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quarta-feira, março 16, 2011

O mantra do nome

Mantra, que em sânscrito significa algo como "expansão da mente", é uma vocalização (sílaba, palavra ou grupo de palavras) considerada capaz de estimular a transformação espiritual.
Os mantras são aparentemente originários da tradição Védica (Índia), mas estão espalhados por vários movimentos espirituais, de maneira mais ou menos explícita (orações, por exemplo, funcionam como mantras).
A repetição exaustiva de um mantra tem um efeito hipinótico e altera o estado de consciência, facilitando o encontro com a divindade.
Eu considero que nossos nomes (e apelidos) funcionam como mantras evocativos.
Sua escolha se dá por pessoas que são importantes nas nossas vidas (pais, amigos, líderes espirituais) e refletem (ou mesmo projetam) expectativas que são repetidamente evocadas.
O próprio som tem seu efeito inconsciente.  Flavio, por exemplo, é um som mais suave e fluído que Rodrigo.  O primeiro som sugere o contornar de um obstáculo.  O segundo, a sua fragmentação.
Guilherme é um som reverberante e impositivo.
Nos 3 exemplos utilizei o meu nome e o de meus dois filhos (e talvez esteja um pouco contaminado por conhecer suas personalidades).
Mas realmente acredito que ser "Flavio" e, de algum modo, identificar-me com esse som, tem alguma consequencia sobre a minha personalidade.  Creio que seria uma pessoa diferente caso me chamasse Ariovaldo, Hermógenes, Epaminondas ou Betão.
Também por essa razão tenho sempre a impressão que os apelidos e diminutivos são simplificadores da personalidade, como se mostrassem apenas uma faceta do individuo.
Chamar a pessoa pelo seu nome real me faz sentir que estou vendo-a por inteiro.
Enfim ... cada louco com sua mania.

9 comentários:

Ju ♥ disse...

eu gosto sempre de chamar pelo nome inteiro, uso apelidos em raras ocasiões. só não sei pq faço isso, mas acho q nomes são mais positivos. [seja lá o q isso quer dizer.]

e daí? disse...

tb prefiro nomes grandes, e sim, Guilherme é impositivo, o meu absorveu bastante essa caracteristica! Tb tenho algumas maluquices acerca de nomes...talvez todo mundo tenha...

Luna Sanchez disse...

Conheço uma senhorinha de mais de 80 anos chamada Bibiana e tenho a impressão de que ela ainda é uma criança porque o nome me sugere doçura e fragilidade.

Concordo que Flávio tem algo de leve, assim como Douglas. É esse "L" que faz isso. O contrário acontece com Pedro, que me faz pensar em força.

As gurias aqui da Net me apelidaram de Luneta...o que será que isso quer dizer?

:p

Um beijo.

A. Marcos disse...

Faz algum sentido. Sempre digo que qdo sou advogado sou Antonio Marcos. Quando sou chato sou só Antonio. Quando estou descontraído sou o Marcos, o Marcao...

A.Tapadinhas disse...

Estou totalmente de acordo: o nome tem influência na personalidade da pessoa.

Para o nome das minhas filhas procurei que fossem nas primeiras letras do alfabeto, e um nome curto. Nomes a começar po Z ficam sempre no fim das filas; nomes compridos têm sempre diminutivos.
Esta foi a parte utilitária...

A parte artística (como sempre!), já depende de pessoa para pessoa...
:)
Abraço,
António

Carla P.S. disse...

Carla. Uma arizona louca, emcima de um cavalo descompassado.
Carla, aquela que chega com um soco.

Hehheehhehe

Cada louco com suas manias, e por que não compartilha-las né!
Um café.

Batom e poesias disse...

Ross...ana...
Você sempre me dando idéias.

Hemógenes até combina, vá...
Intelectual...kkk

beijos

Jaqueline Köhn disse...

Eu já gosto que me chamem "Jaque", acho bem feminino e forte ao mesmo tempo...

Um ótimo finds pra vc!

Unknown disse...

Na verdade existe dois motivos que me fazem usar de apelidos, a princípio, acho-os bem mais carinhosos e sou multifacetada, gosto de ser forte, doce, ácida e tbm flexível..durona, porque não...?
Portanto meu avózinho que já faleceu mais de 45 anos me chamava de Leninha e eu me sentia amada....meus pais tbm, porem quando me chamam de meu nome real: Marlene..eu me sinto de certa forma desconectada com a pessoa cujo momento me chama assim.