Páginas

sábado, março 24, 2007

Mochileiro

Nos confins da galáxia descansa um pequeno e despretencioso sol amarelo. Orbitando-o, a uma distância de aproximadamente 50 milhões de quilômetros, está um insignificante e pequenino planeta azul-verde, cujas forma de vida descendente do macaco é tão espantosamente primitiva que ainda pensa que relógios digitais são uma boa idéia.
Esse planeta tinha um problema. A maioria das pessoas que vivem nele era infeliz a maior parte do tempo. Muitas soluções foram sugeridas, mas a maioria delas estava relacionada com o movimento de pequenas folhas de papel verde, o que é péssimo porque infelizes são as pessoas e não os papeis verdes.
E assim o problema permaneceu: a maioria das pessoas seguiu miserável, mesmo os que tinham relógios digitais.
Boa parte das pessoas começava a acreditar que haviam feito um grande erro quando decidiram descer das árvores em primeiro lugar. Alguns eram mais radicais, e afirmavam que mesmo a mudança para as árvores havia sido um mau movimento, e que não deviam ter deixado o oceano.
E então, numa quinta-feira, uma garota solitária sentada em um pequeno Café em Rickmansworth percebeu, subitamente, o que havia estado errado todo esse tempo e o que deveria ser feito para que o mundo se transformasse, finalmente, em um lugar bom e feliz. Desta vez, tudo estava certo e iria funcionar.
Tristemente, entretanto, antes que pudesse alcançar um telefone e contar isso para alguém, uma terrível e estúpida catástrofe aconteceu e a idéia se perdeu para sempre.
Essa não é a história dela ...

(tradução livre da introdução do The Hitchhiker’s Guide to de Galaxy” – Guia do Mochileiro das Galáxias. – estou lendo em inglês por recomendação do Rodrigo)

6 comentários:

Anônimo disse...

Acho que vou ler também... Parece interessantíssimo!!!

Anne M. Moor disse...

A bondade e a felicidade não são características do mundo... Brotam (ou não) das almas das pessoas...

Ernesto Dias Jr. disse...

Leiam toda a série. O Mochileiro e seus sequências. É deliciosa.
E relógios digitais são, realmente, uma idéia de merda (perdão moças). É uma antiga polêmica entre engenheiros, essa (menciono porque engenheiros, como anjos, andam em moda aqui nos blogs). A elegância e naturalidade do analógico (não só em relógios) tem um apelo irresistivel. Quelquer hora escrevo sobre isso...

Amanda Magalhães Rodrigues Arthur disse...

Sobre o livro...
Parace super interessante!
Sobre os relógios...
Na minha opinião os relógios automáticos, que não precisam de pilha e "se carregam" ao movimento do indíviduo são um primor de engenhosidade. O resto é coisa de vendedor de bateria. (Estou radical hoje!)

Udi disse...

Ao ler o título, lembrei da história que você menciona (não li), mas aí (o desejo fala mais forte) comecei a pensar que fosse o 1º capítulo da próxima história...

Flavio Ferrari disse...

Bem .. poderíamos escrever sobre a blogsfera ...
Eu também prefiro relógio analógico, mas não sabia que existia um movimento mega-galático contra o digital ...