Não sou enólogo, sommelier e nem mesmo estudo vinhos.
Apenas bebo, e nem tanto assim.
Aprecio um bom vinho e meus critérios de avaliação costumam ser o paladar e o dia seguinte.
Recentemente fui apresentado aos vinhos biodinâmicos pelo simpático casal Lis Cereja e Ramatis Russo, proprietários da Enoteca Saint Vin Saint.
Conclui que deveria tê-los conhecido antes, por pelo menos 3 razões:
- é um casal que vale a pena conhecer
- a comida da Enoteca é divina
- os vinhos que recomendam são magistrais
Devagar vou aprendendo com os dois a entender melhor esse novo universo dos vinhos orgânicos, naturais e biodinâmicos.
Os orgânicos são aqueles produzidos de acordo com as normas da agricultura orgânica, que basicamente se limita a não utilizar produtos químicos, sintéticos ou geneticamente alterados.
Os naturais, além dos princípios orgânicos, incorporam o conceito de preservação do ecosistema e privilegia processos artezanais (embora inteligentes e eficientes) de produção. Seu precursor foi o japonês Masanobu Fukuoka.
Os biodinâmicos tem origem nas teorias antroposóficas de Rudolf Steine. Nas palavras da Lis "mais do que tratamentos orgânicos, o biodinamismo leva em conta a polaridade dos seres vivos, o equilíbrio entre as forças materiais da terra e forças energéticas, como a influência do sol, da lua e outros astros na agricultura. Nada mais do que uma tentativa de preservação do equilíbrio natural do ecossistema."
Deixando de lado discursos e posições filosóficas, o que importa é o resultado.
Depois de tomar um par de garrafas de vinhos naturais ou biodinâmicos (ou alguns orgânicos mais sérios), quando você volta a experimentar um vinho convencional é capaz de perceber boa parte de suas "adições' (conservantes, lascas de madeira).
Os vinhos biodinâmicos tem um frescor único.
Vou fazer uma comparação culinária. O vinho biodinâmico está para o vinho convencional como um molho "pomodoro i basilico" feito em casa com tomates e manjerição frescos está para um molho de macarrão de cantina italiana, preparado com "passata" industrializadas e carregado de temperos fortes.
Não são artificialmente "arredondados" e "flavorizados" para agradar ao primeiro gole.
São leves, interessantes e trazem a "alma do terroir". Você vai descobrindo o vinho aos poucos.
E, no dia seguinte, acorda maravilhosamente bem, descobrindo, finalmente, porque o vinho é a bebida preferida de Dionísio (Baco).
Minhas últimas experiências foram com o "Bedeau", da Domaine de Chassornay, região da Borgonha, 100% Pinot Noir - um vinho natural, e o "Cuvee Prestige" do Ch. des Estanilles, da região de Fougeres, um assemblage de uvas - vinho biodinâmico. Também degustei um tempranillo espanhol, mas não me lembro o nome. Fantásticos, os três.
Sugiro que experimentem. Vale a pena.
Costumo comprar lá mesmo na Enoteca Saint Vin Saint (www.saintvinsaint.com.br). O Ramatis (ou a Lis) faz excelentes recomendações.
quarta-feira, janeiro 11, 2012
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4 comentários:
sou fã de vinhos. acho tão afrodisíacos.
bjos...
Os vinhos que conheço são os vinhos baratos.
conheço pouco de vinho, mas sua explicação torna tudo tão mais facil...
não posso tomar vinho... :(
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