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segunda-feira, junho 07, 2010

Agruras da comunicação

Acabei de ver a nova versão do comercial da pick-up Peugeot  Hoggar.
Na versão que havia visto anteriormente, um cara diz que nunca pulou de para-quedas, escalou cachoeiras ou mergulhou com tubarões, mas que você precisava experimentar o risoto que ele era capaz de fazer, ou alguma coisa assim (se quiser assistir, clique aqui).
Ou seja, o público-alvo para o carro seria um homem que tem medo de aventura mas cozinha bem.
Alguém deve ter dito para o pessoal da agência que o perfil dos potenciais compradores do carro não combinava com o tal risoto e, na nova versão (aqui), o comentário sobre o risoto dá lugar à afirmação de que o sujeito não tinha feito nada daquilo, mas não abria mão da emoção de dirigir o novo carro.
Ficou melhor ... mas sempre haverá alguém para dizer que, então, dirigir o carro seria tão perigoso quanto pular de para-quedas ou nadar com tubarões  e que, portanto, o carro não seria seguro.
Bem, eu já pulei de para-quedas e gosto de mergulho autônomo, mas realmente não quero que dirigir meu carro seja uma aventura.  No momento, tenho uma Pajero TR4, para me levar e trazer com segurança e conforto ao lugar da aventura, onde quer que seja.
Na versão atual do comercial a mensagem é exatamente o oposto disso.  O carro seria para um consumidor cuja maior aventura na vida é pilotar o seu carro novo.
Comunicação, meus caros, é uma coisa complicada ...

27 comentários:

Amélia disse...

Xi... Acabo de assumir a responsabilidade sobre a área de comunicação da empresa...

To achando que será uma aventura muito maior que saltar de para-quedas...

Flavio Ferrari disse...

Minha pequena Ti ... pode contar comigo para ajudar ... ou pelo menos para criticar.

Nanda Assis disse...

haaa mas brasileiros são apaixonados por carro!!!

bjosss...

Anônimo disse...

Oieee Paulo... Adorei sua visita la no meu canto e mais ainda do seu hilário comentário (xiii ate rimou). O principal é q. me fez estar aqui e conhecer seu cantinho... Amei.. O Texto é impecável e realmente o tal anuncio, não havia pensando desta fora. Brilhante, volta mais vezes... La escrevo sobre um tudo um pouco... o nome ja diz... MISCELANIA... Bjitos no seu coração... E já virei sua seguidora.

Ava disse...

É Flávio... Certamente os profissionais de comunicação pecam ao associar o produto a uma determinada imagem, e matam assim, qualquer chance de sucesso.
É uma pena, pois uma vez que o público assimila uma mensagem, complicado desfazer isso.

Quando se trata de carro então, é um desastre total uma campanha mal feita. Impressionante como o público não esquece uma campanha publicitária mal feita.

Ossos do ofício...rs


Bjs!

Taís disse...

Há comerciais brilhantes, que ficam na memória por décadas; há os que cumprem o seu papel temporário; e há os menos felizes, que me parece ser o caso. Acho que erraram a mão aí mesmo.

Isadora disse...

Flavio muito boa a sua avaliação do comercial. Nem sempre nós publicitários acertamos. E olha que tem pesquisa!
Um beijo

Ju ♥ disse...

aliás, isso está bem claro na propaganda do boticário... a do tempo, sabe qual é?

lembrei de quando eu estava escolhendo uma faculdade pra estudar e demorei pra achar, mas tive certeza q de uma eu não queria nem saber o endereço. pq? olha o slogan: 'tentou em todas e não passou? vem pra cá q vc passa'. imagina!!!

Luna Sanchez disse...

Flavio,

Eu tenho um defeito grave, digo, em relação a profissão que escolhi : detesto consertar coisas!

Para mim, sempre terá cheiro de risoto mal feito, nesse comercial.

;)

ℓυηα

Pelos caminhos da vida. disse...

Coloca complicada nisso...

Ufa...consegui entrar aqui hoje não estava dando disponível já fazia uns dias.

beijooo.

Anônimo disse...

Complicado é tu! hahahha
Complexo de mais... ao olhar o primeiro comercial eu entenderia que qualquer pessoa comum (que sabe cozinhar)
é capaz de ter o carro.Iuupii!!!
Já tu olha e enxerga cousas... kkkk

ps: acho que vou ter que cabádinxê três porco kkkkkk

Anônimo disse...

Eu, diferentemente da Ana Paula, já acho que o comercial quis dizer que homem que faz risoto é um bundão. O homem tem é que saltar de pára-quedas, praticar artes-marciais, chegar ao topo do Everest pelo menos uma vez por ano, fazer mergulho livre nas Fossas Marianas e dar porrada em tubarões... E se abrir a boca de baixo d’água é pra beber o oceano todo... Macho é macho e não faz risoto nenhum. Já disse: risoto é coisa de bundão! Tem que deixar essas coisas pra mulher fazer; comer o que a mulher fizer e a própria. E quanto ao meu carro... Que a mulherada fique sabendo que eu tenho um Picasso; e que fique sabendo também que eu não trepo, eu escalo! Uaaaaaau!
Enrico Porpetone

Suzana disse...

Uau! O que um risoto esta provocando!

Flavio Ferrari disse...

Nanda: não só por carros ...

Flavio Ferrari disse...

Riff: tks. vou segui-la também.

Flavio Ferrari disse...

Alice: não acho que vai ser um desastre, até porque o carro é bonitinho ...

Flavio Ferrari disse...

Tais: até hoje, quando alguém diz que está na hora de dormir eu me lembro dos cobertores Parayba.

Flavio Ferrari disse...

Isadora: não acho que fizeram um pré-teste desse comercial.

Flavio Ferrari disse...

Ju: não deixa de ser um posicionamento honesto ... mas melhor seria dizer algo como "uma faculdade que não discrimina você"

Flavio Ferrari disse...

Luna: você tem razão, quando começa errado quase sempre é melhor começar de novo

Flavio Ferrari disse...

Ana: bem vinda de volta.

Flavio Ferrari disse...

Ana Paula: preciso fazer um curso de anapaulês para entender você ...

Flavio Ferrari disse...

"Enrico": opinião mais radical do que a dos garotos do Vestiário ...
Mas não vou deixar de fazer risoto por isso ...

Flavio Ferrari disse...

Suzana: imagina se fosse uma rabada !

Mari disse...

De tudp...concordo que realmente a comunicação é uma coisa complicadíssima!
Quanto ao risoto...aprecio muito um homem que sabe cozinhar!
Beijos

Ju ♥ disse...

honesto demais e a coisa foi tão ruim q não demorou 2 anos pra fechar.

Anônimo disse...

cabádinxê três porco = acabar de encher três porcos (cofrinhos)
pra comprar o tal carro.
Juro, não imaginava que não compreendesses.
Não precisa de curso...