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domingo, março 08, 2009

Como é que pode ?


A idéia surgiu durante a festa de aniversário de 50 anos de uma amiga.
Todos preocupados com a bebida, em função da lei seca. Os poucos fumantes presentes recebendo aquele olhar de desdém da maioria politicamente correta. Qualquer menção mais picante sobre sexo gerava olhares indignados. Açucar na caipirinha de saquê era o sinônimo de droga ilícita. Enfim, uma noite típica da elite paulistana adulta, onde não se pode mais nada.
Um pequeno grupo próximo ao balcão das bebidas, do qual fazia parte, formou o núcleo da incipiente resistência.
Provavelmente devido ao efeito alucinógeno do açucar, considerávamos a hipótese de arrendar uma ilha e fundar mais uma republiqueta latina: a Ilha de Pode-Pode.
O conceito básico seria a liberdade individual como valor inegociável. O único fator limitante aceitável seria a liberdade do outro. Mas mesmo essa, embora sempre respeitada, poderia ser testada sem que isso fosse considerado algum tipo de assédio passível de punição.
Passamos rapidamente pelas questões filosóficas inerentes ao propósito da causa e à execução do projeto, aprovando a moção de que cada um poderia filosofar o quanto quizesse quando lá estivéssemos.
E rapidamente a conversa descambou para o faríamos de diferente do que estavávamos fazendo hoje, caso Pode-Pode se transformasse em realidade.
Papo interessante e inspirador.
Mas como prefiro mais ação e menos conversa, instituí a casa da namorada como embaixada provisória de Pode-Pode e pedi refúgio imediato.

28 comentários:

Ƭ. disse...

nada como uma saída pela tangente...

bom domingo!

A.Tapadinhas disse...

Desculpa a ignorância! Isso que relata, é lei actual?
:-C
Abraço.
António

Anne M. Moor disse...

Pode, não pode... Isso existe desde sempre e sempre continuará a existir, mas, pra mim, o que importa é o respeito a si e o respeito ao outro. O resto é o resto...

Beijos e bom domingo

Ernesto Dias Jr. disse...

António:
É não. A polícia resolveu apertar o cerco sobre quem dirige bêbado(a) e isso ficou conhecido como "lei seca". Podes beber o quanto queiras. Só não podes sair por aí atropelando postes depois.

Flávio:
De tão antigas as idéias dessa tua ilha, de tão arcaicos os princípios de liberdade individual que periga passar de Ilha de Pode-Pode para Terra de Phode-Phode. Sem camisinha.

Anônimo disse...

Já há algum tempo tenho minha ilha de Pode-Pode em você!
Um beijão

Amélia disse...

Nessas horas me pergunto... Será que somos tão inteligentes assim como humanos?

A vida poderia ser bem mais simples...

Flávio,

Refúgio sempre a disposição!!!

Beijos

Carla P.S. disse...

Poderia eu abrir uma cafeteria lá? Funcionaria 24 horas, que nem posto de gasolina...Eu teria o talento do Pablo Neruda, chocolates que não engordam e a presença do Cazuza, tomando cafés com whiskys..
Brindaria,então, o hedonismo, sem me sentir mal, visto que seria o certo, o politicamente aceitável, o moralmente tolerável.
Um brinde!

Tata disse...

Hehehe

Saída de mestre a sua hein!
como diria o Leão da montanha:" Saída pela direita!" KKKKK
Adoro!!!!
bjinhos

Udi disse...

...e eu bem disse que a Ti resolvia a tua questão.
(e eu odeio usar esse termo: "eu não disse?")
bj

Érica Martinez disse...

Ou Pod-Pod, para colocar numa linguagem "muderrrna"... rs

É a humanidade andando na contra-mão dos anos 60/70... O que está acontecendo? Tanto barulho por nada?
Eu também quero-quero ir pra Ilha de Pode-Pode! Posso?

Anônimo disse...

Principe
Maldita maçã. Ali se instalou a Olha do Pode não Pode.
Sua utópica mensagem nos liga a um pensamento clássico: só sou dono de três coisas; minha escova de dente, minha protese dentária e a minha mulher.
A mulher veio por gravitação e passei a fazer parte, tambem, da propriedade dela.
Vemos aí o pensamento bechoriano
da liberdade plena, com o limite
pelo que a Anna determina: o respeito a si e o respeito ao outro.

Ernesto escreve com a cartilha que aprendeu, lá,aquela. antes da reforma da lingua pela LeibCapanema.

Pharmácia e Phosphoro.

Amanda Magalhães Rodrigues Arthur disse...

Quando for pra Pode-pode me chama!
Estou precisando de umas férias...
E, falando em férias, lembrei de quando adolescente fui à Disney e lá, em qualquer fila, antes da diversão tinha um sermão: no drink, no food, no flash fotograph...
Um bando de não-pode na terra da diversão.

Amanda Magalhães Rodrigues Arthur disse...

Ups! Photoghaphy...

Flavio Ferrari disse...

Teresa e Tata: o leão da montanha sempre foi um dos meus personagens preferido ...

Flavio Ferrari disse...

Tapadinhas: o phode-phode (aceitando a sugestão do Ernesto) é a mais antiga das leis da natureza...

ps - a outra o Ernesto já explicou

Flavio Ferrari disse...

Anne: todo mundo lá diz que respeita todo mundo ...

Flavio Ferrari disse...

Ernesto: sem camisinha ? Tá querendo comprar briga com a Teresa ?

Flavio Ferrari disse...

Glaura: esssa afirmação soou meio insestuosa ...

Flavio Ferrari disse...

Ti: ainda bem que estamos podendo ...

Flavio Ferrari disse...

Carla: já reservei o ponto para você.

Flavio Ferrari disse...

Udi: pode dizer eu não disse lá em Pode-Pode.

Flavio Ferrari disse...

Érica: vou levar um animal de cada tipo no barco. Tá convidada.

Flavio Ferrari disse...

Jorge: adorei a história da gravitação ...

Flavio Ferrari disse...

Amanda: o que você esperava dos americanos ?

Anônimo disse...

Foi apenas afetuosa...

Érica Martinez disse...

putz... agora estou pensando em qual tipo de animal me encaixo...
talvez seja melhor nem perguntar.

Anônimo disse...

Aaaaahhhhh, tem lugar para mim em Pode-pode????
Não aguento mais os "política-ecológica-socialmente corretos"!!!!! Um pouquinho de açúcar na caipirinha não faz mal a ninguém!!
Texto perfeito - como sempre -, Flávio!
Beijinhos!

Cris_do_Brasil disse...

Parece que na nossa imaginação o paraíso poderia existir.