quarta-feira, dezembro 31, 2008
Hora da promessa ...
domingo, dezembro 28, 2008
Hybris (ou Hubris)
Como a essa altura do campeonato é raro escutar uma palavra ou um conceito sobre o qual não tenha absolutamente nenhuma informação (e esse foi o caso), resolvi pesquisar.
Descobri que Hybris (ou Hubris) é uma palavra de origem grega.
Significa, primariamente, o arrebatamento por sentimentos que passam da medida, em particular o orgulho, a insolênica e a violência. É expressado pelo tratamento arrogante e pela humilhação, que fatalmente resultam em retribuição e, consequentemente, em tragédia (tão ao gosto do antigo teatro grego).
Os gregos antigos consideravam Hybris um crime, e o maior dos pecados.
Independentemente de qualquer juizo de valor, a verdade é que Hybris é uma constante nas relações masculinas, particularmente quando a inveja está presente.
É, realmente, muito dificil para um homem não reagir a esse tipo de manifestação, mesmo sabendo que a humilhação (ou tentativa de) é alimentada pela inveja.
O impulso para revidar é visceral e potencialmente destrutivo.
E, mesmo quando controlado, deixa marcas profundas.
Talvez seja o aspecto mais crítico da psique masculina.
Valeu a pena pesquisar.
Veio em boa hora para ajudar em um momento de introspecção.
sexta-feira, dezembro 26, 2008
Para garantir um 2009 melhor ...
"Sorte de hoje: A pessoa que lê sua sorte foi demitida. Enquanto não contratamos outra, visite o álbum de um amigo"
Bom sinal .....
Adivinhações
O site é http://www.akinator.com/ . Vale a pena conferir essa "mágica" da informação.
terça-feira, dezembro 23, 2008
Feliz Natal
Se estivesse mais rabujento nessa manhã, faria uma postagem criticando o disvirtuamento do Natal. Ou talvez uma outra, falando sobre como a igreja Católica se apropriou das festas pagãs.
Mas acontece que, apesar de esgotado e insone (êta final de ano difícil), não estou rabujento.
Talvez porque, apesar de tudo, a vida tenha sido generosa comigo nesse ano que termina. Tenho muito mais rezões para comemorar do que para reclamar.
Então vou, simplesmente, desejar a vocês um feliz dia de Natal.
E também, que sejam felizes todos os dias depois dele, porque um dia só de felicidade é bom, mas é pouco. Vocês merecem mais.
domingo, dezembro 21, 2008
O ciclo reverso da vida
Melhor seria nascer velho e doente para, desde cedo, conhecer o valor da saúde e a importância de cuidar-se.
Ai, ir rejuvenescendo aos poucos, recuperando a saúde e aproveitando a aposentadoria para observar o mundo.
Depois, trabalhar bastante, realizar grandes coisas e viver amores maduros.
E ir desaprendendo todas as regras e impossibilidades até chegar à adolescência, no furor dos hormônios e na melhor das disposições.
Curtir adoidado os anos dourados e descançar nos braços da mamãe, agarrado no cobertor predileto e de chupeta na boca.
Até voltar para o conforto infinito do útero materno e desaparecer num orgasmo.
(imagem: http://www.dzoo.uevora.pt)
sexta-feira, dezembro 19, 2008
PUBIS
quarta-feira, dezembro 17, 2008
domingo, dezembro 14, 2008
E o velho Ferrari vai cada vez melhor
E eu tenho mais um motivo para ser grato ...
sexta-feira, dezembro 12, 2008
Seikatsu Do
quarta-feira, dezembro 10, 2008
ZEN
Tudo tão rápido, tão intenso, tão estúpido e sem sentido.
Bilhões de pessoas ocupando a maior parte do seu tempo em atividades cujo principal objetivo é sustentar a própria existência.
E, claro, vivendo um pouco quando sobra tempo.
Quando fcam velhas, recebem o direito de aproveitar seu tempo, mas geralmente não tem saúde para tanto.
Mas há quem consiga superar tudo isso, aproveitar os intervalos e viver muito bem, a maior parte do tempo.
Sem fingir, sem mentir para si, sem subterfúgios.
Apenas vivendo, sem maiores complicações.
Zen.
domingo, dezembro 07, 2008
Imaginando o futuro
Até agora, esse "pepino" estava nas mãos (especializadas) do Ernesto. Mas como seu personagem veio parar no quarto da "minha" Cristine, tive que me virar.
Imagine-se, você, voltando 400 anos no passado. Você irá usar expressões diferentes para designar coisas equivalentes do passado. Vai falar, com naturalidade, de coisas que não existem. E logo vai estar procurando palavras para conversar com aquela gente "primitiva", como se fossem crianças.
"Subdressing" foi um exemplo dessa situação. Imaginei que, no futuro (400 anos à frente), seguiremos utilizando algum tipo de roupa íntima, mas certamente palavras como "calcinha" e, principalmente, "cueca", serão substitídas por outras. Provavelmente, não será subdressing. Mas escolhi uma palavra que, embora diferente da atual (cueca), pudesse ser compreendida. Imaginei, também, que não fará mais sentido lavar roupas íntimas. Calcinhas e cuecas serão vistas como as fraldas de pano hoje em dia. Quem tiver dinheiro para isso, usará descartável (as "tech", que mencionei no texto).
As escolas serão certamente diferentes. O modelo de ensino atual está mais do que esgotado, e os jovens de hoje não tem a menor motivação para assistir aulas aborrecidas sobre temas desinteressantes. Tive que imaginar um novo modelo de escola, as "Servant", que são unidades dinâmicas de aprendizagem. Nas "Servant" os alunos não são distribuidos por idades e nem precisam "passar de ano". Não existem professores, mas sim, orientadores. Alunos escolhem assuntos de seu interesse, aprendem com a experiência e com referências do "Speicher" (sotão, em alemão), uma espécie de biblioteca virtual com tutor holográfico, e compartilham seu conhecimento com os colegas. E, o que é mais interessante, nunca saem realmente da escola (se é que podemos chamar assim).
Ou seja, embora esses e outros detalhes não estejam descritos no texto do "Butadieno", não é possível construir um personagem convincente sem imaginar seu contexto sócio-cultural.
Para vocês verem o trabalho que o Ernesto está tendo com o seu "núcleo" nessa minissérie....
sábado, dezembro 06, 2008
Dando o troco (pensamento da noite)
A primeira reação é a defesa.
A segunda, é pensar em dar "o troco" ou, se for uma pessoa "do bem", esperar que a vida faça isso.
Olhar para si, entender o porquê, aproveitar a oportunidade ... coisa rara.
sexta-feira, dezembro 05, 2008
O Rastro do Butadieno (10)
Capítulo 1 - A visita
Capítulo 2 - Sonhos e Safiras
Capítulo 3 - Um nome de mulher
Capítulo 4 - Perturbações Próximas
Capitulo 5 - A ponta do véu
Capítulo 6 - Segredos e Surpresas
Capítulo 7 - Lantejoulas
Capítulo 8 - Libido e Lascívia
Capítulo 9 - Ponto de não retorno
Ménage et Mémoire
Gusmão, nu, tentava controlar a descarga de adrenalina. O parco verniz civilizatório não parecia ser capaz de conter a reação instintiva do macho diante do território invadido.
Cristine, momentaneamente esquecida de seu parceiro, contemplava o fantasma encarnado, embevecida.
O ciúme do irmão de Giordi decrescia rapidamente, acompanhando o pênis de Gusmão, e era substituído por um turbilhão de pensamentos incongruentes.
A euforia pela súbita consciência de que Cristine, a sua Cristine, estava ali, nua, ao alcance de suas mãos. O terror de constatar que alguma coisa de muito errada havia acontecido com a Vizio e a intuição de que suas chances de voltar ao seu tempo seriam remotas. A deslocada preocupação com autorização do pagamento da mensalidade do seu novo sintetizador de alimentos. O desejo de haver vestido sua subdressing de linho ao invés da tech descartável habitual. A sensação de alarme pela presença do primitivo e raivoso Gusmão.
A situação não poderia ser mais surrealista.
- Cristine ....... – Nobrú, o irmão gêmeo de Giordi, supirou, aproximando-se e tocando suavemente o seio esquerdo da mulher dos seus sonhos.
Cristine tomou a mão de Nobrú e apertou-a contra seu seio, sorrindo.
- Você é real ........
- Que merda é essa ? – vociferou Gusmão. Se ia rolar um ménage, alguém podia ter me avisado antes, porra ! Quem é esse cara ?
Nobrú recuou um passo, distanciando-se de Gusmão, que havia se aproximado dos dois.
- Gusmão ... esse é ..... – começou Cristine.
- Nobrú, é meu nome. Nobrú Tesla. E vai ser muito difícil explicar o que estou fazendo aqui, Gusmão.
- Tesla ??? Você é parente do Bruno ? Nobrú ... Bruno ... Puta brincadeira de mal gosto !
Gusmão voltou-se para Cristine.
- Grande atriz ! Bela piada você, o Bruno e a Denise armaram.... Cadê os dois ? – olhou em volta procurando seu assistente e a fogosa namorada.
Cristine não havia prestado a menor atenção às palavras de Gusmão. Nobrú era tudo que interessava.
- Bruno Tesla ? Em que ano estamos ? Por volta de 2000, não ? – Nobrú parecia verdadeiramente supreendido.
- Deixa de palhaçada.
- Você não entende .... um antepassado meu, com esse nome, viveu nessa época. Meu nome é uma recomposição do dele. Foi a solução que encontraram para a falta de nomes em função da superpopulação do planeta. Toda família tem o direito de reaproveitar os nomes de seus antepassados.
Gusmão deu uma última olhada para Cristine e Nobrú, sacudiu a cabeça e começou a recolher suas roupas do chão, resmungando.
- É nisso que dá abaixar a guarda .... Mulher é foda ... não dá para confiar nunca. Amiga do Bruno, então .... imbecil ....
- Quem é você ? – Cristine perguntou, ainda hipinotizada.
Nobrú deixou Gusmão de lado por um momento e sentou-se na cama, ao lado de Cristine.
- Eu vim do futuro, Cristine. Futuro, para sua referência temporal. Na verdade, você está no passado, segundo a minha referência. Isso não deveria ser possível.
- Como assim ? – a magia dava lugar à curiosidade científica.
- Há aproximadamente 30 anos, no meu tempo, ou uns 400 anos a frente do seu do seu, um grupo de jovens estudantes do Servant encontrou as anotações de cientistas do século XXI sobre transporte de matéria, baseada em conceitos arcaicos de física e química quântica. As anotações descreviam uma máquina que havia sido batizada de Glúon Projecta, que seria capaz de projetar a matéria á distância através de uma onda portadora equivalente em espectro a um gás muito utilizado na época, chamado Butadieno.
Gusmão, com a camisa desabotoada e a calça semi-enfiada em uma das pernas olhava para o intruso boquiaberto. Glúon Projecta era o nome que havia imaginado dar para sua máquina, se um dia fosse capaz de construí-la.
Nobrú prosseguiu.
- Os estudantes decidiram, por pura diversão, retomar o projeto substituindo os conceitos quânticos antigos por colorários da anarcospínica. O resultado foi supreendente. Construíram uma projetor dimensional, uma máquina capaz de projetar a matéria para qualquer lugar no espaço e no tempo, não em sua totalidade, mas o que poderíamos chamar de sua essência, sua forma.
A mão de Nobrú havia descido para a coxa de Cristine, que ele alisava suavemente enquanto falava.
- Alguns anos depois, um dos jovens decidiu testar a máquina pessoalmente, e descobriu que a máquina também projetava a consciência o que, diga-se de passagem, colocou por terra o conceito de alma imaterial e complicou bastante a vida das antigas religiões, mas isso é outra história.
Nobrú distraiu-se momentaneamente com os pelos de Cristine.
- Bem .. para encurtar, hoje em dia todo mundo tem uma Vizio em sua casa e pode projetar sua consciência no espaço e no tempo, assistindo ao vivo eventos distantes geográfica ou temporalmente. Quanto mais potente a máquina, maiores as possibilidades de deslocamento.
- E você... ? - balbuciou Cristine, prendendo a mão de Nobrú entre as pernas.
- Eu estava assistindo você ....quer dizer, deveria estar assistindo ... mas por alguma razão, materializei-me aqui.
- Puta-que-pariu !!!!! – Gusmão gritou, levando as mãos para o alto. Puta que pariu ....
quarta-feira, dezembro 03, 2008
Para posteridade
segunda-feira, dezembro 01, 2008
Ela
Sem exigir, sem pedir
Num sempre sorrir
Derramando carinho
Pelos olhos
Pela boca
Pelas mãos
Despida sob o vestido
Nua em sua afeição
Ela
Sempre
No meu coração
sexta-feira, novembro 28, 2008
Origem das palavras
Comentário que virou post, aproveitando a pergunta da Érica.
Taba é um conjunto de Ocas (cabaninhas). O equivalente ao real state no mundo indígena.
A preocupação com o crescimento exagerado da aldeia era comum entre os povos primitivos.
Cabia ao Pajé limitar o número de Ocas a serem construídas, para o bem comum.
Quando a Taba chegava ao tamanho máximo permitido, na opinião do Pajé, ele afirmava:
- Já Tabão ! - informando que a Taba já estaria grande o suficiente.
quinta-feira, novembro 27, 2008
Liberté, égalité, fraternité
Entre outras coisas, foi interessante escutar as opiniões do conceituado economista sobre a atual crise econômica e sua visão sobre a relação economia-ecologia nesse novo contexto mundial.
Três horas de palestra não cabem numa postagem.
Decidi, então, partilhar um insight interessante sobre o famoso "bordão" francês, atribuido ao período da revolução.
Liberdade e Igualdade, de fato, foram palavras de ordem da Revolução Francesa. Fraternidade, entretanto, segundo alguns historiadores, completou o bordão tripartite mais tarde, no século seguinte.
É interessante avaliar como esses três conceitos estão presentes no cenário sócio-econômico do mundo ocidental, e particularmente nesse momento de crise.
A Liberdade (auto-regulação dos mercados) foi a origem da crise.
A Igualdade pode ser observada de dois ângulos. Pelo lado globalizado da economia, a crise atinge a todos. Pelo lado social, a crise coloca a prova o ideal social-democrata da inclusão social. Ficou claro que o "bolo" que estávamos esperando crescer para distribuir para todos, murchou. Fermento demais, poderia apontar qualquer boa doceira. O que significa que os excluidos seguirão excluidos e os artificialmente incluídos no passado recente serão reconduzidos à sua situação original de excluídos.
Mas o aspecto mais bacana é o da Fraternidade, não no sentido emocional, religioso ou espiritual, mas no sentido prático.
De um momento para o outro, os governos perceberam que a saida para a crise era sua adminstração coletiva e a preocupação com o outro, em função da total interdependência.
Claro que sempre existirão aqueles que tentarão trilhar o caminho oposto, representado pelo protecionismo (vide recentes declarações do governo da Argentina, como exemplo).
Mas fato é que nunca o mundo viu tantos governos de mãos dadas.
É um grande teste para o modelo social-democrata e certamente resultará em alguns ajustes, principalmente no que se refere ao quesito Liberdade (especialmente na economia).
Creio que vamos soberviver.
Já a questão ambiental, merece uma postagem a parte.
sexta-feira, novembro 21, 2008
Maioria Excluida - roteiro para um curta
Desempregado, no momento. Mas estou esperando a resposta de umas entrevistas aí ...
(corte)
É que eu tive que largar a faculdade porque estava sem grana para pagar, e o pessoal não está contratando quem não está na faculdade.
(corte)
Bolsa para faculdade ? Tentei sim ... mas não deu.
Não sou pobre o suficiente, nem negro, e nem gênio....
Sou um cara comum, como a maioria das pessoas.
(corte)
Outro dia quase consegui um emprego, mas a empresa precisava cumprir a cota de portadores de deficiência física e contratou um sujeito que tinha um problema no braço.
(corte)
Eu não tenho problema nenhum. ... tirando a falta de emprego.
E não é que eu não me esforce... mas estou sem grana para condução e não dá para fazer mais do que uma entrevista por dia.
(corte)
Um dia vou ficar velho e não vou precisar pagar o ônibus. Mas não tenho pressa não ....
Essa história de não pegar fila no banco e no supermercado é legal.
Se bem que não tenho conta no banco e nem está dando para ir ao mercado ...
(corte)
Quando minha namorada pensou que estava grávida eu disse para ela ver o lado bom da coisa.
Grávida é minoria e tem privilégios.
E quando eu tive que engessar a perna ?
Tinha um amigo meu que sempre me levava para o shopping, para poder parar na vaga especial.
Eu me sentia incluído, sabe, importante.
(corte)
Para alguém se importar, a gente tem que ser diferente. Muito rico, muito pobre, muito bonito, muito feio ... bem .. muito feio acho que não. As pessoas não costumam tratar bem quem é muito feio.
Não entendo bem qual é a lógica.
(corte)
È como essa coisa das cotas para negros. Eu sei que teve essa história de escravidão. Foi maus mesmo.
Minha tataravó era negra, filha de escravos. Mas juntou com um português, a coisa foi clareando e aqui estou eu. Mestiço, como a maioria. Em sem nenhuma vantagem.
(corte)
Acho que o negócio é assim ... já que não dá para fazer as coisas direito para todo mundo, o pessoal vai fazendo um pouco por vez., pegando as minorias.
Melhor que nada, né ?
E, depois, se eu vou sobrando, um dia fico numa minoria.
(corte)
O negócio é ter fé em Deus e ir tocando ... como a maioria.
quinta-feira, novembro 20, 2008
Enxergando (inspirado pela postagem da Anne lá no Life Living)
terça-feira, novembro 18, 2008
Aviso aos navegantes
Aguardem.
Ou não...
segunda-feira, novembro 17, 2008
Planejamento
As empresas internacionais que estão se dando mal na Europa ou nos Estados Unidos vão mandar cortar custos e investimentos no Brasil e em outros países tão pouco importantes quanto (do ponto de vista de faturamento), onde a situação ainda está sob razoável controle, sem saber bem porque.
Ai as empresas locais, que ainda não sentiram a crise, observarão o que as gigantes do seu ramo estão fazendo e, como sempre, vão imitar.
E as medidas preventivas contra a crise vão, justamente, causar a crise.
No final, a profecia se auto-realiza e todo mundo fica feliz por haver se preparado para o desastre que não teria acontecido sem ninguém tivesse se preparado para ela.
Grande oportunidade para alguns poucos "corajosos" que já aprenderam a fazer seu destino.
Para começar a semana...
Allen referenciou-se no cinema europeu e conseguiu contribuir com sua argúcia para explicitar algumas interessantes facetas das relações amorosas (tema predileto de ingleses e franceses).
Não conseguiu evitar o sarcasmo habitual, sempre dirigido aos pronunciamentos algo pedantes das tribos mais intelectualizadas, mas só o suficiente para deixar sua marca registrada.
O filme inspira pensamentos interessantes sobre a simplicidade e a franqueza, a complexidade e a incerteza, o momento e o futuro, todos aspectos presentes nos relacionamentos afetivos. Não é uma comédia, não é um drama. Tampouco diria que é um filme romântico. É um filme terrivelmente simples, que faz pensar e, com sorte, pode provocar algum insight útil.
Já fazia tempo que não via um filme tão bom no cinema.
Alias, assistimos na nova sala VIP do Shopping Cidade Jardim. Caríssima, mas com uma poltrona muito melhor do que o sofa da minha sala (reclinável e com apoio para os pés) e serviço de bar. O Shopping em sí também é bastante simpático.
Vale a pena visitar uma vez na vida.
sexta-feira, novembro 14, 2008
Arte e fato
terça-feira, novembro 11, 2008
Acabou
Aqui no aeroporto, esperando o embarque, decido postar.
Pego o notebook e dou-me conta de que esta sem bateria, e o cabo de conexao ficou no hotel.
Literalmente acabado, resta-me o bom e velho BlackBerry....
By any chance
Traduzindo ao pé da letra, o sujeito me perguntou se a probabilidade de estar hospedado no hotel era diferente de zero.
Cada lingua tem suas particuaridades.
quarta-feira, novembro 05, 2008
"Change has come to America"
terça-feira, novembro 04, 2008
Sobre as Ninfas
Ninfas são divindades femininas secundárias da mitologia grega.
A palavra, de radical grego, significa "coberta com um véu" (ou noiva, por extensão).
As Musas e Fadas, das quais tanto falamos por aqui, são casos especiais de Ninfas.
Sou fã ardoroso da mitologia grega (embora não seja um grande estudioso).
Encanta-me o politeísmo e o conceito de pagar tributos a cada um dos deuses que representam os aspectos essenciais da vida humana.
Como também me seduz a representação dos papeis fundamentais da mulher pelas Ninfas, e sua associação com Géia (a mãe Terra), húmida e fecunda, inesgotável fonte de energia criativa.
As Ninfas não são imortais, mas vivem muito (cerca de 10.000 anos, dizem) e se mantém eternamente jovens e renovadas, profetizando, nutrindo, curando e inspirando.
Algumas das Ninfas da antiga Grécia ainda estão por aí. Mas não é fácil encontrá-las.
Como os tempos são outros, jazem adormecidas no corpo de uma mulher.
Há que descobrir-las e estimular seu despertar.
Requer fé, observação, coragem e dedicação.
E vale cada minuto investido.
sábado, novembro 01, 2008
Quimeras
Bicho lendário, cuja versão mais difundida se assemelha a um leão com uma cabeça adicional de cabra e o rabo em forma de serpente, a Quimera de tão fantástica e improvável, virou sinônimo de mentira fantasiosa.
Curiosamente, estava conversando agora pouco com a Udi enquanto esperávamos o início de mais um show da Kiwi Dillema, justamente sobre a mentira.
E a mentira se assemelha à Quimera, não apenas pelo fantasioso, mas por suas características.
Toda mentira tem cabeça de Leão, incontestável como o Rei da selva, e cauda de serpente, insidiosa, traiçoeira (simbolicamente falando, é claro).
E carrega nas costas um espírito de Cabra, assustada e fugidia quando ameaçada.
Tenho dificuldades para mentir e para lidar com a mentira e não me orgulho disso. Apenas constato e, as vezes, preferia que assim não fosse. Mas, tenho.
O que tentei explicar para Udi hoje foi que pessoas com essa dificuldade, quando descobrem que alguém amado mentiu para esconder algo que poderia magoá-las, se sentem muito mais atingidas pela mentira do que pelo fato em sí.
Reconheço que é difícil conviver com quem tem esse perfil. Exige coragem e não deixa muitas alternativas além da honestidade.
E aí você duvida que eu nunca tenha mentido.
E tem razão. Já menti e seguirei mentindo, para mim e para os outros. Acho que é inevitável. Muitas vezes, até confortável. Principalmente as pequenas e educadas mentiras sociais.
É suficiente não mentir sobre coisas importantes e sobre coisas tolas que se tornarão importantes em função da mentira.
E é necessário não mentir quando alguém lhe pede para dizer a verdade, porque isso transforma em mentira todas as verdades.
E é importante ser capaz de superar a mentira, quando vale a pena, e reconhecer que dizer a verdade nem sempre é fácil.
Não se vence a Quimera segurando-a pela cauda de serpente, ou enfrentando sua cabeça de leão.
Há que se cortar a cabeça de cabra.
E por último, é importante reconhecer que a verdade não existe.
O que existe é a honestidade.
sexta-feira, outubro 31, 2008
quarta-feira, outubro 29, 2008
Sustentabilidade em Istanbul
terça-feira, outubro 28, 2008
A mão que balança o berço
sexta-feira, outubro 24, 2008
Você se orgulha de quê ?
Passear pelas ruas de Istambul, sem um guia turístico, perdendo-me pelas vielas atopetadas de homens que havam recém deixado as Mesquitas, me fez pensar num traço específico da diferença de cultura.
Imagine-se num dia em que você se sente orgulhoso por suas realizações.
Você encontra os amigos no bar ou sua família em casa e o que é que você vai contar ?
Ou seja, qual é a atitude, comportamento ou conquista que te deixa orgulhoso ?
Vender por $50 algo que lhe custou $5 ?
Enganar um turista adulterando um taximetro ou trocando com agilidade (fruto de muito treino) a nota que ele lhe deu ?
Arrastar sua mulher pela rua, aos safanões e gritando, enquanto ela chora copiosamente, deixando claro para todo mundo quem é o homem da casa ?
Quais são os talentos que você valoriza, que você respeita ?
Pois é ... os valores mudam, de cultura para cultura.
quarta-feira, outubro 22, 2008
Curiosidades da Turquia
Nessa simpática ponte sobre o Estreito de Bósforo, em Istambul, registrei uma curiosa ocorrência.
Na parte de baixo da ponte, um oportuno restaurante à beira d'água.
No topo, dezenas de turcos munidos de enormes vara de pesca, aguardando a sorte lhes favorecer.
Como o restaurante ainda estava vazio, não pude descobrir se pretendiam pescar os peixes já preparados ou "in natura".
segunda-feira, outubro 20, 2008
domingo, outubro 19, 2008
Visitando Londres
Estamos aqui, Rodrigo e eu, passando um final de semana no velho mundo.
Ele pela primeira vez.
E como a genética é hereditária, teve a mesma sensação de “pertencimento” (belonging) que eu. A gente se sente meio “em casa” em Londres.
Talvez seja pelas as semelhanças com São Paulo.
Nas ruas, por exemplo, pouquíssimos nativos londrinos. Várias tribos falando predominantemente inglês com sotaques diversos. Condescendência cosmopolita: ninguém parece se escandalizar com facilidade. São Paulo, mantidas as devidas proporções, é muito parecido. Manés, gaúchos e soteropolitanos misturam-se aos poucos paulistanos natos em busca da felicidade, na cama, na praia, na rede ou no dorso de um cavalo, sem preconceitos.
Em Londres, atravessar a rua é uma aventura. Os carros surgem sempre pelo lado que você menos espera e parece não haver ninguém na direção. Igualzinho a Sampa, e olha que nem precisamos mudar o volante de lado.
Outro ponto comum de ambas as cidades: os jovens em busca do desenvolvimento pessoal.
Na foto que ilustra a postagem, tirada sub-repticiamente no metrô, a loira aproveita o tempo para instruir-se com o livro “The Female Brain”.
Na Inglaterra também temos um Corinthians, que igualmente não joga na primeira divisão.
Mas também notamos algumas diferenças marcantes.
Aqui o povo é mais educado e até os mendigos falam inglês.
Aparentemente, o consumo de cerveja é bem maior. Prova disso é que a garrafa de água que comprei explicava o que era o líquido: “100% clear spring water – helps you to stay mentally and physically hydrated all day”. Outra garrafa, no quarto do hotel, chama a atenção para o sabor: “incomparable in taste”.
E as mulheres tingem os cabelos com cores incontestavelmente artificiais, com mechas azuis e rosas. Honestíssimo.
Amanhã vamos visitar o Big Ben, o equivalente londrino do relógio do Itaú da Avenida Paulista.
quinta-feira, outubro 16, 2008
Seleção Brasileira
Alias, não é só essa máxima que a seleção anda desafiando.
Futebol é uma caixinha de surpresas, mas a seleção não surpreende.
O gol é o objetivo maior do futebol, mas a seleção não sabe onde fica.
É fácil entender porque a seleção brasileira, desde há muito, não nos empolga.
Futebol é um jogo de equipe, e como nossos jogadores só se encontram de vez em quando, não há como esperar entrosamento.
E a forte influência européia no futebel desrecomenda jogadas individuais.
Não temos equipe e não podemos contar com os talentos individuais.
O que sobra ? Isso que a gente está vendo: nada.
A seleção de 70 tinha ambas as coisas. Era uma equipe entrosada com talento de sobra. E como gostavam de marcar gols !
A de 82, com Sócrates, Zico Falcão era individualmente brilhante e tinha liberdade para criar.
Foi tão empolgante quanto a de 70, mas menos eficiente contra a nova escola européia.
E marcou o fim do futebol brasileiro.
Ganhamos outros títulos depois disso. Mas sem empolgação, jogando como europeus.
As seleções dos últimos anos alternam os estilos de Fitipaldi e Rubinho da Fórmula 1.
O máximo que se pode esperar é que sejam eficiente e ganhem em cima dos erros dos outros (como o Fitipaldi). Mas, na maioria das vezes, jogam com a garra, a determinação e a ousadia do Rubinho.
Eu gostava mesmo era do Senna e do Piquet.
ps - essa postagem vai deliberadamente sem imagem
terça-feira, outubro 14, 2008
Passou no Frenológico ?
Muito em moda no século XIX, essa "ciência" foi completamente abandonada na segunda metade do século XX.
sábado, outubro 11, 2008
O prazer de tentar
me faz bem
Nem tudo que me faz bem
bem faço
Mas sigo tentanto
e do desejo
não me desfaço
sexta-feira, outubro 10, 2008
O Rastro do Butadieno (8)
Capítulo 1 - A visita
Capítulo 2 - Sonhos e Safiras
Capítulo 3 - Um nome de mulher
Capítulo 4 - Perturbações Próximas
Capitulo 5 - A ponta do véu
Capítulo 6 - Segredos e Surpresas
Capítulo 7 - Lantejoulas
A noite havia sido agradabilíssima.
Denise, a morena de seios fartos e olhar malicioso, estimulada por seu papel de cupido provocava Bruno a cada momento.
Gusmão era um voyeur. Não daquele tipo babão, com uma mão no binóculo e outra sabe-se lá onde.
Era um observador do comportamento humano, particularmente interessado nos três “esses”: sadismo, sedução e sexo. Libido e lascívia.
Por isso, lamentou perder a chance de bisbilhotar quando os pombinhos lançaram mão da desculpa do quarto chopp e fugiram para o banheiro.
- Masculino ou feminino ? – pensou, excitado.
Mas não seria educado deixar Cristine sozinha no balcão do bar.
Se bem que Gusmão nunca fora muito preocupado com filigranas sociais.
A verdade é que ele não queria se afastar de Cristine.
Uma das grandes vantagens de sua memória fotográfica associada ao aguçado raciocínio verbal era a surpreendente capacidade de falar horas sobre assuntos complexos sem comprometer uma parte significativa do cérebro.
Essa habilidade permitiu-lhe observar as reações de Cristine enquanto falava.
Estava encantado pelo sorriso franco e o olhar vivo, ambos refletindo marota ingenuidade.
A garota era brilhante.
Entendia, argumentava, deliciava-se com suas idéias mais ousadas.
- E com seios pequenos .... – esse pensamento era recorrente.
O tempo transcorreu de forma estranha aquela noite. Uma sucessão alucinante de momentos eternos.
Gusmão não se lembrava de haver sentido isso antes.
Como também estava certo de que Cristine tocara-o de uma forma muito especial.
Mulheres, para ele, costumavam ser um mal necessário.
Gostava do cheiro, da pele macia, dos lábios, daquele pedacinho do pescoço logo abaixo da orelha, da proximidade dos corpos e dos seios pequenos.
Adorava massageá-las lentamente, começando pelos dedos dos pés.
E seu maior prazer era vê-las gozar, olhando nos olhos, respirando suspiros, roçando os lábios.
O problema era depois. Os intervalos.
A única relação longa em sua vida havia sido com uma ninfomaníaca. Poucos intervalos.
Mas terminou, logo depois que começou o projeto de teleporte. Ele tinha pouco tempo. Ela, muita disposição.
Arranjou outro. Seu mecânico, que conheceu quando, ocupadíssimo, ele pediu que fosse buscar seu carro.
Gusmão sentiu que tinha que escolher entre ela e o mecânico. E todo mundo sabe como é difícil encontrar um bom mecânico.
Mas Cristine era diferente.
Ele estava adorando aquele intervalo. E nem haviam transado.
Cristine pareceu captar aquele pensamento e seus olhos brilharam com sutil brejeirice.
- Então ela também era uma leitora de almas .... – Gusmão pensou, embevecido.
Não se lembrava exatamente como haviam se despedido de Denise e Bruno. Mas pela pouco que havia escutado de um cochico de Denise sobre o que pretendiam fazer no carro, estava certo de que isso não era relevante.
Não conversaram sobre ir à casa dela. Foi natural. Ambos sabiam o que deveria acontecer.
Não falaram mais nada, a partir do momento em que entraram.
Olhares e toques suaves de arqueólogos.
Síncronos na mútua descoberta.
O ritmo crescente com a tensão candente.
Foram para o quarto.
Gusmão despiu-a, sem pressa.
Ela se deitou de costas, sem perder o contato com seu olhar.
Gusmão livrou-se das roupas com gestos firmes, ajoelhou-se a seu lado e começou percorrer seu corpo com o dorso da mão, com um sorriso sacana.
Seu corpo arrepiava-se ao toque da ponta dos dedos e os pelos loiros refletiam a suave luz do abajur.
Cristine entrecerrou os olhos, respirando profundamente.
Entre os cílios, percebeu os reflexos coloridos de um círculo de safiras pairando sobre ambos.
A lembrança dos sonhos ameaçou retornar.
Mas Gusmão já estava deitando-se sobre ela e procurando seus lábios entreabertos.
Ao lado da cama, o viajante do tempo assistia a tudo estupefato, com os olhos brilhando de ódio.
- Não a minha Cristine !!!!!
terça-feira, outubro 07, 2008
Neoparanomásia
Ao auscutar a fêma
De corpo prolixo
Doravante rebusco
Apenas meningeas
Vestindo aspartame
segunda-feira, outubro 06, 2008
Kiwi Dilemma - no Blackmore
Para quem não pode assistir o pocket show da Kiwi Dilemma no Blackmore, na noite de ontem ...
sexta-feira, outubro 03, 2008
Modernidades
Sinto informar, mas você está sendo ultrapassado.
Os novos conceitos de ética, em vigor nesse novo século, recomendam que você faça isso.
A ética dos relacionamentos modernos é definida pelo respeito aos "contratos".
Combine, informe o que está passando com você, o que está te impactando, como você está mudando ao longo do tempo. Recombine.
E respeite o combinado.
Pronto. Você estará sendo ético.
E não é possível fazer isso sem discutir a relação de vez em quando.
Acreditem. Funciona.
terça-feira, setembro 30, 2008
O amigo Ernesto
Creio que nos encontramos menos de 20 vezes nesse período. Uma média de pouco mais de uma vez por ano. Um cálculo tendencioso, já que a maioria dos encontros aconteceu nos últimos 3 anos, quando começamos os blogs e decidimos escrever "Pecado e Capital" juntos.
Gosto para caramba desse cara.
Agora à noite, estava pensando em algumas pessoas que passaram pela minha vida.
Particularmente naquelas para quem me dediquei, de alguma forma, e que estiveram por perto enquanto recebiam de mim o que precisavam ou desejavam. Mas que sumiram assim que sentiram que não me necessitavam mais, ou que já não recebiam o que queriam.
Lembrei-me de uma afirmação categórica do meu analista: "as relações humanas são relacões de usura". Construção um tanto estranha, já que "usura" não é um termo normalmente utilizado para se referir a relações de interesse não pecuniário.
O que ele queria dizer é que nos relacionamos por interesse, ou enquanto "vale a pena".
Talvez ele esteja certo, para a maioria dos casos.
Mais aí está o Ernesto, uma exceção. Aliás, um sujeito excepcional em muitos sentidos.
Nunca dei nada para o Ernesto, a não ser a afeição que vai se construindo com o passar dos anos.
O Ernesto não precisa de mim. Não fica chateado se eu não telefono, não respondo um e-mail ou recuso o convite para um chopp.
Mas percebo que fica feliz quando nos encontramos, que gosta dos projetos quase literários que fazemos em conjunto e que me tem como amigo.
Uma amizade simples, descomplicada, descompromissada, que tem tudo para durar para sempre.
Ele sabe que pode contar comigo se precisar. E eu sinto que também posso contar com ele.
O Ernesto não é o único. Felizmente, tenho outros amigos e amigas "desinteressados" (no bom sentido), dos quais me lembro com carinho, quase todos os dias. Poucos, é verdade, mas tenho.
Encontrar pessoas assim é um dos grandes prazeres da vida.
Há quem se divirta colecionando objetos raros.
Eu, prefiro descobrir pessoas como o Ernesto.
sexta-feira, setembro 26, 2008
quarta-feira, setembro 24, 2008
Procurando um presente para a namorada ?
segunda-feira, setembro 22, 2008
O mundo "L"
Alguém já assistiu a série The L World da Warner ?
Assisti algumas vezes por sugestão de uma amiga "L".
Ainda não tive tempo de conversar com ela sobre a dita cuja.
Não sou "entendido" no assunto, mas tudo me pareceu muito exagerado. Uma visão um tanto masculina do mundo gay feminino.
De qualquer forma, vale a pena assistir alguns episódios. É diferente da maioria dos seriados do cabo.
Direito Divino
terça-feira, setembro 16, 2008
O Rastro do Butadieno (6)
Capítulo 1 - A visita
Capítulo 2 - Sonhos e Safiras
Capítulo 3 - Um nome de mulher
Capítulo 4 - Perturbações Próximas
Capitulo 5 - A ponta do véu
Segredos e Surpresas
Como Engenheira Química responsável, além de uma sala privativa, Cristine tinha total liberdade para passear pelo chão da fábrica de borrachas termoplásticas.
Acabara de voltar para sua sala, depois da supervisão matinal da linha de produção, com um insight: aquele cheiro que sentia após os sonhos eróticos era o mesmo que pairava no galpão. Butadieno, a matéria prima da maioria de seus produtos.
- E, agora, aparentemente, também matéria prima de meus sonhos ... – pensou. Só me faltava essa !
Sua amiga psicóloga, com quem havia comentado os primeiros sonhos, havia lhe explicado alguma coisa sobre os mecanismos do inconsciente.
- Tudo, no sonho, é seu ... é você, projetada. – ela afirmou categórica depois do quarto chopp.
E lá estava o seu Butadieno cotidiano para confirmar a teoria.
Divagava, passeando malabaristicamente o lápis entre os dedos, com um leve sorriso maroto nos lábios quando seu chefe entrou.
- Cristine, Cristine .... quando vejo esse lápis flutuando na sua mão, esse sorriso enigmático e esse olhar perdido no ar, já sei que lá vem produto novo !!!
Álvaro tinha uma certa razão. O trabalho era o grande prazer da vida de Cristine, e uma das poucas coisas capazes de fazê-la sonhar acordada.
Era. Já não mais.
A última coisa na qual Cristine estaria pensando naquele momento seria um polímero.
Cristine sacudiu a cabeça, graciosamente e olhou para o chefe, bem a tempo de notar o brilho nos seus olhos, que ele rapidamente tratou de disfarçar.
Não era de hoje o interesse de Álvaro por Cristine. Um pouco mais velho, separado há alguns anos, admirava Cristine pela beleza, pela inteligência e pela integridade.
- Uma verdadeira anja que o céu me mandou – costumava comentar, a cada nova idéia de sua protegida, já conformado com o fato de que isso era tudo que poderia esperar dela.
- Cristine ! A Denise na linha 3 para você ... Você esqueceu o telefone no modo silencioso de novo ... – a secretária avisou da porta.
Cristine, constrangida, atendeu.
- Oi ... é, estou aqui com o Álvaro em reunião ... então, acho que sim ... depois a gente se fala. – desligou.
- Era a Denise ? Aquela que trabalhava em compras ?
- Era ... – Cristine desviou o olhar. Estava me convidando para um chopp hoje à noite, para matar as saudades.
- Não enrola, Cris ! Você ainda tem contato com ela ?
- Não ... eu ...
- Você nunca foi de mentir para mim. Não comece agora. Ela foi despedida há 6 meses. Se vocês não andassem se falando o papo do telefone seria outro. Não combina.
- Poxa, Álvaro ... você também não deixa escapar nada, não ?
- Não muda de assunto ...
- Tenho encontrado com ela sim. É minha amiga. E continuo achando que foi uma grande injustiça o que você fez com ela.
- Cristine ... – Álvaro assumiu um tom paternalista - ... já te expliquei que ela não é boa companhia para você. Muito, digamos .... heterodoxa. E eu não poderia deixar passar aquela história dela comprar Butadieno para um amigo em nome da empresa.
- Eu sei que foi errado. Mas ela não roubou nem prejudicou ninguém. O amigo dela precisava de uma quantidade relativamente pequena para uma experiência e estava com dificuldades para comprar....
- Olha ... eu até gostava dela ... mas para esse tipo de coisa a punição tem que ser exemplar, senão vira balbúrdia.
++++++++++++++++++++++++++
Gusmão estava terminando mais um longo e produtivo dia de trabalho, entusiasmado.
Os testes preliminares com o Butadieno foram promissores.
Lembrou-se da Denise, namorada do Bruno.
A coitada havia perdido seu emprego para ajudá-los na compra do gás.
- Merda ! Não era para ter acontecido isso.... Mais uma vítima que tomba em prol da ciência – pensou, com certo cinismo.
Denise e Bruno haviam-no convidado para um happy-hour.
- A Denise quer te apresentar uma amiga gostosérrima ! – disse um Bruno bem mais animado do que sua namorada gostaria.
- Já sei ... mais uma encalhada ....
- Olha ... sei que ela não tem namorado faz tempo ... deve ser quase zero quilometro. Mas de encalhada não tem nada. É uma Pedra Filosofal. – não resistiu à brincadeira clássica entre químicos.
- E esse mercúrio dos filósofos tem nome ? – respondeu Gusmão, aceitando a brincadeira.
- Cristine ...
++++++++++++++++++++++++++++++
- Cristine ..... – quase suspirou Gusmão, com os olhos vidrados diante da amiga de Denise que acabara de ser apresentada ...
- Esse é o Dr. Gusmão – apressou-se Bruno – meu chefe, excepcionalmente brilhante com fórmulas mas aparentemente limitado com as palavras.
Todos riram, inclusive Cristine.
E foi aí que Gusmão soube que estava perdido.
O sorriso, os cabelos, o olhar, o perfume ... o sorriso ..... E o corpo perfeito sob o vestido de algodão leve. E o sorriso ...
Seios pequenos. Ele adorava seios pequenos.
- E no que você tem trabalhado, "doutor" Gusmão ? – ela acentuou o "doutor" de forma irônica.
- Butadiênos ... – respondeu Gusmão em voz baixa, sem pensar, ainda com o olhar perdido entre seus seios.
- Como ?
- Rãã... Butadieno... Estamos testando o gás como catalisador gluônico em um processo experimental. – se recompôs, tentando impressionar.
- Hum ... química quântica ...- Cristine rebateu.
Gusmão não conseguiu esconder sua surpresa.
Bruno e Denise, abraçados, observavam, divertindo-se como Cupido.
(imagem: http://i185.photobucket.com/albums/x27/dnnara/Cupido.jpg)
segunda-feira, setembro 15, 2008
Pequenas Férias
Agora, vilsumbrem um homem com um enorme cajado, decidido a abrir uma brecha nesse grande rio, tal qual Moisés fez um dia com as águas do Mar Vermelho.
Esse sou eu, em busca de uma semaninha de férias.
Não sei bem como é que Moisés fez com as águas, mas no meu caso, as tarefas se amontoaram para antes e depois das férias.
Por isso andei meio ausente.
E, agora, em férias, vou dedicar-me ao prazer de escrever o sexto capítulo do Rastro do Butadiêno.
Aguardem ...
sexta-feira, setembro 12, 2008
quinta-feira, setembro 04, 2008
Dinheiro, p'ra que dinheiro ?
Segundo o tal economista, a invenção do dinheiro possibilitou o desenvolvimento da economia e permitiu que as pessoas fossem mais felizes.
O interessante é que as razões não são as imediatas, embora sejam óbvias.
O fato é que a existência do dinheiro concede maior liberdade para o indivíduo escolher o seu trabalho.
Simples: você trabalha, recebe dinheiro, e compra o que precisa.
Sem o dinheiro, você precisa produzir o que precisa diretamente (comida, por exemplo), ou recorrer ao escambo (troca) do produto do seu trabalho pelo que necessita.
Suponha que você seja um escritor de livros e precise consertar o encanamento da sua casa.
Numa economia sem o "dinheiro" você precisará encontrar um encanador que concorde em trabalhar em troca de livros. Ou trocar seus livros com outra pessoa que possua algo que o encanador concorde em trocar por seus serviços.
Ou, ainda, aprender a concertar o encanamento.
Por outro lado, numa economia com o "dinheiro", você vende os seus livros, recebe dinheiro e quando precisar do encanador, é só pagar com dinheiro (o encanador poderá comprar o que quiser com ele).
Quando temos maior liberdade de escolha em nosso trabalho tendemos a ser não só mais felizes como, também, mais produtivos.
domingo, agosto 31, 2008
O Rastro do Butadieno (4)
Capítulo 2 - Sonhos e Safiras
Capítulo 3 - Um nome de mulher
Capitulo 4
Perturbações Próximas
Tivesse nascido um pouco mais tarde, Gusmão seria facilmente diagnosticado como maníaco compulsivo, forte candidato a ter surtos psicóticos.
Era extremamente crítico e brutalmente direto em suas colocações.
O verniz social não havia aderido à sua superfície e tinha baixa resistência a frustração.
Por isso mesmo Gusmão falava pouco. Havia tomado essa decisão por volta dos 24 anos, após brigar com toda a família e, mais importante, sua mãe.
- Mãe é o aval para cumprirmos nosso destino pessoal – costumava defender Gusmão antes da última briga. É seu amor incondicional que nos permite SER, com letras maiúsculas.
Lamentavelmente, no caso do Gusmão não havia sido assim.
Sua mãe se cansara das respostas agressivas, das ausências de atenção, das atitudes lacônicas, do desprezo por sua “menor inteligência”, do sarcasmo e, por último, das drogas.
Não que Gusmão fosse um viciado em drogas. Maconha, talvez, por alguma definição mais clássica. Mas as outras, ele apenas havia experimentado. Precisava experimentar. Não havia qualquer outra coisa que fizesse sentido naquele momento.
A mãe surtou e ele saiu de casa, como Adão deixara o paraíso: renegado pela criadora, destinado a ser inexoravelmente corroído pela culpa fundamental, pelo pecado original.
- "Primus amor potior..." – as vezes se sentia triste, mesmo agora, praticamente 15 anos depois.
Gusmão pode canalizar toda sua obsessão, raiva e frustração ao entendimento do Deus ex-maquina, mergulhando na ciência. Não tinha um ramo particular de interesse, e pulava de campo em campo do conhecimento.
- Toda ciência é, antes, Filosofia – dizia, categórico.
Mas havia sido escolhido por um campo mais específico para trabalhar. Química Quântica, um ramo da Química associado à Física Quântica que estudava os fenômenos relativos à conformação (ou colapso, como ele gostava de dizer) da matéria.
O comportamento dual da matéria-energia o fascinava.
E o projeto piloto no qual o laboratório estava trabalhando, com financiamento do governo, era uma aplicação prática desse fenômeno.
- Transporte de matéria na sua forma “energética” - explicava, nas raras vezes em que optava por ser inteligível. Já assistiu Jornada nas Estrelas ?
Gusmão estava particularmente entusiasmado com o trabalho. No último ano haviam feito grandes avanços, a partir de uma idéia sua.
Baseado em princípios de radiotransmissão, ele havia sugerido utilizar uma substância “portadora” como “frame” de transporte para a matéria convertida em energia.
A idéia havia ocorrido numa noite em que fumava um baseado em Maromba, deitado na areia, e se sentiu transportado para a lua. Viu-se subitamente desintegrado. Aí, cada partícula de seu ser agarrou-se em um daqueles pontinhos de poeira suspensa, iluminados pela lua e subiu pelos raios de luz até o satélite natural da Terra, onde todos se reorganizaram em um novo Gusmão, mais novo, mais puro e ... menos consistente.
O sentimento era estranho.
Suas “impurezas” pareciam não haver sido transportadas. Sentia-se mais limpo na Lua. Mas também mais fraco, menos consistente, como se a energia de coesão de suas partículas tivesse diminuído e fosse mais fácil desintegrar-se novamente.
De todo modo, o sonho serviu de inspiração e eles passaram a testar várias substâncias diferentes no laboratório, para o papel de “portadora” das partículas.
Catalisador Gluônico, é o nome técnico desse elemento no processo.
Quando entrou no laboratório naquela manhã, Gusmão encontrou Bruno excitadíssimo.
- Dr. Gusmão! ..... Dr. Gusmão! ... Aconteceu de novo nessa noite ! .... A redução de Spin no concentrado de Bósons ... por quase duas horas ....
Gusmão não precisava esperar que o Grande Colisor de Hádrons, construído na fronteira da França com a Suíça, comprovasse a existência do Bóson de Higgs para saber o que signficava essa redução de spin.
Ele era pragmático. A prova disso era que, em seu pequeno laboratório, acompanhado da irriquieta inteligência de seu assistente Bruno, já havia conseguido encontrar aplicações fantásticas para coisas que os outros cientistas ainda tentavam provar que existiam.
O único output que o interessava, vindo desse gigante colisor, eram as conclusões sobre a super-simetria. Mas isso iria demorar anos.
E paciência não era, decididamente, uma qualidade do Gusmão, um obcecado pelo tempo.
- Calma, Bruno ... calma .... Conseguimos identificar a origem ou a natureza da interferência ?
- Não, Doutor ... – Bruno deixou os braços caírem, desalentado ... – Pela intensidade a fonte deve estar nas proximidades ... mas nossos equipamentos não tem sensibilidade suficiente para o tracking.
- Merda !
Nesse exato momento, do outro lado da rua, Cristine fazia sinal para um Taxi.
Estava atrasada.
sexta-feira, agosto 29, 2008
Mega Bites
E ninguém me disse que San Juan, capital de Puerto Rico, era também a capital dos pernilongos.
Provavelmente o maior índice "per capta" da América Latina.
Tentava dormir, com a janela aberta, já que meu limite de resistência ao ar condicionado havia se esgotado em Miami.
Sonolento, escutei aquele inconfundível zumbido.
Cinco tapas na própria orelha depois, decidi levantar, acender a luz e matar o chato, ou melhor, o pernilongo.
Surpresa ! A fera não estava sozinha. Fazia apenas o vôo de reconhecimento para o posterior ataque da esquadrilha. Centenas de predadores prontos para inflingir-me mega bites.
Covardemente, apaguei novamente a luz e refugiei-me sob o lençol, segurando-o firme com a mão para o caso de tentarem arrastá-lo.
Como não usava anéis, ficaram com os dedos e o resto da mão.
Contei umas 15 picadas.
E acho que, como vingança por havê-los privado de um banquete maior (tô me achando !), levaram meu celular.
Ou seja, se precisarem me ligar, não me liguem por enquanto.
domingo, agosto 24, 2008
Posso falar ?
Eu, que já estou batendo nos 50, sempre tenho a nítida impressão de que sou tomado como "inconveniente" porque não me presto muito às filigranas do discurso socialmente correto.
Curiosamente (ou não), costumo chocar os mais jovens - quem diria. Justamente os que deveriam estar aí para contestar.
Os que não se afastam por isso, podem experimentar a liberdade de expressão.
E não me refiro a falta de respeito, que isso é abuso da liberdade.
Abaixo o patrulhamento verbológico !
sexta-feira, agosto 22, 2008
O Rastro do Butadieno (2)
Capítulo 1 - A visita
Capitulo 2
Sonhos e Safiras
Cristine foi despertada pelos pequenos filetes de luz do sol que atravessavam impiedosamente os furos da moderna veneziana branca, refletiam no espelho da parede ao pé da cama e brincavam com seus olhos.
Outra noite de sonhos eróticos. Outra vez o rastro daquele estranho aroma adocicado no quarto.
- Tudo tão real .... – gemeu, numa felicidade preguiçosa.
Levantou-se e caminhou languidamente para o banheiro, saboreando o contato do tecido fino do négligé branco sobre o corpo nu.
Suas longas e desgrenhadas madeixas tinham o exato tom de mel de seus olhos.
“Duas lindas safiras” .... a lembrança voz rouca do homem sussurrando em seu ouvido provocou um arrepio tardio.
Quem seria aquele homem desconhecido com quem havia sonhado repetidas noites ?
Não era especialmente bonito. Nem particularmente alto ou musculoso. Mais velho do que ela, talvez já na casa dos quarenta e poucos anos. Fisicamente, nada especial.
Mas havia alguma coisa de incomum, além das pedras.
O ritual era sempre o mesmo no seu sonho.
Ele a acordava no meio da noite, com um sorriso maroto, colocava gentilmente o dedo indicador sobre seus lábios pedindo a cumplicidade do silêncio com os olhos.
Afastava-se até os pés da cama e puxava lentamente o lençol, descobrindo-a.
Sempre sorrindo e com movimentos precisos e suaves, tomava suas mãos para que sentasse na cama e despia seu négligé.
Afastava seus cabelos com um gesto distraído enquanto contemplava seus seios pequenos.
Substituía seu travesseiro por uma pequena almofada de seda branca.
Ela se recostava. Em poucos segundos era tomada por um profundo relaxamento, a mente entorpecida e todas as partes de seu corpo explodindo de sensibilidade.
Então ele começava a colocar as pedras. Desenhava mosaicos sobre seu corpo com pequenas safiras multicoloridas.
De alguma maneira, os cristais pareciam interagir com os centros de energia de seu corpo, provocando sensações indescritíveis.
Não era um orgasmo. Era muito mais do que isso.
Uma sensação continuada de prazer intenso que aumentava e mudava de matiz a cada nova pedra colocada sobre seu corpo.
Ele parecia estar sentindo o mesmo prazer, como se as safiras tivessem o poder de capturar e transmitir suas sensações àquele misterioso “joalheiro”.
Quando o prazer se tornava deliciosamente insuportável, ela se sentia arremetida para o infinito numa viagem sem fim, que durava até o despertar.
A surpresa e o encantamento da primeira vez foram gradativamente substituídos pela ansiedade e a expectativa da repetição.
- Será que ele vai voltar ? – pensou, deixando a água quente escorrer preguiçosamente sobre o ventre.
E sorriu como só quem conhece a felicidade pode sorrir.
(imagem: kalmindon.files.wordpress)
quarta-feira, agosto 20, 2008
When is the situation secure, agent ?
domingo, agosto 17, 2008
BRAZIL Promenade
Imaginem um país tão rico que nas noites de domingo as pessoas passeiam pela rua em segurança e champanhe é servida para todos de graça ...
Pois é ... descobri que moro nesse país.
Agora à noite, nas ruas desse simpático pedaço do Brasil chamado carinhosamente de "Jardins", a Chandon patrocinou o evento Promenade Chandon 2008.
Música ao vivo em diversas vitrines, muita gente bonita nas ruas e taças de Chandon para todos,
E, claro, segurança pública e privada no entorno, para evitar que gente feia estrague a festa.
Como eu faço parte do primeiro grupo, pude passear com liberdade pelo local e aproveitar a festa.
Só não pude entrar na Diesel. Precisava apresentar uma pulseirinha VIP, e eu só tinha minha Tarjeta Pepperoni (presente das amigas do Uruguai).
Voltei para casa pensando se nossos amigos chineses, tão bons na solicalzação de marcas famosas, não poderiam aproveitar aquele espírito comunista e mandar alguns containers com pulseirinhas VIP para todos os brasileiros.
sábado, agosto 16, 2008
Outras visitas
E por falar em visitas, a bruxa andou solta nesse mês de agosto e uma porção de gente querida esteve internada em hospitais.
Até eu visitei o pronto-socorro do Sírio-Libanês por conta do tombo que levei (postado lá no Prozac).
Aliás, vale comentar que no Sírio o PS é chamado de Pronto Atendimento. E, de fato, eles praticam amplamente isso por lá. Em 20 minutos já tinha sido atendido por 3 pessoas diferentes: a triagem, o cadastro e, finalmente, o ortopedista.
Depois fiquei quase uma hora esperando para fazer um obsoleto Raio-X (parece coisa de ficção).
Mas o assunto é outro.
Um dos diretores da empresa onde trabalho foi internado e precisou sofrer uma cirurgia de emergência. Aparentemente, tudo correu bem. Ele esta na UTI e deve ficar uns dias de molho, mas sobreviverá galhardamente.
Trata-se de uma pessoa muito querida e, no agrupamento em torno da máquina de café alguém comentou:
- Poxa, vai precisar rolar uma visita !
Ao que eu respondi:
- Claro ... vou fretar uns 3 ônibus e vamos visitá-lo no hospital.
Pessoalmente, detesto receber visitas quando estou doente, o que, para minha sorte, é bastante raro.
Abro uma exceção para minha irmãzinha Glaura e suas maravilhosas injeções anti-espasmódicas e sedativas, quando tenho alguma crise de cólica renal.
Se um dia tiver que ficar internado num hospital, quero receber de presente vasos de porcelana.
São ótimos para se jogar contra a porta quando alguém quiser entrar para uma visita.
quinta-feira, agosto 14, 2008
Relevância
Escrevo aqui por prazer, sem maiores compromissos. Mas, por força do vício profissional e da curiosidade natural, não posso deixar de questionar essas variações.
Por outras razões, estive pensando em relevância. Nesse mundo onde tudo e todos estão competindo brutalmente por atenção, a relevância deveria ser o fator de decisão.
Relevância é relativa, determinada individualmente e nem sempre de forma consciente.
Não posso determinar o que será relevante para meus leitores. No máximo, se desejar, posso tentar adivinhar. Ou mesmo propor.
Os grandes veículos de comunicação tem esse poder, de determinar o que devemos considerar relevante. Não é o caso do Arguta, nem é para ser.
Mas na blogsfera, os critérios e motivações são outros.
Vejam o caso do nosso querido Tapadinhas. Suas postagens costumam ter entre 20 e 30 comentários. OK ... quase a metade é dele mesmo, respondendo aos demais, como costumo fazer quando tenho tempo (o que tem sido cada vez mais raro).
Ou da Cris Fonseca, a artista do grafite, também rondando a casa dos 3o comentários por postagem.
Ou do nosso mais bom do que velho Jorge Lemos.
Nos três os casos, a motivação para os comentários me parece o carinho que os amigos tem por eles, independentemente do conteúdo das postagens.
Mas, é bom notar, tem um ponto em comum: postam arte, no sentido explícito.
E pelo que pude verificar, eles também tem o costume de visitar os blogs de seus amigos com frequência.
Não esperem uma conclusão nessa postagem.
Apenas observações....
domingo, agosto 10, 2008
Kiwi Dilemma - A Banda
A Kiwi Dilemma está de nova cantante.
Vivian se juntou ao Gui Ferrari (baixo), Caio (guitarra) e Rafa (batera) conferindo o equilíbrio melódico que os rapazes desejavam para a banda.
Quem quiser curtir os primeiros trabalhos com a nova voz, basta fazer uma visita ao MySpace da banda: http://www.myspace.com/kiwidilemma .
Está delicioso.