Vou me apropriando aqui e alí das coisas que leio e escuto, confrontando-as com minhas experiências, sentimentos e sensações. Daí vem as idéias para escrever. Por isso não me incomodo quando alguém copia algum texto do Arguta ... Nada aqui é verdadeiramente só meu, ou mesmo real.
Minhas últimas leituras foram textos de Osho e de psicanálise, tratando de estruturas do corpo e da mente.
Gostei da idéia de que nosso corpo busca maneiras de se comunicar com a mente, para informar o que está acontecendo de bom e de ruim. E, particularmente, para se preservar. É como se o corpo tivesse uma espécie de Guardião, permanentemente atento e cuidador.
Já a mente, entre suas diversas estruturas tem uma muito crítica, sempre pronta para nos dizer o que estamos fazendo de errado e exigir que nos portemos de maneira espartana. É uma espécie de Sacerdote interno, que procura nos orientar e disciplinar nossa conduta.
O Guardião e o Sacerdote nos são muito úteis e evitam que nos metamos em muitas encrencas, sociais, físicas ou psicológicas.
Mas também fazem muita confusão, principalmente quando atuam juntos de forma pouco coordenada.
Um exemplo: uma mulher casada tem fortes desejos sexuais por outros homens. O Sacerdote, obviamente, a condena mortalmente. O dilema psíquico afeta o corpo, gerando tensão, ansiedade e outros quetais. O Guardião percebe o que está ocorrendo e promove mudanças no corpo para tentar resolver o problema. A mulher começa a engordar muito, ou fica com problemas na pele, ou desenvolve algum problema vaginal recorrente ... qualquer coisa que a torne menos atraente ou menos inclinada a dar atenção aos seus desejos.
Ou, no caminho contrário, um homem começa a se tornar adicto por exercícios físicos, viciado nas descargas de serotonina liberadas durante suas longas corridas, a tal ponto de começar a desgastar seu organismo, sobrecarregando-o. O Guardião dá o alarme e o Sacerdote tenta apontar seu dedo acusador, mas como a sociedade valoriza o culto ao corpo e correr é apontado como uma excelente atividade física, sua ação tem pouco efeito. Mas o sacerdote insiste e, com o tempo, o homem começa a ter sensações estranhas durante a corrida, até desenvolver uma "agorafobia" (medo de lugares abertos, de multidões, de ambientes externos) que o obriga a parar de correr.
São dois exemplos de falta de equilíbrio nas relações entre o corpo e a mente, decorrentes da nossa pouca disposição ou dedicação a escutar-nos e conhecermo-nos.
Há que se escutar ao Guardião e ao Sacerdote, dando-lhes atenção e ajudando-os a corrigir seus desvios bem intencionados mas destrutivos.
E, com um pouco mais de esforço (aliás, muito esforço para os dias de hoje), conciliar essas estruturas até alcançar uma integração tal que o corpo e a mente já não sejam percebidos de maneira dissociada, mas como parte de você mesmo.
Para isso são necessárias muitas horas de meditação ...
domingo, outubro 24, 2010
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11 comentários:
O corpo é o involucro da parte Divina do ser. Não que seja menor, é a parte concreta do plano divino. A mente estaria, no meu limitado entendimento, dividida em dois planos: um palpável, racional, e o outro invisível, sútil. A harmonia dos dois é condição sine qua nom para uma vida plena. Muito bom o texto.
Esta complexidade me fascina ...
haja meditação...
Muito legal o teu post. Nunca tive paciência com o determinismo da psicanálise, apesar de ter adquirido formação em Bioenergética onde muitas vezes vi esta ponte entre o osho e a psicanálise. E realmente, conciliar estas estruturas para adquirir esa integração não é fácil. Haja trabalho!!!
Adorei tua visita no meu blogue. Lamento pelo teu sogro.
Bjs
...a mente não faz parte do corpo,
e portanto não tem domínio algum
sobre ele.
é por isso que a mente 'viaja'
para onde bem quiser, sonha,
levita, cria situações no
imaginário, e muitas vezes
na hora do vamos ver...
cadê que o corpo responde?
bj de mel, moço!
Imagino quando a mente pensar em sexo e o corpo não responder, em hipótese alguma. A meditação aqui vai, mesmo, ajudar a não dissociar as relações entre o corpo e a mente?! Ou terá que apenas saber lidar com a mente, agora?!
Beijos.
PS: Fiquei feliz por ter gostado... (Além dos sonhos...).
Entre o Guardião e o Sacerdote põe lá uma sacerdotisa...
...Também serve uma guardiã!
:)
Abraço,
António
Pois é... Eu tenho uma dificuldade danada com a tal meditação. nunca consigo fazer.
Acho q meu sacerdote é realmente bem crítico.
Bjs.
Hummmmm...parece que esses dois fizeram as pazes por aqui, entraram em um acordo.
Não vou comemorar ainda porque pode ser apenas uma fase.
=**
ℓυηα
perfeito o exemplo da mulher casada...
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