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domingo, janeiro 02, 2011

Fragmentos curiosos

Meu amigo Cezar costuma correr no parque do Ibirapuera aqui em São Paulo e comentou comigo hoje cedo que uma das coisas mais divertidas é escutar os fragmentos de conversas durante o trajeto.
Ele e um amigo, com quem costuma correr, estão planejando escrever um livro sobre isso algum dia.
Tentei encontrar um texto que escrevi um dia sobre a difícil vida dos acensoristas, abordando justamente essa questão de ouvir pedaços de conversa.  Como o texto é do tempo em que haviam acensoristas, deve estar gravado em algum floppy de 5 1/4 ...  não achei.
Mas lembrei-me de uma brincadeira que costuma fazer com um amigo meu, naquele tempo.
Escolhiamos os assuntos mais absurdos e entabulávamos diálogos surrealistas durante o curto trajeto de um piso ao outro, de modo a que o ápice da conversa acontecesse quando estávamos saindo do elevador.
-  .... mas justo o Badaró ?
- Pois é ... quem nunca faz acaba se complicando ...
- E como é que ele fez quando o maridão chegou mais cedo ?
- Entrou no quarto da empregada, que estava de folga, vestiu o uniforme e tentou sair de fininho pela cozinha ...
- E ai ?
- Quando estava abrindo a porta, o marido entrou na cozinha ...
- E ele ?
- Com a maior cara de pau, imitando uma voz de mulher, foi logo falando ...
(a porta do elevador abre e a gente desce)
Outra sacanagem que costumávamos aprontar era deixar uma pergunta complicada no ar quando estávamos nos despedindo de alguém que entrava no elevador, justamente quando a porta já estava fechando ...
- Ah ... Betão ... esqueci de perguntar como foi que você conseguiu escapar daquela acusação de pedofilia ... depois você me conta ... tchau ....
Ou ...
- ... até mais, Armando ... e não se esquece de consultar o infectologista ainda hoje que essa virose é contagiosa pacas ....
Há quem diga que esses são gestos de sadismo.
Nós preferíamos pensar que estávamos contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência maior da necessidade de contextualização dos diálogos para interpretação da realidade.

12 comentários:

e daí? disse...

sempre exercitei esse lado voyeur na praia...ja ouvi coisas inacreditaveis...é um bom esporte, rsrsrs

sindro disse...

Oi Adorei o seu blog, passe lá no meu blog de textos, obrigado, beijo.

Ju ♥ disse...

ainda bem q curiosidade não mata... será? rs
essas de elevador são ótimas.

Carla P.S. disse...

Ensino Médio, meu colega vestido de preto vai até o quadro e escreve: "Tudo é uma questão de conceitos". Levei pra vida.

Denise disse...

Sadico!

Insana disse...

Que venha 2011, pois
Será o ano do Sol a iluminar. Grandes e Pequenos Passos.
Será ano Impar unilateral
Será o ano do Coelho multiplicador

Plante a semente da vontade
Regue com o dose desejo
E terá bons frutos para colher..

Um feliz 2011 da Insana

OBS desculpe a ausência nas festas..

Ju disse...

divertidíssimo!!!!
adorei!
:)

Sexo Verbal disse...

Isso deve ser um sofrimento para o curiso! Melhor mesmo é nem ouvir. Hoje em dia, a moda é falar alto ao celular no meio da rua. Você, sem querer, acaba ouvindo cada coisa!

Obrigado por aparecer no Sexo Verbal. Estaremos sempre por aqui.

Abraços

Enfil

Tathiana disse...

Eu chamo de divertido! rs.
Bjs.

Luna Sanchez disse...

Contextualização é o que há! Eu diria que esses são gestos de pura generosidade, até.

:p

Beijos, moço, e feliz ano novo.

ℓυηα

Jaqueline Köhn disse...

hahaha, muito criativo isto!

R.Teixeira disse...

Lembrei do dia que você no elevador cehio da 7 de abril disse algo assim "o nome Edredom vem do Deus Grego do sono"...deve ter gente até hoje propagando isso!