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segunda-feira, agosto 30, 2010

Insegurança

Uma coisa leva a outra e, em função dos comentários sobre a postagem anterior, deu vontade de falar sobre insegurança.
Como bem disse a "Insana" (tenho uma certa birra com essa história de pseudônimo, mas vá lá ...), todos somos inseguros porque vivemos da aprovação alheia.
Isso vem literalmente de berço.  Mal nascemos e mamãe e papai nos dizem o que devemos fazer para ser amados, na base do "que lindinho (a)" e do "que feio".
Nossos pais tem expectativas e estamos alí para atendê-las.
Afinal, nossa dependência, na tenra infância, é total.  Se nossos pais não nos amam, é o fim do mundo.
De algum modo, essa sensação persiste ao longo do tempo, e se transfere para as relações em geral.
Nâo por acaso, as pessoas mais seguras costumam ser as que tem uma boa relação afetiva com seus pais, ou seja, as que foram asseguradas do amor incondicional dos progenitores.
A certeza de um amor incondicional ajuda a construir um "self" (estrutura interna pessoal) forte e autosuficiente.
A maioria dos mortais, entre os quais me incluo, internaliza a autoridade externa e convive com a incomoda necessidade de agradar (ou de desagradar, quando na forma de contra-controle) mesmo quando está sozinho (a), até descobrir a origem do problema e se dispor a enfrentá-lo.
No meu caso, um bom psicanalista foi fundamental para que eu pudesse tomar contato (profundo) com a questão e encontrasse os caminhos para uma real transformação (ainda em curso, tenham paciência).
O curioso é que a consciência e a aceitação da insegurança, associadas à decisão de resolvê-la um dia, trás uma paz de espírito que é facilmente interpretada pelos outros como uma segurança agradável, diferente daquela capa que às vezes construímos para disfarçar nossos medos.
Depois que me aceitei como carente e inseguro fiquei, de acordo com meus amigos, uma pessoa mais agradável. E, pude constatar, também menos manipulável ou menos condicionado pela opinião alheia, embora ainda me importe muito com ela, principalmente quando se trata de alguém com quem simpatizo.
Ou seja, falo mais bobagem, mas vivo melhor ...

17 comentários:

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Lembrou "O Louco" de Kahlil que foi apontado louco por uma criança, a única a notar que era louco por não usar as 7 máscaras que todos devem usar...

Numa palavra?! in.seu.guru... a solução não está no outro, mas em nós... simplório?! Que seja... sim, precisamos da visão do outro para formatar o que somos [e o que somos é fruto dessa inter-dependência]... fato! Mas é questão de perspectiva. Forma-se é com.formar-se, é com o outro. Aceitação?! Nem tanto. No fim das contas, não é da boca pra fora, é pré.ciso, lá do fundo, do âmago, que se nutre e não do exterior.

Carla P.S. disse...

Tb me sinto assim....
Mas agradar é bom, há de concordar.

A. Marcos disse...

Que tam complicado, não?

Me faz lembrar aquela frase posta por Jean Paul Sartre num de seus personagens de "Entre Quatro Paredes" : "O inferno são os outros."

Não sei se a insegurança tem mesmo alguma relação com a alteridade. Me parece mais uma característica pessoal, subjetiva, inata a cada pessoa e independente da aprovação ou desaprovação alheia.

Letícia Alves disse...

Concordo com seu texto, por que recentemente vive uma situação, que na verdade foi a insegurança alheia que colocou fim em uma história que tinha tudo pra dar certo.
Mas paciência, é o ser humano, então vamos lá!
Beijão!

e daí? disse...

texto de analisado...

Lê Fernands disse...

Sou como Mollor explicou: "Sofro de mimfobia, mas me enfrento todo dia."

Funciona assim e nem sempre procuro respostas. Certa das minhas inseguranças hoje, me redescobri mais capaz e criativa.

Bjs meus

Lê Fernands disse...

Ops: Millôr!

Tata disse...

Como diria alguém q não me ocorre o nome agora, :" A Besteira é fundamental p/ o ser humano!"
Para ser feliz de verdade é preciso um pouco de besteira na alma! P/ ñ ser chato principalmente!Largar de mão alguns protocolos vez ou outra, faz um bem danado!

Quanto à insegurança, devo ser a pessoa mais segura de si mesma q eu conheço! ( MODESTA!)KK

É q me conheço e me aceito do jeito q sou.

Faço por mim e não pelos outros.
Basicamente satisfaço à mim, as minhas vontades, sem pensar nos que os outros vão achar, dizer, pensar, comentar.... Esse é um dos segredos da felicidade, pode apostar!

Beijinhos

Mari disse...

Pois é meu querido...este é um tema que não se esgota facilmente.
Todos em algum momento nos sentimos inseguros e perdidos...
Beijos e boa semana!

Anônimo disse...

Oi Flávio,
Tenha uma boa semana...
Beijos e uma flor para você,

Taís disse...

É, na verdade esse é o calcanhar de Aquiles da maioria das pessoas. Todos queremos ser aceitos e gostados realmente, desde que nascemos até o fim.
O problema se dá mesmo quando essa necessidade de aceitação passa a dominar nossas atitudes, em detrimento do que gostariamos ou do que achariamos mais correto.
De resto, um pouquinho de insegurança as vezes é até charmoso. E nos aproxima mais do outro, que não sente que tem que ser perfeito perto da gente.
bjos

Ana SSK disse...

É..como disse "e daí?": texto de analisado.

Amélia disse...

Não vivemos sem a aprovação alheia, este é um fato...

Basta saber se escolhemos bem o público alvo... Esta é a diferença entre os considerados "seguros" e os considerados "inseguros".

Agradar a todos é impossível!!!

Beijos seguros de te amar de montão!!

Ludmilla Cardoso de Oliveira disse...

é verdade, a gente espera aprovação alheia o tempo todo, não ser amado é o fim do mundo, com certeza, eu já tive quando pequena uma fase que eu achava que minha mãe não me amava, e chorava querendo morrer de tanta dor... mas acho que quando vamos crescendo vamos aprendendo a sermos cada vez menos inseguro, mais quem não fica louco quando faz um entrevista de emprego??

Érica Martinez disse...

indico o texto da "Vida Simples" sobre Perfeccionismo!

Paulinha Costa disse...

Tema que pode gerar vários posts hein...além de umas rodadas de conversa e uma passada no analista...para ficar mais divertido!
O quanto vivemos da aprovação alheia é só uma medida do que pode estar por dentro. Uma ponta que dá para se enroscar e ir desfazendo o novelo, não na tensão, mas na brincadeira, como um gatinho.
Há que se ter coragem! E como!
Segurança é sossego, é sair um pouco (que seja) do terror de ser amado e aprovado e aceito e querido e tudo o mais que vem dos outros.
A capacidade de amar sem o apego, que trás consigo o terror daquilo que vem do outro, também ajuda na construção de si mesmo mais forte e autoconfiante.
O problema no fim não é o outro, é o que fazemos de nosso inferno particular.
Adorei o post!
Bjs

Denise disse...

Pode passar o fone do terapeuta rs