Padre Eulálio, no seu leito de morte, conversa com uma de suas fiéis mais aguerridas ...
- Tenho medo, minha filha ... medo do juízo final ...
- Mas porque, Padre ... foste tão bom para tanta gente ... fizeste tanto pelos outros ...
- Filha ... não tenho medo que, ao chegar no céu, me perguntem porque não fui tão bom como Madre Tereza, porque não sou Madre Tereza ...
- Mas ajudaste a muitos ...
- Também não temo que me acusem de não ter sido tão importante para a humanidade como Jesus Cristo, porque não sou Jesus Cristo ...
- Mas foste muito importante para nossa paróquia ...
- O que temo, minha filha, é que me perguntem porque não fui eu mesmo, Eulálio ...
A fiel acompanhante não entendeu o alcance da afirmação do Padre, mas percebendo a profunda tristeza em seus olhos, tomou-lhe a mão entre as suas e começou a rezar ...
sexta-feira, novembro 02, 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
8 comentários:
Flávio que magnífico! E pq será que as vezes não somos nós mesmos????????
Flavio:
O Juiz maior é a consciência. E o pecado é a perda da identidade.
Belo texto.
Porque teve um outro que impôs um monte de outras regras antes disso.
...Outro! :-)
Talvez a dificuldade de sermos nós mesmos esteja no fato de que nossa Alma é imoral, é transgressora...
Imoral e transgressora ... imoral porque transgressora ... transgressora porque imoral ?
e não seria, também, o corolário de todos nós?
Ti: a nossa alma não é imoral... é?
Genial.
Ernesto: tá marcando outra happy hour?
Postar um comentário