Boa parte da evolução das espécies pode ser justificada pelo mecanismo de seleção natural.
Numa explicação simplista, indivíduos que tem características que favorecem a sobrevivência e a reprodução em um dado ambiente tenderão a perpetuar essas características através da trasmissão delas a seus descendentes, de forma que, passados alguns milênios, se mantidas as condições do ambiente que as favorecem, todos os indivíduos da população terão aquelas características.
Isso explicaria, por exemplo, porque a maioria da população da África tem a pele mais escura e porte atlético, já que o sol forte e os animais predadores são aspectos marcantes do ambiente, e as características mencionadas favorecem a sobreviência nessas condições.
No mundo moderno ocidental, vivemos uma situação curiosa, particularmente nos países mais desenvolvidos.
Os humanos mais capacitados a sobreviver num ambiente que é caracterizado por seus aspectos socio-econômicos, mais do que naturais, estão optando por não se reproduzir. Ou seja, as pessoas com bom nível de educação e situação financeira confortável não querem ter mais do que um ou dois filhos.
Do outro lado, os indivíduos menos capacitados à sobrevivência, discriminados por aspectos físicos, intelectuais ou emocionais, vivendo em condições de higiêne, saúde e educação precárias, tem sua sobrevivência (ou subesistência) auxiliada pelos governos através de ações assistencialistas.
Pelas mais diversas razões, desde a falta de informação/orientação até algumas vantagens oferecidas pelos tais programas assistencialistas, costumam ter muito mais filhos do que os indivíduos "mais capacitados".
Considerando que a consolidação de uma visão humanitária tende a pressionar a sociedade a garantir suas condições mínimas de sobrevivência, com especial atenção à mortalidade infantil, o mecanismo de seleção natural fica anulado, e os indivíduos que hoje são menos capacitados para a sobrevivência tenderão a constituir a esmagadora maioria da população no futuro.
Ocorre que, como os aspectos que definem o ambiente para essa avaliação são sócio-econômicos e, portanto, sujeitos a mudança por decisão ou interferência da população, em algum momento da história os indivíduos hoje considerados mais capacitados, que tem todo interesse na manutenção das condições deste ambiente sócio-econômico que lhes favorecem, sucumbirão à avalanche populacional dos menos capacitados e o ambiente será redefinido de forma a melhor atender às necessidades da maioria.
O novo ambiente favorecerá pessoas menos "sofisticadas" em todos os aspectos da sociedade moderna.
Para a atual "classe dominante", o resultado será semelhante ao de uma invasão bárbara às cidades do Império Romano, só que provavelmente mais lento e gradativo.
- Vandalismo !!! - gritará, impotente, algum dos últimos sobreviventes representantes da atual classe dominante.
Mas só ele saberá que os Vândalos eram "bárbaros" germânicos de origem escandinávia....
sábado, junho 19, 2010
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6 comentários:
Putz, nem o grito "Vandalismo!" terá o glamour necessário, se não existir, por perto, alguém que saiba o que significa...
Bora fazer filho, então! Talvez ainda dê tempo de reverter isso!
Rs
Beijo, Flavio.
ℓυηα
Olá,
É bom lembrarmos que os imigrantes alemães e italianos, além dos japoneses, e outros, que aqui aportaram eram uma espécie de "sem-terra" nos seus países de origem, e como tal, sujeitaram-se ao desconhecido...e aqui tiveram que domar muita fera, pois a inospitalidade era grande.
Ademais, é com base nesta teoria que, há muitas décadas, pessoas excluídas do processo produtivo e de consumo dos bolsões de miséria como África e América Latina, são castradas em troca de quinquilharias, como radinhos à pilha, sombrinhas, etc. Tudo custeado por organismos internacionais distintos!
Saúde e felicidade.
JPMetz
De volta e com muita saudades.
Vim agradecer pelas energias intuidas e pelo carinho.
Bom dia.
Bastante interessante sua postagem.
Em toda forma específica de sociedade, encontramos uma unidade que institui a mesma
capaz de orientar e dirigir a própria essência de sua vida e dos indivíduos que nela estão
imersos.
Um beijo grande.
Teoria interessante... e amedrontadora. Involuiremos até chegar ao lugar de onde partimos?
Só posso dizer, após atenta leitura, que seu texto foi ‘bárbaro’!
Obviamente não espero atenção a este comentário, afinal, através de suas próprias declarações, percebi que os rabugentos (ou os que possuem e incentivam esse lado da ‘rabugice’) julgam os anônimos seres que não merecem respostas e até, quem sabe, muito menos ‘evoluam’...
Anônimo
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