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quinta-feira, março 03, 2011

Processos de decisão

Ando estudando sobre os processos mentais de decisão.
O assunto é vasto e interessantíssimo, pelo menos para os que tem curiosidade sobre o funcionamento da mente humana.
Se fossemos puramente racionais, as decisões seriam tomadas de acordo com nossa percepção da probabilidade de sucesso e da esperança matemática de ganho.
Mas emoções, experiências anteriores, vivências análogas e algumas características específicas do funcionamento mental individual interferem de forma determinística na avaliação.
Pessoas com personalidade "jogadora" são muito mais motivada pelo tamanho do prêmio do que pela probabilidade de ganhar (que costumam desconsiderar ).
Pessoas com grande aversão a perdas e necessidade de segurança, por outro lado, pautam suas decisões pelo pior cenário, também desconsiderando as probabilidades.
Imagine um jogo onde você tenha 99% de chance de ganhar um milhão e 1% de chance de perder tudo que tem e ir para cadeia.  Pessoas do segundo grupo nunca aceitariam participar.  Em contrapartida, várias pessoas empenham suas vidas em cassinos.
Uma mãe desesperada enfrentaria um urso feroz para defender seu filho, mesmo estando certa de que irá morrer lutando e não será capaz de salvá-lo.
No dia a dia tomamos milhares de decisões estúpidas como brigar no trânsito ou comer coisas que nos fazem mal guiados por impulsos nada racionais.
Mas também somos capazes de tomar decisões complicadíssimas com razoável sucesso. Atravessar uma rua, evitar uma zona perigosa, entregar-se à pessoa amada, mudar de casa ou de emprego, comprar um automóvel, escolher uma carreira ...
Somos, em geral, bastante eficientes em nossas decisões cotidianas, embora os insucessos chamem muito mais atenção do que os sucessos.
Estou estudando esse assunto por razões profissionais.
Mas dedicar algum tempo pessoal para conhecer melhor nossos processos de decisão pode ser bastante útil.  No mínimo, irá diminuir a chance de fazer bobagens ...

11 comentários:

Rose de Almeida disse...

Interessante reflexão, embora calcada nos extremos. Decisões fazem parte da nossa vida, desde a hora de levantar por qual lado da cama, até se vamos tomar café puro ou com leite. Escolhas, sempre elas. O dia todo, a vida toda. Creio que o nível do nosso estado de consciência determina termos mais acertos (menos coisas para se arrepender) do que erros.
Entretanto, ainda acho que mesmo que não saibamos qual a decisão tomar, o que não devemos é ficar parado, vendo a banda passar!

Nanda Assis disse...

cuidado p n entrar em curto-circuito, assunto complicado esse. sei nem comentar kkk. pelo menos sou morena.

bjos...

Amélia disse...

Todo o bom processo de decisão, pressupõe um bom processo de julgamento e é aí que a dificuldade aumenta...
Beijos

e daí? disse...

assunto complicado... conhecer esses processos aumenta as chances de sucesso, diminui a chance de fazer bobagens, deixa tudo tão racional, tira a espontaneidade? É, mas tem situações q arriscar, deixar a escolha ser instintiva é tão bom...

A. Marcos disse...

Flávio, eu tenho a impressão de que o ser humano toma decisões motivado, essencialmente, por instinto como qualquer outro animal.

A "inteligência" ou "racionalidade" me parece mera habilidade instrumental da qual a natureza nos dotou.

Carla P.S. disse...

Brilhante, adorei!
E acho que tenho um pouco da personalidade "Jogadora", mesmo odiando quando fazem isso comigo (dai me lembro da conquista).
Um café! Boa leitura.

Udi disse...

Sou impulsiva, isso faz com que não tome decisões, quando vejo, o impulso decidiu. Em algumas vezes o impulso acerta, em outras erra e em algumas outras me assusta muito!

Curiosa da Vida disse...

tudo que vem do Humano é facinante ...
bjo pra ti ...

Udi disse...

Coincidentemente, dia desses Tuca me falava como é difícil prá ele tomar decisões (ele acha que sempre decide errado). Disse ainda que ele se considera um "fazedor" e que prefere que alguém decida o que ele deve fazer.
Indiquei a ele este texto e ele manda o seguinte recado:
a palavra "decisão" inclui a palavra "cisão" e que, portanto, toda decisão acarreta numa ruptura.

Ju ♥ disse...

se desse pra desistir da emoção no processo de decisão... mas ela fica ali, só esperando pra dar o bote.

Anônimo disse...

qual a fonte? isso muito me interessa.

eu sempre me arrisquei mais pelo impulso e óbvio que essa não é a melhor opção. sempre tive insucessos. mas, aprendi há analisar racionalmente!

bjs meus