Certamente já aconteceu com você ...
Alugou aquele filme fantástico, um dos melhores que já viu em sua vida, para mostrar a um amigo e ... surpresa ... já não te pareceu tão bom quanto ha 15 ou 20 anos.
Ou, ao contrário, escutou uma música velha, que nunca havia te chamado a atenção e agora pareceu cheia de significados.
É o efeito do contexto (e do descontexto) sobre a mensagem.
Crianças pequenas adoram ver o mesmo filme infinitas vezes.
Por um lado, para elas, o filme nunca é o mesmo. Elas estão em constante desenvolvimento e seu contexto varia a cada momento.
De outro, seu pequeno mundo muda tanto, que a repetição do filme lhes dá a segurança de alguma coisa permanece igual.
Ambiguidade. Algo absolutamente natural no universo infantil e que, lamentavelmente, procuramos banir da vida adulta.
quarta-feira, maio 30, 2007
terça-feira, maio 29, 2007
Nem só de filosofias milenares ...
segunda-feira, maio 28, 2007
Descomplicância
Sou um cara de muita sorte e, talvez, de pouca imaginação.
Olhando para o passado, vejo que consegui a maioria das coisas que desejei.
Claro que batalhei para isso, consistentemente. Mas não deixa de ser sorte.
Ou falta de imaginação, já que poderia haver desejado coisas inatingíveis.
Fato é que não imagino como poderia ter sido melhor.
No presente, estou sendo mais ousado.
Desejo uma coisa muito complicada: descomplicar.
Tarefa árdua esta, já que vivemos em sociedade e a maioria das pessoas prefere(m) complicar.
Para simplificar, tenho buscado pessoas descomplicadas.
Como não são fáceis de encontrar, convido algumas a descomplicarem-se.
E nos últimos tempos, começo a achar que também esse desejo vai se realizar.
Nossa blogaldeia é um exemplo disso.
Repleta de pensamentos intrincados, entrelinhas enigmáticas, referências herméticas e outras mirabolices.
Mas permeada de um espírito encantadoramente descomplicado.
Aliás, de uma descomplicância contaminante.
Um convite ao relaxamento ativo.
Quem chega de fora, vez por outra, misinterpreta.
Mas se fica um pouco, vai se deixando seduzir pela afetividade desse grupo, cada vez maior, de pessoas que vivem, deixam viver e convidam para participar.
Desde que sem complicação.
Sou muito grato por fazer parte disso.
Sigo acendendo as velinhas para minha fada...
Figura e Fundo
Como ninguém comentou, fiquei sem saber se foi muito óbvio, sem graça ou passou desapercebido.
A ilustração do cálice no último episódio de Ovos do Dragão é um clássico exemplo e figura-fundo.
A interpretação muda se focalizarmos a atenção no preto ou no branco.
Escolhi essa ilustração por diversas razões.
Uma delas é a desconfiança de que os personagens do Ernesto estão entrelaçados por entrelinhas.
Outra, porque a vida é assim.
A ilustração do cálice no último episódio de Ovos do Dragão é um clássico exemplo e figura-fundo.
A interpretação muda se focalizarmos a atenção no preto ou no branco.
Escolhi essa ilustração por diversas razões.
Uma delas é a desconfiança de que os personagens do Ernesto estão entrelaçados por entrelinhas.
Outra, porque a vida é assim.
sábado, maio 26, 2007
Mais um pensamento noturno
(estimulado pela Udi)
No meu caso, se tanto for
A poesia vai pela artéria
Mas na veia corre o humor
No meu caso, se tanto for
A poesia vai pela artéria
Mas na veia corre o humor
sexta-feira, maio 25, 2007
Imagens persistentes (último olhar)
Palavras aderentes (último pensar)
(inspirado pelo último post da mamãe)
Como não nos deixam
as palavras que já partiram...
Nos perseguem, na memória
ou na boca de outros,
desvirtuadas pelo descontexto.
Saudades, arrependimentos, torpores, indignações...
Palavras de outrora provocando falsas emoções.
É preciso cuidar das palavras que virão
Isolá-las, se possível
Das que não mais estão
E não deixar que escapem
Sem antes preenchê-las
Das verdades de então
Como não nos deixam
as palavras que já partiram...
Nos perseguem, na memória
ou na boca de outros,
desvirtuadas pelo descontexto.
Saudades, arrependimentos, torpores, indignações...
Palavras de outrora provocando falsas emoções.
É preciso cuidar das palavras que virão
Isolá-las, se possível
Das que não mais estão
E não deixar que escapem
Sem antes preenchê-las
Das verdades de então
quinta-feira, maio 24, 2007
Ovos do Dragão
Parte 1 - O início do fim
Parte 2 - Separação
Parte 3 - O Destino de Isabela
Parte 4 - Vigília
Parte 5 - O Anel
Parte 6 - Sublimação
Parte 7 - Razões e Sentimentos
Barceló reconheceu-se refletido nos olhos de Marie.
Ele já a havia encontrado uma vez, dez anos antes, durante a iniciação com Maurice.
Encontro rápido, fortuito, instigante.
Não trocaram palavras.
Recordava de sua silhueta alva atravessando o salão na penumbra, portando o Calix cerimonial, que depositou reverencialmente sobre o altar.
Não fora o corpo nu nem o rosto exótico emoldurado pelos longos cabelos negros, encimados pela coroa de Afrodite.
Nem o meneio hipnótico das ancas que emolduravam o acolhedor triângulo da vida.
Tampouco o olhar profundo que, apesar do transe onírico, revelava a alma inquieta.
Mas a aura ... rica, fluída, de uma transparência única. Vívida e intensa como numa foto Kirlian.
Sem pensar expandira a sua para tocar a dela, por uma fração de segundo.
E naquele instante compreendeu o significado da Divindade.
Aguardara por uma década esse reencontro, sem nada esperar.
Embora soubesse que no universo da magia não havia lugar para a posse, na vida cotidiana ela era a mulher de Maurice.
E Barceló, em seu avatar cotidiano, era moralista demais para desejar a mulher de um amigo.
A rápida troca de olhares na entrada permitiu-o concluir que Marie não padecia desse viés moral.
Aliás, pensou, interessante como a expansão da consciência alterava a comunicação entre as pessoas.
Todos ali, à exceção de Fernando, sabiam o que estava sendo pensado e sentido por cada um.
Por isso desviou o olhar quando cumprimentou Maurice.
Por sorte, tinham coisas mais urgentes a fazer.
Levou-os ao quarto onde Isabela dormia.
Isabela, receptáculo de seu amor maduro e instrumento de sua evolução.
Talvez a melhor conseqüência dos Ensinamentos tenha sido aprender a amar, desta forma desprendida.
Amar é almejar verdadeiramente o desenvolvimento do outro, pelo outro. É satisfazer-se com sua presença, alegrar-se com seu sorriso, acolher sua tristeza, partilhar sua vida sem exigir exclusividade, respeitar sua individualidade e desejar o sempre, aceitando a inexorável finitude.
A recompensa é a serenidade do espírito e o indescritível prazer de existir.
Barceló já não era escravo de suas emoções e, portanto, não escravizava.
E, apesar da gravidade quase litúrgica do momento, não consegui evitar o laivo de humor sarcástico, divertindo-se em silêncio com as reações de Fernando.
Não tinha idéia do papel que ele desempenharia nos acontecimentos próximos. Mas, sem dúvida, já antevia que a presença de um “não iniciado” tornaria tudo mais divertido.
88888888
Desconectando-se de Isabela, Marie, Adric e Maurice, e deixando de lado a estupefação de Fernando, permitiu-se um momento de introspecção.
Lembrou-se do ano passado na “Fraternidade” (como costumavam chamar, carinhosamente, a escola esotérica) e dos exercícios que praticara solitariamente nos anos seguintes.
E recordou-se do pacto.
Barceló era o mais velho e, portanto, seria o primeiro.
Submeter-se-ia aos rituais de renovação.
A sensação que sentira ao reencontrar Marie afastara qualquer sombra de dúvida que pudesse ter.
Vida ... como era doce essa sensação de estar vivo e pleno.
Vida que se esvai traiçoeiramente, a cada segundo. Tão lenta e insidiosamente que, quando nos damos conta, foi-se também a vontade de viver.
Mas não para ele. Não para aqueles que haviam vivenciado os Ensinamentos.
Estava preparado para reconhecer o momento da inflexão.
E disciplinado nas artes da atenção, intenção e espreita.
Havia exercitado a impecabilidade e, esperava, acumulado energia suficiente para sua morte e renascimento.
E. se assim não fosse, de todo modo, não haveria mais por quê...
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Ele já a havia encontrado uma vez, dez anos antes, durante a iniciação com Maurice.
Encontro rápido, fortuito, instigante.
Não trocaram palavras.
Recordava de sua silhueta alva atravessando o salão na penumbra, portando o Calix cerimonial, que depositou reverencialmente sobre o altar.
Não fora o corpo nu nem o rosto exótico emoldurado pelos longos cabelos negros, encimados pela coroa de Afrodite.
Nem o meneio hipnótico das ancas que emolduravam o acolhedor triângulo da vida.
Tampouco o olhar profundo que, apesar do transe onírico, revelava a alma inquieta.
Mas a aura ... rica, fluída, de uma transparência única. Vívida e intensa como numa foto Kirlian.
Sem pensar expandira a sua para tocar a dela, por uma fração de segundo.
E naquele instante compreendeu o significado da Divindade.
Aguardara por uma década esse reencontro, sem nada esperar.
Embora soubesse que no universo da magia não havia lugar para a posse, na vida cotidiana ela era a mulher de Maurice.
E Barceló, em seu avatar cotidiano, era moralista demais para desejar a mulher de um amigo.
A rápida troca de olhares na entrada permitiu-o concluir que Marie não padecia desse viés moral.
Aliás, pensou, interessante como a expansão da consciência alterava a comunicação entre as pessoas.
Todos ali, à exceção de Fernando, sabiam o que estava sendo pensado e sentido por cada um.
Por isso desviou o olhar quando cumprimentou Maurice.
Por sorte, tinham coisas mais urgentes a fazer.
Levou-os ao quarto onde Isabela dormia.
Isabela, receptáculo de seu amor maduro e instrumento de sua evolução.
Talvez a melhor conseqüência dos Ensinamentos tenha sido aprender a amar, desta forma desprendida.
Amar é almejar verdadeiramente o desenvolvimento do outro, pelo outro. É satisfazer-se com sua presença, alegrar-se com seu sorriso, acolher sua tristeza, partilhar sua vida sem exigir exclusividade, respeitar sua individualidade e desejar o sempre, aceitando a inexorável finitude.
A recompensa é a serenidade do espírito e o indescritível prazer de existir.
Barceló já não era escravo de suas emoções e, portanto, não escravizava.
E, apesar da gravidade quase litúrgica do momento, não consegui evitar o laivo de humor sarcástico, divertindo-se em silêncio com as reações de Fernando.
Não tinha idéia do papel que ele desempenharia nos acontecimentos próximos. Mas, sem dúvida, já antevia que a presença de um “não iniciado” tornaria tudo mais divertido.
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Desconectando-se de Isabela, Marie, Adric e Maurice, e deixando de lado a estupefação de Fernando, permitiu-se um momento de introspecção.
Lembrou-se do ano passado na “Fraternidade” (como costumavam chamar, carinhosamente, a escola esotérica) e dos exercícios que praticara solitariamente nos anos seguintes.
E recordou-se do pacto.
Barceló era o mais velho e, portanto, seria o primeiro.
Submeter-se-ia aos rituais de renovação.
A sensação que sentira ao reencontrar Marie afastara qualquer sombra de dúvida que pudesse ter.
Vida ... como era doce essa sensação de estar vivo e pleno.
Vida que se esvai traiçoeiramente, a cada segundo. Tão lenta e insidiosamente que, quando nos damos conta, foi-se também a vontade de viver.
Mas não para ele. Não para aqueles que haviam vivenciado os Ensinamentos.
Estava preparado para reconhecer o momento da inflexão.
E disciplinado nas artes da atenção, intenção e espreita.
Havia exercitado a impecabilidade e, esperava, acumulado energia suficiente para sua morte e renascimento.
E. se assim não fosse, de todo modo, não haveria mais por quê...
88888888
Deixaram o quarto e dirigiram-se, em silêncio, para a biblioteca.
Maurice sorriu ao ver o que restara dos arranjos para o encontro de Barceló e Isabela horas antes.
- Barceló, você continua o mesmo pilantra de sempre ... – disse divertido. Velho e irremediavelmente pervertido ...
Marie sorriu.
- E você, Fernando, melhor fechar a boca e enxugar a baba com um lenço. A diversão ainda nem começou ...
Maurice sorriu ao ver o que restara dos arranjos para o encontro de Barceló e Isabela horas antes.
- Barceló, você continua o mesmo pilantra de sempre ... – disse divertido. Velho e irremediavelmente pervertido ...
Marie sorriu.
- E você, Fernando, melhor fechar a boca e enxugar a baba com um lenço. A diversão ainda nem começou ...
quarta-feira, maio 23, 2007
Lagoa das Antas
terça-feira, maio 22, 2007
Contadores de estórias
Agradável encontro noturno com o Centauro e o Asssertivo.
Concluo que se as estórias são boas nos blogs, melhor ainda ao vivo.
Grandes caras ...
ps - E o Bruno, impecável na indicação dos comes ...
Concluo que se as estórias são boas nos blogs, melhor ainda ao vivo.
Grandes caras ...
ps - E o Bruno, impecável na indicação dos comes ...
segunda-feira, maio 21, 2007
Farfalhar das folhas
Semana agitada, exigiu-me inteiro.
Foi então que me ausentei.
Eis que, de volta, da pequena varanda do quarto que em breve abandonarei, escutei as folhas, entrechocando-se, animadas pelo vento frio da noite.
Farfalhavam, agitadas por inteiro.
À distância, a grande árvore sob o totem-luz jazia impávida, colosso, como se nada passasse.
Está alí, para as folhas.
Foi então que me ausentei.
Eis que, de volta, da pequena varanda do quarto que em breve abandonarei, escutei as folhas, entrechocando-se, animadas pelo vento frio da noite.
Farfalhavam, agitadas por inteiro.
À distância, a grande árvore sob o totem-luz jazia impávida, colosso, como se nada passasse.
Está alí, para as folhas.
quarta-feira, maio 16, 2007
Viver Intensamente
Quero mais vida por segundo cúbico.
Densidade de vida.
Não um frenessí de acontecimentos retumbantes.
Esse nos leva.
Quero levar a vida.
E para isso é preciso menos.
É preciso estar, intenso, não tenso.
Coisas da mente ...
(inspirado pela última postagem da Anne no Life...Living)
Densidade de vida.
Não um frenessí de acontecimentos retumbantes.
Esse nos leva.
Quero levar a vida.
E para isso é preciso menos.
É preciso estar, intenso, não tenso.
Coisas da mente ...
(inspirado pela última postagem da Anne no Life...Living)
terça-feira, maio 15, 2007
domingo, maio 13, 2007
Dia das Mães
Não gosto de datas comerciais, mas abro uma exceção para o Dia das Mães.
Não como filho, porque filho é sempre ingrato. Mas é justamente por isso.
Abro uma exceção como homem, com coração de mãe, mas incapaz de sê-lo.
Freud, ao invés de perder um tempão analisando a inveja do pênis, deveria ter investigado a inveja da maternidade. Pena que o momento histórico não o permitia.
Então, que pelo menos um dia por ano, paguemos um tributo à geração da vida e ao amor incondicional.
Um Feliz Dia das Mães a todas as mulheres, inclusive àquelas que, por uma razão ou outra, não tem filhos.
E particularmente às Mães que adotaram o Arguta Café.
Beijão !
Não como filho, porque filho é sempre ingrato. Mas é justamente por isso.
Abro uma exceção como homem, com coração de mãe, mas incapaz de sê-lo.
Freud, ao invés de perder um tempão analisando a inveja do pênis, deveria ter investigado a inveja da maternidade. Pena que o momento histórico não o permitia.
Então, que pelo menos um dia por ano, paguemos um tributo à geração da vida e ao amor incondicional.
Um Feliz Dia das Mães a todas as mulheres, inclusive àquelas que, por uma razão ou outra, não tem filhos.
E particularmente às Mães que adotaram o Arguta Café.
Beijão !
sábado, maio 12, 2007
Pensamento da noite 2
Tudo tão igual
Tudo tão diferente
Não sei se mudam os olhos
Ou muda o que a gente sente
Tudo tão diferente
Não sei se mudam os olhos
Ou muda o que a gente sente
Pensamento da noite
Criança é tudo igual... só muda de endereço.
Mulher é tudo igual... só muda de endereço.
Homem é tudo igual... só muda de endereço.
Gente é tudo igual... só muda de país.
Gente é tudo igual... só muda de país.
sexta-feira, maio 11, 2007
Limiares luminares
Temos nossos limites.
A percepção desses limites e a forma de lidar com eles difere bastante de pessoa para pessoa.
A maioria das pessoas que conheci prefere navegar a uma segura distância dos seus limites, dentro de uma estreita zona de conforto.
Embora respeite a decisão, acho uma pena.
Primeiro, não há como conhecer nossos limites se não os visitamos. A distância confortável é, via de regra, uma posição de onde não conseguimos enxergar nossos limites.
Em segundo lugar, os limites pessoais não são fixos, e podem se extender quando desafiados, ou atrofiar se nunca os visitamos.
Navegar no limiar das nossas possibilidades, desafiando nossos limites não é uma tarefa que eu recomende para todo mundo, todo o tempo.
Mas é um exercício luminar.
Permite conhecer-se melhor e descortinar novos horizontes.
E oferece uma inigualável sensação de vida.
Eu acho que vale a pena tentar, pelo menos de vez em quando.
A percepção desses limites e a forma de lidar com eles difere bastante de pessoa para pessoa.
A maioria das pessoas que conheci prefere navegar a uma segura distância dos seus limites, dentro de uma estreita zona de conforto.
Embora respeite a decisão, acho uma pena.
Primeiro, não há como conhecer nossos limites se não os visitamos. A distância confortável é, via de regra, uma posição de onde não conseguimos enxergar nossos limites.
Em segundo lugar, os limites pessoais não são fixos, e podem se extender quando desafiados, ou atrofiar se nunca os visitamos.
Navegar no limiar das nossas possibilidades, desafiando nossos limites não é uma tarefa que eu recomende para todo mundo, todo o tempo.
Mas é um exercício luminar.
Permite conhecer-se melhor e descortinar novos horizontes.
E oferece uma inigualável sensação de vida.
Eu acho que vale a pena tentar, pelo menos de vez em quando.
quinta-feira, maio 10, 2007
Tempos (nem tão) modernos
Um amigo meu está ensinando a mulher a usar o computador.
Como ela é realmente novata, começou pelos procedimentos mais básicos como abrir, gravar e deletar arquivos.
Para tornar a coisa mais lúdica, ele deletava os arquivos arrastando-os para a lixeira (recycle bin).
Para tornar a coisa mais lúdica, ele deletava os arquivos arrastando-os para a lixeira (recycle bin).
Após alguns exercícios, a mulher pediu:
- Depois você esvazia o lixo para mim ?
Salário do Presidente
O salário de nosso presidente aumentou para R$ 11,400.
Com outras remunerações adicionais (auxílio isso, verba daquilo) deve chegar, talvez, ao dobro.
Ainda assim, será menos da metade do salário médio de um presidente de uma grande empresa privada.
O presidente é o chefe do poder executivo. Chega lá pela política, mas as exigências do cargo são, também, executivas. É uma posição que deveria ser ocupada por um dos melhores executivos do país, já que o país é maior e mais complexo de administrar do que qualquer empresa.
Mas porque um alto executivo iria se candidatar a um posto menos bem remunerado e muito mais complicado ?
Isso é algo para se pensar.
Claro que num país onde o salário mínimo é inferior a R$ 400,00, um salário de R$ 10 mil parece muito.
Mas, hipocrisias a parte, enquanto remunerarmos presidentes e ministros em patamares muito abaixo da iniciativa privada, a coisa não vai funcionar como deveria.
Com outras remunerações adicionais (auxílio isso, verba daquilo) deve chegar, talvez, ao dobro.
Ainda assim, será menos da metade do salário médio de um presidente de uma grande empresa privada.
O presidente é o chefe do poder executivo. Chega lá pela política, mas as exigências do cargo são, também, executivas. É uma posição que deveria ser ocupada por um dos melhores executivos do país, já que o país é maior e mais complexo de administrar do que qualquer empresa.
Mas porque um alto executivo iria se candidatar a um posto menos bem remunerado e muito mais complicado ?
Isso é algo para se pensar.
Claro que num país onde o salário mínimo é inferior a R$ 400,00, um salário de R$ 10 mil parece muito.
Mas, hipocrisias a parte, enquanto remunerarmos presidentes e ministros em patamares muito abaixo da iniciativa privada, a coisa não vai funcionar como deveria.
quarta-feira, maio 09, 2007
Momentos
O hoje
Um sorriso de surpresa
Um beijo de gratidão
A espera de uma coisa boa
A coisa boa
O antes, o durante, o depois
O amanhã
Um sorriso de surpresa
Um beijo de gratidão
A espera de uma coisa boa
A coisa boa
O antes, o durante, o depois
O amanhã
terça-feira, maio 08, 2007
Justa causa
Caros leitores,
Em função da visita do Papa, nossos funcionários estão chegando mais tarde e saindo mais cedo. Os fornecedores atrasaram as entregas, as reuniões de pauta foram canceladas, a ração do papagaio reduzida e não pagamos a conta de luz.
Não garantimos a qualidade de nossas postagens nesse período.
Atenciosamente,
Sub-diretor
segunda-feira, maio 07, 2007
Os Ovos do Dragão
Parte 5 – O Anel
Barceló não estava em casa quando Isabela retornou do mercado no final da tarde.
No seu quarto, sobre a cama, ela encontrou um vestido branco de renda fina e um bilhete.
Colocou o vestido sobre o corpo e olhou-se no espelho.
O modelo era diferente de tudo o que ela já havia visto. Sem alças, acinturado como um corpete, curto e com pontas agudas.
- Um vestido de fadas – pensou, entre curiosa e encantada, admirando-se.
Ainda segurando o vestido com a mão esquerda, Isabela alcançou o bilhete:
“Querida Isabela. Por favor, use esse vestido à noite. Não chegarei para o jantar. Nos encontramos às 10 horas, na biblioteca. Barceló.”
Um pedido estranho, ela pensou. Barceló não costumava se importar com trajes. Ela mesma havia decidido usar um uniforme no trabalho, porque sentia que era mais elegante e profissional, e enfrentara seu sorriso irônico nos primeiros dias.
Não era seu aniversário ou nenhuma outra data festiva, aliás, outra coisa com a qual Barceló não se preocupava.
Deu de ombros. Já estava acostumada com as esquisitices do patrão-mentor.
888888888888888888
Barceló chegou 21h30, vestido de negro, o que ressaltava a pele morena e o cabelo de mechas prateadas.
A camisa de mangas longas, fechada nos punhos deixava escapar o cintilar do pequeno pedantif prateado preso ao pescoço por um fio de seda preta.
Evitando encontrar-se com Isabela, dirigiu-se imediatamente para a biblioteca, em completo silêncio.
- Preciso preparar o ambiente ... detalhes são fundamentais nesse momento ... – disse para si.
888888888888888888
Isabela consultou uma última vez o espelho antes de descer para a biblioteca.
A ansiedade e o brilho de curiosidade no olhar a faziam ainda mais bonita.
Sentia que, por alguma razão, aquele encontro seria importante.
Talvez por isso o impulso inesperado de se maquiar.
Uma maquiagem leve, sutil, mas rara, em se tratando de Isabela.
A sombra café cintilante, suavemente espalhada, dava misteriosa profundidade aos olhos cor de mel e equilibrava o vinho do batom. O rosto pálido, emoldurado pelos cabelos castanhos, era de uma elegância clássica.
Sorriu com aprovação, segura de si.
Fez meia volta, apagou a luz e deixou o quarto.
88888888888888888888
- Entre, e feche a porta, Isabela.
O tom de voz de Barceló, grave e imperativo, despertou-a da imobilidade.
Isabel abrira a porta e surpreendera-se com a visão da biblioteca tão conhecida, transformada em algo que ela não sabia descrever.
As luzes estavam apagadas e o ambiente iluminado por dezenas de pequenas velas brancas estrategicamente distribuídas pelo aposento, em posições e alturas diferentes, cintilando como estrelas num céu de inverno.
No centro da sala, um tapete vermelho ricamente desenhado com fios dourados estendia-se até uma exótica mesa de madeira escura sobre a qual repousava um castiçal com 7 velas longas de parafina envelhecida, cuja base estava apoiada em uma grande caixa de marfim entalhado.
Ao lado deste altar, estava um Barceló que ela nunca havia visto, mas com o qual já havia sonhado. Lindo e misterioso, rejuvenescido pela força mística que sua presença irradiava envolto numa aura alimentada pelo brilho das velas.
Isabel obedeceu. Fechou a porta e deu dois passos na direção de Barceló, insegura.
A música celta que Isabela ainda não havia percebido fazia seu trabalho subliminar.
- Venha até mim, pequena Isabel ...
Isabela cobriu a distância que a separava de Barceló como deslizasse sobre o chão, e colocou suas mãos sobre as dele, que esperava de palmas abertas.
Parecia que as chamas de todas as pequenas velas brancas estavam refletidas simultaneamente nos olhos negros de Barceló.
A energia vital que transbordava pelo olhar, fluía por suas mãos e subia pelos braços de uma Isabela sensualmente entorpecida.
Não era tesão. Transcendia a sexualidade. Era o encontro da Mulher Isabela com o Homem Barceló, e ela sentiu que sua energia também fluía para ele.
A imagem de Barceló deitado sobre ela, olhos fixos no seus durante um orgasmo simultâneo passou fugazmente por sua mente.
Sentiu seu corpo tremer, o despertar de seus seios, o arrepio de cada pequeno espaço de sua pele e o calor úmido entumescendo o monte de vênus,
Os lábios se entreabriram, as pupilas dilataram e ela sentiu que seus pés não tocavam mais o chão.
Tudo fazia sentido e nada mais importava.
A voz de Barceló parecia vir de outro mundo.
Escutava suas palavras, compreendia seu significado, mas não as capturava.
Era uma conversa entre ânimas.
Isabela não saberia dizer quanto tempo durou.
A música estava mais intensa, as luzes das velas rodopiavam, o coração pulsava rápido e ela experimentava uma liberdade e felicidade que nunca havia sentido.
Em transe, viu Barceló sorrir, soltar suas mãos por um momento e retirar um anel da caixa de marfim.
Barceló segurou delicadamente sua mão esquerda e colocou o anel, dizendo as únicas palavras da quais se lembraria depois:
- Que a tua alma seja livre ... para sempre.
Ele se aproximou e beijou-a na boca, firme e intensamente.
Isabela deixou esse mundo.
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Barceló deixou o quarto de Isabela, que dormia o sonho encantado das fadas.
A música estava mais intensa, as luzes das velas rodopiavam, o coração pulsava rápido e ela experimentava uma liberdade e felicidade que nunca havia sentido.
Em transe, viu Barceló sorrir, soltar suas mãos por um momento e retirar um anel da caixa de marfim.
Barceló segurou delicadamente sua mão esquerda e colocou o anel, dizendo as únicas palavras da quais se lembraria depois:
- Que a tua alma seja livre ... para sempre.
Ele se aproximou e beijou-a na boca, firme e intensamente.
Isabela deixou esse mundo.
888888888888888888
Barceló deixou o quarto de Isabela, que dormia o sonho encantado das fadas.
- Ela está pronta. Preciso avisar Maurice.
sábado, maio 05, 2007
Alguma coisa engraçada
Estimulado pela última postagem da Anne no Life Living, desafiei-me a escrever alguma coisa engraçada.
A questão que se coloca é se não seria politicamente incorreto escrever alguma coisa engraçada quando o mundo está à beira de um colapso ecológico.
Rir, como todos sabem, gasta energia e aumenta a emissão de gás carbônico.
Provocar o riso, portanto, é anti-ecológico, a não ser que você plante o montante de árvores necessário para neutralização da emissão de carbono.
Aí, seu humor fica “carbono-neutro”.
Ainda assim, não me pareceria oportuno rir quando tantas pessoas passam fome no Brasil. Seria necessário alimenta-las primeiro, para que todos possam rir de barriga cheia. O programa “barriga-cheia”, portanto, substituiria o “fome-zero”, que é uma piada.
Uma solução convergente seria plantar árvores frutíferas. Assim, neutralizamos o carbono e enchemos as barrigas podendo, então, provocar o riso.
Mas e a questão da violência urbana, pensei ?
Balas perdidas, assaltos, assassinatos ...
Coisas que só se solucionam com educação e segurança pública.
Plantamos as árvores frutíferas no pátio de uma nova escola de um condomínio fechado auto-sustentável, restrito às classes menos favorecidas e, ali mesmo, contamos uma piada.
Isso não resolveria a crise no sistema aeroportuário, mas esse é um mal menor e creio que seria politicamente correto alegrar os que estão esperando no saguão do aeroporto.
Mas ainda me sinto desconfortável com o problema da corrupção
Desculpem a franqueza, mas corrupção é uma merda.
Bem ... considerando que as árvores precisam ser adubadas ...
A questão que se coloca é se não seria politicamente incorreto escrever alguma coisa engraçada quando o mundo está à beira de um colapso ecológico.
Rir, como todos sabem, gasta energia e aumenta a emissão de gás carbônico.
Provocar o riso, portanto, é anti-ecológico, a não ser que você plante o montante de árvores necessário para neutralização da emissão de carbono.
Aí, seu humor fica “carbono-neutro”.
Ainda assim, não me pareceria oportuno rir quando tantas pessoas passam fome no Brasil. Seria necessário alimenta-las primeiro, para que todos possam rir de barriga cheia. O programa “barriga-cheia”, portanto, substituiria o “fome-zero”, que é uma piada.
Uma solução convergente seria plantar árvores frutíferas. Assim, neutralizamos o carbono e enchemos as barrigas podendo, então, provocar o riso.
Mas e a questão da violência urbana, pensei ?
Balas perdidas, assaltos, assassinatos ...
Coisas que só se solucionam com educação e segurança pública.
Plantamos as árvores frutíferas no pátio de uma nova escola de um condomínio fechado auto-sustentável, restrito às classes menos favorecidas e, ali mesmo, contamos uma piada.
Isso não resolveria a crise no sistema aeroportuário, mas esse é um mal menor e creio que seria politicamente correto alegrar os que estão esperando no saguão do aeroporto.
Mas ainda me sinto desconfortável com o problema da corrupção
Desculpem a franqueza, mas corrupção é uma merda.
Bem ... considerando que as árvores precisam ser adubadas ...
sexta-feira, maio 04, 2007
Outros sentidos ...
Passei 3 dias na semana passada em Taormina, na Sicília, ao lado do vulcão Etna.
Cidade charmosa, encrustada no alto de um paredão rochoso sobre o mar. Arquitetura oitocentista, eu creio, abrigando lojas, docerias, cafeterias, restaurantes e bares de moda, condizente com a proposta de turismo chique.
E neste sítio agradável, curti uma dor de cabeça moderada, mas contínua, durante toda a estada.
Concluí que a energia do lugar era estranha. No terceiro dia já estava compreendendo o sutil mau humor da população local e entendendo porque a Máfia havia nascido naquela região.
Eis que, voltando ao Brasil, descubro que no dia seguinte da minha partida o Etna havia entrado em erupção.
Não havia qualquer indicação concreta de que isso fosse acontecer naquele momento, embora o Etna seja um vulcão ativo, dado a pipocos esporádicos.
É bastante provável, portanto, que minha dor de cabeça tivesse sido provocada por ondas subsônicas decorrentes das vibrações sísmicas que antecederam a erupção, ou qualquer outra emanação imperceptível para os cinco sentidos "convencionais".
Em suma, recebi sinais tênues que não soube interpretar por falta de referências (não temos vulcões por aqui) e que provocaram o desconforto.
Alguns poderiam chamar de intuição. Outros de percepção extra-sensorial.
Fato é que a idéia de que o vulcão poderia entrar em atividade passou pela minha cabeça diversas vezes nesse curto período.
Sou um praticante da "atenção", no sentido esotérico da palavra. Acredito em magia, não da forma romântica, mas como uma ampliação da percepção, o exercício da "intenção" (novamente no sentido esotérico) e o desejo de experimentar outras formas de relacionamento com o universo além das convencionais.
Pequenos incidentes como esse são uma dádiva (considerando que não houve vítimas ou danos materiais em função da erupção).
Um lembrete para nossa vã filosofia.
oooooo0oooooo
ps - a parte 5 de Ovos de Dragão sai neste final de semana.
quinta-feira, maio 03, 2007
Espelhos
Sou um reflexo
Complexo
Nos olhos de quem me ama
Melhor do que sou
No espelho ao lada da cama
Imperfeito, o que restou
Sou um reflexo
Sem nexo
Etéreo nas águas do lago
Virtual nas vitrines do shopping
Distorcido por côncavos e convexos
Sou um reflexo
No sexo
A imagem do prazer do outro
À mercê das sensações confluentes
Na sombra do sol poente
Sou um reflexo
Em busca de mim
(foto: http://abnoxio.weblog.com.pt/arquivo/espelho)
Complexo
Nos olhos de quem me ama
Melhor do que sou
No espelho ao lada da cama
Imperfeito, o que restou
Sou um reflexo
Sem nexo
Etéreo nas águas do lago
Virtual nas vitrines do shopping
Distorcido por côncavos e convexos
Sou um reflexo
No sexo
A imagem do prazer do outro
À mercê das sensações confluentes
Na sombra do sol poente
Sou um reflexo
Em busca de mim
(foto: http://abnoxio.weblog.com.pt/arquivo/espelho)
quarta-feira, maio 02, 2007
De volta à base ...
Companheiros de Café...
Estou de volta à base. Isto significa que, para o bem e para o mal, o Arguta retorna a seu rítmo normal e eu, novamente conectado a preços razoáveis, à nossa Aldeia Blogal.
É um prazer (embora assim seja mais caro).
Aliás, alguém já reparou que a famosa expressão "com prazer é mais caro" tem o mesmo duplo sentido da arqui-famosa frase " Navegar é preciso; viver não é preciso" ?
terça-feira, maio 01, 2007
Objeto sexual ...
Parafraseando Cristopher Hitchens, em seu artigo para a Revista Época:
Se eu sou o sujeito da frase, você só pode ser o objeto. E se o assunto for sexo, um objeto sexual.
Qual é o drama ?
Se eu sou o sujeito da frase, você só pode ser o objeto. E se o assunto for sexo, um objeto sexual.
Qual é o drama ?
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