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quarta-feira, janeiro 11, 2012

Vinhos de verdade

Não sou enólogo, sommelier e nem mesmo estudo vinhos.
Apenas bebo, e nem tanto assim.
Aprecio um bom vinho e meus critérios de avaliação costumam ser o paladar e o dia seguinte.
Recentemente fui apresentado aos vinhos biodinâmicos pelo simpático casal Lis Cereja e Ramatis Russo, proprietários da Enoteca Saint Vin Saint.
Conclui que deveria tê-los conhecido antes, por pelo menos 3 razões:
- é um casal que vale a pena conhecer
- a comida da Enoteca é divina
- os vinhos que recomendam são magistrais
Devagar vou aprendendo com os dois a entender melhor esse novo universo dos vinhos orgânicos, naturais e biodinâmicos.
Os orgânicos são aqueles produzidos de acordo com as normas da agricultura orgânica, que basicamente se limita a não utilizar produtos químicos, sintéticos ou geneticamente alterados.
Os naturais, além dos princípios orgânicos, incorporam o conceito de preservação do ecosistema e privilegia processos artezanais (embora inteligentes e eficientes) de produção.  Seu precursor foi o japonês Masanobu Fukuoka.
Os biodinâmicos tem origem nas teorias antroposóficas de Rudolf Steine. Nas palavras da Lis "mais do que tratamentos orgânicos, o biodinamismo leva em conta a polaridade dos seres vivos, o equilíbrio entre as forças materiais da terra e forças energéticas, como a influência do sol, da lua e outros astros na agricultura.  Nada mais do que uma tentativa de preservação do equilíbrio natural do ecossistema."
Deixando de lado discursos e posições filosóficas, o que importa é o resultado.
Depois de tomar um par de garrafas de vinhos naturais ou biodinâmicos (ou alguns orgânicos mais sérios), quando você volta a experimentar um vinho convencional é capaz de perceber boa parte de suas "adições' (conservantes, lascas de madeira).
Os vinhos biodinâmicos tem um frescor único.
Vou fazer uma comparação culinária.  O vinho biodinâmico está para o vinho convencional como um molho "pomodoro i basilico" feito em casa com tomates e manjerição frescos está para um molho de macarrão de cantina italiana, preparado com "passata" industrializadas e carregado de temperos fortes.
Não são artificialmente "arredondados" e "flavorizados" para agradar ao primeiro gole.
São leves, interessantes e trazem a "alma do terroir".  Você vai descobrindo o vinho aos poucos.
E, no dia seguinte, acorda maravilhosamente bem, descobrindo, finalmente, porque o vinho é a bebida preferida de Dionísio (Baco).
Minhas últimas experiências foram com o "Bedeau", da Domaine de Chassornay, região da Borgonha, 100% Pinot Noir - um vinho natural, e o "Cuvee Prestige"  do Ch. des Estanilles, da região de Fougeres, um assemblage de uvas - vinho biodinâmico.  Também degustei um tempranillo espanhol, mas não me lembro o nome.  Fantásticos, os três.
Sugiro que experimentem.  Vale a pena.
Costumo comprar lá mesmo na Enoteca Saint Vin Saint (www.saintvinsaint.com.br).  O Ramatis (ou a Lis) faz excelentes recomendações.

4 comentários:

Nanda Assis disse...

sou fã de vinhos. acho tão afrodisíacos.

bjos...

Anônimo disse...

Os vinhos que conheço são os vinhos baratos.

e daí? disse...

conheço pouco de vinho, mas sua explicação torna tudo tão mais facil...

Ju ♥ disse...

não posso tomar vinho... :(