura!
Bjus.
Pois, é isso mesmo Flávio, brasileiro alfabetizado, na acepção da palavra, não são muitos; mas, esses poucos, são em maior número que a população da Argentina (35 milhões).
Acontece que, entre os privilegiados da alfabetização, incluindo as pessoas com curso universitário, o número de leitor é muito baixo (para esse nível, lógico).
E, aqui estou falando de pessoas que se dedicam à leitura de um modo geral. Se ficarmos na literatura, por exemplo, o desatre ainda é maior, mesmo entre os que contam com curso superior.
Vejo, pois, que o fenômeno ainda está por ser estudado com profundidade. Conheço muitas pessoas, aqui em Porto Alegre, que, além do livros técnicos, nunca leram romances, contos ou poesia.
No último levantamento feito sobre o número de leitores, em 2008, pelos editores nacionais, constatou-se que o brasileiro le apenas um livro por ano, sendo que a exceção ficou com o Rio Grande do Sul - aqui os gaúchos leem 4 livros-ano.
Abraço
Pedro Luso
Brasileiro em geral não gosta de ler, nem de estudar e nem de se sentir ignorante sobre algum assunto. Brasileiro tem a tendência a passar os olhos sobre algo ou ouvir algum comentário e se achar expert no assunto, o suficiente pra entrar em discussões acaloradas sem perceber o vexame que está passando e na ilusão de que está arrebentando, sempre dando a última palavra. Na comparação com outros indivíduos de outras culturas percebe-se um grau bem mais profundo de conhecimento a respeito de assuntos diversos. Enquanto em outras culturas as pessoas raciocinam com base em sistemas lógicos o brasileiro sustenta seu argumento com base em frases de efeito e encaixadas de forma a parecer um comentário inteligente quando na verdade nem está sendo original. Claro, existem indivíduos com os mais diversos graus de inteligência e não poderíamos colocar todos no mesmo saco, nem lá, nem cá. Mas, de modo geral conversando com indivíduos de vários locais do Mundo e comparando com 95% dos brasileiros (amigos, conhecidos, colegas, figuras públicas, etc.), dá um pouco de vergonha. Analisando, temos uma população em crescimento que saiu "dos arredores" e vem se concentrando nas cidades onde as gerações anteriores sobrevivia de trabalho braçal e as novas gerações necessitam de conhecimento cada vez mais especializado. Em algum momento deverá haver um rompimento do padrão cultural que vinha se arrastando e esta geração que chega deve provavelmente ter um interesse maior pelo desenvolvimento pessoal, talvez até pelo momento de necessidade de mão de obra e interesse do governo e do empresariado brasileiro e estrangeiro. A coisa ainda está lenta, e o brasileiro vai empurrando com a barriga, mas inevitavelmente teremos um Pais mais inteligente no futuro. Tomara Deus inteligente e alegre.
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